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quarta-feira, 5 de agosto de 2020

ESCRITO NAS ESTRELAS — ESPECIAL: DR. OSWALDO CRUZ

Para todos aqueles que atuam no setor de saúde, o dia de hoje tem um significado especial. Afinal, em 5 de agosto, é comemorado o Dia Nacional da Saúde! Embora não se fale tanto da data por aí, ela foi criada há muitas décadas… e tem muita história legal por trás disso.

Dia Nacional da Saúde: por quê?


Foi em 8 de novembro de 1971 que um Decreto-lei de número 5352 determinou que o dia de hoje seria dedicado a conscientizar a população acerca do valor da saúde. A decisão, embora simples, também traz consigo uma homenagem importante. Afinal, em 5 de agosto de 1872, nascia um nome importante no combate às epidemias brasileiras: Oswaldo Cruz.

É muito provável que Oswaldo Cruz nem imaginava que em 2020 a humanidade passaria por tamanho caos com o início da pandemia. Sem dúvida, este dia 5 de agosto não está sendo de comemoração, mas serve para uma reflexão se o mundo e, em especial, o Brasil estão no caminho certo quanto ao atendimento de pacientes e ao cuidado integral de saúde.

O setor de saúde brasileiro carece não só de investimentos, mas de modernização, eficiência e investimentos na prevenção. Com a pandemia muitos problemas crônicos ficaram evidentes.

As deficiências não são de exclusividade do país. Nos Estados Unidos uma surpreendente realidade foi revelada quando, em uma reportagem do jornal The New York Times, publicada em julho, mostrou que aparelho de fax ainda é utilizado no sistema de saúde norte-americano para receber resultado de exames, gerando um gargalo na comunicação, o que desperdiça recursos e prejudica o atendimento neste momento de urgência. Isso sem contar que por lá, a população não conta com um serviço de saúde pública, aos moldes do nosso SUS — Sistema Único de Saúde —, que pode até não ser ainda o ideal, mas que é sim muito eficiente em seu contexto geral.

Voltando ao Brasil, assim como em diversos departamentos da economia, o segmento de cuidados com a saúde passa por um momento de intensas transformações. O distanciamento social ocasionado pela Covid-19, provocou uma série de mudanças, não só no comportamento e consumo dos brasileiros, mas também em como as empresas têm se "virado" para atender a alta demanda.

No caso do Brasil, é certo que para trilhar um caminho evolutivo será necessário reunir todas as forças possíveis, englobando os Governos Federal e Estadual, entidades e profissionais da área da saúde, além de empreendedores, que se dedicam a encontrar soluções que cubram as lacunas parcial ou, até mesmo, integralmente.

Após essa necessária introdução, vamos conhecer um resumo da biografia desse ilustre cientista brasileiro.

Muito prazer, Dr. Oswaldo Cruz!


O médico e cientista Oswaldo Gonçalves Cruz nasceu em São Luís do Paraitinga (SP), em 5 de agosto de 1872. Filho de Bento Gonçalves Cruz e Amália Bulhões Cruz. Sua família se transferiu para o Rio de Janeiro em 1877 e, na capital, estudou no Colégio Laure, no Colégio São Pedro de Alcântara e no Externato Dom Pedro II. 

Graduou-se na Faculdade de Medicina do Rio de janeiro em 1892, apresentando a tese de doutoramento A vehiculação microbiana pelas águas. Antes de concluir o curso, já publicara dois artigos sobre microbiologia na revista Brasil Médico — cabe lembrar que foi só no século 19 que se descobriu que as moléstias eram causadas por microrganismos.

Seu interesse pela microbiologia levou-o a montar um pequeno laboratório no porão de sua casa. Contudo, a morte de seu pai, no mesmo ano de sua formatura, impediu o aprofundamento de seus estudos por um tempo. Dois anos depois, a convite de Egydio Salles Guerra, que se tornaria seu amigo e biógrafo, trabalhou na Policlínica Geral do Rio de Janeiro, onde era responsável pela montagem e a chefia do laboratório de análises clínicas. Em 1897 Oswaldo Cruz viajou para Paris, onde permaneceu por dois anos estudando microbiologia, soroterapia e imunologia, no Instituto Pasteur, e medicina legal no Instituto de Toxicologia.

Grandes desafios


Retornando da capital francesa, o médico reassumiu o cargo na Policlínica Geral e juntou-se à comissão de Eduardo Chapot-Prévost para estudar a mortandade de ratos que gerou surto de peste bubônica em Santos. De volta ao Rio de Janeiro, assumiu a direção técnica do Instituto Soroterápico Federal, que era construído na Fazenda Manguinhos. A instituição, sob o comando do barão de Pedro Affonso, proprietário do Instituto Vacínico Municipal, foi fundada em 1900.

Dois anos depois, o jovem bacteriologista assumiu a direção do Instituto e trabalhou para ampliar suas atividades para além da fabricação de soro antipestoso, incluindo a pesquisa básica aplicada e a formação de recursos humanos. No ano seguinte, chegou ao comando da Diretoria-Geral de Saúde Pública (DGSP).

Patrono da Saúde no Brasil


O desafio não era pequeno. O jovem médico e cientista teve que empreender uma campanha sanitária de combate às principais doenças da capital federal: febre amarela, peste bubônica e varíola. 

Para isso, adotou métodos como o isolamento dos doentes, a notificação compulsória dos casos positivos, a captura dos vetores – mosquitos e ratos –, e a desinfecção das moradias em áreas de focos. 

Utilizando o Instituto Soroterápico Federal como base de apoio técnico-científico, deflagrou campanhas de saneamento e, em poucos meses, a incidência de peste bubônica diminuiu com o extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam a doença.

Ao combater a febre amarela, na mesma época, Oswaldo Cruz enfrentou vários problemas. Grande parte dos médicos e da população acreditava que a doença se transmitia pelo contato com as roupas, suor, sangue e secreções de doentes. No entanto, Oswaldo Cruz acreditava em uma nova teoria: o transmissor da febre amarela era um mosquito. 

Assim, suspendeu as desinfecções, método tradicional no combate à moléstia, e implantou medidas sanitárias com brigadas que percorreram casas, jardins, quintais e ruas, para eliminar focos de insetos. Sua atuação provocou violenta reação popular.

O problema é que não só a população, mas também muitos médicos, acreditavam que as doenças eram transmitidas pelo contato direto com os doentes, e consideravam que as medidas sanitárias eram exageradas.

A Revolta da Vacina


Em 1904, a oposição a Oswaldo Cruz atingiu seu ápice. Com o recrudescimento dos surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população. Os jornais lançaram uma campanha contra a medida.
 
O congresso protestou e foi organizada a Liga contra a vacinação obrigatória. No dia 13 de novembro, estourou a rebelião popular e, no dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha se levantou. O Governo derrotou a rebelião, que durou uma semana, mas suspendeu a obrigatoriedade da vacina. Mesmo assim, em 1907, a febre amarela estava erradicada do Rio de Janeiro. 

Resultados das campanhas


Mesmo com toda a hostilidade, as estratégias de Oswaldo Cruz se provaram certeiras. As mortes por febre amarela caíram de 469, em 1903, para 39, em 1904. Neste mesmo ano, após o extermínio de mais de 50 mil ratos, a peste foi dada extinta no Rio de Janeiro. 

E em 1908, a reação das pessoas diante de uma nova epidemia de varíola foi o contrário da primeira vez: elas buscaram a vacinação espontaneamente. Ou seja, a própria população procurou os postos de vacinação.

Consagração nacional e internacional


Apesar da crise, entre 1905 e 1906, Oswaldo Cruz empreendeu uma expedição a 30 portos marítimos e fluviais de Norte a Sul do país para estabelecer um código sanitário com regras internacionais. A luta contra as doenças ganhou reconhecimento internacional em 1907, quando Oswaldo Cruz recebeu a medalha de ouro no 14º Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim, na Alemanha, pelo trabalho de saneamento do Rio de Janeiro. Oswaldo Cruz ainda reformou o Código Sanitário e reestruturou todos os órgãos de saúde e higiene do país.

Herói nacional


Em 1908 o sanitarista foi recepcionado como herói nacional e, no ano seguinte, o instituto passou a levar seu nome. Com a equipe do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) fez o levantamento das condições sanitárias do interior do país. Em 1910 combateu a malária durante a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré (viajou a Rondônia com Belisário Penna), e a febre amarela, a convite do governo do Pará.

Em 1909, deixou a Diretoria Geral de Saúde Pública, passando a se dedicar apenas ao Instituto de Manguinhos, que fora rebatizado com o seu nome. Do Instituto lançou importantes expedições científicas que possibilitaram a ocupação do interior do país. 

Oswaldo Cruz continuou contribuindo para a pesquisa e erradicação de doenças no Brasil. Em 1910, por exemplo, ajudou no combate a malária durante a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, em Rondônia, cuja construção havia sido interrompida pelo grande número de mortes entre os operários, provocadas pela malária. Também colaborou para erradicar a febre amarela no Pará e na campanha de saneamento da Amazônia.

Em 1913, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1915, saiu da direção do instituto e se mudou para Petrópolis por motivos de saúde. Ainda assim, participou da fundação da Academia Brasileira de Ciências e foi eleito prefeito de Petrópolis, elaborando um vasto plano de urbanização para a cidade, que não pode ver construído. Dois anos depois, sofrendo de crise de insuficiência renal, morreu a 11 de fevereiro de 1917, com apenas 44 anos.

Conclusão

Mais que um nome, um legado


E foi assim que, entre pesquisas e projetos públicos, Oswaldo se consolidou internacionalmente. Hoje, sua vida e obra são relembradas com inúmeros títulos, todos relacionados ao pioneirismo com o qual lidou com a medicina experimental e infecções no Brasil. 

Se hoje no Brasil temos instituições e pesquisadores que se dedicam a aprofundar os conhecimentos, tratamentos e prevenção das doenças infecciosas e parasitárias, é muito graças ao médico Oswaldo Cruz, por isso seu nome está merecidamente, escrito nas estrelas.

[Fiocruz, com texto adaptado da edição edição nº 37 da Revista de Manguinhos, publicada em maio de 2017; Revista Galileu]

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