Total de visualizações de página

sexta-feira, 3 de julho de 2015

SUICÍDIO!!!

Recentemente uma onda de suicídio invadiu as redes sociais. Adolescentes e jovens entraram numa "moda" bizarra de suicídios, onde vídeos de garotos se matando  não se sabe quantos deles eram reais  chegaram a ser postados e havia até tutoriais de suicídios no Facebook. 

Alguém me pediu que escrevesse sobre o assunto. Como é algo sério, antes da postagem, fiz uma extensa pesquisa, li livros, artigos sobre o assunto, segundo o prisma de especialistas na área cível e psiquiátrica. O resultado de minhas pesquisas, assim como meu posicionamento sobre o assunto, segue neste artigo.

Suicídio (do latim sui, "próprio", e caedere, "matar") é o ato intencional de matar a si mesmo. Pensar em suicídio é se entregar a uma busca incansável dos porquês. É refletir sobre quais sentimentos, faltas, lacunas ou mistérios rondavam aquela existência. 

Muitos questionamentos surgem, como por exemplo, por que as pessoas se matam, o que aconteceu com aquela pessoa para desistir de viver e se matar, etc. Isto consequentemente nos leva a uma busca por respostas no sentido de aliviar o sofrimento e a sensação de indignação e inconformismo, por alguém ter decidido acabar com sua própria vida. 

Refletir sobre suicídio é também analisar por que este fenômeno tem sido silenciado ao longo dos anos pela sociedade, autoridades responsáveis, profissionais de saúde e familiares, camuflando assim um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. O fato é que este silêncio não ajuda, é preciso abordar o suicídio de forma responsável e realística, para ajudar na prevenção. 

A literatura mostra que a associação entre suicídio e transtornos mentais é de mais de 90%. Entre os transtornos mentais associados ao suicídio, a Depressão Maior se destaca. Os outros transtornos mentais que aparecem na literatura associados ao suicídio são os transtornos bipolares do humor, abuso de álcool, esquizofrenia e transtornos de personalidade (*Dados extraídos da revista Ciência Hoje). 

A ideia do suicídio como um aparente desfecho para uma história de muito sofrimento, de um quadro depressivo, um ato de desespero ou insanidade, reacende uma discussão sobre a dificuldade que é a compreensão e a abordagem destas pessoas no desenrolar de suas tramas pessoais, além das dificuldades de detecção de sinais de desesperança, dos pedidos de ajuda, verbais e não verbais comuns frente ao surgimento do desejo de morte e da própria ideação suicida. 

Lidar com a morte nos remete a nossa própria finitude, que atormenta e ameaça. A morte voluntária (suicídio) assusta ainda mais, pois contraria, inquieta e deixa um incômodo no ambiente onde é revelada, suscitando ideias, sentimentos e fantasias de conteúdo terrorífico. Para a psicanálise freudiana, nenhum de nós acredita na própria morte; ou, o que venha a significar o mesmo, e que no inconsciente, cada um de nós está convencido de sua imortalidade. 

Segundo pesquisas na área de psiquiatria o suicídio é um sério problema de saúde pública, principalmente em países desenvolvidos, onde as altas taxas de suicídio entre jovens adultos do sexo masculino fazem com que este seja uma das principais causas de morte e de anos potenciais de vida perdidos. A etiologia do suicídio é certamente complexa, com diversos fatores contribuindo para a predisposição a este evento. Entre estes se encontram os fatores genéticos. 

Nos últimos anos, diversos estudos genético-epidemiológicos têm consistentemente sugerido que o componente genético é significativo. Entretanto, o modo exato através do qual os genes aumentam a predisposição de certos indivíduos a cometer o suicídio é ainda desconhecido. 

Há evidência crescente de que os fatores genéticos devem influenciar a predisposição ao suicídio via uma modulação dos comportamentos impulsivo e impulsivo-agressivo. Este artigo revisa e discute os estudos que investigaram fatores genéticos no comportamento suicida, assim como esta relação com os traços impulsivo-agressivos. 

O comportamento suicida é comumente classificado em três diferentes categorias ou domínios: ideação suicida, tentativas de suicídio e suicídio propriamente dito . Apesar de que poucos dados são disponíveis, estudos clínicos e epidemiológicos sugerem a presença de um gradiente de gravidade e também de heterogeneidade entre estas diferentes categorias. Assim, num dos extremos teríamos a ideação suicida - ou seja, os pensamentos, idéias e desejos de estar morto - e no outro, o suicídio completo ou propriamente dito, com as tentativas de suicídio entre estes. 

A presença de ideação suicida e, principalmente, de uma história positiva de tentativas de suicídio têm sido vistas como tendo um importante valor preditivo na avaliação do risco para suicídio. Entretanto, uma maior quantidade de estudos, principalmente prospectivos, são necessários para melhor compreender a relação entre estes diferentes tipos de manifestações do comportamento suicida. Nesta revisão focalizaremos principalmente o suicídio completo. 

Sob o contexto legal, segundo o Artigo 122 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40, induzir uma pessoa ao suicídio configura-se crime: 
  • CP — Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 
¬ Art. 122 — Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: 
¬ Pena — reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 

Parágrafo único — A pena é duplicada: 

Aumento de pena  
¬ I — se o crime é praticado por motivo egoístico; 
¬ II — se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. 
Infanticídio 
(Fonte: STJ — Superior Tribunal de Justiça) 

Um depressivo-suicida é salvo? 


Bom, eu não responderei e acredito que nenhum ser humano possa responder plenamente a esta pergunta, pois este tipo de julgamento pertence a Deus (ver Ezequiel 18:30, 34:20, Mateus 16:27, Apocalipse 14:7, 22:12), o ÚNICO que é capaz de sondar o íntimo de cada criatura (conforme Salmo 7:9, 17:3 e 139:1). 

Não temos como avaliar plenamente até que ponto um depressivo tem responsabilidades por seus atos na visão do Senhor. Sabemos sim que Ele dá a todos nós forças para que cortemos maus pensamentos de modo que estes não venham a criar maus frutos (conforme Filipenses 4:8 e 13). Entretanto, é bom atentarmos para o fato de que há diferentes fases na depressão, uma na qual a pessoa está sem forças mentais para resistir ao desejo de se matar. 

Em Sua misericórdia, podemos crer que Deus levará isso em conta, com certeza. Assim, não podemos afirmar se alguém que se suicide em meio a um a crise de depressão vá perder-se. Só Deus o sabe. 

A Bíblia e o suicídio 


A Bíblia menciona seis pessoas específicas que cometeram suicídio: Abimeleque (Juízes 9:54), Saul (1 Samuel 31:4), o escudeiro de Saul (1 Samuel 31:4-6), Aitofel (2 Samuel 17:23), Zinri (1 Reis 16:18) e Judas (Mt 27:5). Cinco deles eram homens pecadores e perversos (não se sabe o suficiente sobre o escudeiro de Saul para fazer um julgamento a respeito de seu caráter). 

Alguns consideram Sansão um exemplo de suicídio (Juízes 16:26-31), mas o seu objetivo era matar os filisteus e não a si mesmo. Sabe-se, portanto, que a Bíblia enxerga o suicídio da mesma forma que assassinato, pois isso é exatamente o que é — auto-assassinato. 

De acordo com a Bíblia, o suicídio não é o que determina se uma pessoa ganha ou não acesso ao céu. Se um descrente cometer suicídio, ele não fez nada mais do que "acelerar" a sua jornada para o lago de fogo. Entretanto, no fim das contas, a pessoa que cometeu suicídio estará no inferno por ter rejeitado a salvação através de Cristo, não por ter cometido suicídio. 

O que a Bíblia diz sobre um cristão que comete suicídio? 


A Bíblia ensina que podemos ter a garantia da vida eterna a partir do momento em que verdadeiramente crermos em Cristo (João 3:16). Segundo a Bíblia, os cristãos podem saber que possuem a vida eterna sem qualquer dúvida (1 Jo 5:13). 

Nada pode separar um cristão do amor de Deus (Romanos 8:38,39). Se nenhuma "criatura" pode separar um cristão do amor de Deus, e até mesmo um cristão que comete suicídio é uma "coisa criada", então nem mesmo o suicídio pode separar um cristão do amor de Deus?
 
Jesus morreu por todos os nossos pecados e se um cristão verdadeiro, em um momento de crise e fraqueza espiritual, cometer suicídio, esse pecado ainda seria coberto pelo sangue de Cristo? 


Estas são outras perguntas intrigantes quanto à questão do suicídio sob a perspectiva espiritual do cristianismo. O suicídio é um grave pecado contra Deus. Segundo a Bíblia, o suicídio é assassinato; é sempre errado. Deve-se ter sérias dúvidas sobre a autenticidade da fé de qualquer pessoa que afirmava ser um cristão, mas mesmo assim cometeu suicídio. Não há nenhuma circunstância que possa justificar que alguém, especialmente um cristão, tire a sua vida própria. Os cristãos são chamados a viver suas vidas para Deus e a decisão de quando morrer pertence a Deus e somente a Ele. 

Enfim... 


Assunto complexo, espinhoso. Antes de tudo, é bom frisar que não quero ser leviano ao efetuar essa análise sobre o assunto. Não quero ser o dono da verdade. A reflexão que aqui se impõe no que diz respeito a um debate de idéias, fundamentado em um senso crítico aliado às minhas convicções bíblicas. Mantenho meu profundo respeito por alguém que por acaso pense diferente de mim. 

Pois bem... 


Os que acreditam que crentes suicidas são salvos, baseiam-se na famosa passagem de João 3:16. Ou seja, uma vez crendo em Jesus, a pessoa está salva e, portanto, à partir daí pode fazer o que lhe der na telha. 

Não tenho dúvida alguma que o ponto fulcral desse assunto gira em torno da própria concepção de salvação. Com efeito, tal ponderação tem no seu pano de fundo a doutrina calvinista, para quem, o homem, uma vez salvo, sempre salvo. De modo que, nem mesmo o suicídio "poderia separar o homem do amor de Deus". 

Contudo, dizer que mesmo tirando a sua própria vida o cristão mantém a sua salvação é desconsiderar o valor da vida – dom magnífico de Deus. O homem foi criado segundo a imagem e semelhança de Deus; destruir o próprio corpo é desonrar o Criador. 

O apóstolo Paulo é categórico ao afirmar que nosso corpo é templo do Espírito, e que ele habita em nós (1 Coríntios 6:16); e que, por isso mesmo, 
"se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo" (3:17). 
A salvação, portanto, não é uma licença para se fazer tudo que se queira, muito menos tirar a sua própria vida. O ato, em si, é uma demonstração de completa desesperança e falta de confiança no Doador da vida. Um ato de grande egoísmo e independência, desconsiderando-se o sofrimento daqueles que ficam. 

Além disso, o termo "nada" utilizado por Paulo em Romanos 8:38 não possui valor absoluto, devendo ser interpretado em conformidade com o próprio texto, dentro de seu contexto. Se assim fosse acreditaríamos que nem mesmo o pecado nos separaria de Deus.

Mas a Bíblia diz que separa (Isaías 59:2) e o próprio Jesus provou que separa, ao ter de levar sobre si o pecado da humanidade. Embora Ele próprio não tenha cometido pecado algum, se fez pecado — ou seja, absorveu em si o pecado — e, por isso, submeteu-se ao seu mais extremo flagelo: a separação do Pai (Marcos 15:34; Mt 27:46). Assim, é mais fácil que aqueles que pensam que serão salvos ouvirem a seguinte frase: 
"Eu nunca vos conheci; Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade" (Mt 7:23),
do que serem salvos. 

Conclusão


Suicídio, não tenho dúvidas, é pecado. E se assim é, não existe possibilidade de perdão — exceto no caso da depressão, que, ao menos para mim, ainda é uma incógnita —, mesmo porque diz-nos a Bíblia que aos homens está ordenado morrerem um vez, vindo, depois disso, o juízo (Hebreus 9:27). Portanto, não há meio termo. De fato, acredito que qualquer pessoa que cometa suicídio estando de posse de todas as suas faculdades mentais, quer seja de que confissão religiosa for, não alcançará a salvação.

A Deus toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
E nem 1% religioso. 
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário