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sexta-feira, 10 de outubro de 2025

🎼CANÇÕES ETERNAS CANÇÕES🎼 — "TODO AZUL DO MAR", 14 BIS

Em mais um capítulo da nossa série especial de artigos, Canções Eternas Canções, trazemos essa belíssima composição do conterrâneo Flávio Venturini, "Todo Azul do Mar", que se tornou um dos maiores hits na carreira da banda 14 Bis.

A história da banda


Primeira e clássica formação do 14 Bis
Como sempre fazemos, antes de irmos para a música, vamos conhecer um pouco da história da banda 14 Bis.

A história da banda 14 Bis começou em 1979 aqui em Belo Horizonte, Minas Gerais, quando músicos de duas bandas mineiras (O Terço e Bendegó) se uniram, oriunda da turma original que se reunia desde muito antes, na garagem da casa dos irmãos Venturini, atrás do grupo Escolar Pedro II, na avenida Pasteur.. 

Formada pelos irmãos Flávio e Cláudio Venturini, Sérgio Magrão, Vermelho e Hely Rodrigues, a banda surgiu inspirada no pop-rock internacional como Led Zeppelin e Beatles, mas com forte influência do cenário musical mineiro, principalmente do Clube da Esquina. O nome é uma homenagem ao avião 14 Bis de Santos Dumont (✰1873/✞1932).

Era a Pensão da Dona Dalila


No vizinho bairro de Santa Tereza, Lô também crescia em meio ao ambiente de ensaios e música ao vivo que se formara lá em casa, em torno de mim, Marilton, Milton Nascimento, o Bituca e os agregados.

Pianos, violões, contrabaixos, flautas, percussões e panelas amassadas, bem como canetas e cadernos, faziam parte do cotidiano daquele bando de irmãos musicais, arruaceiros e boêmios, os filhos de Salim e Maricota, pai e mãe dos Borges. Nada diferente da garagem de Dona Dalila, portanto.

Pois bem. Quando chegou 1979, ano da formação oficial do grupo, aqueles meninos já tinham rodado altas quilometragens antes de se juntarem para formar o 14 Bis.

Cláudio, o Venturini caçula, virtuoso guitarrista, já tinha gravado o “disco do tênis” com o Lô Borges e o acompanhava em shows. Flávio já havia participado de discos do Milton e estrelava o antológico grupo O Terço, com os Sérgios, Magrão e Hinds. Patrono da ideia, veio para o 14 Bis e trouxe o carioca Magrão consigo.

Vermelho e Hely Rodrigues tocavam no grupo Bendegó, que contava ainda com Capenga, Gereba e Patinhas (que viria a ser o poderoso publicitário João Santana). Convidados por Flávio, subiram a bordo.

Os cinco, quatro mineiros e um carioca, incorporaram o 14 Bis com entusiasmo. E alçaram voo, levando seu aeroplano aos céus do Brasil.

Assim, os jovens partiram para a gravação de seu primeiro long-play, em 1979, intitulado simplesmente 14 Bis.

Realese

  • Formação e Influências — A banda foi formada no final da década de 70, unindo talentos de diferentes grupos. Flávio Venturini e Sérgio Magrão integravam o O Terço, enquanto Vermelho e Hely Rodrigues faziam parte do Bendegó. O irmão de Flávio, Cláudio Venturini, já acompanhava Lô Borges na época. As influências incluíam bandas como Pink Floyd e Beatles, além do Clube da Esquina, que moldou a musicalidade do grupo.
  • Nome e Apadrinhamento — O nome 14 Bis é uma clara homenagem ao avião de Santos Dumont. A banda foi apadrinhada por Milton Nascimento, que os ajudou a lançar o primeiro disco no mesmo ano de sua formação.
  • Estilo Musical — A banda misturou rock progressivo com elementos regionais e MPB, criando um estilo único. As letras, ricas em poesia, abordavam temas como a infância, juventude e a vida em Minas Gerais.
  • Carreira e Sucesso — O grupo lançou seu primeiro álbum em 1979 e, ao longo da década de 80, emplacou diversos sucessos com uma sonoridade mais voltada para o rádio. Mesmo com a saída de Flávio Venturini, a banda continuou produzindo, mantendo a identidade musical e se tornando uma das mais prolíficas do Brasil.
  • Legado — Considerada um dos grupos mais importantes do rock brasileiro, a 14 Bis foi declarada patrimônio imaterial de Belo Horizonte em 2012.

'Todo Azul  do Mar'


A música 'Todo Azul do Mar', do 14 Bis, foi composta por Flávio Venturini e Ronaldo Bastos em 1983 e lançada no álbum "A Idade da Luz".

A canção retrata a experiência de um mineiro ao ver o mar pela primeira vez, expressando o encantamento e a intensidade do amor que surge de forma espontânea e transformadora.

A música, um dos maiores sucessos da banda 14 Bis, que se tornou um clássico da MPB, possui uma história de origem bastante pessoal e poética.

O mar é usado como metáfora para a vastidão e liberdade do sentimento, que pode ser tanto libertador quanto envolvente.

A letra

Foi assim
Como ver o mar
A primeira vez
Que meus olhos
Se viram no seu olhar 
Não tive a intenção
De me apaixonar
Mera distração e já era
Momento de se gostar 
Quando eu dei por mim
Nem tentei fugir
Do visgo que me prendeu
Dentro do seu olhar 
Quando eu mergulhei
No azul do mar
Sabia que era amor
E vinha pra ficar 
Daria pra pintar
Todo azul do céu
Dava pra encher o universo
Da vida que eu quis pra mim 
Tudo que eu fiz
Foi me confessar
Escravo do seu amor
Livre pra amar 
Quando eu mergulhei
Fundo nesse olhar
Fui dono do mar azul
De todo azul do mar 
Foi assim
Como ver o mar
Foi a primeira vez
Que eu vi o mar 
Daria pra beber
Todo azul do mar
Foi quando mergulhei
No azul do mar 
Onda que vem do azul
Todo azul do mar
Onda azul
Todo azul do mar

Inspiração e Contexto


A letra foi inspirada pela experiência de Flávio Venturini, um mineiro que se encantou ao ver o mar pela primeira vez no Rio de Janeiro.

A música aborda o surgimento espontâneo do amor, que se manifesta de forma avassaladora, transformando a vida da pessoa que o sente.
  • 🎼O Mar como Metáfora — O "todo azul do mar" simboliza a profundidade, grandiosidade e liberdade do amor, que pode ser uma entrega total e transformadora.  Aqui, o mar simboliza não só a beleza, mas também a entrega total ao amor, algo que transforma e marca profundamente quem sente. O azul do mar representa a vastidão e a liberdade desse sentimento, sugerindo que o amor é tão intenso que 
"...daria pra pintar todo azul do céu..."
"...encher o universo da vida que eu quis pra mim"
Assim, a canção expressa o encantamento e a intensidade do amor, usando imagens naturais para tornar essas emoções universais e acessíveis.
  • 🎼O Olhar do Outro — A letra usa a imagem de um "visgo" para descrever o olhar da pessoa amada, que representa um convite inevitável e doce para o amor. O olhar do outro é descrito como um "visgo", uma armadilha doce e inevitável, reforçando a ideia de que o amor pode ser ao mesmo tempo libertador e envolvente.
  • 🎼Libertação e Envolvimento — A canção expressa como o amor pode ser, ao mesmo tempo, libertador e envolvente, como nos versos 
"...Escravo do seu amor, livre pra amar...".
  • 🎼A inspiração por trás da letra — Ronaldo Bastos, letrista parceiro de Flávio, transformou a emoção do relacionamento em versos. A letra usa o mar como uma metáfora para expressar a intensidade e a imensidão do amor vivido entre o casal, especialmente na primeira vez.
  • 🎼A "poesia suave" da canção reflete a lembrança de momentos de amor e tranquilidade à beira-mar, evocando a vastidão e a profundidade de um sentimento puro.

Conclusão

Legado


A música marcou uma geração e se mantém como um clássico romântico atemporal, celebrado por sua melodia envolvente e sua letra poética e sincera.

A canção tenta mostrar de forma poética a sutileza do momento da descoberta do amor. 

Para tanto, evoca a noção de distração, portanto, rejeita a ideia de fissura e de busca; e a noção de envolvimento involuntário. 

Ou seja, o amor é algo que acontece sem a intervenção do sujeito: que, de repente, se percebe enredado no canto do amor.

'Todo Azul do Mar' é um dos grandes sucessos da banda 14 Bis e uma das canções mais importantes de Flávio Venturini.

A canção se tornou rapidamente um sucesso, consagrando a banda no cenário musical brasileiro. 

Ao longo dos anos, a música continuou a emocionar o público e foi regravada por diversos artistas, além de ser frequentemente revisitada pelo próprio Flávio Venturini, inclusive em parcerias recentes, conforme ele mesmo disse:
"A letra nasceu em Niterói, e sacou isso que o mineiro chega ao Rio de Janeiro, quando se vê diante do mar. Ele fica doido. 
É um sucesso do 14 Bis, regravei e é uma das mais importantes e regravadas faixas (na discografia da banda mineira)".
Em uma revelação feita anos depois, Flávio Venturini contou que a música foi uma dedicatória especial para a sua ex-esposa, a cineasta e cofundadora do festival Anima Mundi, Léa Zagury.
Por esse motivo, ela é eterna e por ser eterna está aqui.

Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
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E nem 1% religioso.

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