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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

MISTÉRIOS DA BÍBLIA - 4) JESUS "EVANGELIZOU" NO INFERNO?

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Outro texto que tem sido motivo de muitos debates entre teólogos e cristãos é o com relação à uma suposta descida de Jesus ao inferno. O texto, que há tempos tem dado pano para mangas, está registrado em 1 Pedro 3:18-20.

Será mesmo que Cristo desceu a um mundo inferior entre a sua morte e ressurreição? Já não é de hoje que ouvimos pessoas interpretarem esse texto bíblico e tirarem conclusões precipitadas sobre o assunto. Isso causa um grande problema que é a doutrina do purgatório e do Sheol ou Inferno, onde supostamente pode existir uma "segunda chance" para aqueles que morreram em pecado. Mas em primeiro lugar, vamos ler o que o texto diz:
"Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito; No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água" (grifo meu).
Sinceramente, eis aí um texto bíblico que requer muito, mas muito cuidado mesmo com sua interpretação. Trata-se de uma passagem assaz complexa e que, portanto, requer uma minuciosa análise.

Análise contextual


A expressão "...desceu ao Hades...", com referência a Cristo, não é encontrada em nenhum lugar das Escrituras. Afirma-se que o Redentor "...desceu às regiões inferiores, à terra...", mas não que Ele desceu a um lugar chamado Hades depois de sua morte e sepultamento.

Por isso diz: 
"Quando Ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens. Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às regiões inferiores, à terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas" (Efésios 4:8-10 - grifo meu).
O texto diz muito simplesmente que Jesus sofreu a morte física e que foi sepultado. Todavia, essa expressão apareceu em dois credos da igreja cristã antiga, ainda que com palavras diferentes. A primeira ocorrência está no Credo Apostólico, que tem a expressão latina 
"descendit ad inferna (desceu aos infernos/Hades)"
e a outra se encontra no Credo de Atanásio, com a expressão latina
"descendit ad inferos (desceu às regiões inferiores)".

Vejamos então quais são as principais interpretações

Interpretação da Tradição Católica


O entendimento católico é o de que Cristo, após a sua morte, foi ao limbus patrum. Na teologia católica esse lugar é para onde vão os mortos que não são salvos pela graça, mas que não podem ser classificados como pagãos ou mesmo como pecadores réprobos. Esse lugar fica nas bordas do inferno e do purgatório; todavia, não deve ser confundido com eles. 

O limbus patrum, segundo a teologia católica, não é um lugar de tormentos. É o "seio de Abraão", ao qual Cristo se refere na parábola do rico e Lázaro. O inferno é o lugar de condenação eterna enquanto que o purgatório é um lugar temporário de punição purgativa reservada para os cristãos que morrem com as manchas dos pecados veniais ou que morrem sem a devida penitência pelos seus pecados. 

No limbus patrum, os santos do Antigo Testamento esperavam a sua redenção ser consumada por Jesus Cristo, o que se deu com sua descida ao Hades. Ali Jesus concedeu às almas dos santos do Antigo Testamento que haviam morrido os benefícios do seu sacrifício expiatório, pois eles estavam esperando o anúncio final da sua salvação... Ele não foi efetivamente ao lugar dos ímpios.

Interpretação Arminiana


Defende que os contemporâneos de Noé não tiveram nenhum redentor e nenhum guia. Portanto, Deus teve de lhes suprir esta deficiência e, assim, por fim, o Senhor ressuscitado lhes trouxe a salvação. 

Para eles, a rejeição do Evangelho no passado não foi uma rejeição final e definitiva. Desta forma a morte não coloca um fim no período em que Deus opera com Sua graça para salvar pecadores e existe uma nova oportunidade para os ímpios se salvarem, mesmo depois de sua morte. A grande dificuldade é que os santos do Antigo Testamento já haviam crido no Messias e, por isso, estavam justificados, conforme Romanos 4:3 e Gálatas 3:6-9.

Interpretação luterana


Ela crê que Cristo morreu e, antes de ser ressuscitado, teve seu espírito restituído ao corpo e, na totalidade de sua natureza humana, foi ao inferno e proclamou sua vitória a satanás.

Interpretação anglicana


Ensina que a alma de Cristo desceu ao inferno para conquistar a morte e o diabo (tomar as chaves) e para libertar as almas dos homens justos e bons, que desde a queda de Adão morreram por causa de Deus e na fé e na crença em Jesus, que estava para vir. Sua conquista destruiu qualquer reivindicação que o diabo tinha sobre os homens, e a descida foi parte do "resgate" pago por Cristo. 

Todavia, as Escrituras não ensinam que os crentes do Antigo Testamento foram para o Hades e que Jesus lá desceu para libertá-los. Esses crentes foram estar com Deus após a sua morte, conforme Salmo 73:23,24. Enquanto Cristo estava na terra, Elias e Moisés já estavam com Deus no céu, e não no Hades, conforme Lucas 9:28-36.

Interpretação reformada


O ensino desta passagem de 1 Pedro 3:18-20 é que Cristo pregou o evangelho aos contemporâneos de Noé no seu estado antes da Encarnação e não entre a Sua morte e a ressurreição, conforme 1 Pe 1:8-12. Espiritualmente, Cristo estava presente em Noé quando este era o "pregoeiro da justiça", conforme 2 Pedro 2:5. O apóstolo Pedro mostra o evangelho sendo pregado pelos profetas. Noé certamente pregou aos seus contemporâneos o evangelho e convocou-os ao arrependimento.

Portanto a expressão "espíritos em prisão" se refere às pessoas que no tempo de Noé (noutro tempo) rejeitaram a sua pregação e que foram consideradas "espíritos em prisão", incapazes de fazer qualquer coisa que os deixassem livres. Permaneceram no cativeiro espiritual; permaneceram incrédulos quanto à mensagem pregada por Noé e na prisão de suas almas.

O mesmo Jesus, durante a crucificação, disse ao malfeitor em Lucas 23:43 
"E disse-lhe Jesus: 'Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso'."
Portanto de forma alguma podemos conjeturar que Jesus desceu ao inferno entre a morte e a ressurreição sendo que Ele mesmo afirma que estará no mesmo dia no Paraíso.

Agora, vamos entender o que Pedro quis dizer

1º Quem pregou?


Jesus Cristo foi quem pregou por meio do Espírito. Esse termo "Espírito" usado no texto bíblico é um elemento da trindade e não o espírito "ruach" que se refere a uma pessoa. Jesus já se revelava de algumas formas no Antigo Testamento (isto chama-se Cristofania), onde em várias passagens Ele é chamado de "Anjo do Senhor".

Então, Jesus Cristo pregou naquele tempo de Noé através do Espírito Santo para que as pessoas se arrependessem, tentando convencê-las dos seus pecados e para que não fossem exterminadas. Aqui vemos mais uma vez o amor de Deus por nós, pois Ele que tentou de todas as formas evitar a morte e perdição daquelas pessoas. Esse papel de convencimento do pecado é do Espírito Santo.

2º Quem são esses espíritos em prisão?


São aquelas pessoas rebeldes do tempo antigo, ou seja, os antediluvianos (que viveram antes do dilúvio) no mesmo tempo que Noé. Ademais, a Bíblia retrata os seres humanos vivos como espíritos (ver Hebreus 12:22-24), almas, pó, filhos, homens, igreja, etc. Nesse texto de 1ª Pedro, o termo "espíritos em prisão" foi utilizado para se referir às pessoas em prisão, ou seja, aqueles que estavam presos por suas próprias iniquidades.

3º Que prisão é essa?


Essa é a prisão da iniquidade e do pecado, conforme está escrito em Provérbios 5:22 e em Atos 8:23. Ou seja, essas pessoas rebeldes (espíritos) estavam "presos" pelo pecado.

Conclusão


1º – O apóstolo Pedro disse simplesmente que: Jesus Cristo, por meio do Espírito Santo, pregou por vários anos [longanimidade de Deus] aos antediluvianos que estavam presos na cadeia do pecado para que eles não se perdessem.

Pedro só quis dizer isso, tanto que no contexto anterior ele está ensinando a outros cristãos a terem paciência e suportarem as adversidades da vida e terem esperança. Pedro não está ensinando uma outra doutrina.

2º – Pedro não está ensinando (de forma alguma) que existe outra chance após a morte, pois ele estaria contrariando a própria Palavra de Deus, conforme Eclesiastes 9:5-10Isaías 55:6,72 Coríntios 6:1,2Hebreus 3:13,14.

Jesus não desceu ao Inferno, o diabo não possuía as "chaves" da morte e do inferno, não existe uma segunda chance de salvação aos desobedientes após sua morte. Cristo esteve sempre presente tipologicamente no Antigo Testamento, pregando através dos profetas o Evangelho de Salvação.

Portanto, não se enganem… NÃO EXISTE OUTRA CHANCE! O tempo é agora! Jesus não pregou no Inferno, Ele continua anunciando o evangelho hoje, para nós vivos.

A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

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