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segunda-feira, 20 de outubro de 2025

PERDÃO: UMA PERSPECTIVA BÍBLICA

"Suportai-vos uns aos outros, e perdoai-vos mutuamente, caso alguém tiver queixa contra outro. Como o Senhor vos perdoou, assim também fazei" (Colossenses 3:13).
Perdão: quantas vezes já ouvimos essa palavra e nos esquivamos dela? Do simples pedido de desculpas no dia a dia, às situações mais difíceis e dolorosas. Perdoar e pedir perdão nem sempre são tarefas fáceis.

Perdoar os outros não é uma opção para os cristãos: é um mandamento. Em Mateus 6:12, Jesus ensina-nos a orar, 
"Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores".
Ele tornou claro que a oferta de perdão de Deus é inseparável da nossa vontade de perdoar os outros. 

Eis aí o grande desafio: para que sejamos alcançados pelo perdão de Deus, é preciso que estejamos dispostos também a perdoar... na mesma proporção.

Então, qual é a natureza deste vínculo?

Como agir com compaixão em uma dura traição, em um crime ou um grave desrespeito? 

Às vezes parece impossível, não é?

Mas o que vamos refletir aqui hoje é que perdoar faz parte da nossa existência e é requisito para uma vida mais plena e coerente com o Reino de Deus. Vamos pensar juntos?

O perdão não como um conceito religioso, mas como uma prática


Em primeiro lugar, perdoar os outros, quando eles nos fazem mal, faz parte da nossa gratidão a Deus por ter perdoado os nossos pecados através da morte de Jesus na cruz.

O perdão de Deus baseia-se exclusivamente no seu amor e na sua graça incondicional.

Nós não o merecemos. A palavra grega para pecado, em Mateus 6:12, significa literalmente "dívida".

Porque quebramos a lei de Deus, temos dívidas com Ele que jamais poderemos ressarcir.

Se pedirmos a Deus que perdoe nossas dívidas enormes, enquanto recusamos perdoar as pequenas dívidas que as pessoas têm conosco, estaremos agindo, na melhor das hipóteses, de maneira inconsistente e, na pior das hipóteses, de maneira hipócrita.

Perdoar não se trata de amnésia memorial


Há muita gente que, de maneira equivocada, acredita que perdoar é esquecer o que de mal nos feito pelos outros. Há no nosso meio, quem até pregue, ensine esse disparate.

Eu digo sobre quem anda ensinando essa asneira, o mesmo que Jesus disse aos mestres da lei:
"Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos a levantar um só dedo para movê-los" (Mt 23:4).
Perdoar, diferentemente do que pode parecer à primeira vista, não é esquecer.

Não é fácil, mas é necessário  


O perdão faz parte de um processo que, muitas vezes, é doloroso, mas extremamente necessário para a nossa libertação.

É como mexer em uma ferida. Resistimos em mexer nela, em abrir e passar o remédio necessário. Mas é dessa forma que ela irá cicatrizar e não doer mais.

Expor o ferimento da alma e tratá-lo, não é um ato confortável, mas crucial para que possamos alcançar a cura.

E agora, vamos à perguntar que não quer calar:

Quantas vezes perdoar?


E depois de incorporar o perdão, quantas vezes devo perdoar? Essa pergunta foi feita diretamente a Jesus pelo discípulo Pedro, como consta também na narrativa do Evangelho de Jesus por Mateus.

Pedro pergunta: 
"Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?" 
E Jesus responde: 
"Não lhe digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete" (Mt 18:21-23).
  • Vamos fazer as contas? 70 x 7 = 490
O esperto Pedrão até tentou nos aliviar a barra, mas Jesus não nos deu mole.

Jesus nos mostra nessa passagem que o perdão não é uma obrigação que podemos cumprir como um checklist nas nossas vidas.

Trata-se de uma postura, de um processo progressivo que deve nos acompanhar sempre por onde formos.

Somos imagem e semelhança de Deus


Deus tem compaixão e misericórdia de nós e nos perdoa por todas as nossas falhas. 

O perdão de Deus para os nossos pecados não conhece limites. Por isso dá para compreendermos a resposta de Jesus à pergunta de Pedro

O esforço em perdoar é uma resposta concreta ao nosso Pai de que estamos nos dedicando a nos tornarmos pessoas melhores em nossas jornadas.

Ou seja, quando praticamos o perdão, mais nos tornamos semelhantes ao nosso Pai.

Jesus, luz de nossas vidas


Uma maneira de irmos além nesse pensamento sobre a importância do perdão é nos perguntarmos: por que devo perdoar?

Para nos ajudar, uma inspiração está nas próprias palavras de Jesus, registradas por Evangelistas, na Bíblia:
"De fato, se vocês perdoarem aos homens os males que eles fizeram, o Pai de vocês que está no céu também perdoará a vocês" (Mt 6:14).
"Quando vocês estiverem rezando, perdoem tudo o que tiverem contra alguém, para que o Pai de vocês que está no céu também perdoe os pecados de vocês" (Marcos 11:25).
Podemos pensar, a partir das palavras de Jesus, que é possível vivermos uma vida liberta, sem amarras, em paz conosco e em harmonia com Deus.

Uma forma de conseguirmos é praticando o que Jesus nos ensinou.

Jesus deu a sua própria vida para que fôssemos perdoados de nossos pecados e, assim, nos abriu a porta para alcançarmos a vida eterna.

Fica claro nas suas lições que perdoarmos aos nossos irmãos é o que ele espera de nós, independentemente do que
"Perdoar é permitir que a pessoa se aproxime" (Efésios 2;13).
Perdoar é uma união de arrependimento e sacrifício.

Só há perdão se uma das partes estiver de fato arrependida e a outra verdadeiramente disposta a sentir a compaixão.

Perdoar requer assumir os erros que cometemos e, acima de tudo, nos perdoarmos a nós mesmos. O que exige sempre um primeiro passo: abrir a porta da alma.

A consequências da prática do perdão

O perdão cura

O perdão de coração aos nossos irmãos nos aproxima das lições de Jesus e dos caminhos que Deus nos reservou.

É algo que nos torna pessoas melhores não só para nós mesmos, mas para todos os que estão à nossa volta.

Esperamos que essa reflexão possa ajudar a espalhar dentro de nós mesmos e entre nossos amigos, familiares, vizinhos e todos os seres humanos na Terra, o perdão.

Que possamos praticá-lo de forma cada vez mais frequente e genuína em nossas vidas.

'Perdão' — Paulo César Baruk, faixa do álbum "Graça Quase Acústico (rs)", ℗2015, PCB 

Conclusão


Finalmente, perdoar os outros pelo que nos fizeram é um teste infalível da nossa fé.

A nossa fé faz uma diferença verdadeira na nossa vida? Perdoar os outros não é fácil.

Não é natural — a nossa resposta natural é querer vingança. Porém, Jesus perdoou os seus inimigos que o crucificaram — antes de morrer ele orou: 
"Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo" (Lucas 23:34). 
Pode-se objetar, dizendo-se que Jesus era o Filho de Deus e nós não somos, que está além da nossa natureza humana pecadora amar os nossos inimigos como Jesus mandou.

Entretanto, se o cristianismo consiste em ter uma relação pessoal com Deus, e se Deus é real e poderoso, então, certamente, ele capacitará as pessoas que nele confiam para que sintam o poder do seu amor e do seu perdão nas suas próprias vidas.

Sem perdão, não há paz genuína. Como todos nós fazemos mal e nos magoamos uns aos outros, precisamos pedir perdão tanto quanto perdoar.

Dizer que sentimos muito e pedir o perdão das pessoas a quem causamos mal, às vezes, é mais difícil do que perdoar os que nos causaram mal.

Porém, se, com a ajuda de Deus, decidirmos fazer do perdão a nossa forma de vida, isto nos levará à paz – paz conosco, com os outros e com Deus.

Esta paz é uma benção grande e maravilhosa, da qual Deus quer que todos usufruamos.


Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blogue https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização frequentes dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
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E nem 1% religioso.

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