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segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

"FELIZ ANIVERSÁRIO, JESUS!"

"Trouxeram-lhe, então, um endemoninhado cego e mudo; e, de tal modo o curou, que o cego e mudo falava e via. E toda a multidão se admirava e dizia: 'Não é este o Filho de Davi?' Mas os fariseus, ouvindo isto, diziam: 'Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios'. 
Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: 'Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá. E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino?'" (Mateus 12:22-26 - grifo meu) 
Essa é uma passagem no ministério terreno de Jesus bastante conhecida por nós, principalmente a parte que eu intencionalmente destaquei. Vemos uma situação que, dados os devidos contextos, ainda não mudou. 

Três grupos de pessoas seguindo a Jesus - os discípulos (que, nesta passagem, estão ocultos), a multidão, como sempre em busca de sinais e maravilhas e os fariseus, representando os religiosos ignorantes e cegos em seu entendimento espiritual, quando Jesus realiza a cura espetacular e surpreendente de um indivíduo que, devido a atuação demoníaca, era cego e mudo. 

Ao verem a realização do milagre na vida desse moço, logo começaram as especulações sobre "quem era, afinal, o autor da obra". Logo a multidão envolta em suas dúvidas, foi onde? Aos religiosos perguntar quem, afinal, era Jesus. E a resposta dos religiosos não podia ser mais estapafúrdia, mais absurda. E, então Jesus destaca o quão mal é a divisão ao mesmo tempo que enfatiza a importância da unidade - até mesmo o reino do inimigo é unânime em seu propósito.

Pois é. O que vemos hoje no meio do seguimento evangélico/gospel é justamente a mesma coisa: uma explícita divisão! E isso é evidente em muitos fatos que ocorrem nesse meio, tantos que não há como enumerá-los aqui. Mas um que fica evidente surge anualmente nesse período do ano: afinal, crente pode/deve ou não comemorar o Natal?
  • Em um extremo há aqueles que condenam a comemoração do Natal, por considerá-lo uma festa pagã. E tome estudos sobre todos os simbolismos dos enfeites natalinos, da origem do Papai Noel e afins. Os mais "entendidos" do assunto, dão detalhes minuciosos ao afirmarem que o natal é, na verdade, uma festa em comemoração a um tal de "deus sol". Eu, como não sou entendido em absolutamente nada disso (e não quero ser, diga-se de passagem), nem me arrisco a entrar nesses detalhes. 
  • No outro extremo, há os que defendem a comemoração do Natal com direito a tudo: cantatas, decoração com muitos enfeites e luzes, árvores, trocas de presentes, ceias e tudo o mais que envolve e caracteriza a tradicional festa.
Mas, todo o extremo é perigoso e nocivo. Por isso, o desafio de quem não quer se envolver nessa inútil e periférica confusão é o equilíbrio nas Escrituras. Por falar nisso, vejam o que disse o apóstolo Paulo, em toda sua sabedoria, aos seus jovens discípulos, os pastores Timóteo e Tito:
"...parem de dar atenção a mitos e genealogias intermináveis, que causam discórdias em lugar de propagarem a obra de Deus, que tem como fundamento a fé" (1 Tm 1:4 cf Tito 3:9,10).

Comemorar ou não o "aniversário de Jesus"?


Quando o fim do ano se torna próximo, muitas pessoas começam a fazer a contagem dos dias de forma regressiva, usando o natal, a data para o aniversário de Jesus como referência, "…faltam 60 dias para o Natal…".

É curioso o fato de pensarmos no Natal, em 25 de dezembro, como o dia do aniversário de Jesus, pois provavelmente Ele, como bom judeu, não celebraria o Seu nascimento.

Porque os judeus não comemoravam aniversários?


Os Judeus do primeiro século não tinham por costume celebrar o dia em que nasceram. As festas bíblicas, e o cumprimento dos mandamentos previstos da Lei, eram objetivos maiores que a sociedade Israelita tinha em mente, quando pensavam em celebrações.

Além disso, eles associavam a comemoração de aniversários, como um costume do Egito, conforme lemos no Gênesis, que Faraó comemorava o dia do seu nascimento:
"E aconteceu ao terceiro dia, o dia do nascimento de Faraó, que fez um banquete a todos os seus servos…" (Gênesis 40:20)
Jesus era Judeu, por esse motivo, cresceu nesse ambiente onde a comemoração anual de aniversários pessoais ficava relegada ao segundo plano.

O "aniversário" de Jesus


Mas mesmo que o aniversário de Jesus não fosse algo que tradicionalmente seria comemorado com festas, no estilo que fazemos atualmente, provavelmente não deixaria de ser um dia especial na vida dEle e dos demais Judeus.

O dia do aniversário dos Judeus, era um dia geralmente dedicado ao jejum e à oração. Os Judeus mais fervorosos em sua fé (como Jesus era), praticavam ainda mais a caridade, o amor e ajuda ao próximo. Eles entendiam esse dia como uma oportunidade de ajudar mais as pessoas.

Eles acreditavam que nesse dia poderiam servir de canal de bençãos, por que Deus tinha uma benção especial para os aniversariantes, e procuravam "distribuir" essas bençãos aos seus parentes e amigos mais próximos. Ou seja, o oposto da nossa cultura onde o aniversariante é quem recebe presentes.

Essa crença surgiu da interpretação do texto do livro dos Salmos, no capítulo 2, versículo 7:
"…o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei"
Se bem que esse salmo é uma profecia que fala do "aniversário" de Jesus, mas os demais Judeus aplicavam para todos, como se no dia da "geração", do nascimento de cada um deles, Deus tivesse uma atenção especial e individual.

Comemorar ou não comemorar, eis a questão

"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz" (Isaías 9:6).
Como podemos ver, o "aniversário de Jesus" não era considerado como uma data de festa, ao menos não nos moldes que fazemos nos dias de hoje, porém havia sim um sentimento de reflexão nesse dia, e um sentimento de que Deus criou cada um com um propósito único.

Os "outros aniversários de Jesus"


Por meio das tradições Judaicas, muito provavelmente Jesus teve outras datas comemorativas, que tem de alguma forma ligações com o Seu aniversário. Vejamos:
  • 1) Aos oito dias de nascido, Jesus foi circuncidado, o que era motivo de festa na Sua família. 
  • 2) Depois Jesus foi levado ao Templo, em Jerusalém, onde foi apresentado, e oferecido a oferta pelos varões nascidos em Israel, o que era outra oportunidade de haver festa. 
  • 3) Outra data comemorativa está registrada na Bíblia, no Novo Testamento, quando o Evangelho de Lucas nos informa que aos doze anos, Jesus, juntamente com Sua família, foi à Jerusalém.
"E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa" (2:42).
Os Judeus comemoram os doze anos do menino, com uma festa semelhante a festa de um aniversário. É a partir desta idade que o menino Judeu passa a ter a sua "maior idade espiritual", ou seja, ele passa a ter a responsabilidade de cumprir os mandamentos da Lei de Deus, prescrita na Torá.

É feita uma festa chamada de Bar Mitzvah para os meninos. As meninas fazem o Bat Mitzvah. Os aniversariantes fazem a aliyah, ou seja, sobem à Bimah, ao "púlpito" para ler a Parashá (uma parte da Lei).

A Bíblia proíbe ou condena a comemoração de aniversários?


A resposta é NÃO! Nem o seu, nem o de Jesus. 

Como vimos até aqui, sem precisar "forçar a barra" e isolar versículos dos seus textos e respectivos contextos, é que tudo está associado mais às questões culturais que específica e/ou essencialmente espirituais. E, se você quiser ser culturalmente alinhado com os ensinamentos bíblicos, então prepare-se: 
  • 1) A Bíblia relata que Abraão deu uma festa, quando Isaque foi desmamado:
"E cresceu o menino, e foi desmamado; então Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado" (Gn 21:8).
Obviamente, se o patriarca, considerado o "pai na fé", assim o fez, é porque essa prática era comum à sua cultura.
  • 2) Os Judeus também fazem festa aos três anos de vida, quando o cabelo do menino é cortado pela primeira vez. Tal hábito está essencialmente ligado à cultura, sem ter absolutamente nenhuma implicação espiritual.

Conclusão


O aniversário de Jesus não era comemorado devido às tradições e o ambiente religioso em que Ele cresceu, porém não há nenhuma proibição bíblica que impeça a comemoração de aniversários, nem dEle e nem de quer que seja.

Muitos, no dia 25 de dezembro, comemora o "nascimento de Jesus", entretanto a que se saber que essa comemoração é deveras simbólica, isso porque: 
  • 1) Jesus é o Eterno, Ele é Deus que se fez como um de nós, e veio cumprir a missão da salvação da humanidade (1 Pedro 1:19,20; Apocalipse 22:13). 
  • 2) Já está mais que comprovado por dados e fatos históricos que, provavelmente, Jesus não nasceu no mês de dezembro (e, tudo o que se tem sobre a data real de seu nascimento são meras especulações, conjecturas, sem que nada a esse respeito possa ser de fato comprovado, justamente, por causa do que já citei acima, não haver registros sobre em que data nasceu o Salvador e isso, tem uma indicação profética, pois, Jesus nasce para alguém, quando esse alguém O recebe em sua vida).
O fato é que Jesus já existia muito antes de haver mundo. Portanto, que o aniversário de Jesus Cristo, seja lá em que dia ou mês tenha sido, possa servir como um dia de reflexão sobre a nossa salvação, e sobre o amor de Deus que não poupou a Si mesmo, mas se entregou por nós na cruz - e aqui não vou, nem "sob tortura", entrar em delongas sobre questões de paganismo, simbologias (como os referentes aos enfeites natalinos, culto ao tal "deus sol"...), pois, como eu disse anteriormente, já tem muita gente "mais entendida" falando sobre isso, é só você fazer uma rápida pesquisa ao "mestre Google" e... "boa viagem!"

Que venhamos também a praticar a caridade, a ajuda, o amor ao próximo (e isso todos os dias). Que haja orações, intercessões, pregação do evangelho (e isso todos os dias). Lembre-se que o "aniversário de Jesus" não é desculpa para bebedeira e glutonaria.

Temos que estar atentos ao verdadeiro significado do Natal, ou seja, do nascimento de Jesus... para cada um de nós, pois, afinal, não seria possível celebrar sua morte e ressurreição se Ele não tivesse nascido.

A Deus, toda glória. 
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