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sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

ESPECIAL — AFINAL, QUAL A ORIGEM HISTÓRICA DO NATAL E SEUS SÍMBOLOS?

É fundamental que saibamos o verdadeiro significado do Natal para os cristãos, pois é parte fundamental da nossa fé.

Preciso confessar que, embora o Natal não seja especificamente minha época preferida do ano, acho muito válido o clima de harmonia que é sempre comum nessa época. As famílias se aproximam, as casas ficam cheias, as mesas fartas e o mundo fica colorido. 

Mas o mais importante é o significado do Natal que enche o meu coração. Nele uma grande parcela do mundo, comemora o nascimento de Jesus, o Filho de Deus. É fato, que em nossos dias a atenção tem sido dividida com o Papai Noel, suas renas e os gnomos (e, detalhe, até mesmo entre os cristãos). Mas eles são, lenda! Ao contrário de Jesus Cristo, que é completamente real.

Mas, meu intuito com o texto deste artigo, não é de forma alguma demonizar a data e muito menos ainda entrar no já bolorento imbróglio sobre ser ou não legítima a comemoração do Natal pelos cristãos (que chatice isso!), já que, sim, não há na Bíblia, nenhum indicativo de que Jesus tenha nascido no dia 25 de dezembro. 

Mas, entretanto, seja em que dia, mês ou ano que Ele nasceu, o mais importante é que Ele nasceu e como o cumprimento de uma profecia divina (Isaías 9:6), nos dando, assim, muitos motivos para comemoração do Seu nascimento.

O que farei aqui, é um estudo mais com viés histórico, sobre a origem da comemoração do Natal, assim como o significado dos seus principais símbolos.

O começo de tudo


Segundo a tradição cristã, José e Maria viajaram para Belém
pouco antes do nascimento de Jesus
 | Foto: Getty Images
O Natal não foi sempre assim, cheio de coisas legais e coloridas. Ele começou a ser comemorado oficialmente por volta do século IV e foi instituído pela liderança católica para substituir o festival que celebrava o deus Sol, no solstício de inverno. Desde então, que a data celebra o nascimento do Filho de Deus.

O nascimento de Jesus


O Natal — que para os cristãos marca o nascimento de Jesus, o filho de Deus — é celebrado em 25 de dezembro ou 7 de de janeiro, no caso dos cristãos ortodoxos. A natividade é descrita no Novo Testamento da Bíblia, mas os evangelhos de Mateus e Lucas dão versões diferentes para o evento.

Ambas narrativas dizem que Jesus nasceu de Maria, noiva de José, um carpinteiro. Os evangelhos afirmam que Maria era virgem quando engravidou.

No relato de Lucas, Maria foi visitada por um anjo trazendo a mensagem de que ela daria à luz o filho de Deus (Lucas 2:1-20). Já a versão de Mateus afirma que José foi visitado por um anjo que o persuadiu a casar com Maria em vez de dispensá-la ou expor a origem de sua gravidez (Mateus 1:18-25).

Mateus fala também de um grupo de sábios (os reis magos) que seguiram uma estrela até chegar ao local de nascimento de Jesus, para presenteá-lo com ouro, incenso e mirra. Lucas, por sua vez, conta que pastores foram guiados por um anjo até Belém.

O contexto


Segundo a tradição, José e Maria viajaram pouco antes do nascimento de Jesus. José havia sido ordenado a participar de um censo em sua cidade natal, Belém. Todos os judeus tinham de ser contabilizados, para que o Império Romano pudesse determinar o quanto recolheria deles em impostos. Os que haviam se mudado de Belém, como José, tinham de regressar para serem registrados.

José e Maria enfrentaram a longa e árdua viagem de 150 km a partir de Nazaré, pelo vale do rio Jordão, passando por Jerusalém até chegar a Belém. Maria viajou sobre uma mula, para guardar energia para o parto.

Mas, ao chegarem a Belém, souberam que a hospedaria local estava repleta. O dono do local os deixou permanecer em uma caverna rochosa sob a casa, usada como um estábulo. Foi ali, próximo ao barulho e à sujeira dos animais, que Maria deu à luz seu bebê e colocou-o na manjedoura.

O primeiro Natal


Natal começou como uma festividade invernal e continha fortes elementos pagãos | Foto: Getty Images
Os evangelhos não mencionam a data do nascimento de Jesus. Foi só no século 4 que o papa Júlio I estabeleceu o dia 25 de dezembro como o dia de Natal. Era uma tentativa de cristianizar as celebrações pagãs que já eram realizadas nessa época do ano.

No ano de 529, o 25 de dezembro já havia se firmado como um feriado e, em 567, os 12 dias entre o 25 de Dezembro e o Dia de Reis — considerado o dia em que os reis magos chegaram até Jesus — eram feriados públicos.

O Natal não é apenas uma festa cristã. A celebração tem raízes no feriado judaico de Hanuká (festa de luzes celebrada ao longo de oito dias), nos festivais dos gregos antigos, nas crenças dos druidas (sacerdotes celtas) e nos costumes folclóricos europeus.

Celebração invernal e histórica


Diz a lenda que galhos de azevinho foram trançados em uma coroa
e colocados na cabeça de cristo por soldados romanos | Foto: Getty Images
No hemisfério Norte, o Natal é uma festa invernal, próximo ao período do solstício de inverno — depois desse período, a luz do sol aumenta e os dias começam, gradativamente, a serem mais longos. Ao longo da história, essa já era uma época de festividades.

Nossos antepassados caçadores passavam a maior parte do tempo em ambientes externos. Portanto, as estações do ano e o clima tinham uma importância enorme em suas vidas, a ponto de eles reverenciarem o sol. Povos do norte europeu viam o sol como uma roda que mudava as estações, por exemplo.

Os romanos também tinham seu festival para marcar o solstício de inverno: a Saturnália (dedicado ao deus Saturno) durava sete dias, a partir de 17 de dezembro. Era um período em que as regras do cotidiano viravam de ponta-cabeça. Homens se vestiam de mulher, e patrões se fantasiavam de servos. O festival também envolvia procissões, decorações nas casas, velas acesas e distribuição de presentes.

O azevinho, arbusto típico usado hoje nas guirlandas, é um dos símbolos mais associados ao Natal — por ter sido transformado pela Igreja no símbolo da coroa de espinhos de Jesus. Segundo uma lenda, galhos de azevinho foram trançados em uma dolorosa coroa e colocados na cabeça de Cristo por soldados romanos para zombá-lo (Mateus 27:29; João 19:2): 
"Salve o rei dos judeus".
Diz a crença que as frutas do azevinho eram brancas, mas foram tingidas de vermelho permanentemente pelo sangue do messias cristão.

Outra lenda diz respeito a um pequeno órfão que vivia com os pastores quando os anjos vieram anunciar o nascimento de Jesus. O menino trançou uma coroa de azevinhos para a cabeça do bebê recém-nascido. Mas, ao oferecê-la, ficou envergonhado de seu presente e começou a chorar. O bebê Jesus tocou a coroa, que começou a brilhar, fazendo as lágrimas do órfão se transformarem em frutinhas vermelhas.

Mas o significado religioso do azevinho precede o cristianismo: o arbusto era associado inicialmente ao deus Sol e considerado importante nos costumes pagãos. Algumas religiões antigas usavam o azevinho para proteção, e as portas e janelas eram decoradas com suas folhas para proteger as casas de espíritos ruins.

Do ponto de vista histórico, o Natal sempre foi uma curiosa combinação de tradições cristãs, pagãs e folclóricas. Se voltarmos no tempo para 389 d.C., são Gregório Nazianzeno (☆329 d.C./✞390 d.C. — um dos quatro patriarcas da Igreja Grega) advertiu contra 
"os excessos nas festividades, nas danças e decorações nas portas". 
Nessa época, a Igreja já tinha dificuldades em eliminar os traços pagãos dos festivais de inverno.

Na Era Medieval (cerca de 400 d.C a 1400 d.C), o Natal já era conhecido como um período de banquetes e diversões. Era um festival predominantemente secular, mas continha alguns elementos religiosos.

O Natal medieval durava 12 dias, entre o dia 24 de dezembro ao dia 6 de janeiro — dia da "Epifania do Senhor". Epifania vem da palavra grega que significa aparição, em referência ao momento em que Jesus foi revelado ao mundo. Até os anos 1800, a Epifania era uma celebração tão grande quanto a do Natal.

Ao longo da história, a Igreja tentou restringir as celebrações pagãs e dar um sentido cristão a costumes populares. Os cânticos natalinos, por exemplo, eram originalmente músicas para comemorar colheitas ou a metade do verão, até serem incorporadas pelos religiosos. Elas se tornaram uma tradição natalina no final do período medieval.

Proibições ao Natal


Até o século 19, a data não era uma celebração familiar — era comum as pessoas beberam e saírem comemorando pelas ruas. A festa costumava ser tão efusiva que de meados do século 17 até o início do século 18, as puritanos cristãos suprimiram as festas natalinas na Europa e no continente americano.

O movimento puritano havia começado durante o reinado da rainha britânica Elizabeth 1ª (☆1558/✞1603) e se baseava em severos códigos de conduta moral, muita oração e em uma interpretação rígida das escrituras do Novo Testamento.

Como a data do nascimento de Cristo não consta dos evangelhos, os puritanos acreditavam que o Natal era muito relacionado aos festivais pagãos romanos e se opunham a sua celebração, sobretudo ao seu aspecto festivo, regado a comida e bebida, como herança da Saturnália.

A representação da natividade


Corais de Natal eram originalmente músicas para comemorar colheitas ou a
metade do verão, até serem incorporados pelos religiosos | Foto: Whitemay
A contação de histórias se tornou uma parte importante da cristianização do Natal, por exemplo por intermédio do presépio, como uma representação do estábulo onde Jesus nasceu.

A tradição de montar presépios é antiga: já em 400 d.C., o papa Sisto III ordenou que um fosse construído em Roma. No século 18, em muitas partes da Europa, a montagem de presépios era considerada uma forma importante de artesanato.

Peças de natividade também eram apresentadas em igrejas, com a intenção de ilustrar a história natalina contada pela Bíblia.

A Era Vitoriana e o Natal atual


O Natal chegou a ser vetado na Inglaterra, mas voltou com força na Era Vitoriana (☆ 1837-1901), com forte caráter nostálgico.

A obra clássica de Charles Dickens (☆1812/✞1870), "Um Conto de Natal", de 1843, inspirou ideias de como o Natal deveria ser, capturando a imaginação das classes médias britânica e americana - que tinham dinheiro para gastar e vontade de fazer da festa um momento especial para toda a família, dando início ao Natal da forma como o conhecemos hoje.

Ainda que a intenção vitoriana fosse reproduzir práticas natalinas da Inglaterra medieval, muitas das novas tradições eram invenções anglo-americanas. A partir dos anos 1950, os corais de Natal foram estimulados por sacerdotes, sobretudo nos EUA, que incorporaram a cantoria às celebrações natalinas religiosas.

Os ingleses foram os precursores dos cartões de Natal, mas os americanos - muitos deles migrantes — adotaram a prática e a popularizaram, graças a um serviço postal barato e à possibilidade de manter contato com parentes fisicamente distantes.

Já a árvore de Natal era uma tradição germânica, levada à Inglaterra e popularizada pela família real. Em 1834, o príncipe Albert (☆1819/✞1861), marido da rainha Vitória, ganhou uma árvore da rainha da Noruega e exibiu-a na praça Trafalgar, ponto importante de Londres.

Celebração moderna


O Advento é um período de preparação das comemorações do nascimento de Jesus e começa no domingo mais próximo ao dia 30 de novembro. A palavra vem do latim adventus, ou chegada. Tradicionalmente, é uma época de penitência, mas não mais tão rígida quanto a Quaresma, uma vez que os cristãos não fazem mais jejum nesse período.

Guirlandas do Advento são populares na Europa e nos Estados Unidos, sobretudo em igrejas. Elas são feitas com galhos de pinheiros e quatro velas — uma para cada domingo do Advento.

Papai Noel

Imagem do Papai Noel como a conhecemos hoje foi popularizada por
fabricantes de cartões natalinos na Era Vitoriana | Fonte: Getty Images

Uma parte importante do Natal moderno é o mito do Papai Noel ou Pai Natal, cuja origem remonta a tradições cristãs e europeias. Mas a imagem dele como a conhecemos hoje foi popularizada por fabricantes de cartões natalinos americanos no século 19.

Tradicionalmente, o Pai Natal visita as casas à meia-noite da véspera de Natal, descendo pela chaminé para entregar os presentes, colocando-os dentro das meias que as crianças deixam penduradas.

Algumas tradições ao redor do Pai Natal também precedem o cristianismo. Seu trenó, puxado por renas, vem da mitologia escandinava. A prática de deixar tortas e leite ou conhaque para o Papai Noel pode ser remanescente de sacrifícios pagãos que marcavam a chegada da primavera.

Nos EUA, a figura do Santa Claus tem seu nome derivado de São Nicolau, que, segundo a tradição, costumava entregar anonimamente sacos de ouro para um homem que não tinha dinheiro para pagar o dote de casamento de sua filha.

Algumas versões da história afirmam que o santo jogava as sacolas de ouro pela chaminé.

Conclusão


O Dia de Natal é a festa cristã mais celebrada pelas pessoas que não frequentam igrejas, e estas, ao mesmo tempo, costumam ficar repletas para a missa natalina. No entanto, para muitas pessoas, o Natal hoje se tornou uma festa secular, centrada na reunião familiar e na troca de presentes.

Se em séculos passados a Igreja temia a influência pagã sobre a festa cristã, as preocupações atuais são o consumismo e os excessos que marcam as festas de fim de ano.

Em nossos dias, alguns cristãos consideram o Natal uma festa pagã, e não cristã por causa dos símbolos que são utilizados.

Histórica e teologicamente falando, não há argumentos que defendam ou proíbam um cristão de celebrar a data. É algo que está mais relacionado a consciência de cada um.

Sobre assuntos dessa natureza, o apóstolo Paulo nos aconselha em Romanos 14, a agir de acordo com a nossa fé e a sinceridade do nosso culto. Particularmente, eu sigo a sintonia da tradição de que o Natal é uma data cristã que celebra o nascimento de Jesus e é uma oportunidade maravilhosa de compartilhar o conhecimento da revelação de Deus através de Seu Filho, com as pessoas que ainda não o conhecem.

Sendo assim, o sentido do Natal para o cristão pode ser resumido, sem paranóias  e sem forçação de barra espirituais,  em alguns de seus símbolos:
  • A estrela — representa a estrela que guiou os reis magos até Belém;
  • Os presentes — O ouro, o incenso e a mirra entregue a José e Maria como presente para Jesus;
  • O presépio — uma ilustração da manjedoura, do menino da promessa, dos reis e dos pastores;
  • A árvore — Jesus como a videira verdadeira, aquele sobre quem todos os seus irmãos se ajuntam;
  • As luzes — Jesus como a luz do mundo;
  • A ceia — Jesus como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
O Natal terá o sentido que você determinar. É um tema não abordado na Bíblia, no sentido que conhecemos hoje. A data nasceu do desenvolvimento da humanidade e da comunhão da Igreja de Jesus.

Há quem defenda de maneira enérgica, que o significado do Natal é completamente pagão e não glorifica a Deus, pois Jesus não nasceu em 25 de dezembro.

E há quem acredite, assim como eu, que a data é uma celebração do nascimento do Filho de Deus, e a maior dádiva do Senhor aos homens. Dessa forma, fica a seu critério celebrar ou não. Contudo, não julgue quem pensa diferente (repetindo: leia Romanos 14), procure conhecer suas motivações.

Deus abençoe! E que sua vida seja sempre um FELIZ NATAL!

[Fonte: BBC News/Brasil; Jesus e a Bíblia, por Diego Nascimento]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
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Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

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