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quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

DIRETO AO PONTO — O CRISTÃO E AS SUPERSTIÇÕES DA VIRADA DE ANO

Comer lentilha, pular sete ondinhas, usar roupa branca, não comer carne de aves. A virada do ano está chegando e tem gente — inclusive muitos crentes (e a prova disso está nos cultos de virada das grandes denominações, quando se vê um verdadeiro desfile de gente usando roupas brancas, assim como decorações com motivos também na mesma cor) — achando que fazer essas coisas vai tornar o ano nascituro um ano melhor. Para quem é cristão, acreditar nisso tem um nome muito claro: superstição e, em última instância, idolatria, isto é, pôr a confiança não no Deus verdadeiro, mas em qualquer objeto ou prática.

O cristão e as supertições


Evidentemente, há muitos cristãos que estão alertas quanto a isso e reconhecem, por exemplo, que atribuir algum tipo de poder à ingestão de lentilha contraria frontalmente a fé em Deus. É preciso, porém, estar consciente não somente das superstições que cercam datas como a virada do ano, mas do risco que a postura supersticiosa traz para o próprio âmbito da fé cristã.

Quanto mais cresce o neo-paganismo, mais cresce o esoterismo, o ocultismo, as superstições, etc. Foi assim no tempo do paganismo pré-cristão em Roma, Grécia, Egito, Babilônia, Éfeso, etc., e hoje se repete em novas metrópoles modernas.

Quando o homem não encontra o Deus verdadeiro, e não se entrega a Ele, então, "fabrica o seu deus", à sua pequena imagem e semelhança — ou seja, uma escabrosa e desastrosa inversão de valores espirituais —; semelhante á pedra, ao cristal, à magia, etc.

Este deus é um deus "que lhe obedece" mediante algumas práticas rituais um tanto secretas, misteriosas e mágicas. Ele busca neste deus com pés de barro, o conhecimento do futuro ou as revelações do presente, de modo a ser feliz durante o ano que surge.

Sobretudo na festa de Ano Novo os espíritos esotéricos se exaltam em busca das melhores condições para serem agraciados por seus deuses e pelos poderes ocultos do além. Para uns é a exigência de começar o Ano com o pé direito; para outro é estar de roupa branca, mesmo as mais íntimas, ainda que alma não esteja tão clara (há, e, engraçado, aqui, o discurso sobre a discriminação racial, de associar a cor preta com algo ruim, é totalmente ignorada, principalmente pelos próprios negros); para outro é pular as ondinhas do mar… e a pobre miséria humana multiplica as fantasias e suas falsidades.

O homem tem sede de Deus! Ou ele adora e serve ao Deus verdadeiro, "Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis" (Colossenses 1:16), como diz a Escritura, ou passa a adorar e a servir a deuses falsos, mesmo que conscien­temente não se dê conta disso. E assim as seitas se multiplicam a cada dia.

Outros ainda, mais desorientados, correm atrás de horóscopos, de zodíacos, de mapas astrais, de cartomantes, de necromantes, de búzios, de umbanda, de macumba e de todos os tipos de ocultismos, ten­tando encontrar uma forma de satisfazer as suas necessidades.

O cristão no cenário das superstições


Nas grandes e pequenas livrarias, proliferam todos esses tipos de livros, muito bem explorados por alguns escritores e editoras — muitos deles, inclusive, assinados por "gurus" gospel. Lamentavelmente, muitos cristãos, por ignorância religiosa na sua maioria, acabam também seguindo esses caminhos tortuosos e perigosos para a própria vida espiritual.

A doutrina cristã sempre condenou todas essas práticas re­ligiosas. Já no Antigo Testamento, Deus proibiu todos os cultos idolátricos, supersticiosos e ocultos. O livro do Deuteronômio relata a Lei de Deus dada ao povo: 
"Que em teu meio não se encontre alguém que se dê à adivinhação, à astrologia, ao agou­ro, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo ou à evocação dos mortos, porque o Senhor teu Deus abomina aqueles que se dão a essas práticas" (18:10-12). 
É interes­sante que, logo em seguida, disse Deus ao povo: 
"Serás inteira­mente do Senhor; teu Deus" (18:13).
No livro do Levítico tam­bém encontramos: 
"Não vos dirijais aos espíritas nem aos adivinhos: não os consulteis, para que não sejais contaminados por eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus” (19:31) 
e: 
“Não praticareis a adivinha­ção nem a magia" (19:26b).
A busca dessas práticas ocultistas revela grande falta de fé e confiança em Deus, já que a pessoa está buscando poder ou conhecimento do futuro, fora de Deus e contra a Sua vontade.

O que fazer?


Deliberadamente, o cristão comprometido com as Escrituras se vê diante de muitos dilemas culturais que almeja ler à luz de sua fé. As superstições no fim de ano são um bom exemplo desta realidade, pois, aparentemente, são muitos que estabelecem um apego e crença exagerados (até infundados) em coisas — roupas, alimentos, pessoas, atitudes, simpatias — puramente casuais.

Muito ligado à religiosidade ou à "sabedoria popular", o conceito de superstição aborda as atitudes recorrentes que induzem ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à confiança em coisas ineficazes, seja pelo temor ou pela ignorância, que também pode ser chamado de crendice. 

Por isso, trago aqui uma singela opinião sobre o assunto, a fim de ajudar cristãos que necessitem de mais esclarecimentos e ainda não souberam como lidar com as superstições "obrigatórias" para o êxito na vida. Observe algumas delas:
  • 1. As cores obrigatórias — É sabido que o branco é a cor mais popular no Réveillon, mas as superstições quanto às cores são inúmeras. Muitos julgam que o branco trará paz, o vermelho/rosa guiará a um novo amor ou paixão, o verde/amarelo/laranja atrairá dinheiro e o violeta proporcionará estabilidade, etc.. Todavia, o tom que confere sucesso na vida envolve a matiz do trabalho, caráter e sabedoria, crendo que Deus opera em cada um das nuances.
  • 2. As comidas obrigatórias — Assim como o peru está para o Natal, vários alimentos aparecem na lista de superstições para o novo ano. Na crendice popular, entre animais e frutos, o porco ajudará na prosperidade, o peixe fisgará fertilidade, o carneiro trará vitalidade, as sementes de romã, uvas (comer doze à meia-noite) e maçãs plantarão abundância que, ao lado das lentilhas (também devem ser consumidas à meia-noite), atrairão riquezas. É assim que a ilusão se torna um doce alimento para a alma faminta e ávida por refrigério.
  • 3. Os gestos obrigatórios — Há uma série de gestos supersticiosos que remontam ao novo ano que se inicia. Muitos acreditam que bolsos vazios, guardar uma rolha da garrafa de champanhe ou três sementes de romã na carteira (esse último no dia seis de janeiro, principalmente, jogando em água corrente no final do ano), trarão o tão sonhado e desejado dinheiro. Li que dar três pulinhos com a referida garrafa na mão sem derramar nenhuma gota e, depois, jogar o resto para trás, sem olhar, de uma vez só, é bom para deixar para trás tudo de ruim. Usar roupas novas, jogar moedas da rua para dentro de casa, beber três goles de vinho, acender velas na praia, abraçar alguém do sexo oposto à meia-noite, jogar rosas na água, fazer barulho à meia-noite, enfim, ter pensamento positivo... Inutilmente, todas esses gestos prometem afugentar o mau das pessoas.

Vamos para a Bíblia?


Como já visto acima, biblicamente, o cristão é impelido a evitar superstições, simpatias e crendices mediante a atitude de Deus em relação aos adivinhadores, prognosticadores e agoureiros (Dt 18:9-14; Ezequiel 13:23; Miqueias 5:12), que praticavam abominação ao observar sinais para predizer o futuro e aconselharem os israelitas. 

Estas "mágicas" devem ser abandonadas por amor a Cristo (Atos 19:19). Além disso, confiar em superstições é envolver-se com um engano cultural em detrimento a fé real pela qual nos movemos e vivemos (Habacuque 2:4; Romanos 1:17; Gálatas 3:11).

O mundo é mais carente a cada dia. Promessas para conquistar um novo amor, prosperidade, fortuna e felicidade a partir de superstições são um convite ao engano. O cristão comprometido com a Palavra de Deus sabe que é o Senhor que poderá suprir cada uma de suas necessidades (Filipenses 4:9-20). 

Deus pode fazer-te abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabunde em toda boa obra (2 Coríntios 9:8). Entregue e confie sua vida a Ele, Jesus; não às superstições. Deus é quem te guarda (1 Timóteo 1:12). Coma e beba para a glória de Deus (1 Co 10:31; Cl 3:17), não por causa das superstições.

Superstição ou Fé, eis a questão,

mas, as duas juntas, impossível


A superstição é baseada na fé ignorante de que um objeto tem poderes mágicos. Uma outra palavra para a superstição é "idolatria". A Bíblia não apoia a ideia de coisas que ocorrem por acaso, e nada é feito fora do controle soberano de Deus. Ou Ele faz ou permite tudo de acordo com o Seu plano divino (At 4:28, Efésios 1:10).

Existem muitos tipos de superstições no mundo, estes tipos de práticas são extremamente perigosos porque abrem as mentes dos praticantes à influência do diabo. 1 Pedro 5:8 nos adverte: 
"Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar."
Devemos obter a nossa fé não de objetos ou rituais criados pelos homens, mas a partir do único e verdadeiro Deus que dá a vida eterna (Cl 2:8-10). 

Conclusão


Ao cristão é permitido buscar unicamente em Deus, pela oração, todo consolo, auxílio e força de que necessita — e em nenhum outro meio ou lugar. O Apóstolo Paulo disse: 
"Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças" (Fl 4:6). 
E Paulo ainda advertiu severamente as comunidades cristãs de que fugissem da idolatria (cf. 1 Co 10:14) e mais: 
"As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios. Não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou queremos provocara ira do Senhor?" (1 Co 10:20-22).
Muitos cristãos, por ignorância, quando não conseguem por suas orações o que pedem a Deus, especialmente nos momentos difíceis da vida, perigosamente vão atrás dessas práticas supersticiosas explícita e contextualmente proibidas pela palavra de Deus, arriscando-­se, como disse Paulo, a prestar culto ao demônio sem o saberem, magoando a Deus.

Quando Deus não atende um pedido nosso, Ele sabe a razão; e, se temos fé e confiança nEle, não vamos atrás de coi­sas proibidas. Toda busca de poder, de realização, de conheci­mento do futuro, etc., fora de Deus, sem que Ele nos tenha dado, é grave ofensa ao Senhor por revelar desconfiança nEle.

O Ano que começa é um grande presente de Deus para cada um de nós; e deve ser colocado inteiramente em Suas mãos para que Ele cuide de cada dia e de nós. Nada alegra tanto a Deus do que vivermos na fé.

O cristão pode comer lentilha, usar roupa branca e deixar de comer ave na virada do ano. Mas porque lentilha é gostoso (e saudável), roupa branca pega bem com esse calor e o frango e o peru já deram o que tinha que dar no natal. 

O cristão pode e deve se reunir em um culto de ação de graças pelo ano que passou e consagrando o novo ano ao Senhor, afinal, existe algo mais profético do que virar o ano cultuando ao Deus Todo Poderoso, celebrando a Ceia do Senhor e com os joelhos dobrados diante dEle? Mas sem acreditar que tudo vai dar errado se ele, por algum motivo, não fizer isso, pois, isso também seria uma superstição.

[Fonte: Ultimato, Rev. Ângelo Vieira da Silva; Canção Nova, por Prof. Felipe Aquino; Gazeta do Povo, por Felipe Koller]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

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