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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

"CORRUPTO, A GENTE SOMOS CORRUPTO!"

Ontem comemoramos o Dia Internacional contra a Corrupção. Quero dizer, comemoramos em termos, pois com o estouro do escândalo do propinoduto na Petrobras - que ainda tem muito esgoto para jorrar de seus poços - a data passou praticamente desapercebida. 

Lendo um artigo nesta semana, uma pesquisa me chamou a atenção. Muito além disso, me deixou realmente preocupado e envergonhado. Na pesquisa da qual me refiro, feita pelo Ibope, foi constatado que 70% dos entrevistados admitem já ter cometido algum tipo de prática antiética. Até aqui, não podemos avaliar, pois não sabemos que tipo de prática foi cometida.

Considerando a quantidade de matérias veiculadas nos últimos anos sobre corrupção, a outra pergunta é que me deixou preocupado. 75% dos entrevistados afirmaram que cometeriam algum tipo de corrupção política caso tivessem oportunidade.  Então, me pergunto: essa motivação é levada pela impunidade que convivemos diariamente, ou o brasileiro tem a corrupção nas veias? Será que isso já incorporou-se à nossa cultura?

Nesse caso, nossas opções eletivas realmente estão a desejar, e ficarão por muito tempo. Estou preocupado com o futuro deste país. A situação está tão crítica que o povo nem liga mais. Faz parte do nosso dia a dia notícias sobre corrupção, nepotismo, favorecimentos, fisiologismos, e etc… o brasileiro aprendeu a conviver com isso; dura realidade.

O pior, é que não se vê uma luz no fim do túnel, apenas escuridão total. Enquanto isso, programas paliativos como bolsa família e fome zero vão elegendo seus “criadores”, infelizmente. Se tenho fome, me dê comida. Se não tenho emprego, me dê dinheiro. Não preciso aprender a ganhá-lo, o governo me dá. Fácil assim.

O Marques de Maricá, disse: “A impunidade é segura, quando a cumplicidade é geral“. Se fazem, é porque permitimos. Talvez, essa maioria, pense que um dia também poderá estar no lugar deles “desfrutando” de todas aquelas “vantagens” e deixando o povo se F°d&r.

Acho mesmo que só um tsunami seria capaz de mudar alguma coisa. Mas, me alegro quando penso que essa onde gigante, começa pequenina e vai tomando força aos poucos, e ao final, seu poder é realmente destrutivo.

Fica a pergunta: Você é corruptível? (Não precisa responder...)

Dando o troco


Não se sabe se é coincidência, mas duas recentes campanhas virtuais de órgãos públicos decidiram tocar exatamente no mesmo ponto: a corrupção do brasileiro. Não dos políticos, nem do governo, mas de cada cidadão residente no país. Aceitou troco errado? Apresentou atestado médico falso? Furou fila? Então você está na mira das últimas cartadas postadas pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A CGU é mais um dos ministérios de Dilma, e é responsável por fiscalizar a idoneidade das ações e dos servidores do Executivo. O CNJ é o órgão administrativo de controle do Judiciário.

Recentemente controladoria publicou em seu perfil no Facebook uma espécie de “grand finale” de uma campanha já antiga, lançada há algum tempo, contra as chamadas “pequenas corrupções”. Aparentemente, tocou em uma ferida nacional, pois à época de seu lançamento teve compartilhamento recorde,  um  grande estouro em termos de mídias sociais. No Facebook o apóio foi maciço.

Também, pudera: os comportamentos listados na campanha – usados para lembrar que a corrupção não é exclusividade do Estado – incluem condutas que, embora reprováveis, não parecem distantes do universo de nenhum brasileiro. Atos como “colar na prova” e “tentar subornar o guarda para evitar multas” não têm o poder de chocar ninguém.

O CNJ vai por caminho semelhante. “E aí? Vai estacionar em vaga de deficiente? O combate à corrupção começa com você”, provoca a campanha lançada no último 9 de dezembro 2013, no Dia Internacional contra a Corrupção. Coincidentemente, as duas iniciativas acontecem próximas à entrada em vigor da chamada Lei Anticorrupção; que passou a valer em janeiro.

A intenção desta última foi facilitar a punição das empresas que praticam atos ilícitos relacionados ao poder público, como subornar servidores ou fraudar licitações. É mais um lembrete que a desonestidade não é restrita ao governo – a velha máxima de que para haver um corrupto, tem que haver um corruptor. Ou seja, quer um país sem corrupção, seja honesto!

Enfim, a verdade é que, só há corrupção porque existem pessoas corruptíveis. É o típico caso de oferta proporcional à demanda. E, para quem é honesto em essência, não existe "pequenas corrupções", existe CORRUPÇÃO. E, outra verdade, cortemos na própria carne, muitos de nós, tendo ou vendo, não perderemos a chance de cair na sedução da corrupção.

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