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segunda-feira, 31 de julho de 2017

ESPECIAL SALMOS - 7) A CONFISSÃO DOS PECADOS E O PERDÃO DIVINO

"O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia" (Provérbios 28:13)
 Devemos vigiar e orar para não cairmos em tentação, pois, mesmo sendo perdoado, o homem não poderá escapar das terríveis consequências do pecado.
1 "Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.  
2 Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado. 
3 Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.  
4 Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares. 
5 Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.  
6 Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria.  
7 Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve.  
8 Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste.  
9 Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades.  
10 Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto.  
11 Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo.  
12 Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário. 
13 Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão" 
(Salmos 51:1-13).
Por não ter vigiado, Davi caiu em pecado de adultério. Como um abismo chama outro abismo, ele ainda foi levado a mentir, enganar e a cometer um homicídio. Mas como tivesse humildade para reconhecer o seu erro diante de Deus, foi perdoado. Mas até o fim de sua vida, sofreria os efeitos daqueles minutos de prazer pecaminoso. 

O Senhor Jesus advertiu-nos a orar e a vigiar, porém a falta de vigilância tem levado muitos crentes a cair.  A não vigilância é sinônimo de desobediência, portanto, as consequências não podem e não serão agradáveis.

I. Quem era Davi


1. Um homem ungido - O jovem pastor, filho de Jessé, foi ungido rei, em lugar de Saul (1 Samuel 16:13b).

2. Um homem corajoso - Cheio do poder do Espírito Santo, foi protagonista de uma vitória considerada impossível. Venceu o gigante Golias, o campeão dos filisteus (17:50).

3. Um homem cheio do temor de Deus - Não obstante ter oportunidade de tirar a vida de seu perseguidor mortal, o desviado Saul, Davi poupou-lhe a vida por respeitar a unção de Deus que havia sido posta sobre o rei (26:8,9).

4. Um homem escolhido por Deus - No Salmo 89:3, lemos
"Fiz um concerto com meu escolhido; jurei ao meu servo Davi".

II. Os pecado de Davi


Para entender o profundo significado do Salmo 51, é indispensável meditar sobre o que ocorreu no capítulo 11 do livro de 2 Samuel. Aí, vemos que o homem que matara a Golias, foi derrotado pelo gigante da concupiscência.

1. Ociosidade - Enquanto o exército de Israel estava na batalha, Davi repousava em Jerusalém. Ao invés de orar e vigiar, pedindo a Deus que guardasse seus soldados e capitães, deixou-se vencer pela ociosidade, passeando no terraço da casa real (11:1,2).

A ociosidade gera a inércia, que gera a frieza e ambas levam a queda. É uma reação em cadeia, como um efeito dominó, que derrubou Davi e ainda derruba muitos nos dias atuais.

2. Cobiça - De repente, o rei teve a sua atenção atraída para uma mulher bonita que lhe desperta a lascívia. A cobiça da carne o domina. Ele foi
"...atraído e engodado pela sua própria concupiscência" (Tiago 1:14),
que é desejo intenso ou apetite sexual desordenado. Se a concupiscência conceber, dá a luz o pecado (1:15a). Esta é uma luta acirrada e frequente do servo de Deus: a luta contra a carne e suas concupiscências.

3. Adultério
  • a) Tentado - Ele deu lugar à tentação. Primeiro, olhou; depois, mandou perguntar o nome da mulher; e, por fim, ordenou que fosse ela trazida até o palácio real. Nesse ponto, a concupiscência já houvera concebido.
  • b) Vencido - Naquele momento, Davi deixou de ser um homem segundo o coração de Deus (1 Sm 13:14) e passou a cumprir a concupiscência da carne (Gálatas 5:16b). O homem que matara um leão, um urso e um gigante, foi derrotado pelo pecado sexual. Convém lembrar que, além do sexo, o poder e o dinheiro são os outros meios mais usados para derrubar um homem e/ou uma mulher de Deus.
4. Homicídio - Já morto espiritualmente, Davi arquitetou um plano diabólico.
  • a) A astúcia - Sabedor de que a mulher estava grávida, Davi chamou Urias, e ordenou-lhe que fosse para casa a fim de se deitar com a esposa, pois assim ninguém ficaria sabendo que o filho gerado era fruto do pecado do rei (2 Sm 11:5-8).
  • b) A serviço do diabo -  O rei enviou uma carta pelas mãos do próprio Urias, endereçada a Joabe, instruindo-o a que pusesse Urias no lugar mais perigoso da batalha para que fosse morto. Como Urias era um homem servidor fiel, não violou a carta. Se o tivesse feito, teria visto que levava a própria sentença de morte (14,15).
  • c) Insensibilidade -  Ao saber a notícia da morte de Urias, o rei, cinicamente, mandou que se dissesse a Joabe:
"Não te pareça isso mal aos teus olhos; pois a espada tanto consome este como aquele" (25). 
Se não bastasse, Davi ordenou que se buscasse a viúva para ser sua esposa (27). Quando um homem de Deus chega a esse ponto, é sinal de que a sua consciência já está totalmente cauterizada (1 Timóteo 4:2). 

III. Consequências do pecado 

1. Perda da comunhão divina


Davi, que era um homem segundo o coração de Deus (1 Sm 13:14), perdeu, de um momento para o outro, a presença de Deus (v. 12).

2. O afastamento do Espírito


Davi experimentou quão terrível é viver afastado do Espírito Santo (v. 11). O Espírito de Deus é santo. Ele não permanece num coração que abriga o pecado.

3. Escândalos


Quando a prática do pecado resulta em escândalos, ele (o pecado) reveste-se de maior gravidade. Por isso, Jesus afirmou:
"Ai do mundo por causa dos escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!" (Mateus 18:7).

IV. A intervenção de Deus

1. Deus envia o profeta para repreender a Davi


Natã foi enviado ao rei com uma mensagem em forma de parábola. O profeta narrou a Davi um fato revoltante, envolvendo uma grande injustiça (2 Sm 12:1-5). O rei, ao ouvir atentamente o profeta, ficou furioso, dizendo:
"Vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso" (5).

2. A coragem do profeta


O homem de Deus porém replicou-lhe com firmeza:
"Tu és este homem. Assim diz o Senhor, Deus de Israel... A Urias, o heteu, feriste à espada dos filhos de Amom" (7, 9). 

3. A sentença divina


Ali mesmo, sem burocracia nem protelações, o profeta proferiu a sentença de Deus contra o rei:
  • a) "Não se apartará a espada jamais de tua casa" (12:10a). - Foi o que realmente aconteceu. O filho que nascera daquele adultério morreu (12:14). Mas as desgraças não pararam por aí. Amnon foi assassinado por Absalão (13:28,29). Absalão foi morto por ter se rebelado contra o pai (18:9-17). E, tempos depois, já no final do reinado de Davi, Adonias também seria morto à espada (1 Reis 2:24,25).
  • b) "Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti..." (2 Sm 12:11a) - Absalão, filho predileto de Davi, adulterou com as mulheres do pai em plena praça pública num festival de orgia sexual (16:21,22). Como se não bastasse, a filha do rei foi estuprada por um de seus irmãos (13:10-15).

V. Oração do pecador arrependido


Repreendido por Natã devido ao gravíssimo pecado, Davi não se fez de inocente. De imediato, confessou:
"Pequei contra o Senhor" (12:13a).
1. A súplica - No Salmo 51, Davi começa por suplicar a Deus por misericórdia. Ele não procura desculpa alguma para justificar o seu ato. Antes: roga ao Senhor que lhe apague as transgressões, segundo a benignidade e a misericórdia divinas. Ele ainda implora que o Senhor lhe lave da terrível iniquidade e o purifique do horrendo pecado (v. 2).

2. A confissão (vs 3,4) - Amargurado, Davi confessa reconhecer as suas transgressões, pois o seu pecado está continuamente diante de si. Ele reconhece e confessa:
"Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que aos teus olhos é mau" (v. 4a).
O que concluímos desta passagem? Quando alguém peca, peca contra Deus. E Deus jamais terá o culpado por inocente (Naum 1:3).

3. O clamor pela restauração - Davi não conhecia o poder purificador do sangue de Jesus. Mas sabia que, quando alguém era considerado imundo, por ter tocado num cadáver (Números 19:6) ou num leproso (Levíticos 14:4), precisava, de acordo com a Lei, passar pela cerimônia de purificação, na qual o sacerdote tomava um molho de hissopo, molhava-o na "água da separação", e a espargia sobre o transgressor. Assim, Davi considerava-se tão imundo, que precisava passar por esse processo. Hoje, na Nova Aliança,
"o sangue da aspersão" (Hb 12:24),
ou seja: o sangue de Cristo, purifica as nossas consciências das obras mortas (9:14) e de todo o pecado (1 João 1:7).
  • a) "Cria em mim, ó Deus, um coração puro" (v. 10) - Davi anelava por uma purificação interior e por um espírito reto. Somente aquele que reconhece o pecado é que consegue sentir a sujeira deste na alma. Por isso, Davi arrepende-se de sua transgressão e a confessa. Sim, o verdadeiro arrependimento faz que aborreçamos o pecado.
  • b) "Não me lances fora da tua presença..." (v. 11) - Ele sentia falta da presença do Senhor, e por isso clamava:
"Não retires de mim o teu Espírito Santo". 
Sem a presença do Espírito Santo, deixamos de ser espirituais, e passamos à condição de meras criaturas.
  • c) "Torna a dar-me a alegria da salvação..." (v. 12) - Como Davi havia perdido a alegria da salvação, agora clama ao Senhor para que lhe restitua a bênção perdida.

VI. O compromisso diante do perdão


Após sentir-se perdoado, Davi promete a Deus fazer algo que ficara impedido de realizar por causa da sua transgressão.

1. Ensinar aos transgressores (V. 13): "Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos." - Tendo experimentado o que é transgredir a lei divina, o salmista assume o compromisso de levar os transgressores a aprender os caminhos do Senhor, e a se converterem de seus pecados.

2. Um parêntese de temor (v. 14) - Atingido pelo medo de voltar a pecar, Davi abre um parêntese na sua oração, e pede a Deus que o livre dos crimes de sangue. De certo, a morte de Urias continuava a ferir-lhe a consciência.

3. Louvor a Deus (v. 15) - Davi pediu a Deus que abrisse os seus lábios para que a sua boca pudesse entoar louvores ao Senhor.

Conclusão


Quando um servo de Deus cai, principalmente em se tratando de um líder, o diabo e seus demônios se alegram. Entretanto, quando o filho de Deus arrepende-se sinceramente, o Senhor estende sobre ele o manto do perdão. Há alegria no céu.

[Fonte: CPAD - Casa Publicadora das Assembleias de Deus]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.

sábado, 29 de julho de 2017

ESPECIAL SALMOS - 6) A ORAÇÃO PERSEVERANTE ALCANÇA SEMPRE A RESPOSTA


A oração passa, muitas vezes, pelo teste da paciência, mostrando como deve ser a fé do verdadeiro discípulo de Cristo: perseverante e firme. 
1 "Esperei com paciência pelo Senhor, e ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor.  
2 Também me tirou duma cova de destruição, dum charco de lodo; pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos.  
3 Pôs na minha boca um cântico novo, um hino ao nosso Deus; muitos verão isso e temerão, e confiarão no Senhor. 
4 Bem-aventurado o homem que faz do Senhor a sua confiança, e que não atenta para os soberbos nem para os apóstatas mentirosos. 
5 Muitas são, Senhor, Deus meu, as maravilhas que tens operado e os teus pensamentos para conosco; ninguém há que se possa comparar a ti; eu quisera anunciá-los, e manifestá-los, mas são mais do que se podem contar. 
6 Sacrifício e oferta não desejas; abriste-me os ouvidos; holocausto e oferta de expiação pelo pecado não reclamaste. 
7 Então disse eu: Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito a meu respeito:  
8 'Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu'; sim, a tua lei está dentro do meu coração. 
9 Tenho proclamado boas-novas de justiça na grande congregação; eis que não retive os meus lábios; 
10 Não ocultei dentro do meu coração a tua justiça; apregoei a tua fidelidade e a tua salvação; não escondi da grande congregação a tua benignidade e a tua verdade. 
11 Não detenhas para comigo, Senhor a tua compaixão; a tua benignidade e a tua fidelidade sempre me guardem" (Salmo 40:1-11). 
Davi, ao compor o Salmo 40. tinha em sua alma a gratidão a Deus por tê-lo livrado de uma tribulação comparada a "um lago horrível" e a "um charco de lodo". A paciência e a perseverança na oração constituem-se numa prova de confiança incondicional na bondade de Deus, no seu amor, no seu cuidado, na sua provisão. 

I. A paciência na oração 

1. A oração faz parte de nossa disciplina pessoal 


Ela não pode ser um mero hábito. Não pode ser uma reza, nem vãs repetições. Davi tinha experiência quanto ao exercício da oração. "Esperei com paciência no Senhor..." (v. 1). No hebraico, a expressão literal é "esperei e esperei" ou "esperando, esperei". Ele orava sistematicamente três vezes ao dia: pela manhã, ao meio dia e à tarde (55:17). 

Homens e mulheres de oração demonstraram, ao longo da história sagrada, possuir disciplina nesse aspecto. Daniel também orava três vezes ao dia (6:10). A oração é uma arma poderosa na vida do crente. Disse certo pregador: 
"Satanás ri da nossa sabedoria, zomba de nossas pregações, mas treme diante de nossas orações." 

2. A oração implica em nossa comunhão com Deus 


Orar não é repetir frases decoradas. Orar é conversar com Deus. É chegar 
"com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça a fim de sermos ajudados em tempo oportuno" (Hebreus 4:16). 
Em nossa vida devocional, que inclui a leitura bíblia, o louvor, a adoração e a oração, esta constitui-se no meio pelo qual entramos em contato com Deus. 

II. Recompensa da oração paciente 

1. Deus se inclinou para o seu servo (v. 1b) 


Quer dizer que Deus se voltou para Davi, atraído por sua paciente súplica. No Salmo 113:6, o salmista declara: 
"O Senhor nosso Deus, que habita nas alturas, se curva para ver o que está nos céus e na terra". 
É evidente que o Altíssimo não precisa inclinar-se para ver algo, mas, no salmo, o escritor quer dizer que Deus atentou para a sua prece. 

2. Deus ouviu o seu clamor 


Davi esperou no Senhor. Respostas à oração nem sempre são imediatas.Se assim fosse, muitos crentes poderiam pensar serem merecedores das bênçãos de Deus. No caso em estudo, a resposta ao clamor do salmista teria demorado bastante. Isto, segundo a avaliação do próprio Davi. Mas, para Deus, a resposta foi dada no tempo oportuno. 

3. Deus tirou seu servo de uma tribulação tremenda (v. 2a) 


A expressão "tirou-me dum lago horrível, de um charco de lodo", dá ideia da situação angustiante em que Davi se encontrava. Charco de lodo, em outra tradução, equivale a "um tremedal de lama", ou pantanal, em que não há qualquer firmeza: quanto mais a pessoal tenta deslocar-se, mais afunda. 

4. Pôs os seus pés sobre uma rocha e firmou-lhe os passos (v. 2b) 


Não foi isto o que Deus fez conosco? Ele nos salvou e nos pôs sobre a Rocha dos Séculos - Jesus. Feliz o homem que tem a sua casa (sua vida) edificada sobre a Rocha (Mt 7:24). 

5. Pôs um novo cântico na sua boca (v. 3) 


O versículo não se refere apenas a uma nova canção composta pelo salmista, mas a uma nova forma de louvar ao Senhor. No hebraico, temos literalmente, "um novo cântico de louvor a Deus". Para que isso aconteça, é necessário que atendamos ao que diz Paulo: 
"...mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração..." (Efésios 5:18,19). 

III. O efeito do louvor a Deus 

1. Muitos o verão e temerão ao Senhor (v. 3b) 


Quando um servo de Deus o louva, dando testemunho em gratidão pelos livramentos e bênçãos recebidos, muitas são as pessoas que se despertam para buscar e temer a Deus. 

2. Muitos confiarão no Senhor 


Diante do testemunho agradecido e do poderoso livramento que o Senhor concedeu ao seu servo, muitos passaram a confiar em Deus. Os sinais do poder divino são mais necessários hoje do que nos tempos do AT e dos apóstolos. 

IV. Um louvor profético (Vs. 4-8) 

1. Bem-aventurado o que confia no Senhor (v. 4a) 


No texto em estudo, vemos o salmista afirmar que é bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança. 

2. Bem-aventurado o que não respeita os soberbos nem os mentirosos (v. 4b) 


Não sabemos porque o salmista incluiu esta referência no seu louvor. Certamente, teria ele passado pela amarga experiência de ter de lidar com os soberbos e mentirosos. Por isso, conclui, afirmando que não é certo dar valor a tais indivíduos. 

3. As maravilhas de Deus são inumeráveis (v. 5) 


Davi passou a exaltar o Senhor, dizendo que suas maravilhas são muitas, e que os pensamentos do Altíssimo não se podem contar. Jó também percebeu que as maravilhas de Deus são incontáveis (9:10). Da mesma forma, nosso Senhor Jesus Cristo, quando de seu ministério terreno, operou tantas coisas que, se fossem todas escritas, 
"nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem" (João 21:25). 

4. Apontando para Cristo (v. 6) 

"Sacrifício e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste". 
Apontando para Cristo, o salmo afirma, profeticamente, que os velhos rituais e sacrifícios involuntários de animais não seriam suficientes para agradar a Deus, é o novo concerto, através do sacrifício voluntário de Jesus, conforme Hebreus 10:5-10. O texto do v. 6 foi citado literalmente em Hebreus 10:7, mostrando que Cristo cumpriu a vontade de Deus na obra da redenção (ver Isaías 53:11). 

5. A alegria em fazer a vontade de Deus (v. 8) 


Não adianta louvar a Deus só na aparência ou apenas da boca para fora. Se assim agirmos, nosso louvor jamais chegará aos céus. Devemos fazer a vontade de Deus com alegria, porque a sua vontade é "boa, perfeita e agradável" (Romanos 12:2). 

V. O tema da pregação que agrada a Deus 


Nestes versículos, o salmista, após reconhecer o livramento de Deus, e louvá-lO de modo solene, passa a enumerar o que constitui os temas de sua pregação. 
  • 1. A justiça de Deus (v. 9,10a) - Há igrejas em que não se fala mais no sangue de Jesus. Fala-se apenas em amor, paz, bondade, etc. Entretanto, se o pecador não se convencer de que está diante de um Deus que é amor, mas também justiça, jamais, virá a sentir a miséria de seus pecados.
  • 2. A fidelidade de Deus (v. 10b) - O salmista declara ter apregoado a fidelidade do Senhor. É importante que os ouvintes da Palavra de Deus saibam que Ele é fiel, e que vela pela sua palavra (Jeremias 1:12b).
  • 3. A salvação de Deus (v. 10b) - Paulo encarou essa tarefa com tanta responsabilidade, que declarou:
"Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho" (1 Coríntios 9:16). 
  • 4. A benignidade de Deus (v. 10c) - O salmista maravilha-se ante a benignidade do Senhor:
"Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade! E por isso os filhos dos homens se abrigam à sombra das tuas asas" (Sl 36:7). 
Isso quer dizer que os homens são salvos, não por seus méritos, e sim pela benignidade, ou misericórdia, de Deus.
  • 5. A verdade de Deus (v. 10c) - A verdade de Deus tem atributos maravilhosos: guia e ensina (25:5); é pavês e escudo (91:4). O Espírito Santo é o Espírito da verdade (João 14:6; 16:13). A palavra de Deus é a verdade que santifica (17:17).

VI. Oração de quem continua a esperar em Deus (vs. 11-17) 

1. Rogando pela prontidão divina (v. 11) 


Davi pede a Deus que não detenha para com ele a sua misericórdia, suplicando-lhe que a sua benignidade e verdade guardem-no continuamente. Não parece contra-senso que ele assim ore, no início do salmo, demonstra ter esperado pacientemente? Não! Na verdade, isso acontece com os servos de Deus. Embora julguem possuir muita fé, voltam ao vale da realidade para então reconhecerem que precisam mais de Deus. 

2. Rodeado de male e inimigos (vs. 12-14) 


No início do texto, o salmista louva a Deus por tê-lo livrado de um "lago horrível, de um charco de lodo", referindo-se a uma situação específica. No verso 12, revela que continua cheio de problemas, mas, dependendo do socorro divino. No versículo seguinte (13), roga que o Senhor se apresse em auxiliá-lo. No verso 14, mostra ele que tem inimigos que buscam tirar-lhe a vida, por isso suplica a Deus que sejam estes confundidos. Em nossa vida, também acontece isso. Jesus disse: 
"No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo" (Jo 16:33b). 

Conclusão 


Ao fim de sua oração, Davi conforta os que buscam ao Senhor e a sua salvação, exortando-os a professar: "Engrandecido seja o Senhor" (v. 16). Finalmente, o salmista declara sua confiança, dizendo que é pobre e necessitado, mas o Senhor cuida dele, como seu auxílio e libertador. 

Por isso, precisamos continuar buscando e louvando a Deus, pois somente Ele pode libertar e cuidar dos que nEle confiam.

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ESPECIAL SALMOS - 5) VENCENDO A DEPRESSÃO

"Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face" (Salmo 42:5).
A melhor maneira de se evitar a depressão é encher-se do Espírito Santo, ocupar a mente com pensamentos fundamentados na Palavra de Deus, confiando no Senhor em todos os momentos da vida.
1 "Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade.  
2 Porque cedo serão ceifados como a erva, e murcharão como a verdura.  
3 Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado. 4 Deleita-te também no Senhor, e te concederá os desejos do teu coração.  
5 Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará.  
6 E ele fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu juízo como o meio-dia. 
7 Descansa no Senhor, e espera nele; não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos. 8 Deixa a ira, e abandona o furor; não te indignes de forma alguma para fazer o mal.  
9 Porque os malfeitores serão desarraigados; mas aqueles que esperam no Senhor herdarão a terra.  
10 Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; olharás para o seu lugar, e não aparecerá.  
11 Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz" (Salmo 37:1-11). 
Um dos males que mais atingem as pessoas em todo o mundo é a depressão. Há vários tipos de depressão. De igual modo, são várias as suas causas. Contudo, a causa primeira foi certamente a entrada do pecado no mundo - origem de todas as fraquezas e males emocionais, nervosos, psicológicos e físicos. Estudemos, à luz da Bíblia, como vencer e como evitar a depressão com base no Salmo 37. 

I. O que é depressão 


1. Conceito - O Dicionário Aurélio diz que depressão é o 
"ato de deprimir-se; sentimento moral ou físico; letargia". 
No Dicionário Webster, lemos que depressão é 
"a sensação de sentir-se deprimido; desalento; redução da vitalidade funcional; estado anormal de inércia e emoção desagradável". 

2. Sintomas da depressão - De acordo com o dr. Gary R. Collins, autor do livro "Aconselhamento Cristão", estes são alguns dos sintomas da depressão: 
"tristeza, apatia; perda de energia e fadiga, normalmente acompanhada de insônia; pessimismo; medo (síndrome do pânico, em graus mais profundos); sentimento de culpa, vergonha, senso de desamparo; perda de interesse no trabalho, sexo e atividades usuais; perda do apetite". 
Para Paul Hoff, no seu livro O Pastor como Conselheiro, a depressão manifesta-se também através de 
"doenças físicas variadas: tonturas, palpitações cardíacas, dificuldades respiratórias, pressão no peito, acidez estomacal". 
Existem ainda outros sintomas que podem indicar estado de depressão. 

3. Exemplos bíblicos de depressão 

  • a) Moisés - Em Números 11:11-15, vemos o grande líder de Israel, demonstrando imensa tristeza diante das murmurações dos israelitas, a ponto de dizer a Deus:
"Por que fizeste mal a teu servo?... eu sozinho não posso levar a todo o povo, porque muito pesado é para mim... E, se assim fazes comigo, mata-me, eu te peço, se tenho achado graça aos teus olhos; e não me deixes ver o meu mal" (grifo meu). 
  • b) Elias - Em 1 Reis 19, lemos o que aconteceu a Elias após ter matado os profetas de Baal e Azera. Ameaçado pela diabólica Jezabel,
"ele pediu em seu ânimo a morte"... (v. 4).
  • c) Davi - No Salmo 42, vemos o salmista muito triste ante a incredulidade sempre crescente de seus contemporâneos (v. 3). A certa altura, ele pergunta:
"Por que estás abatida, ó minh'alma? E por que te perturbas em mim" (v. 5).

II. As causas da depressão


Nem todas as causas da depressão são bem definidas. Há causas físicas, ambientais, psicológicas, emocionais e muitas outras. Entretanto, algumas delas já são bastante conhecidas, conforme veremos a seguir: 

1. Ressentimento - O ressentimento é a emoção mais destrutiva nos relacionamentos humanos e para o bem-estar pessoal. Não é isso o que Deus quer de nós. Se temos alguma coisa contra alguém, ou se alguém tem alguma coisa contra nós, precisamos, o quanto antes, perdoar ou pedir perdão, que é o antídoto infalível contra a "gangrena emocional" do ressentimento. Jesus mandou perdoar "setenta vezes sete" (Mateus 18:22), ou seja, sempre. 

2. Mágoa - É a irmão gêmea do ressentimento. Guardar mágoa não traz vantagem nenhuma. Só males, doenças e até morte. A Bíblia, sabiamente, diz 
"Toda amargura, e ira... seja tirada de entre vós" (Efésios 4:31). 
Veja também esta passagem: 
"Segui a paz com todos.. tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem" (Hebreus 12:14a, 15). 

3. Ira - É a mãe das duas causas anteriores. É sinônimo de cólera, raiva, indignação. É a principal causa de conflitos ministeriais, conjugais, familiares; é a causadora de miséria, de acidentes e de assassinatos. A ira humana, em geral, é prejudicial à vida espiritual e à saúde da mente e do corpo. O Salmo 37, ora em estudo, recomenda-nos claramente: 
"Deixa a ira e abandona o furor; não te indignes para faze o mal" (v. 8). 

III. A cura da depressão: receita do Salmo 37 

1. Não te indignar por causa dos malfeitores (v. 1) 


Muitas vezes, o crente é levado a um estado de revolta e desânimo, e até de inveja, por ver a aparente prosperidade dos ímpios. Há coisas que não entendemos, mas Deus é justo, e fará justiça a seu tempo. Mas a inveja é obra da carne (Gálatas 5:21a). Não deve ter ugar no coração do crente. 

2. Confiar em Deus (v. 3) 


A depressão pode ocorrer em diversas situações. Rejeição, insucesso, problemas da meia-idade, problemas da adolescência, problemas da juventude, complexo de inferioridade, desemprego, perda de um ente querido etc. Todas essas situações podem explicar a depressão, mas não a justificam na vida do crente fiel, pois temos em quem nos apoiar nas horas amargas da vida (Sl 125:1). 

3. Fazer o bem (v. 3) 


Uma das manifestações do fruto do Espírito é a benignidade (Gl 5:22), a qualidade daquele que só faz o bem. A Bíblia manda fazer o bem e, como resultado, vem o viver pleno na terra que nos concedeu o Senhor, com o suprimento de todas as nossas necessidades (Sl 37:7b). 

4. Deleitar-se em Deus (v. 4) 


É vacina eficaz contra depressão, preparada no laboratório de Deus. É buscar a alegria de Deus, pois a Bíblia declara que na presença do Senhor 
"há abundância de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente" (16:11). 
Muitas vezes não recebemos bênçãos porque nos inquietamos, e até murmuramos, mas a alegria em Deus assegura a vitória contra o desânimo e a depressão. 

5. Entregar o caminho ao Senhor (v. 5a) 


Há situações me que o crente por estar tão deprimido, não consegue nem orar. A Palavra de Deus, porém, nos assegura que, se lhe entregarmos os nossos caminhos sem restrições e com total confiança, Ele tudo fará. Mas é preciso ENTREGAR, CONFIANDO. 

Entregar os caminhos significa colocar nas mãos de Deus os problemas, a família, a casa, o lar, o emprego, a empresa, o namoro, o noivado, o casamento, o ministério, os desejos e os sonhos. É lançar sobre Ele toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de nós (1 Pedro 5:7). Deus é fiel! Ele vela pela sua palavra (Jeremias 1:12b; Isaías 55:11). Ele trabalha pelos que nEle esperam (Is 64:4). 

6. Descansar no Senhor e esperar nEle (v. 7) 


Este passo, indicado no salmo em estudo, parece-nos o mais difícil. Descansar mesmo, de verdade, no Senhor, não é tão fácil como se pensa. Diante de certas dificuldades embora pareça que entregamos tudo a Deus, ficamos agarrados à corda da falta de fé. 

Descansar no Senhor é fazer como fez Abraão. Diante da ordem divina, o patriarca não vacilou: pegou Isaque e o levou para o sacrifício. Indagado onde estaria o cordeiro, respondeu: 
"Deus proverá" (Gênesis 22:5-8). 
Descansar em Deus é responder como Jó em meio à prova tremenda: 
"Porque eu sei que o meu Redentor vive... Vê-lO-ei por mim mesmo..." (19:25-27). 
Um antigo hino da Harpa Cristã (389 HC), diz: 
"Descansarei, sob Suas asas preciosas! Descansarei, e não temerei, sob asas tão poderosas!" 

IV. Vivendo abundantemente 

1. Os mansos herdarão a terra (v. 11a; v. 22) 


É promessa de Deus. Os violentos, os iracundos, não arrependidos, só herdarão a sepultura e o inferno. Mas os mansos, um dia, haverão de herdar a terra. Foi o que Jesus prometeu em suas bem-aventuranças (Mt 5:5). Jesus é mestre em mansidão, e convida todos ao aprendizado (11:29b). Mansidão é a prevenção da ira, da cólera. 

2. Os manos terão abundância de paz (v. 11b) 


A paz é tão procurada, mas tão pouco encontrada, porque as pessoas não querem Jesus, o Príncipe da Paz. Para os que obedecem a Deus, a paz é prometida em abundância. 

3. Os passos são confirmados pelo Senhor (v. 23) 


Deus promete confirmar os passos "de um homem bom", pois "ele deleita-se em seu caminho". O homem bom, segundo a Bíblia, é aquele que pauta a sua vida nos princípios de Deus e não na justiça ou bondade humanas. Esse homem não se deixa dominar pela depressão; pois sabe que Deus o apoia em suas decisões, pois estas são tomadas de acordo com a justiça divina. 

4. Deus sustenta o homem bom (v. 25) 


"Ainda que caia não ficará prostrado, pois o Senhor o sustém com a sua mão". Os olhos do Senhor estão sobre o justo (Sl 34:15). 

Mesmo que este caia muitas vezes, se levantará (Provérbios 24:16a). 

5. Deus ampara o justo (v. 25) 


"Fui moço e agora sou velo, mas nunca vi desamparado o justo nem a sua descendência a mendigar o pão". Esta é uma das mais belas promessas de Deus. Quem confia nEle, não fica deprimido, nem pensando no seu próprio futuro nem de sua família. 

6. Futuro de paz (v. 37) 


O salmista exorta-nos a notar "o homem sincero" e o "que é reto", pois para esses, é prometido um futuro de paz e não de tristeza, nem e de amargura ou depressão. 

Conclusão 


O Salmo 37, um dos mais belos do Saltério, traz lições maravilhosas, não só quanto ao aparente sucesso dos ímpios, mas principalmente quanto a confiar no Senhor, entregando-lhe todos os problemas. Este salmo ensina-nos a descansar inteiramente no Senhor. Quem adota essas orientações, desenvolve atitudes mentais elevadas, e jamais será dominado por qualquer tipo de depressão. Afinal, o Senhor Jesus nos promete vida e vida com abundância.

  • Escrevi mais artigos sobre o tema depressão. Caso queira ler clique ➫ aqui, ➫ aqui, ➫ aqui, ➫ aqui, ➫ aqui e ➫ aqui.
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quarta-feira, 26 de julho de 2017

ESPECIAL SALMOS - 4) O PERFIL DO CIDADÃO DOS CÉUS

 
"Andemos honestamente, como de dia, não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e invejas" (Romanos 13:13).
O verdadeiro cidadão dos céus é uma pessoa íntegra em sua vida espiritual, social, moral, cívica e pessoal.
1 "SENHOR, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?
2 Aquele que anda sinceramente, e pratica a justiça, e fala a verdade no seu coração.
3 Aquele que não difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhum opróbrio contra o seu próximo;
4 A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao Senhor; aquele que jura com dano seu, e contudo não muda.
5 Aquele que não dá o seu dinheiro com usura, nem recebe peitas contra o inocente. Quem faz isto nunca será abalado" (Tradução Almeida Corrigida Fiel). 
1 "Ó Senhor Deus, quem tem o direito de morar no teu Templo?
Quem pode viver no teu monte santo?
2 Só tem esse direito aquele que vive uma vida correta, que faz o que é certo e que é sincero e verdadeiro no que diz.3 Ele não fala mal dos outros, não prejudica os seus amigos e não espalha boatos a respeito dos seus vizinhos.
4 Ele despreza aqueles que o Senhor rejeita, mas trata com respeito os que o temem. Ele cumpre o que promete, mesmo com prejuízo próprio,
5 Empresta sem cobrar juros e não aceita suborno para ser testemunha contra pessoas inocentes" (Nova Versão na Linguagem de Hoje).

Salmos 15:1-5
No Salmo 15, encontramos preciosas lições sobre o caráter e o perfil do verdadeiro cidadão dos céus. O crente tem dupla cidadania. Uma terrestre; e outra, celestial. Para ser cidadão da terra, é necessário que possa exercer os seus deveres e direitos civis. Mas para ser cidadão do céu, as qualificações requeridas são muito mais elevadas.

I. Uma pergunta pertinente


Cremos que Davi estava em atitude de oração ao ser levado a perguntar a Deus:
"Senhor, quem habitará no teu tabernáculo?" (v. 1a).
Com esta pergunta, o salmista obteve mais do que uma resposta para si mesmo. Obteve uma revelação das qualidades necessárias a todos os que querem ir para o céu.
  • 1. Quem habitará no tabernáculo (templo, presença) de Deus? - O salmista conhecia o tabernáculo terrestre, que fora construído no deserto. Era um lugar santo. Aí, manifestava-se a presença de Deus. Davi também sabia da existência de um tabernáculo melhor, eterno, nos céus. Mas queria saber quem seriam os seus habitantes. 

  • Perguntas semelhantes foram feitas a Jesus - O jovem rico perguntou-lhe o que deveria fazer para herdar a vida eterna (Lucas 18:18). O carcereiro de Filipos fez idêntica indagação a Paulo e Silas (Atos 16:30). O teólogo e biblicista Mathew Henry, em sua obra Livros Poéticos (página 54) compara a Igreja Militante ao tabernáculo do deserto, pois era um lugar de reunião que estava sempre em movimento.

  • 2. Quem morará no teu santo Monte? - Em Israel, havia muitas cidades e aldeias. Entretanto, era um privilégio morar no Monte Sião. No tempo de Neemias, só dez por cento dos habitantes tiveram o privilégio de morar em Jerusalém. Foram abençoados os que passaram a residir ali (Ne 11:1,2). Para Mathew Henry, o Monte Sião é uma figura da Igreja Triunfante, jamais será abalada. Os crentes fiéis estarão para sempre na Nova Jerusalém (Apocalipse 21:2,3).

II. A resposta esclarecedora


No salmo em estudo, encontramos onze qualidades que indicam o perfil do verdadeiro cidadão dos céus.

1. Qualificações diante de Deus (v. 2a)


a) Anda em sinceridade - Esta é uma qualidade do verdadeiro cidadão do céu, demonstrada, primordialmente, diante de Deus. Em Gênesis 17:1, Deus ordenou a Abraão: 
"...anda na minha presença e sê perfeito". 
Isso equivale a ser íntegro diante do Senhor. A palavra hebraica para integridade é tamim, significando que o indivíduo íntegro é aquele que diz o que faz e faz o que diz (Tiago 2:12). O apóstolo Paulo faz idêntica exortação: 
"Procura apresentar-se diante de Deus aprovado" (2 Timóteo 2:15).

b) Pratica a justiça - A justiça emana de Deus. O crente só consegue viver bem diante do Senhor, se tiver a justiça divina. Noé foi um exemplo de homem que pratica a justiça e retidão (Gn 6:9). Davi conhecia a Deus como o verdadeiro Pastor, pois somente Ele (Deus) pode nos guiar pelas veredas da justiça (Sl 23:3b).

É imprescindível que sejamos verdadeiros em qualquer circunstância. Diante de Deus não existe "meia-verdade".

2. Qualificações diante dos homens


Estas qualificações referem-se ao comportamento, ou conduta ética, do cidadão dos céus diante dos homens, sejam estes salvos ou não. Refletem o caráter ideal do servo de Deus. Tais qualidades podem servir de parâmetro para a nossa auto-avaliação. Devemos julgar a nós mesmos (1 Coríntios 11:28:31).

a) Fala a verdade - O cidadão dos céus chegou a essa condição porque, um dia, creu na verdade (João 14:6b). Ele foi liberto pela verdade (4:24). Foi santificado pela verdade (17:17). Em consequência, tem como característica básica ser pessoa que só fala "verazmente segundo o seu coração" (v. 2b). Temos de estar atentos o tempo todo e clamar o sangue de Jesus, pois vira e mexe estamos caindo no erro de falar mentiras. Somos impelidos, assediados e conduzidos a mentir.

b) Não difama o próximo (v. 3a) - Difamar vem do latim diffamare, significando "tirar a boa fama ou o crédito", falar mal de alguém. E isto é crime! O verdadeiro cidadão dos céus, o crente realmente salvo, não age assim. Se ele não puder falar bem do seu próximo (seja ele crente ou não) não há de falar mal. Tiago exorta a que não falemos mal uns dos outros (Tg 4:11). Eu não preciso nem dizer que 11 em cada 10 crentes cometem tal erro.

c) Não faz mal ao próximo (v. 3b) - Fazer mal é próprio dos malignos, dos maldosos, dos ímpios, que 
"não dormem, se não fizerem o mal, e foge deles o sono se não fizerem tropeçar alguém" (Provérbios 4:16). 
O cidadão dos céus demonstra, em todos os aspectos de sua vida, cultivar a benignidade, qualidade daquele que só faz o bem. Fazer o mal, no texto, tem um sentido amplo: refere-se a qualquer tipo de atitude que venha a prejudicar o próximo (seja ele crente ou não) em qualquer circunstância, quer no aspecto moral, quer no social, quer no espiritual ou físico. Quem faz o mal colherá o fruto do que anda semeando (Gálatas 6:7). Infelizmente não é difícil encontrar no meio evangélico, pseudo-cristãos que agem dessa forma.

d) Não aceita afronta contra o seu próximo (v. 3) - Afronta quer dizer ofensa, ultraje, humilhação, de modo agressivo, de uma pessoa contra outra. O cidadão do céu é capaz de suportar a afronta contra si mesmo, demonstrando o fruto do Espírito, da longanimidade, mas não "aceita nenhuma afronta contra o seu próximo" (seja ele crente ou não). O fuxico e a fofoca não podem existir no meio dos crente em Jesus. 

O "disse-que-disse" é obra da carne e instrumento usado pelo diabo para semear a intriga e a discórdia entre os irmãos. Numa casa de crentes, vimos certa vez um quadro, logo na entrada, em que estava inscrito: "Aqui não se fala mal dos irmãos. Ora-se por eles." Por que será que é tão mais fácil falar mal do que orar por uma pessoa? Por que será que as rodas de oração não são tão disputadas e frequentadas quanto as rodas de fofoca?

e) Despreza o réprobo (v. 4a) - Réprobo é sinônimo de reprovado, mal, perverso. O cidadão dos céus não pode aprovar, por ação ou omissão, o comportamento dos ímpios. Deve amá-los, espiritualmente, como Cristo os ama, mas desprezá-los em suas práticas pecaminosas. Neemias, ouvindo o falso convite de Sambalate, Tobias e Gesém, logo os desprezou: "Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer" (6:2,3). Jesus, diante da ameaça de Herodes, um governante réprobo, desprezou-o de imediato, chamando de raposa (Lucas 13:32).

f. Honra aos que temem a Deus (v. 4b) - Os que temem a Deus, de modo geral, estão entre os que são considerados 
"como lixo deste mundo e como a escória de todos" (1 Co 4:13). 
Desse modo, só quem está em condições de hontar aos que temem a Deus são os verdadeiros cidadãos do céu. Os pais crentes devem amar e honrar a seus filhos; os esposos devem honrar as esposas e vice-versa; os fiéis devem honrar os pastores e estes aos fiéis.

g) Cumpre os seus compromissos (v. 4c) - O texto do salmo diz: "aquele que, mesmo que jure com dano seu, não muda". No AT, as pessoas faziam juramento diante de contratos e acordos. No Novo Testamento, vemos que Jesus nos ensinou a não jurar nem pelo céu nem pela terra (Mt 5:34). Ele exortou seus seguidores a serem pessoas íntegras no cumprimento da palavra, dizendo: 
"Seja, porém, o vosso falar: sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna" (5:37). 
Uma pessoa, que se diz cristã, e compra e não paga; pede dinheiro emprestado, prometendo pagar tal dia e. depois, fica evitando o credor, não é cidadã do céu. Que Deus guarde as igrejas desse tipo de pessoa.

h) Não empresta seu dinheiro com usura (v. 5a) - Pedir dinheiro emprestado não é coisa boa (ver Provérbios 22:7). Às vezes, porém, certas circunstâncias obrigam o crente a fazê-lo (todos nós estamos sujeitos a isso, ainda mais em tempos tão difíceis). Se tivermos condições de ajudar alguém, concedendo-lhe um empréstimo, devemos fazê-lo de modo cristão e compassivo (Sl 37:26), sem explorar o próximo, nem lhe cobrando a usura (juros).

i) Não aceita suborno (v. 5b) - Suborno quer dizer peita, corrupção. Subornar é dar dinheiro pra conseguir alguma coisa que vá de encontro (ou seja, se choca) à moral e aos princípios cristãos. O cidadão dos céu jamais aceita tal prática seja contra o culpado e muito menos contra o inocente. No AT , o suborno era condenado com rigor (Isaías 1:23; 5:23; Ezequiel 22:12). No mundo sem Deus, a prática do suborno é quase regra. Mas, como cidadãos dos céus, devemos condenar esta prática.

III. A promessa ao cidadão do céu


Seis palavras apenas são usadas, no final do salmo, para descrever o galardão do verdadeiro cidadão do céu:
"quem faz isto nunca será abalado".
Isto é, quem age de acordo com as qualidades do verdadeiro cidadão dos céus, jamais sofrerá qualquer abalo. Jesus deixou bem claro que não é aquele que diz "Senhor, Senhor!" que entrará no Reino dos céus, mas o que faz a vontade de Deus (Mt 7:21).

O Senhor Jesus disse que muitos, naquele dia, alegarão que profetizaram, expulsaram demônios e até fizeram "muitas maravilhas" no seu nome (7:22). Mas tudo em vão, pois, embora agissem como se fossem justos, no íntimo, eram falsos crentes. Hoje, há pessoas que se admiram com as "maravilhas" que estão acontecendo por aí, em certos movimentos religiosos.

Devemos estar atentos, pois, o que não falta hoje são movimentos ditos pentecostais e de avivamento, que atraem multidões pela operação de sinais, maravilhas e prodígios. Nós devemos ter sabedoria e discernimento para que andemos sob a direção do Espírito e não sejamos levados por toda nuvem de doutrina (tem um ilustre senhor aí, que diz estar na "plenitude", que se veste de mendigo na frente das câmeras, com roupas feitas de saco, mas só voa de helicóptero e, quando anda aqui embaixo, é só de carrão importado). Mas a promessa de Deus não é para quem opera milagres, nem para quem enche igrejas; é para quem tem e pratica as qualidades do verdadeiro cidadão dos céus. 

Conclusão


Ser cidadão dos céus, ao mesmo tempo em que se é cidadão da terra não é coisa fácil. Estamos num mundo em que a corrupção campeia por toda a parte, e, infelizmente, tem atingido até mesmo o meio evangélico em alguns casos. Contudo, conhecendo as qualidades do verdadeiro cidadão dos céus, devemos esforçar-nos, pedindo a Deus que nos ajude não só a entendê-las, mas a colocá-las em prática em nosso viver diário.


A Deus toda glória.
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segunda-feira, 24 de julho de 2017

ESPECIAL SALMOS - 3) O SENHOR É O MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ

"Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas" (João 10:11).
Para termos o Senhor como o nosso Pastor, precisamos viver como suas ovelhas, desfrutando do seus cuidados e de sua graça em todos os dias de nossa vida.
1 "O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.
2 Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. 
3 Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. 
4 Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. 
5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda 
6 Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias" (Salmo 23).
O Salmo 23 é o Salmo do Pastor. É uma canção de fé. O salmista tinha larga experiência como pastor de ovelhas. Num breve texto, ele conseguiu resumir diversos aspectos do cuidado de Deus para com seus seus servos, 
"ovelhas do seu pasto" (100:3).

I. Os cuidados do Pastor

1. O Senhor como pastor


O salmista tinha em mente o que Jeová-Raá (o Senhor como Pastor) representava para ele. Davi conhecia reis, profetas, sacerdotes, generais etc., mas, para expressar melhor a sua visão de Deus, tomou emprestada a figura de um bondoso pastor de ovelhas, e o seu relacionamento com o rebanho. Davi sabia o que era ser pastor, pois exercera essa atividade quando jovem (78:70,71). Sabia que Deus é o Pastor de Israel (80:1); que 
"Ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas da sua mão" (90:7; 100:2b; Isaías 40:11; Ezequiel 34:6-19).
Nós, os que aceitamos a Cristo também somos comparados a ovelhas, pois Jesus é o nosso Pastor. Ele disse: 
"Eu sou o bom Pastor..." (João 10:11a, 14a). 

2. O pastor que provê


O salmista começa, falando do Pastor: "O Senhor é o meu pastor; e nada me faltará" (v. 1b). O Senhor é ao mesmo tempo Pastor e também Jeová-Jiré: o Senhor que Provê. Isto fala do cuidado e do amor de Deus ara com os seus servos, individual e coletivamente. Ele não deixa faltar nada que seja útil e necessário à vida do crente fiel que se comporta como sua ovelha, buscando obedecê-lO e fazendo a sua vontade. Se o Bom Pastor não nos dá algo é porque, certamente, não é bom para nós. Mas tudo aquilo de que necessitamos para o nosso bem, Ele provê na medida e no tempo certo.

3. O pastor que alimenta


"Deitar-me faz em verdes pastos" (v. 2a). O bom Pastor não leva o rebanho a alimentar-se em qualquer pastagem. Conhecendo os campos, Ele sabe onde encontrar o melhor alimento para as ovelhas. Não lhes dá pasto seco nem contaminado. Na vida espiritual, o Senhor Jesus Cristo, o bom Pastor, nos alimenta com a sua Palavra (conforme Jo 6:32-35; 8:31; 10:9c; 15:7).

4. O pastor que guia


"Guia-me mansamente a águas tranquilas" (v. 2c). O pastor cuidadoso leva as ovelhas a se alimentarem nos verdes pastos, diante de águas tranquilas, apropriadas para dessedentar-lhes a sede, ao mesmo tempo em que lhes da a sensação de paz e descanso. E o faz mansamente. Adiante das ovelhas, Ele as guia "pelas veredas da justiça" (v. 3b). As ovelhas são conduzidas em direção à paz e à justiça "por amor do seu nome". Jesus Cristo, nosso bom Pastor, nos deixou a sua gloriosa paz (14:27), que "excede a todo o entendimento" (Filipenses 4:7). e nos deu o exemplo, cumprindo "toda a justiça" (Mt 3:15).

5. O pastor que dá refrigério


"Refrigera a minha alma" (v. 3a). Em meio ao calor sufocante, o pastor procurava lugares altos, onde as ovelhas pudessem sentir o soprar aconchegante do vento suave. Nosso Pastor, Jesus Cristo, nos refrigera a alma. Ele prometeu, e enviou, o Consolador, o Espírito Santo (conforme Jo 7:37-39; 14:16-18).

Quando o crente está desanimado, abatido, sufocado pelas lutas e tribulações, ouve ele o Espírito Santo soprar-lhe aos ouvidos: 
"Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus..." (Is 41:10). 
O Senhor restaura as nossas forças, aliviando-nos da fadiga, do cansaço (40:29). Através do arrependimento e da conversão, "os tempos do refrigério pela presença do Senhor" chegaram até nós (Atos 3:19).

6. O pastor que dá segurança


O pastor do salmo dá segurança à ovelha, mesmo que ela esteja passando "pelo vale da sombra da morte". Este vale é uma figura das situações de perigo pelas quais o crente pode passar: doenças, acidentes, agressões ou ameaça de morte. O bom Pastor dá segurança à ovelha, através de três coisas:
  • a) Através de sua presença - "Porque tu estás comigo". É o Jeová-Shamá - o Senhor que está presente no meio de seu povo (Emanuel). O crente fiel, sentindo-se na presença de Deus, não tem mal algum. Jesus, nosso Pastor, prometeu estar conosco até a consumação dos séculos (Mt 28:20).
  • b) Através de sua vara - Em hebraico, vara é shábet, um instrumento de defesa usado pelos pastores de ovelhas para afugentar lobos, leões e ursos. Era uma espécie de bastão não muito longo, porém muito resistente. As ovelhas eram contadas, passando por "debaixo da vara" (Levíticos 27:32). A vara representa a autoridade e o poder do Senhor. Hoje, o que põe o "leão" em retirada é o nome de Jesus (Mc 16:17,18).
  • c) Através do seu cajado - Segundo o biblicista Matthew Henry, o cajado é um instrumento distinto da vara. Enquanto esta era mais curta, aquela era mais comprido e delgado, podendo ser até curvado. Com ele, o pastor guia as ovelhas, levanta as que estão cansadas, trazendo-as para junto de si. Jesus, nosso Pastor, cuida de nós com o "cajado" do seu amor. Quando estamos fracos, Ele nos fortalece; quando estamos caídos, Ele nos levanta; quando estamos querendo afastar-nos do rebanho, Ele nos toca com o seu cajado, e nos reconduz "pelas veredas da justiça, por amor do seu nome" (Sl 23:3b).

II. O hospedeiro divino


Nos versículos 5 e 6, o cenário muda e o salmista passa a falar com o Pastor. Davi sente-se como um hóspede honrado e feliz, na casa do hospedeiro divino, desfrutando da segurança, da provisão e da alegria proporcionadas pela Casa do Senhor.

1. Preparando uma mesa farta


O salmista tralada-se, mentalmente, do ambiente pastoril para um cenário doméstico, rico e abundante, em que Deus, o Jeová-Jiré, propicia todo o suprimento necessário ao seu servo, providenciando uma mesa perante ele. É mesa de bênçãos, salvação, paz, alegria, gozo do Espírito Santo, segurança e muito mais.

2. Na presença dos inimigos


Por ironia divina, o Senhor nos prepara a mesa na presença de nossos adversários. Enquanto estes nos desejam a morte, Deus nos dá vida abundante; enquanto nos almejam a queda, Deus firma-nos sobe a Rocha; esta é a mesa que o Senhor nos preparou.

O Bom Pastor, como se vê, leva-nos continuamente à "sala do banquete" (Colossenses 2:4). E, como está escrito em Provérbios o que tem o coração alegre tem um banquete contínuo (Provérbios 15:15).

3. Ungindo a cabeça com óleo (v. 5b)


O bom anfitrião, na Palestina, ungia o visitante com óleo. Era um gesto de honra. Jesus censurou um fariseu, que o hospedara, por não ter ungido a cabeça com óleo (Lc 7:46). No salmo em estudo, o hospedeiro unge a cabeça do hóspede com óleo, ou azeite perfumado representando a unção de Deus através do Espírito Santo.

4. O cálice transbordando


Isso nos fala da alegria transbordante do Espírito Santo. Jesus disse que não nos dá o Espírito por medida. Isto é, de modo mesquinho, racionado (Jo 3:34). Ele promete bênçãos sem medida (Mt 3:10). Ele veio para que tenhamos vida com abundância (Jo 10:10). O Senhor prometeu um transbordar de "rios de água viva" do interior do crente cheio do Espírito Santo (7:38,39). 

5. Bondade e misericórdia para sempre

  • a) A bondade de Deus (v. 6a) - Bondade é a qualidade daquele que é bom. Deus, o hospedeiro divino, retratado no salmo em estudo, reflete em si a bondade absoluta. O Senhor é bom e reto (Sl 25:1). A Palavra nos manda provar e ver que "o Senhor é bom..." (34:8). Ele é bom para os que nEle esperam (Lamentações 3:25). A bondade de Deus excede a tudo o que se possa entender a respeito dessa qualidade. É sinônimo de benignidade, de beneficência (conforme Neemias 9:17; Sl 17:7; 106:4; 119:64).
  • b) A misericórdia de Deus - O salmista tinha a convicção de que a bondade e a misericórdia do Senhor o acompanhariam por todos os dias de sua vida (v. 6a). Ele via a compaixão de Deus pelos seus servos em suas dores e lutas. Ter misericórdia é sentir a miséria alheia. Ninguém melhor que Deus para se compadecer de nós. Ele está sempre ao nosso lado quando enfrentamos dificuldades seja na vida espiritual, seja na familiar, pessoal, financeira, ou na saúde etc.
A misericórdia de Deus é tão grande que, enquanto visita a maldade dos pais nos filhos até a quarta geração, Ele faz misericórdia em milhares de gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos (Êxodo 20:6). Deus é misericordioso e compassivo (Sl 103:8). A misericórdia de Deus é tão grande que se eleva até os céus (57:10) e dura para sempre (100:5). Nós, hoje, pela graça de Deus, contamos com a sua eterna misericórdia. Ele viu a nossa miséria quando andávamos desgarrados como ovelhas que não têm pastor (Mt 6:34; 9:36), e nos amou tanto que enviou o seu Filho unigênito para morrer em nosso lugar (Jo 3:16).

Conclusão


O Salmo 23, um dos mais conhecidos, lidos e recitados, em todos os tempos e lugares, tem mensagens profundas para o nosso viver. Se nos colocarmos na condição de ovelhas de seu pasto, Ele será sempre o nosso Pastor "e nada nos faltará". Se confiarmos no seu cuidado e proteção, Ele será sempre o nosso querido anfitrião, preparando-nos uma mesa farta, com todo o provimento necessário à nossa vida espiritual e material. É uma grande bênção poder recitar o Salmo 23, conhecido como o Salmo do Pastor. Contudo, mais importante, é conhecer o Pastor do Salmo e ter intimidade com Ele.

[Fonte: CPAD - Casa Publicadora das Assembleias de Deus]

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