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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

O RASO NÍVEL ESPIRITUAL DA ATUAL GERAÇÃO DE CRISTÃOS

"Uma geração vai-se, e outra geração vem, mas a terra permanece para sempre. O sol nasce, e o sol se põe, e corre de volta ao seu lugar donde nasce. O vento vai para o sul, e faz o seu giro vai para o norte; volve-se e revolve-se na sua carreira, e retoma os seus circuitos. 
Todos os ribeiros vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios correm, para ali continuam a correr. Todas as coisas estão cheias de cansaço; ninguém o pode exprimir: os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir. O que tem sido, isso é o que há de ser; e o que se tem feito, isso se tornará a fazer; nada há que seja novo debaixo do sol" (Eclesiastes 1:4-9).

Estamos vivendo uma época da história da humanidade de profunda mudança em todos os segmentos da sociedade. Paira sobre nossa geração uma nova visão de encarar a realidade e de celebrar a vida. E essas mudanças ocorridas de forma rápida e transacional em nossa sociedade é denominada “Pós-Modernidade”.

O meu objetivo, neste artigo, é entender este momento histórico-social. Não tenho aqui a pretensão de penetrar nas raias da especulação sociológica e filosófica, mas sim mostrar suas implicações de mudanças que permeiam o mundo e consequentemente a Igreja de Cristo.


Os desafios de cada tempo


Cada geração defronta com este problema de aprender como falar ao seu tempo de maneira comunicativa. É problema que não pode resolver sem uma compreensão da situação existencial, em constante mudança, com que se defronta. Para que consigamos comunicar a fé cristã de modo eficiente, portanto, temos que conhecer e entender as formas de pensamento da nossa geração.

Devemos compreender o que ensina a Pós-Modernidade para poder combater aquilo que é excêntrico às Escrituras e ao mesmo tempo comunicar a Palavra de Deus de forma eficiente para essa geração. Nós não fomos chamados para ministrar a uma época remota, mas para os dias de hoje, cujo contexto acha-se sob a influência da Pós-Modernidade.
 
O momento que a Igreja de Cristo está inserida é marcado pelo rompimento das fronteiras sociais, desmantelamento dos sistema, quebra de tabus, nova moralidade, novos critérios éticos e a destruição dos sistemas de valores presentes nas gerações passadas.


Fé absoluta X crença plural


Neste contexto não existe absolutos. Na religião, o pluralismo mostra que a salvação não tem só um caminho, mas tem diversos caminhos. Nenhuma religião tem o direito de se achar a única dona da verdade e isso inclui o Cristianismo. Para o pensamento Pós-Moderno não existe verdade absoluta, pois a verdade é relativizada.

O teólogo Ricardo Gondin nos diz que a religião se tornou privada, porque isso significa liberdade. A geração Pós-Moderna é uma geração sem conteúdo, sem profundidade, que preza pelo hedonismo, niilismo e o narcisismo. Eles têm prazer no efêmero, nada de sentimento de culpa e nada de valores permanentes.

Esse é sem dúvida um período difícil, mas de grande oportunidade para a Igreja de Cristo. O ser humano contemporâneo está fragmentado, inseguro quanto ao seu futuro, ideologicamente, está órfão de valores da religião e esfomeado diante das várias opções oferecidas.

A Igreja é o principal instrumento que Deus tem neste mundo para unir as coisas. A resposta para a indagação e a inquietude dessa geração Pós-Moderna não está no místico, no pragmatismo, etc., mas sim em Cristo. Encontramos na pessoa de Jesus Cristo provisões suficientes para as nossas necessidades.

Agora como levar o Evangelho absoluto de Cristo para uma geração Pós-Moderna que não crê no absoluto, que é pragmática, pluralista e mística? Como evitar essa infiltração no arraial cristão? Quando olhamos para o Sermão do Monte, percebemos que podemos tirar dali algumas respostas para essa inquietude:
  • A primeira coisa que a Igreja tem que ter é convicção de sua identidade (Mateus 5:13-14), porque essa identidade gera responsabilidade e estabelece a contracultura (6:8). As pessoas buscam fama (5:16), glória (6:2), poder, dinheiro e status (6:19-24), etc. Porém, uma Igreja que tem convicção de sua chamada não vai buscar isso, mas o contrário, irá buscar a glória de Deus (5:16), e o Reino de Deus (6:33).
  • Em segundo lugar o mundo Pós-Moderno só vai ouvir pessoas que têm convicção daquilo que está proclamando (6:9-10) e isso tem dimensões profundas, porque sai da esfera teórica (7:26-27) e desemboca na prática (7:24-25) e na transparência (5:9; 5:21-24; 5:37), na celebração da verdade (5:3-12), na prioridade e no despojamento de tudo o que não é de Deus (6:10; 6:31-33). Há quatro pedras fundamentais para alcançar essa geração: A autenticidade, o cuidado mútuo, a confiança e a transparência. Todas essas pedras fundamentais estão inseridas no Sermão do Monte. Para evitarmos a infiltração Pós-Moderna na Igreja temos que romper com a Hermenêutica dos Sentidos, da Antropocentricidade e da Escatolicidade da Ficção.
  • Em terceiro lugar, a Igreja não pode relativizar a Palavra de Deus por causa do sucesso do pragmatismo excêntrico e nem pelas afrontas desse mundo. Para John Stott, no seu livro “Ouça o Espírito, Ouça o Mundo”, nós não podemos ser como varas sopradas ao vento, não podemos de maneira alguma nos curvar diante dessa sociedade com sua avareza, seu relativismo, sua rejeição ao absoluto. Pelo contrário, temos que ficar fiel à Palavra de Deus. A Palavra de Deus é absoluta verdade: “Santifica-os na verdade; a tua Palavra é a verdade” (João 17:17), e essa verdade de Cristo no Sermão do Monte tem que ser guardada e praticada (Mateus 7:24-27). Ela não pode de maneira alguma ser sacrificada pela Igreja no altar da Pós-Modernidade.
  • Em quarto lugar o mundo Pós-Moderno cuja consciência ética é relativizada e liberalizante, tem que ver que na Igreja de Cristo existe uma ética, um padrão moral antagônico e contra-cultural: “Não sejam iguais a ele...” (Mateus 6:8). O mundo precisa visualizar que a Igreja de Cristo tem sua plena fundamentação não nas riquezas desse mundo (6:19), mas em Deus (6:20). O mundo tem que notar que a Igreja de Cristo não é opulenta, mas ela encarna um estilo de vida simples (6:25,26), O Supremo Bem, que a Igreja percorre em alcançar como valor, não é temporal, mas eterno (6:33). Essa geração tem que saber que a Igreja de Cristo chamada para ser Sal e Luz deste mundo, não precisa de amuleto ou fetichismo (6:5-7), mas ela desenvolve uma piedade cristã relacional e não utilitária com Deus Pai, revelado por Cristo no Sermão do Monte (6:9-18).
  • Em quinto e último lugar a Igreja de Cristo que vive o Sermão do Monte deve ser conhecida como a Comunidade do perdão, da oração, do amor, do afeto, da verdade, da alegria, da contra-culturação, da unidade, etc., só assim o mundo irá nos ouvir.
O mundo secularizado está em busca da transcendência, de significados e de comunhão. Todas essas coisas estão no domínio da igreja de Cristo e isso está plasmado no Sermão do Monte.

Nós como cristãos vivemos num mundo pluralista, todavia temos que deixar claro para essa geração a Unicidade de Jesus Cristo, porque só Ele é Senhor e Salvador. Negar a Unicidade de Jesus Cristo para essa geração é extirpar o nervo de sua missão, tornando supérflua.


Dever de casa


A tarefa urgente da Igreja é viver neste mundo de tal modo que eles sejam levados a nos indagar a respeito da salvação. 

Nesta era Pós-Moderna não podemos esconder a nossa vida por trás de grandes argumentos racionais, porque agora os mesmos não impressionam mais. Nesta era, mais do que com palavras, evangelizemos com ações, com uma postura de amor pelos outros, com uma axiologia saturada pela ética e pelos valores do reino, e com uma mensagem encarnada, que saia dos templos e que se misture com a geração desencantada.

Essa reflexão sintetiza para a Igreja de hoje como ela vai comunicar de maneira objetiva a essa geração Pós-Moderna. Ela destaca, ainda, cinco pontos importantes que estão no Sermão do Monte:
  • Primeiro ele diz que nós não podemos esconder nossa vida em argumentos racionais, mas encarnar a nossa identidade (5:13-16).
  • Segundo nosso viver não pode ser só de palavras, mas ação (7:24-27).
  • Terceiro temos que ter um amor pelos outros independentes de ser nosso irmão ou inimigos (5:38-47).
  • Quarto temos que ter uma epistemologia mediada por compaixão (5:7).
  • E quinto e último temos que ter uma axiologia saturada pela ética e pelos valores do reino (5:3-12; 33). Quando olhamos para o ministério de Jesus percebemos muito forte essas coisas na sua vida.
Temos que revisar, então o modelo de Jesus cujo ministério público foi essencialmente relacional: 
  • Ele andava no meio das multidões, ou então tinha encontros privados com determinadas pessoas, até mesmo de noite. 
  • Ele sabia o que era sentir o calor do meio-dia no deserto de Samaria, ou o frio da morte no quarto de um adolescente. 
  • Ele deixou-se tocar por uma mulher cerimonialmente impura, e tocou intencionalmente num leproso, isolado pela sociedade. 
  • Ele falou de situações cotidianas, de sal e lâmpada, de sementes e pastores de pais e filhos.
  • Ele tanto sabia conversar com a pessoa mais culta como sabia conversar com uma mulher desprezada a beira de um poço. 
  • Ele tanto sabia participar dos grandes banquetes, como sabia ficar três dias no povoado de Samaria comendo pão simples.
  • Ele tanto sabia pregar para uma multidão, como sabia atravessar o mar da Galiléia e se encontrar no sepulcro com um endemoninhado gadareno. 
  • Ele tanto sabia falar para um publicano Zaqueu descer da árvore, como sabia dizer para um príncipe do povo chamado Nicodemos que é necessário nascer de novo.
Hoje, mais do que nunca, devemos seguir este modelo, se queremos alcançar a geração pós-moderna.

Esses fatos nos mostram como Cristo soube comunicar o Reino de Deus na sua época. O amor que ele devotava pela a humanidade e a lucidez que ele tinha do seu ministério e do relacionamento com Deus, ele revelou ao mundo como Pai, fez ele romper barreiras e fronteiras.


Conclusão


Amados e queridos irmãos em Cristo , gostaria de através deste pequeno artigo em formato de homilia expressar-me um pouco sobre o momento em que a cristandade quase que infelizmente na sua totalidade vem atravessando, trata-se amados realmente de um período muito delicado que se nós olharmos no retrovisor da história eclesiástica, e compararmos o que estamos vivenciando hoje, chegaríamos em uma só conclusão: Precisamos urgentemente de outra reforma!

Aqui vai queridos alguns tópicos que nos diz respeito, e que venha elucidar acerca da falta de conhecimento bíblico, negligência esta que, dentre muitas que poderíamos colocar com relação as deficiências que nossa geração vem demonstrando.

1) somos uma geração que infelizmente vem negligenciando a leitura e os estudos bíblicos


Muitos de nós não estimamos esse tão glorioso meio da graça que o Senhor nos deixou, que é o estudo e meditação das Santas Escrituras, quer por estarmos ocupados de mais, ou por falta de vontade mesmo, ou pela falta de estímulos da parte de alguns líderes, que por sua vez também não tem mais interesse no ministério da palavra e esta imprudência de algum modo reflete em suas respectivas igrejas como um todo.
  • a) Cristo de forma imperativa nos mostrou a necessidade de examinarmos as Sagradas Letras (Jo 5:39).
  • b) Os crentes de Bereia nos deixou um louvável exemplo (Atos 17:11). Eles não eram precipitados em abraçar uma doutrina que até então era novidades para eles , contudo eram prudentes .
  • c) O ensino e a exposição da Palavra de Deus era prioridade na igreja primitiva , como vemos em Atos 6:2, 4. A igreja desfrutava de um ensino puro, ortodoxo e consistente, a doutrina santa, imutável e suficiente, a doutrina apostólica (2:42). Pela falta de conhecimento bíblico a maioria de nós estão se perdendo , dando ouvidos a fábulas e doutrinas perniciosas, verdadeiras heresias coisas estranhas à doutrina deixada pelos apóstolos, estes infelizmente tem abraçado o outro anátema evangelho (Gálatas 1:6), o evangelho das prosperidades, da rosa ungida, da água milagrosa, da sombra que cura, do sal grosso, etc.
  • d) A Palavra de Deus é suficiente (2 Timóteo 3:16). Não precisamos abraçar as últimas novidades do mercado da fé.
Cristo rompeu barreiras e se encontrou com o descamisado da sua época, com a prostituta, com o fariseu, com os necessitados e com os aflitos ele amava essas pessoas e por causa do seu intenso amor para com o Pai e para com os homens ele morreu na cruz.

Cristo no Sermão do Monte, nos mostra um caminho seguro, para comunicar sua Palavra, a essa geração pós-moderna que morre de inanição, por Deus. A igreja de Cristo deve romper as barreiras e as fronteiras e se apresentar para essa geração como Sal e Luz, como guardadora da Verdade e praticadora da Verdade.

Ela deve ir aonde Cristo foi, deve romper as barreiras e anunciar Deus. Cristo tinha um alvo no seu ministério o seu escopo era a glória de Deus. O que vemos muitas vezes é a exaltação do homem em detrimento à exaltação de Deus.

A Igreja não pode se embriagar com a proposta do evangelho humanista de ser rica, famosa de angariar status da sociedade, mas deve se preocupar exclusivamente com a glória de Deus. Pensando assim ela irá romper as barreiras porque ela não está interessada naquilo que o homem pode dar como: dinheiro, intelectualidade etc., mas ela está interessada em levar pessoas a conhecer Cristo e seu Reino.
"Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca" (Apocalipse 3:15,16).
Voltemos urgentemente às Escrituras!!!

A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

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