"9 No entanto, os que ambicionam ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitas vontades loucas e nocivas, que atolam muitas pessoas na ruína e na completa desgraça. 10 Porquanto, o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e por causa dessa cobiça, alguns se desviaram da fé e se atormentaram em meio a muitos sofrimentos.
"1 E agora, prestai atenção, vós, os ricos! Chorai e arrependei-vos, porquanto desgraças haverão de cair sobre vós. 2 Vossas riquezas apodreceram, e vossas roupas finas desvaneceram, roídas pela traça. 3 Vosso ouro e vossa prata, todos estão oxidados. E a ferrugem deles testemunhará contra vós e, assim como o fogo, vos devorará a carne. Tendes acumulado bens demais nestes últimos tempos. 4 Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que vós, desonestamente, deixastes de pagar está clamando por justiça; e tais clamores chegaram aos ouvidos do Senhor dos Exércitos. 5 Tendes vivido regaladamente sobre a terra, satisfazendo todos os vossos desejos, e tendes comido até vos fartardes, como em dias de festa. 6 Condenais e matais o justo, sem que ele tenha vos oferecido qualquer resistência." - 1 Timóteo 6:9,10; Tiago 5-6 [King James Atualizada]
Na década de 1970, o sambista, cantor e compositor Paulinho da Viola, emplacou a canção que virou um clássico da MPB. "Pecado Capital", é o título do samba cuja letra - fantástica é atemporal diga-se - eu faço questão de transcrever aqui:
"Dinheiro na mão é vendaval... É vendaval
Na vida de um sonhador... De um sonhador
Quanta gente aí se engana
E cai da cama
Com toda a ilusão que sonhou
E a grandeza se desfaz
Quando a solidão é mais
Alguém já falou
Mas é preciso viver
E viver não é brincadeira não
Quando o jeito é se virar
Cada um trata de si
Irmão desconhece irmão
E aí dinheiro na mão é vendaval
Dinheiro na mão é solução... E solidão"
A Bolsa de Valores sobe! Juros caem! Inflação de volta! Desemprego em alta! A crise econômica preocupa todos os setores! As manchetes nos jornais, revistas e programas de televisão não param de falar sobre dinheiro. No Brasil, como em muitos outros países, governos são eleitos e desfeitos por circunstâncias e políticas econômicas.
O tratamento do tema dinheiro é delicado em qualquer setor da vida de uma pessoa, empresa, prefeitura, instituição, igreja e, não poderia ser diferente, na família. Em relação à família, existem estágios que cada um vivi, excetuando os pais como plataforma de construção, quando o dinheiro ainda não é uma questão; ele está ali como suporte, cobrindo despesas, contas especialmente quando as pessoas ainda são crianças ou mesmo adolescentes.
Quando chega o momento em que o controle da vida pessoa torna-se uma exigência um dos principais itens da lista de responsabilidades é o trato com o dinheiro; às vezes, isso conduz a um choque com os pais e, num plano diferente, o relacionamento conjugal pode ser definido ou caracterizado a partir da relação com o dinheiro.
Sabemos que o dinheiro é poder. No mundo capitalista, o dinheiro chega a ser um fim no empreendimento de muita gente. Em nossas famílias, o dinheiro pode ser uma arma na manipulação de inúmeros problemas que, se encarados sem qualquer máscara, poderiam ser tratados e resolvidos, mas são alimentados por alguma necessidade.
Há casais que estão mergulhados em conflitos mas não estão voltados para o seu mundo; podem estar "pagando" o vício dos filhos drogados; em termos reais, esses filhos nunca poderão curar-se do vício e passar à normalidade da vida os seus pais não terão mais motivos de "cuidados", precisarão olhar nos olhos dos parceiros e descobrirão que usavam o "problema" dos filhos para desviar a atenção dos seus próprios e difíceis problemas. O dinheiro pode servir para isso.
Há casais que estão mergulhados em conflitos mas não estão voltados para o seu mundo; podem estar "pagando" o vício dos filhos drogados; em termos reais, esses filhos nunca poderão curar-se do vício e passar à normalidade da vida os seus pais não terão mais motivos de "cuidados", precisarão olhar nos olhos dos parceiros e descobrirão que usavam o "problema" dos filhos para desviar a atenção dos seus próprios e difíceis problemas. O dinheiro pode servir para isso.
Igreja S/A
Mas, essa preocupação com dinheiro não é assunto exclusivo do governo ou das famílias... Muitas igrejas, também, se dedicam à busca do dinheiro. Algumas enfatizam a procura da prosperidade na vida dos adeptos, e muitas mostram uma preocupação muito grande em arrecadar dinheiro para a própria igreja. A maioria das pessoas vive numa constante agitação por causa de diversos problemas financeiros — contas já vencidas, desejos de receber promoções profissionais e aumentos salariais, dívidas assustadoras (muitas vezes resultado do consumismo desenfreado e pela megalomania alimentadas pela mídia — em muitos casos, inclusive, incentivados de púlpitos evangélicos).
O que Deus ensina para nos ajudar no meio de tanta preocupação sobre o dinheiro? Vamos examinar alguns princípios bíblicos que vão nos ajudar a fazermos a vontade de Deus na aquisição e uso do dinheiro. A Bíblia fala muito sobre esse assunto; por isso, este artigo contém muitas citações bíblicas. Por favor, tome o tempo necessário para ler cada passagem e confirmar que o ensinamento aqui é de Deus, não de meros homens.
O dinheiro é nossa ferramenta, não nosso dono
Muitas pessoas são escravas do dinheiro. Lutam tanto para ter dinheiro que nem têm tempo para gozar da sua prosperidade! O desejo de ter coisas e acumular riquezas domina a vida de muita gente. Você já ouviu alguém falar sobre as posses de Bill Gates (Invariavelmente sempre citado quando o assunto é riqueza!) ou outro rico com tom de inveja na voz? O servo de Deus precisa reconhecer que o dinheiro é uma ferramenta que deve ser empregada em boas obras, e não nosso senhor. Uma das táticas mais eficazes do diabo é apagar o zelo do cristão com preocupações financeiras (Mateus 13:22). Jesus ensinou claramente que nós temos que escolher entre dois senhores (Mateus 6:19-34).
Mas, muitas pessoas se tornam escravas do dinheiro por acumular dívidas. Por que alguém assinaria um papel para assumir dívida e pagar juros — às vezes tão altos que acabam multiplicando o custo da compra? Os problemas mais comuns com dívida são:
- 1. Motivos errados: avareza, cobiça e inveja (Provérbios 23:1-5; Tiago 4:2-4). Em vez de trabalhar e exercer domínio próprio para poupar dinheiro e comprar à vista, pessoas se enganam e pagam prestações para obter as coisas imediatamente.
- 2. Procedimento errado: desonestidade. A pessoa que promete pagar é obrigada cumprir a promessa. Aquele que promete e não paga está pecando. Quem promete quando sabe que não tem condições para pagar é um mentiroso indigno da vocação a que fomos chamados (Efésios 4:1,25; Mateus 5:37).
- 3. Vida desordenada: falta de administração. Ao invés de cuidar das suas obrigações como Deus mandou, o devedor acaba sendo dominado por outros (Provérbios 22:7). Falta domínio próprio, uma das qualidades essenciais da vida cristã (Gálatas 5:23; 2 Pedro 1:6).
Os servos de Deus precisam entender bem alguns princípios que a Bíblia ensina sobre o dinheiro, para não serem enganados e escravizados ao dinheiro. Aprendemos nas Escrituras que nunca devemos pôr nossa confiança nas riquezas (1 Timóteo 6:17-19; Provérbios 11:28; Lucas 12:15-21; 1 Timóteo 6:4-11). O dinheiro não é fonte de alegria ou contentamento (Provérbios 15:16-17; Eclesiastes 5:10-11). Apesar das doutrinas de muitas igrejas hoje que dizem que a prosperidade é evidência da fidelidade, a Bíblia ensina que nem riqueza nem pobreza, por si só, nos faz melhor servos de Deus. É bom ter o suficiente, mas não o excesso (Provérbios 30:7-9).
Honestos no trabalho e nas finanças
Há muita preguiça e desonestidade no mundo, mas o discípulo de Cristo tem que tirar tais atitudes pecaminosas de sua vida. Devemos trabalhar honestamente e diligentemente, lembrando que o Senhor está nos observando (Colossenses 3:22-25; Provérbios 27:23-27). O preguiçoso está sempre se enrolando em negócios que, diz ele, trarão riquezas fáceis e rápidas.
Homens sem entendimento têm cometido o mesmo erro por milhares de anos. "O que lavra a sua terra virá a fartar-se de pão, mas o que se ajunta a vadios se fartará de pobreza. O homem fiel será cumulado de bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não passará sem castigo.... Aquele que tem olhos invejosos corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a penúria" (Provérbios 28:19-20,22). O cristão precisa abandonar qualquer maneira desonesta de ganhar dinheiro e fazer "com as próprias mãos o que é bom" (Efésios 4:28).
Não somente no trabalho, mas em todos os negócios, devemos ser absolutamente honestos (Provérbios 10:2; 16:8; 20:17; 22:28). "Trabalhar por adquirir tesouro com língua falsa é vaidade e laço mortal" (Provérbios 21:6). A pessoa honesta evitará dívidas desonestas e excessivas (Provérbios 22:7,26-27). Ela pagará os devidos impostos e obedecerá as leis do governo (Mateus 22:17-21; Romanos 13:1-7; 1 Pedro 2:13-17). Não será gananciosa, nem oprimirá outros (Provérbios 28:8; Tiago 2:6-7; 5:1-6; Amós 8:4-6).
Cumprindo obrigações financeiras
O cristão deve administrar bem seu dinheiro, porque Deus lhe deu várias responsabilidades. A pessoa que usa seu dinheiro para servir da maneira que o Senhor quer está se preparando para estar com Deus para sempre (1 Timóteo 6:17-19; Lucas 16:1-13). Considere algumas responsabilidades — ou, melhor, privilégios — que ele deu aos seus servos.
- Participar do trabalho da igreja: Desde o início, a igreja do Senhor tem recebido e usado dinheiro no seu trabalho. No Novo Testamento, aprendemos que a igreja recebeu dinheiro por ofertas voluntárias (Atos 4:32-37) dadas no primeiro dia da semana (1 Coríntios 16:1-4). Essas coletas foram feitas em cada congregação local, e a própria congregação empregou o dinheiro no trabalho autorizado por Deus (Uma igreja que manda dinheiro para alguma sede, matriz ou igreja mãe, ou que sustenta algum tipo de instituição criada por homens está fugindo do padrão bíblico.). Cada cristão tem a responsabilidade de dar "conforme a sua prosperidade" (1 Coríntios 16:2), "segundo tiver proposto no coração" e "com alegria" (2 Coríntios 9:7). Enquanto o Novo Testamento não exige o dízimo (que foi um valor obrigatório para os judeus sob a lei de Moisés), não devemos pensar que Deus quer só as migalhas que sobram depois de nos fartar. Jesus elogiou o espírito de sacrifício da viúva pobre (Lucas 21:1-4). Paulo agradeceu o sacrifício dos filipenses como uma oferta agradável a Deus (Filipenses 4:18). Ele elogiou os irmãos da Macedônia por sua generosidade, dizendo que "deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor" (2 Coríntios 8:5). Eles descobriram a chave da generosidade. A pessoa que recusa dar liberalmente tem esquecido que Jesus deu a própria vida para nos resgatar. Devemos sacrificar com alegria!
- Sustentar a família: Numa época em que muitas famílias sofrem por causa da preguiça e irresponsabilidade de homens, devemos lembrar que quem é convertido a Cristo vai se transformar. Paulo confrontou esse problema de homens ociosos em tessalônica, e os sacudiu com palavras claras: "...e a diligenciardes por viver tranquilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos; de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e de nada venhais a precisar" (1 Tessalonicenses 4:11-12); "Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma....determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranquilamente, comam o seu próprio pão" (2 Tessalonicenses 3:10-12). Em outra carta, ele falou da obrigação de sustentar parentes, especialmente viúvas: "Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente" (1 Timóteo 5:8).
- Ajudar os necessitados: Como discípulos de Cristo, temos a responsabilidade de usar o nosso dinheiro para ajudar os necessitados. Generosidade faz parte do caráter do cristão verdadeiro. Devemos trabalhar para ter condições para ajudar outros (Efésios 4:28). Os que são abençoados com coisas materiais devem as usar para boas obras de caridade (1 Timóteo 6:17-18). Cada um de nós tem a responsabilidade de ajudar as viúvas e os órfãos (Tiago 1:27). Entre as coisas que Jesus vai examinar no julgamento é nossa benevolência para com outros (Mateus 25:35-46). Cada um responderá pelas coisas feitas nessa vida. Vamos meditar nos ensinamentos bíblicos para aprender como mostrar esse cuidado para os outros (leia Salmo 112:5-6; Mateus 19:21; 1 João 3:17). Sempre lembremos que o segundo grande mandamento é amar ao próximo (Mateus 22:39).
Motivos para ser bons administradores
Quando consideramos tudo que devemos fazer com nosso dinheiro, compreendemos a importância da boa administração financeira. Nosso dinheiro é uma ferramenta que devemos empregar para fazer a vontade de Deus. Somos privilegiados em participar do trabalho de uma igreja e em ter condições para sustentar a família e ajudar outras pessoas. E, no final das contas, qualquer sacrifício que oferecemos será nada em comparação com o sacrifício de Jesus na cruz (Lucas 17:10).
Conclusão
Podemos terminar dizendo que a estrutura familiar invade as consciências de todos os que pertencem àquela família; todos mostrarão ao mundo o que foi depositado em seus lugares mais profundos e escondidos, no inconsciente, alguns preferem. Qualquer que seja a terminologia, o que importa é a realidade e como trabalhamos com ela. Em termos de dinheiro, será bênção ou problema, depende de como aprendemos a nos relacionar com ele e se sabemos os símbolos que as nossas famílias nos ensinaram quando atribuíram ao dinheiro o seu "valor". Ele será sempre meio de atingir conforto, viabilizar projetos, oferecer segurança, adquirir patrimônio, e nunca um fim; não vivemos e nem podemos viver para o dinheiro. Infelizmente, muitos vivem para o dinheiro e não reconhecem isso; são idólatras e não admitem.
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