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quarta-feira, 20 de julho de 2016

A IMPORTÂNCIA DA AMIZADE

O dia 20 de julho é considerado o dia do amigo. Por isso resolvi discorrer um pouco sobre a amizade verdadeira e seu significado, sobre a amizade que transcende toda necessidade de explicação ou lógica, que acontece e vai acontecendo e nada nem ninguém pode mudar isso (quando digo ninguém, digo ninguém de carne e osso). A amizade na minha vida sempre teve um significado impar, a ponto de que pudesse dentro da minha humilde compreensão separar pessoas por amigos, colegas, conhecidos e outros...

Geração on line


Infelizmente com o avanço tecnológico o que temos visto é o incrível aumento dos relacionamentos virtuais, nada contra, mas este não pode substituir o relacionamento pessoal de proximidade física, e é exatamente sobre relacionamentos duradouros, próximos (e entenda por próximos mesmo quando existe distância geográfica), e verdadeiros que quero falar; em contraste com a falta da "manutenção" desse relacionamento que se tem visto por nossos dias; dias que parecem nos conduzir cada vez mais para a falta de relacionamento que o contrario, a falta de consideração e valorização deste relacionamento do que se deveria. 

Mas considerando que além das experiências vividas tem a questão de vai muito alem disso, que é a questão bíblica, a bíblia nos diz algo a respeito da amizade? Ensina-nos como devemos nos portar e quando devemos estar de olhos bem abertos quanto a consideração e valorização da verdadeira amizade em contraste com a falsa? A resposta é sim, a bíblia nos ensina alguma coisa sobre amizade, mas eu não quero aqui montar uma “pregação” sobre amizade, apenas discorrer um pensamento coerente com a bíblia. 

Amigos, amigos... conceitos à parte


Pense bem, o quanto você da valor em suas amizades? O quanto você leva em consideração quem "corre junto com você"? (termo usado pela juventude aqui do contexto que vivo). Qual o critério que você usa para definir com quem você vai andar? Ou então qual o critério que você usa para definir com quem você vai deixar de andar? 

Será que às vezes não ficamos tão cegos pelo desejo de "liberdade" de fazer o que bem entendemos, pois "sou dono do meu nariz e ninguém tem nada a ver com a minha vida"(o que é bem verdade, em partes), que não paramos para raciocinar os critérios usados? Será que o raciocínio de uma pessoa inteligente fica tão dificultado pelo desejo dessa falsa liberdade que ela se entrega a uma mudança de rumo tão radical que é capaz de mudar sua vida e daqueles que a cercam? Mudança essa que poderia ser evitada ou desnecessária se a escolha fosse outra, talvez a mais sábia.

O problema é que tem momentos na vida em que estamos de "saco cheio" (perdoe-me o vocabulário, mas não achei outra palavra) e pensamos ser melhor mudar tudo: mudar o rumo, mudar de amigos, mudar de igreja, mudar de cidade; porque não mudar de estado ou de país? 

A minha experiência diz que não é bem assim que as coisas funcionam, mas eu não sirvo de base, acontece que a Bíblia diz que as coisas não são bem assim também, e aí sim, podemos tomar como base, por exemplo, 1 Co 15:33: "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes..." entendo que Paulo estava neste contexto falando sobre ressurreição e tem todo o seu contexto de acreditar na verdade de Deus e não nos falastrões, mas pense, com quem você tem andado? Será que neste meio que você tem se prontificado a caminhar junto não existem "más conversações que corrompem os bons costumes"? E bons costumes aqui não se trata do famigerado "usos e costumes" que existem em algumas igrejas.

"Diga-me com quem andas e te direi quem és!"


Já que estou falando sobre o problema da má escolha, veja o que diz Provérbios 27:6 "Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos."

Pare e pense um pouco! Feridas feitas pelo amigo? Como assim, um amigo que fere é amigo? Nesse caso está se tratando do amigo que é verdadeiro mesmo quando isso vá ferir, pois a mentira que consola é doutrina do inimigo de nossas almas e não de Deus, que nunca nega a verdade; em contrapartida o inimigo muitas vezes é aquele que te alisa pra parecer o bonzinho da estória (no caso de provérbios até beija...).

Mas como diria um sábio amigo, "nada como um dia após o outro", e Provérbios também vai dizer isso: "O que repreende o homem gozará depois mais amizade do que aquele que lisonjeia com a língua" (28:23).

Ou seja, o reconhecimento da dureza que foi usada no trato para o bem da pessoa só será feito futuramente, e os que tentam se passar por bonzinhos terão suas máscaras caídas.

Apontado o problema, vamos pensar então no critério para definir uma boa amizade, definir com quem eu vou caminhar (correr junto), definir com quem eu vou rir e chorar, com quem eu vou suportar as dificuldades da vida, tomar "fumo" e continuar amigo, quem eu vou defender mesmo quando todos disserem que ele está errado, quem terá o título de meu amigo! 

  • Deixe-me fazer uma ressalva de autodefesa: não estou dizendo ser a única forma de pensar a amizade, muito menos dizendo que existe uma receita para dar tudo certo, apenas apontando um posicionamento sobre o assunto.

Ser amigo é...


Eu acredito no critério do tempo, no critério do conhecimento, no critério de pesar prós e contras. A Bíblia nos leva a tratarmos entre si como irmãos, mas pense comigo na questão de irmãos de sangue, na sabedoria popular muitas vezes citada "nossa, fulano e ciclano são irmãos, mas são tão unidos né? São bem amigos", o mesmo conceito para pais e filhos, dizendo "nossa, olha como o fulano trata o seu filho, um verdadeiro amigão", e quantos outros exemplos eu poderia citar a respeito da importância da amizade, que infelizmente nem todos conseguem avaliar e prezar.

Amizades são uma parte importante da nossa vida. Desde a criação do primeiro casal, Deus mostrou a necessidade do companheirismo na vida humana. Em famílias, igrejas e comunidades criamos laços de amizade. Precisamos compartilhar a vida com outras pessoas.

Na Bíblia, Deus nos orienta sobre amizades. Ele fala do valor dos bons amigos e adverte-nos sobre os perigos dos companheiros errados. Ele oferece instrução e apresenta exemplos que nos ensinam. Estas orientações valem para os jovens que ainda estão escolhendo o seu rumo, e também ajudam os adultos no seu caminho pela vida.

Instruções sobre amizades


As Escrituras nos orientam sobre a escolha e o tratamento dos nossos amigos. Amigos têm muita influência em nossas vidas: "O justo serve de guia para o seu companheiro, mas o caminho dos perversos os faz errar" (Provérbios 12:26). 

Por este motivo, a escolha de companheiros é um assunto de grande importância: "Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau" (Provérbios 13:20). No final de contas, nossas escolhas não envolvem apenas pessoas, mas decidem a nossa direção na vida e na eternidade. 

Tiago frisou bem este fato quando perguntou: "Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4). O mesmo livro fala de um homem de grande fé que rejeitou os caminhos errados de outros homens e mostrou a sua lealdade ao Senhor. O resultado desta escolha de Abraão? "Foi chamado amigo de Deus" (Tiago 2:23). Devemos escolher bons amigos que nos ajudarão, especialmente em termos espirituais.

Amigo de fé, irmão camarada


É fácil escolher mal. Muitas pessoas que não amam a Deus e não respeitam a palavra dele nos oferecem a sua amizade. Às vezes, podemos influenciar tais pessoas pela nossa fé e o exemplo de uma vida reta. O próprio Jesus fez questão de ter contato com pecadores, oferecendo-lhes a palavra eterna da salvação (Lucas 15:1; Mateus 9:10-13). O perigo vem quando não confessamos a nossa fé no meio de uma geração perversa (Marcos 8:38). Ao invés de conduzir outros a Cristo, deixamos as más influências nos corromperem.

Algumas pessoas querem nos induzir a pecar contra Deus. "Filho meu, se os pecadores querem seduzir-te, não o consintas. Se disserem: Vem conosco, embosquemo-nos para derramar sangue, espreitemos, ainda que sem motivo, os inocentes; traguemo-los vivos, como o abismo, e inteiros, como os que descem à cova; acharemos toda sorte de bens preciosos, encheremos de despojos a nossa casa; lança a tua sorte entre nós; teremos uma só bolsa. Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; guarda das suas veredas os pés; porque os seus pés correm para o mal e se apressam a derramar sangue" (Provérbios 1:10-16). 

Infelizmente, observamos a mesma tragédia espiritual na vida de muitas pessoas hoje. Quantos jovens são induzidos a usar drogas, ou até de se tornar traficantes, pela influência de "amigos"? Quantos se integram a gangues e acabam cometendo vários tipos de crime?

Algumas amizades precisam ser totalmente evitadas: "Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores" (Salmo 1:1). Quando outros querem nos conduzir ao erro, precisamos sair correndo: "Foge da presença do homem insensato, porque nele não divisarás lábios de conhecimento. A sabedoria do prudente é entender o seu próprio caminho, mas a estultícia dos insensatos é enganadora. Os loucos zombam do pecado, mas entre os retos há boa vontade" (Provérbios 14:7-9).

Alguns dos amigos mais perigosos são aqueles que sempre concordam conosco, apoiando-nos mesmo nas coisas erradas. "Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir a canção do insensato" (Eclesiastes 7:5). O amigo verdadeiro nos corrige, e a pessoa sábia procura ter amigos com coragem e convicção para a repreender quando for necessário. Por outro lado, o insensato evita pessoas que corrigem e criticam, procurando aprovação acima de sabedoria. "O escarnecedor não ama àquele que o repreende, nem se chegará para os sábios... O coração sábio procura o conhecimento, mas a boca dos insensatos se apascenta de estultícia" (Provérbios 15:12,14). Ninguém gosta de ser corrigido, mas todos nós precisamos de amigos que nos amam tanto que mostram os nossos erros: "Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto. Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos" (Provérbios 27:5-6).

Amigos, amigos... Fé à parte


Paulo mostrou aos coríntios que, mesmo entre pessoas religiosas, é necessário evitar influências negativas. Válido repetir a advertência bíblica: "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes" (1 Coríntios 15:33). No caso dos coríntios, alguns irmãos estavam espalhando doutrinas falsas, negando a ressurreição dos mortos. O fato de alguém participar de uma igreja ou se dizer cristão não é garantia de uma amizade saudável e edificante. 

Alguns aproveitam a amizade para induzir outros a aceitar doutrinas e religiões falsas. Moisés avisou sobre parentes e amigos que incentivam os servos de Deus a servir outros deuses e mandou que não concordassem, nem ouvissem, nem olhassem com piedade para aqueles falsos professores (Deuteronômio 13:6-8). Temos que julgar a árvore pelos frutos (Mateus 7:15-20), retendo o que é bom e nos abstendo de toda forma de mal (1 Tessalonicenses 5:21-22).

Manutenção da amizade


Uma vez que escolhemos bons amigos, devemos ser bons amigos! As Escrituras nos aconselham sobre as responsabilidades de companheiros fiéis. Amigos contam com a presença uns dos outros: "Mais vale o vizinho perto do que o irmão longe" (Provérbios 27:10). "O olhar de amigo alegra ao coração; as boas-novas fortalecem até os ossos" (Provérbios 15:30). Por outro lado, não devemos abusar da amizade, causando aborrecimentos: "Não sejas frequente na casa do teu próximo, para que não se enfade de ti e te aborreça" (Provérbios 25:17). 

Não devemos abandonar nem trair os nossos amigos (Provérbios 27:10). Amigos verdadeiros não são interesseiros, mas aqueles companheiros fiéis que ficam nos bons tempos e nos maus: "Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão" (Provérbios 17:17). A amizade verdadeira traz benefícios mútuos: "Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo" (Provérbios 27:17).

As orientações bíblicas são valiosas para nos guiar em fazer e manter boas amizades


Exemplos de amizades boas e más


Deus nos ensina, também, por exemplos. Três gerações da mesma família servem como exemplos de amizades boas e más. Considere estes casos:
  • Davi e Jônatas  Talvez a mais conhecida amizade na história seja a de Davi com Jônatas, filho do rei Saul. O ciumento rei tentou matar o jovem Davi, escolhido por Deus como seu sucessor. Pelo mesmo motivo, Jônatas poderia ter olhado para Davi com inveja ou ódio. Se Deus não tivesse nomeado Davi, o próprio Jônatas seria rei depois da morte de Saul. Mas Jônatas não mostrou tais atitudes. Ele manteve uma amizade especial com Davi durante toda a sua vida. Quando Saul tentou matar Davi, foi Jônatas quem protegeu o seu amigo (1 Samuel 20). Davi lamentou amargamente a morte deste amigo excepcional (2 Samuel 1:17-27). Mesmo depois da morte de Jônatas, Davi mostrou bondade para com seu filho aleijado, Mefibosete (2 Samuel 9).
  • Amnon e Jonadabe   Amnon, um dos filhos de Davi, não escolheu seus amigos como o fez o seu pai. Ao invés de cultivar amizades boas e saudáveis, ele escolheu como companheiro seu primo Jonadabe (2 Samuel 13:3). Quando Amnon falou com este amigo sobre os seus desejos errados pela própria irmã, Jonadabe teve uma oportunidade excelente para corrigir e ajudar o seu primo. Infelizmente, ele fez ao contrário. Ele "ajudou" Amnon a descobrir uma maneira de estuprar a própria irmã! Além de levar Amnon a humilhar e odiar a moça inocente e a magoar profundamente o seu pai (2 Samuel 13:4-21), o conselho de Jonadabe levou, afinal, à morte do próprio Amnon (2 Samuel 13:22-36). Jonadabe até teve coragem de tentar confortar Davi depois da morte de Amnon! Que amigo!
  • Roboão e seus colegas ☛ Roboão, neto de Davi, se tornou rei depois da morte de Salomão. No início do seu reinado, ele procurou conselho de várias pessoas antes de tomar uma decisão importantíssima. Ele valorizou a amizade com seus colegas acima da sabedoria dos homens mais velhos e experientes (1 Reis 12:7-11). A "ajuda" destes amigos contribuiu para a divisão do reino e diminuiu muito a influência de Roboão. Nossos amigos podem falar coisas que nos agradam, mas devemos dar ouvidos à sabedoria de pessoas mais sábias!

O que aprendemos?


De tudo que a Bíblia fala sobre amizades, devemos aproveitar algumas lições importantes. Entre elas:

  • 1. Escolher cuidadosamente os nossos amigos, evitando amizades que nos levariam ao pecado.
  • 2. Valorizar amigos que nos corrigem quando erramos.
  • 3. Cortar amizades que prejudicam a nossa vida espiritual, especialmente quando os "amigos" incentivam o pecado e participação em religiões falsas.
  • 4. Ser amigos fiéis e de confiança, especialmente nos momentos difíceis quando os amigos mais precisam de nós.
  • 5. Sempre manter nossa relação com Deus acima de qualquer amizade humana, confessando a nossa fé no meio de uma geração perversa.

Quando se trata de amizade, devemos valorizar qualidade, e não quantidade: "O homem que tem muitos amigos sai perdendo, mas há amigo mais chegado do que um irmão"(Provérbios 18:24).

Conclusão


Logo, se pelo conceito popular (não sou a favor do "Vox populi, Vox Dei" - o mentiroso ditado "a voz do povo é a voz de Deus) chega-se a um conceito que ser amigo é ser próximo, é ser leal, é estar junto; é união, é entrega; é conceito importante para pai com filho, irmão com irmão. 

Por que não será importante no convívio de pessoas que não são da mesma família consanguínea? A resposta é sim, é bastante importante a amizade para uma vida que passará por aflições (João 16:33), e aqui cabem dois versos de Provérbios:  "O homem de muitos amigos deve mostrar-se amigável, mas há um amigo mais chegado do que um irmão (18:24)""Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão (17:17)".

Amigo mais chegado que irmão e na angústia o amigo se torna irmão, parece paradoxo não? Mas não, é coerente e profundo, pense um pouco.

Finalizando, pois já escrevi demais, quero dizer que o maior exemplo de amizade está em Cristo que declarou só isso:
João 15: 12-15 (ênfases minhas):
O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigosVós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.
Eu acredito que essa declaração de Cristo encerra o pensamento, pois quando Ele fala, eu me calo, escuto, e obedeço, pois assim como disse João batista, "importa que Ele cresça e eu diminua! (João 3:30)"

Pense, repense e avalie, pois o conceito secular é que tudo é passageiro, mas e o conceito de Cristo, que o amor maior é dar a vida pelos amigos, isso é passageiro? Isso é só a ponta do iceberg, raciocine!

Dionne Warwick, Elton John, Gladys Knight e Stevie Wonder numa das mais belas canções sobre amizade de todos os tempos: "That's What Friends Are For" ("Para Isso Servem os Amigos")

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