Estamos em poucos dias de 2019 e há poucos de 2020. Todo ano, nas rodas de conversa, é recorrente o clichê de que os meses "voaram", já é dezembro e "parece que foi ontem" a despedida do ano anterior. Neste ano não seria diferente e eu ainda acrescentaria que, devido à ocorrência de tantas tragédias, esse ano já está é demorando.
O fato é que grande parte das pessoas ainda não estão no tal "clima – e/ou 'espírito' – de Natal", porque o ano passou tão rápido. Mas será que é só a rapidez na passagem do tempo que tem feito com as pessoas arrefeçam seu entusiasmo quanto à data, antes, tão iluminada, inspiradora e envolvente?
Acendam as luzes, por favor
Natal é sempre um período de consumismos, festas, harmonia, comemorações e encanto de crianças e adultos com a decoração natalina. No entanto, este ano a cidade de Belo Horizonte está um tanto quanto "apagada", se comparado com anos anteriores, com uns poucos enfeites que estão sendo providenciados de última hora e restritos aos chamados pontos turísticos, como as praças da Estação e Liberdade, ambas na região central da capital mineira.
Será falta de "espírito natalino"? Será que as pessoas perderam a sensibilidade nesta época do ano? O que antes era montado em novembro está sendo feito de forma "atropelada" e com qualidade que deixa bastante a desejar.
Estamos a poucos dias do Natal e nem parece. As pessoas não estão tão entusiasmadas como em anos anteriores e o comércio, com algumas exceções, não decorou suas lojas para a data, que, impulsionada por eventos como a famigerada Black Friday, é considerada a melhor do calendário lojista.
Apesar do pouco envolvimento com a decoração de Natal, o movimento na região central e nos shoppings é crescente e a projeção é que as vendas sejam superiores às previsões iniciais que era de incremento de 8% a 10% neste período. Mas, persiste a pergunta que não quer calar: porque as coisas não são mais como antes?
Sobra incertezas e faltam expectativas
Natal. Ano Novo. Dezembro. Aqui no Brasil, essas palavras normalmente remetem ao calor, às festas e celebrações. Mas o tempo fechado traz, junto com a necessidade de usar os casacos mais grossos, uma sensação confusa, de que ainda tem muito 2019 pela frente.
De fato, fatores externos do ambiente influenciam na percepção das pessoas com relação à época vivida. Somos eminentemente animais mamíferos e o nosso cérebro é regulado pelo clima, pelo tempo, explica cientificamente a psicologia. Ainda de acordo com a psicologia, a presença de pouca chuva e mais de sol, do misto entre calor e frio vai norteando o nosso organismo, biologicamente, como estratégia de sobrevivência. Essa modulação do nosso comportamento pelo clima é inconsciente.
Além do tempo, outro fator que determina a mudança de perspectiva sobre o final do ano é a crise econômica que o país enfrenta. A recessão e as ainda incertezas quanto aos rumos que as coisas no Brasil tomaram, causa estranheza com relação ao período – característico de muitas compras – se comparado a anos anteriores.
O Natal sempre é bom pra todo mundo, mas com esse sistema que nós estamos vivendo na parte política, com tudo aumentando [de preço] e o salário não aumenta, existe uma incerteza sobre o futuro, sobre os próximos anos, que a gente sabe que ainda serão sinalizados por essa crise que, de acordo com os números e com os especialistas econômicos, está longe de acabar. A gente fica receoso. Estou sentindo esse ano diferente dos outros, por causa da crise que está atingindo todo mundo. A euforia do clima natalino está diferente, isto é fato inquestionável.
A percepção menos entusiasmada sobre a época também está relacionada a acontecimentos que abalaram o país como: a tragédia provocada pelo rompimento da barragem da mineradora Vale, no distrito de Córrego do Feijão, município de Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), que vitimou 258 pessoas e ainda segue com 13 desaparecidos (25 de janeiro), o massacre na escola em Suzano (SP), que vitimou 08 pessoas (13 de março); além das mortes de muitas personalidades do meio artístico nacional – como o ator, diretor e produtor Jorge Fernando (27 de outubro), o empresário, produtor e apresentador Augusto Liberato (22 de novembro) – e internacional – como a recente morte da vocalista do duo Roxette, Marie Fredriksson (09 de dezembro).
Infelizmente, principalmente devido às notícias dessa tragédia em Brumadinho, parece que a gente ainda nem pensou no Natal direito, nesse sentimento de nascimento, de amor. E a gente tem estado muito triste.
Conclusão
A conclusão do ano motiva as pessoas a refletirem sobre o passado e o futuro e também sobre os significados das celebrações. Na festividade cristã, o nascimento é sempre uma felicidade, um acontecimento, uma esperança. Acho que as pessoas entram muito no campo dessa perspectiva que vai se abrindo para elas. Por outro lado, olham para trás e pensam no que elas fizeram durante o ano, refletem e, se o resultado que fica é desfavorável, somado a estes acontecimentos fatídicos, é esse sentimento de apatia e desânimo.
No geral, apesar das notícias de 2019 não terem sido as melhores, o balanço do sentimento de fim de ano é positivo. Vendo as decorações que enfeitam o comércio – ainda que poucas e tímidas – e os pontos turísticos das cidades, passeando pela cidade, o sentimento natalino acaba começando a acender nos corações dos que têm esse período como tão significativo.
O ano está acabando e vamos comemorar ainda mais a vida junto à família, aos amigos, às comunidades cristãs depois de tudo isso que aconteceu. Afinal, a vida continua, a esperança de um Brasil melhor também precisa ser renovada e continuar.
Enfim, o significado esperançoso do Natal e do Ano Novo, apesar de mais discreto, permanece. O final de ano, por si só, já traz esse conforto, essa alegria de viver e de gratidão ao Senhor, pois, afinal, mesmo em meio a tanta coisa ruim, prevalecemos:
"EBENÉZER! Até aqui nos ajudou o Senhor!" (1 Samuel 7:12b)
- A palavra hebraica "Ebenézer" literalmente significa "pedra de Ajuda" [uma referência profética a Jesus (conforme Salmo 118:22 e 1 Pedro 2:6-8)] e aparece três vezes na Bíblia. Portanto, dentro do contexto, Ebenézer é também o nome dado a uma pedra memorial erigida por Samuel para marcar o local onde Deus ajudou Israel a derrotar os filisteus ao norte de Jerusalém.
A Deus, toda glória.
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E nem 1% religioso.
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