O disco sobre o qual irei falar no 55º capítulo da série especial [sobre os] Discos Que Eu Ouvi, é um dos melhores na discografia desse trio norueguês, que fez muito sucesso nas décadas de 1980 e 1990. Apesar de não lançar nenhum disco de inéditas na última década, o A-Ha continua em plena atividade, fazendo shows por aí.
A história do trio
Formado em 1982 na cidade de Oslo, na Noruega, o trio A-ha foi uma das mais importantes bandas dos anos 80, vendendo milhões de discos e atingindo o topo das paradas mundiais por diversas vezes. Composto pelo vocalista Morten Harket (no centro), pelo guitarrista Pål Waaktaar-Savoy (à direita) e pelo tecladista Magne Furuholmen (à esquerda - os dois últimos haviam pertencido antes ao grupo progressivo The Bridges, que lançou apenas um single em 1980), a banda manteve-se em evidência no cenário mundial até o começo dos anos 90, quando decidiu dar uma parada, retornando no começo dos anos 2000 ao mundo da música, porém sem o mesmo brilho que obtivera no passado.
Confesso que não é nada fácil falar sobre uma banda pop daquela geração, justamente por haver uma excelente safra delas, a saber: U2, Duran Duran, Alphaville, só para citar algumas. Apesar de ser fã da fase oitentista (a qual conheci e aprendi a gostar lá pelos meus 12 anos, graças ao rádio e a extinta MTV), não conhecia praticamente nada dos discos lançados após a volta. Mas topei o desafio, pois mesmo não conhecendo integralmente toda a discografia do grupo, é impossível não se lembrar dos hits radiofônicos do A-Ha, assim como, de seus clássicos vídeos exibidos à exaustão na programação da MTV.
A discografia
- "Hunting High And Low" [1985] - Hits: 'Take On Me', 'Hunting High And Low' e 'The Sun Always Shines on TV',
"Stay On These Roads" (1988)
É sobre o qual vou falar especificamente nesse artigo. Este eu tive, fez parte da minha coleção de vinis e é daqueles que eu ouvia os dois lados, da primeira à última faixa. O terceiro disco é mais alegre que o anterior, e também foi um grande sucesso ao redor do mundo.
O álbum também não foi bem sucedido nos Estados Unidos, mas para surpresa dos integrantes da banda e da própria gravadora, no Brasil a historia foi bem diferente. "Stay On These Roads" bateu recordes de venda, com a música de trabalho do disco que dava nome ao álbum tocando a exaustão nas principais rádios do Brasil, e permanecendo como a número um no Top 10 das rádios por semanas seguidas.
O que é claro rendeu vários shows do grupo pelo Brasil no ano de 1988, e uma apresentação histórica na Praça da Apoteose no Rio de Janeiro em 1989, para mais de cem mil pessoas, com transmissão ao vivo pela Rede Globo de Televisão.
"Stay On These Roads traz letras complexas, tristes, algumas vezes confusas em formas de poemas, falando de relacionamentos, amores frustrados ou mal resolvidos, palavras de consolo como em "There's Never a Forever Thing", ou ainda uma suposta despedida de alguém em seu leito de morte, como na letra de 'Out Of Blue Comes Green'. Até mesmo as canções mais pops e supostamente mais descontraídas 'You Are The One' e 'Touchy!', trazem em suas letras frustrações e declarações de amor.
A faixa-título,
que abre os trabalhos, é o maior destaque deste play, uma lindíssima balada que tocou muito nas rádios mundiais, mantendo o nome do A-ha no topo das paradas em grande parte do Globo. Com belos arranjos orquestrais, um refrão marcante e um belo trabalho vocal de Morten, essa é uma canção que virou um clássico, passados mais de 20 anos de seu lançamento.
A "chiclete" 'Touchy!'
tem uma melodia e um refrão que grudam na primeira audição, e junto com a dançante 'You Are The One'
são os momentos mais pop do disco, e as que melhor repercussão tiveram nas rádios depois da já citada 'Stay On These Roads'.
Outra que tocou bastante foi a sombria 'The Living Daylights',
que inclusive foi trilha sonora para um dos muitos filmes do espião 007, que no original tinha o mesmo nome da canção, e no Brasil se chamou "007 – Marcado Para Morrer".
É claro que as baladas não foram esquecidas, e neste disco a melhor é 'There's Never a Forever Thing',
com um clima muito bonito e uma letra de fazer qualquer garotinha - e muito marmanjo, sim, porque não? - chorar.
As outras faixas do álbum são: 'The Blood That Moves The Body', 'This Alone is Love', 'Hurry Home', 'Out of Blue Comes Green' e 'You'll End Up Crying', que mesmo não tendo sido hits radiofônicos, são sim, excelentes registros, bem ao contexto de todo o álbum.
O que podemos dizer com certeza é que a capa de "Stay On These Roads", com o rosto dos três integrantes do A-ha em um espelho quebrado em tons de azul é uma das mais conhecidas e vistas pelos brasileiros nos anos 80, tornando-se assim histórica. "Stay on These Roads" é um disco mais pop que o anterior, mas outra "bola dentro" da carreira da banda.
Os outros discos da banda foram:
- "East Of The Sun West Of The Moon" [1990], neste disco, os destaques foram 'Cryin In The Rain' e 'I Call Your Name'.
- "Memorial Beach" [1993], neste eu destaco a faixa 'Dark Is the Night for All',
- "Minor Earth Major Sky" [2000],
- "Lifelines" [2002],
- "Analogue" [2005] e
- "Foot Of The Mountain" [2009].
Conclusão
Uma coisa é certa, nem todas as bandas conseguiram atingir o nível do que o trio já fez no passado, soando ok, mas sem deixar a sua marca na história como tantos outros hits que o A-ha já eternizou. No dia 8 de outubro de 2009, os integrantes do grupo anunciaram o fim das atividades do A-ha ao final de 2010, para que os mesmos pudessem se dedicar a projetos pessoais.
O último show do trio foi na sua cidade natal, Oslo, a 4 de dezembro de 2010, apresentação esta que está que foi lançada em 2011 em CD e DVD com o nome "Ending On a High Note (The Final Concert)". E em 2017 o trio voltou a se reunir para gravação do show acústico, integrante do já conhecido projeto Umplugged, da MTV, com o título "A-ha MTV Unplugged Summer Solstice", sendo o quarto álbum ao vivo e o primeiro no formato acústico lançado (06 de outubro de 2017) pela banda. Ou seja, parece que, para a alegria dos fãs, o A-ha não pretende pendurar as chuteiras, ao menos, pelo que parece, não por agora.
A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
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