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terça-feira, 31 de março de 2015

LIVROS QUE EU LI - #4 - POLÊMICOS

Cheguei à quarta parte desta série de artigos onde dou dicas de literatura, fazendo pequenos resumos dos livros que eu tive a oportunidade de ler. Aqui vou listar três grandes obras que marcaram nem tanto por serem essencialmente boas, mas por causa das polêmicas que as permeiam. Apesar de não serem nada de muito especial, estes livros valem a leitura até mesmo para nos dar o sabor da contestação, da indignação. 


O Código da Vinci

Autor: Dan Brown
Páginas: 423
Editora: Arqueiro, Sextante
Publicação: 2004




O livro

Em 'O Código Da Vinci', o ex-professor ginasial norte-americano Dan Brown mexe em um vespeiro ao acusar a Igreja Católica de ser uma instituição criada e fundamentada em uma mentira. Para a Igreja e para os católicos, Jesus Cristo, filho de Deus, mobilizou comunidades em nome de um ideal de fé e purificação. E veio ao mundo com a missão de perdoar os pecados humanos e preparar seu povo para o Juízo Final.

A polêmica

Na versão de Brown, Jesus seria um homem comum, que casou e teve filhos com Maria Madalena, mulher por vezes traduzida na bíblia como prostituta. O papel de liderança não seria dele, mas da sua esposa, que teria comandado os apóstolos que celebravam, na verdade, a sabedoria e a sexualidade. Brown comprou uma briga feia com os integrantes e seguidores do Opus Dei, uma espécie de fragmentação da Igreja Católica, com os protestantes e com os católicos tradicionais. Resultado? O livro virou best seller, ganhou uma versão para o cinema, protagonizado por Tom Hanks, no papel do herói, o simbologista Robert Langdon. 


O apanhador no campo de centeio 

Autor: J. D. Salinger
Páginas: 208 
Editora: Editora do Autor
Publicação: 1951



O livro

A obra narra um fim-de-semana na vida de Holden Caulfield, jovem de 16 anos vindo de uma família abastada de Nova York. Holden, estudante de um reputado internato para rapazes, volta para casa mais cedo no inverno depois de ter recebido más notas em quase todas as matérias e ter sido expulso. No regresso a casa, decide fazer um périplo adiando assim o confronto com a família. Holden vai refletindo sobre a sua curta vida, repassa sua peculiar visão de mundo e tenta definir alguma diretriz para seu futuro. Antes de enfrentar os pais, procura algumas pessoas importantes para si (um professor, uma antiga namorada, a sua irmãzinha) e tenta explicar-lhes a confusão que passa pela sua cabeça.

A polêmica

No livro existem muitas passagens sobre cigarro e álcool, e uma boa dose de blasfêmia e atitudes subversivas. Nos Estados Unidos, um professor de Inglês foi demitido por indicar a obra para leitura. Foi este livro que criou a cultura-jovem, pois na época em que foi escrito, a adolescência era apenas considerada uma passagem entre a juventude e a fase adulta, que não tinha importância. Mas esse livro mostrou o valor da adolescência, mostrando como os adolescentes pensam. E, sob o viés do livro, são pensamentos bastante nebulosos e controversos.


Madame Bovary


Autor: Gustave Flaubert
Páginas: 496
Editora: Martin Claret
Publicação: 1856 



O livro

Considerado por muitos críticos e estudiosos como a maior realização do romance ocidental, 'Madame Bovary' trata da desesperança e do desespero de uma mulher que, sonhadora, se vê presa em um casamento insípido, com um marido de personalidade fraca, em uma cidade do interior.

A polêmica

Esta obra ocupa uma posição central no gênero romance por vários motivos. Um deles é o fato de ter sido considerado uma leitura “indecente e corruptora” das mocinhas de família; outro motivo deve-se ao fato de o escritor ter sido processado pela Sexta Corte Correcional do Tribunal de Sena por tratar de um tema tão pecaminoso como o “adultério”. Fora absolvido pelos juízes, mas não pelos críticos puritanos.

Eis aí as dicas. Estes livros influenciaram - pro bem e pro mal - diretamente e mostraram que a “palavra escrita” é capaz de criar estragos enormes. Se você for arriscar, boa leitura e até a quinta parte da série.

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