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terça-feira, 17 de dezembro de 2019

LENDA URBANA - AS SERINGAS/AGULHAS INFECTADAS COM O VÍRUS HIV


seringa lenda das agulhas infectadas
Você já ouviu essa lenda urbana? Ela dizia que, ao sentar numa poltrona de cinema ou de teatro, você "sentia uma agulhada". Ao verificar o que houve, achava uma seringa com sangue ao lado de uma mensagem: 
"Bem-vindo ao mundo da aids"… 
A armadilha seria planejada por supostos revoltados que teriam contraído o HIV, o vírus da doença.

Onde, quando e como surgiu a lenda?


Nos anos 90, a população entrou em pânico com a notícia de que agulhas infectadas com o vírus HIV estavam sendo colocadas em assentos de cinemas e teatros. 

Como toda lenda urbana, essa também tinha várias versões. Cada um contava de um jeito. Em uma das versões, a história era que uma mulher desavisada havia sentado em uma das poltronas e sentiu uma picada. Ao olhar para o assento, encontrou uma agulha com o seguinte bilhete: 
"Bem vindo ao mundo real! Agora você também é portador do HIV positivo".
O tal bilhete era digitado e escrito todo em letra maiúscula, para "dar mais veracidade" e causar mais impacto.

Mas seria possível contrair o vírus da aids com uma agulha utilizada por um portador? De acordo com a medicina, essa chance é praticamente inexistente, pois o vírus HIV sobrevive por pouquíssimo tempo fora do organismo. Mas, vamos falar sobre isso mais adiante.

Terror alimentado pelo preconceito e pela desinformação


Um dos maiores problemas  senão o maior deles enfrentados pelos pacientes soropositivos sempre foi, sem dúvida, o preconceito. Hoje, talvez, não tanto, já que devido aos avanços conseguidos pela medicina no tratamento e controle da doença. Mas, certamente, o preconceito, somado à desinformação e o medo de contrair a doença que tem um histórico tão devastador, ajudou muito na disseminação dessa lenda urbana.

Outra versão


Em outra versão, a lenda dizia que um rapaz entrou em um teatro e, ao sentar-se, sentiu uma espetada. Quando passou a mão na cadeira, achou uma agulha e um bilhete que dizia:
"Bem vindo ao mundo real, agora você também faz parte do mundo da aids".
O rapaz, desesperado, faz os testes e realmente fica confirmado que ele tinha contraído o vírus HIV, a agulha estava mesmo contaminada. 

Assim como as versões, também as cidades e as circunstâncias onde teriam ocorrido os supostos ataques eram as mais diversas e mudavam segundo o idioma e a versão.

Um cinema em Dallas no Texas, outro em Denver, no Colorado. Em Escondido, Califórnia, um estudante teria sido atacado numa boate. Outras cidades como Toronto, Vancouver e Montreal no Canadá; San Diego, Oakland, Seattle, Nova Iorque e Filadélfia nos EUA; Bombaim, na Índia; Paris e Issy-Les-Moulineaux na França; Cidade do México e São Paulo também eram mencionadas. 

Algumas vezes, a mensagem é mais imprecisa e fala na Inglaterra, Havaí, Austrália, Equador e Alemanha sem dizer o nome da cidade onde teria ocorrido o suposto atentado. Apesar da diversidade de versões e dos supostos locais onde teria ocorrido o ataque, o texto da mensagem contida num pedaço de papel deixado com vítima é quase sempre o mesmo: 
"Bem vindo ao mundo da AIDS!" 
Ou algo semelhante. 
"Onde há fumaça, há fogo",
diz um velho e conhecido ditado popular. Se as mensagens são a fumaça, onde está o fogo? 
 

A origem da lenda 


Em dezembro de 1996, no estado de Louisiana, EUA, um homem sentou numa agulha que estava na cadeira de um teatro ou cinema. No entanto, não havia nenhum bilhete nem tampouco o homem contraiu o vírus da AIDS. 

Nova Orleans, EUA Em 1939, na cidade de Nova Orleans, EUA, surgiu um boato, talvez o precursor dessa lenda. Recomendava-se às garotas para terem cuidado com o Homem da Agulha. Esse monstro entrava no cinema sempre acompanhado de um ou de uma ajudante. Essa dupla de monstros procurava uma jovem sozinha de modo que as duas poltronas à direita e à esquerda dela estivessem vazias. 

Cada um dos monstros sentava de um lado da vítima e um deles aplicava uma injeção de morfina na jovem desprevenida. Quando a pobre jovem pegava no sono, ela era retirada do cinema e, a partir daí, jamais se tinha notícia dela. Ninguém tinha notícia dela, mas todos sabiam que ela havia sido levada para a vida. Para a chamada vida fácil ou de vergonha, seguida por muitas mulheres: era contrabandeada para como escrava sexual para o mercado da prostituição.

Na Austrália, em 1990, um prisioneiro portador do vírus da AIDS atacou um guarda com uma seringa infectada. O guarda foi contaminado e morreu sete anos depois do ataque.

No zap-zap  na era das Fake News


No entanto, o terror não acaba por aí. Nos últimos meses, uma história similar virou assunto em todo o Brasil. Os usuários do aplicativo WhatsApp começaram a receber uma mensagem que alertava sobre um homem vestido de enfermeiro que estava em determinados locais oferecendo teste de diabetes. 

Na verdade, ele estaria utilizando agulhas infectadas com o vírus HIV para infectar outras pessoas. Um retrato falado do suspeito era divulgado junto à mensagem, que pedia para que fosse repassada para o maior número possível de pessoas. Alguns dias depois, as autoridades asseguraram que a mensagem era apenas um boato e o retrato falado era de um estuprador procurado pela polícia de Manaus.

Conclusão


Você pode notar – mais uma vez – que o fato aconteceu com "uma pessoa" que ninguém nunca soube quem era. As lendas urbanas caracterizam-se pela inexatidão dos fatos: acontece sempre com um amigo do meu amigo, ou com uma pessoa, nunca se sabe o nome da vítima. As tais mensagens também não explicam em qual cinema ou teatro aconteceu a espetada.

Mais uma dúvida vem à mente: Como seria essa agulha com um bilhete na ponta? Será que o bilhete estava na ponta que furou a bunda da "pessoa"? Ou será que o bilhete estava na outra ponta?

Mas a verdade é que, se algum maluco de fato chegou a preparar tal armadilha, ela certamente deu errado. 

De acordo com os infectologistas, o vírus HIV é muito fraco e é um parasita. Ele precisa de uma célula sanguínea para sobreviver, e o sangue fora do corpo coagula em alguns minutos. Para que o atentado desse certo, a seringa precisaria ser trocada constantemente. Além disso, a agulha teria que penetrar as roupas e os músculos da vítima até chegar à corrente sanguínea. Sem contar que seria preciso injetar muito sangue para contaminar alguém. Ou seja, chances de sucesso praticamente nulas. Sendo, portanto, a tal lenda urbana uma – mesmo que aterrorizante – enorme mentira.

A Deus, toda glória. 
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E nem 1% religioso.

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