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quarta-feira, 30 de julho de 2025

🧠PAPO DE PSICANALISTA🧠 — ALÉM DO QUE OLHOS VÊEM

Cuidado com os seus olhos, eles podem enganar seu coração! Essa é uma frase interessante que nos convida a pensar sobre a percepção e a verdade.

Ver além do óbvio é entender que existem fenômenos implícitos (“por trás”) da informação que chega através dos nossos sentidos. 

Para conquistar essa capacidade, é aconselhável não nos conformarmos com o acessível e entender o plano de fundo das situações.

Embora pessoas altamente intuitivas consigam ver além do que é evidente, nem todos desenvolvem essa capacidade. 

No entanto, ver além do óbvio é uma arte em desuso. Quando recebemos informações sobre um problema, tendemos a simplificar sua abordagem quase automaticamente. E fazemos isso frequentemente.

Terapia bíblica


A história de Eliseu e Geazi na Bíblia, encontrada principalmente em 2 Reis, revela mensagens sobre a fé, a obediência e as consequências da desonestidade.

Geazi, servo de Eliseu, agiu com ganância, buscando vantagens financeiras na cura de Naamã, o que resultou em sua punição com lepra.

Já Eliseu demonstrava fé e obediência a Deus, realizando milagres e guiando seu povo.

Geazi como servo e discípulo do profeta Eliseu era, por conseguinte, o responsável por ajudá-lo em tudo o que fazia. 

Porém, em vez de aprender com o profeta e tentar ser um servo de Deus, humilde e simples, Geazi tinha um coração problemático.

Abrindo os olhos dos olhos


No episódio sobre a cura de Naamã, Geazi demonstra seu coração maligno. Em vez de se alegrar com mais um milagre feito pelo Senhor por meio de Eliseu, Geazi enxerga uma oportunidade de tirar vantagem sobre a situação.

2 Reis 6:8-17 é a passagem bíblica conhecida por muitos pelo relato em que Eliseu prevê os conselhos do rei da Síria.

Podemos intitular esse relato de “O Deus que abre os olhos”, porque Ele abriu os olhos espirituais de Eliseu, de seu moço e dos inimigos.

Muitas vezes, o que vemos com os olhos físicos não correspondem à realidade completa ou aos nossos sentimentos mais profundos. 

Nossos olhos são poderosas ferramentas para interagir com o mundo, mas eles podem ser facilmente enganados. 

Pense em ilusões de ótica, truques de mágica ou até mesmo em como a perspectiva pode distorcer a imagem de algo. 

Essa capacidade de sermos enganados visualmente se estende para além do que é físico. 

Quantas vezes julgamos algo ou alguém pela primeira impressão visual, apenas para descobrir que a realidade é muito diferente?

Uma pessoa pode parecer forte por fora, mas estar em grande sofrimento por dentro. 

Uma situação pode parecer perfeita, mas esconder complexidades e desafios. Se basearmos nossas decisões e sentimentos apenas no que vemos, arriscamos ser superficiais.

Olhar intuitivo


O "coração" na frase com a qual abrimos este texto, representa a nossa intuição, nossos sentimentos, nossa essência e o que realmente valorizamos. 

Ele é a bússola interna que nos ajuda a discernir a verdade além da aparência. 

Quando os olhos nos mostram algo que não ressoa com nosso coração, é um sinal para investigarmos mais a fundo, para não nos deixarmos levar apenas pelo que é visível. 

Cuidado com as percepções e os preconceitos. Essa frase também pode ser interpretada como um alerta para como nossas percepções (influenciadas pelo que vemos) podem moldar nossos sentimentos e julgamentos, por vezes de forma equivocada. 

Assim, como o personagem bíblico, podemos vir a fazer nossas escolhas, baseados apenas nos muitos equívocos que estão inerentes às nossas emoções.

Nossos olhos, combinados com nossas experiências e as informações que absorvemos, podem ainda nos levar a formar preconceitos.

Vemos uma característica específica em alguém ou algo e, automaticamente, nosso coração (nossos sentimentos e atitudes) pode ser direcionado por essa visão superficial. 

Podemos observar e começar a olhar além do óbvio, a questionar as primeiras impressões e a buscar um entendimento mais profundo. 

Para evitar que os olhos enganem o coração (e vice-versa), precisamos desenvolver a capacidade de olhar com a alma, com a mente e com a intuição. 

Isso significa buscar informações, ter empatia, questionar suposições e, acima de tudo, ouvir a voz interior que nos diz o que é realmente verdadeiro para nós.

Em suma, não confie cegamente nas aparências. Busque a verdade além do que é visível.

Ouça sua intuição e os sentimentos mais profundos.

Questione os preconceitos e julgamentos de forma rápida.

Devemos buscar uma vida mais consciente, onde a sabedoria e a intuição guiam nossas escolhas e sentimentos, e não apenas o que captamos superficialmente.

Consideração psicanalítica


Para mim fica muito claro que o mais importante aqui é o lookset (ou seja, refere-se à maneira como enxergamos o mundo e abordamos problemas, uma espécie de "lente" através da qual interpretamos a realidade), aprender com o olhar, com uma curadoria especializada que irá nos mostrar o que além do ver, você poderá viver dentro das mais diversas experiências.
Obviamente que, aos que, como eu também têm suas convicções espirituais, é fundamental, como no caso de Eliseu e Geazi, buscarmos, sobretudo, enxergar as coisas sob a ótica de Deus, cujos olhos estão sobre toda a Terra.
E isso meus amigos, é o aprendizado experiencial, é levar nossa mente, nossos olhos e nosso corpo a viver emoções, despertar sentidos e criar sentimentos únicos dentro das mais variadas ocasiões.

É isso que eu amo fazer e isso que eu passo a todos que convivem comigo. Aprender a enxergar o que existe além do ver.

Aprender a sentir aquilo que estamos vivendo e aprender a olhar de uma nova forma.

Experiencialize a sua vida!

Conclusão


Como dito pelo renomado psicanalista, Dr. Lucas Nápoli, é o chamado de olhar simbólico, que, de acordo com ele, é algo indispensável para quem quer exercer a Psicanálise na prática ou mesmo apenas estudá-la teoricamente.

É somente por meio da aplicação desse olhar simbólico que podemos enxergar no esquecimento da chave de casa, por exemplo, o desejo de não voltar para ela.

Só olhar simbólico também nos permite olhar para os sintomas de nossos pacientes e enxergá-los não só como problemas, mas fundamentalmente como mensagens.

Quem não cultiva esse olhar julga as interpretações psicanalíticas como exageradas ou forçadas. De fato, não consegue ver para-além do imediato.

O olhar simbólico é justamente o que torna um analista apto a observar o Inconsciente em ação. Afinal, é próprio do Inconsciente não se mostrar de maneira explícita.

O terapeuta que não exercita o olhar simbólico é levado a crer equivocadamente que seus pacientes estão apenas descrevendo objetivamente a realidade.

Olhar simbolicamente para a fala do analisando habilita o analista a percebê-la como um discurso muito mais retórico do que descritivo…

Em suma, para ser psicanalista é preciso ter olhos para ver. E ouvidos para ouvir.

Você tem facilidade para aplicar esse olhar simbólico?

Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.

[Fonte: Dr. Lucas Nápoli — 
Psicólogo | Psicanalista | Professor]
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E nem 1% religioso

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