As Olimpíadas de 1972, realizadas em Munique, na Alemanha, foram marcadas pelo massacre de 11 membros da equipe de Israel, mortos por terroristas palestinos, que formavam o grupo Black September (Setembro negro, em tradução livre).
Neste capítulo da série especial de artigos Acontecimentos, relembre massacre chocou o mundo e foi mais um episódio no conflito entre israelenses e palestinos. Relembre o episódio que, há quase cinco décadas depois, ainda é exemplo da intolerância e violência.
Neste capítulo da série especial de artigos Acontecimentos, relembre massacre chocou o mundo e foi mais um episódio no conflito entre israelenses e palestinos. Relembre o episódio que, há quase cinco décadas depois, ainda é exemplo da intolerância e violência.
O terrorismo e seus tentáculos mortais
Na imagem, a comissão de Israel se apresenta no Estádio Olímpico durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpios de 72 |
Um grupo de 8 terroristas treinados na Líbia e no Líbano identificados como fedayins (guerrilheiros nacionalistas palestinos), Luttif Afif, Yusuf Nazzal, Afif Ahmed Hamid, Khalid Jamal, Ahmed Chic Thaa, Mohammed Safady, Adnan Al-Gashey e Jamal Al-Gashey invadiram a vila olímpica facilmente. Isso ocorreu devido a fraca segurança durante os jogos.
A Alemanha tinha um grande demônio que atormentava a todos, o terceiro Reich, que nos Jogos Olímpicos de 1936 mostrou uma Alemanha completamente militarizada e reerguida, ainda assombrava os alemães então o país não deu muita importância para a segurança, pois isso mostraria uma Alemanha menos militarizada e o fim de seu passado vergonhoso e escuro.
O ataque havia sido arquitetado pelos terroristas tempos antes. De acordo com testemunhas, dois dos terroristas já haviam trabalhado na vila olímpica, então tinham pleno conhecimento do local o que facilitou o acesso às vítimas. Foram feitos reféns seis treinadores e cinco atletas, todos israelenses sendo que um dos atletas era um veterano da Guerra dos Seis Dias, conflito em que Israel travou com os países árabes.
O plano terrorista
Em uma das imagens mais famosas do episódio, um dos palestinos responsáveis pelo sequestro aparece com um capuz na sacada do prédio onde os israelenses eram mantidos como reféns. |
Após várias negociações com a polícia alemã os terroristas mudaram suas exigências, pedindo dois helicópteros para transportar todos os reféns e um avião.
Como afirmamos, a Alemanha estava despreparada para situações deste tipo portanto a sua polícia estava mal equipada contra os rifles AK-47, pistolas Tokarev e granadas dos terroristas, entretanto uma emboscada arquitetada pelo serviço de inteligência alemão, o que era totalmente arriscado.
Assim que o líder do grupo Luttif Afif e Yusuf Nazzal foram inspecionar o avião, viram que não haviam tripulantes, isso gerou desconfiança. Quando saíram do avião, os terroristas foram alvejados pelos atiradores de elite. Entretanto, não ocorreu baixas entre os terroristas.
Deste modo os mesmos retornaram para os helicópteros onde se encontravam os reféns e os executaram. Durante a troca de tiros cinco terroristas e um policial alemão morreram. Jamal Al-Gashey, Mohammed Safady e Adnan Al-Gashey decidiram se entregar.
Legado sangrento
Na imagem, policiais alemães, armados com metralhadoras e vestidos com trajes esportivos, fazem guarda no telhado do prédio onde o grupo mantinha os reféns |
Para a Alemanha, foi criado uma unidade contra terrorista, GSG 9, que futuramente se tornou um exemplo de combate contra o terrorismo e as demais nações passaram a estudar mais sobre esses incidentes com a finalidade de se prevenir que uma situação deste tipo não ocorra novamente.
No entanto, dois meses depois terroristas palestinos sequestraram o voo 615 da Lufthansa. Os palestinos exigiram a libertação dos terroristas presos no Massacre de Munique e foram atendidos pelo governo alemão mesmo com pressão e desaprovação do governo israelita.
Após o evento que ganhou uma certa fama internacionalmente pois a Palestina estava sob comando de Israel, os terroristas retornaram para Líbia onde foram recebidos como heróis.
Mas a fama pois a Mossad, o serviço secreto de Israel, na operação "Cólera de Deus" os perseguiram sendo que dois foram assassinados e o terceiro morreu em 2010 na capital da Síria, Damasco por complicações de saúde.
Na memória...
O chefe da polícia de Munique, Manfred Schreiber — o primeiro homem à esquerda — e o Ministro do Interior da Alemanha Ocidental, Hans-Dietrich Genscher, participam das negociações. |
"Essa Olimpíada me traz uma ambiguidade de sentimentos. Fui indicado para ser o porta-bandeira, uma honraria rara, para poucos atletas, e conseguir isso foi uma emoção muito grande para mim. Mas poucos dias depois houve aquele atentado que tirou o brilho da Olimpíada",
explicou.
Na época, o drama foi enorme porque a polícia alemã não divulgava detalhes do que aconteceu.
"Evidentemente que não foi só para nós da delegação brasileira esse temor, todos os atletas sentiram muito aquela manifestação terrorista contra atletas judeus, que foram assassinatos",
disse.
Diferentemente de hoje em dia, naquela época os Jogos Olímpicos não tinham uma preocupação grande com segurança.
Os terroristas então pularam os muros do alojamento dos atletas e quem viu não se deu conta de que era uma ação orquestrada para espalhar terror.
Outro detalhe é que a segurança no interior da Vila Olímpica não era armada.
Dentro do alojamento, os terroristas usavam uniforme da delegação israelense e traziam nas mochilas granadas e fuzis Kalashnikov. Conseguiram chegar no local onde estava parte da delegação de Israel e mataram dois atletas, fazendo outros de reféns.
A partir daí, começou uma longa negociação e o pedido de libertação de prisioneiros teria de ser atendido até às 9 horas da manhã caso contrário os reféns seriam mortos.
Conclusão
Na foto acima, um atleta chinês é flagrado caindo após pular da janela de seu quarto, na tentativa de fugir do local. |
"A morte de vários atletas judeus deixou a gente muito aborrecido. A alegria foi substituída pela tristeza",
contou.
Menon lembra que o impacto chegou até no time de basquete, que era candidato à medalha.
"Todos nós ficamos muito aborrecidos e nos ajudamos na tentativa de resolver aquela situação de angústia e tristeza.
A equipe não estava bem em termos de relacionamento e esse fato talvez tenha ajudado um pouco na união do grupo. Tínhamos chance de medalha, mas os resultados foram pífios.
Claro que, com esse episódio, as coisas se agravaram e não foi suficiente para ir ao pódio".
Na época dos Jogos de Munique, Menon estava no segundo ano de residência em medicina. Por causa disso, não pôde viajar junto com a delegação brasileira e teve de ir para a Alemanha um pouco depois.
Chegando lá, um carro com motorista esperava por ele e passaram o recado que o major Sylvio de Magalhães Padilha, chefe da delegação e presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) na época, queria falar com ele.
Dias após a morte dos israelenses, a polícia alemã divulgou fotos dos homens que teriam sido os responsáveis pelo sequestro |
"Cheguei lá e ele me disse que eu tinha sido escolhido por unanimidade para ser o porta-bandeira da equipe.
E me falou algo que nunca esqueci: que eu tinha sido escolhido não apenas pelo que eu representava como atleta, mas porque eu sabia exatamente o que estava carregando.
Conto essa história e me arrepio só de lembrar. Fiquei atônito e agradeci pela honra de ser o porta-bandeira",
revelou.
Menon explica que a Olimpíada de Munique foi a primeira com televisionamento ao vivo. Então sua família ficou feliz em vê-lo como porta-bandeira, mas depois preocupada com os ataques terroristas.
"A alegria foi substituída pela tristeza".
Sem dúvida alguma, esse terrível acontecimento que manchou de sangue a história do esporte olímpico, não pode em hipótese alguma ser mais um a cair no esquecimento.
[Fonte: IstoÉ; "Terrorismo Olímpico: Implicações para o Sistema de Inteligência do Brasil", por Marcelo dos Santos Fernandes Júnior, Nicholas Antunes de Andrade, Pedro Gustavo Marques de Morais, Raffaella de Oliveira Gomes da Silva e Thaís de Oliveira Nascimento]
A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. Não confuda avanço na vacinação e flexibilização com o fim da pandemia.
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