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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

QUAL O PAPEL DA NOVELA NA SOCIEDADE?












Há  os que não gostam, que dizem não assistir e até os que afirmam nunca ter assistido. Entretanto, a maioria esmagadora, é seguidora assídua das tramas diárias que há décadas, desde a época em que eram transmitidas apenas pelo rádio.

A história da telenovela - termo que com o passar do tempo foi simplificado para novela (já que não há mais a variante "radionovela"] - no Brasil, já registrou sucessos que cruzaram fronteiras e marcaram época, como é o caso da épica "Irmãos Coragem" (de Janete Clair, Rede Globo, 1970/71), a histórica "Escrava Isaura" (de Gilberto Braga, idem, 1976), a lendária "Roque Santeiro" (de Dias Gomes, idem, 1985/86), a ousada "Vale Tudo" (de Gilberto Braga e Agnaldo Silva, idem, 1988/89) e, mais recentemente, a premiada "Avenida Brasil" (de João Emanuel Carneiro, idem, 2012), dentre outras.

Atualmente, com o sucesso das novelas cujos enredos são baseados em histórias da Bíblia, a Record TV, após o estrondoso sucesso de "Os Dez Mandamentos" (de Vivian de Oliveira, 2015), vem investindo no formato e conseguido atrair aquele público mais, digamos, conservador, que veem nas tramas bíblicas uma alternativa às polêmicas sociais dos enredos das novelas exibidas pela Rede Globo.

Mas a pergunta que dá título a esse artigo ainda tem sido feita por muitos: afinal, qual o papel da novela na sociedade? E com essa pergunta, ramificam-se outras: as novelas podem influenciar e/ou impactar no comportamento da sociedade? Novela é para entreter ou para refletir?

A história da novela no Brasil


Da chegada dos portugueses no século 15 às manifestações populares de 2013, a história do Brasil esteve presente em diversas novelas e minisséries da TV brasileira, servindo de fundo para tramas de ficção ou baseadas em fatos reais.

  • Parte 1: Brasil Colônia e Brasil e Império

O Brasil na época do Descobrimento, os bandeirantes, a fundação de Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, as invasões de outros países, o ciclo do ouro, a Inconfidência Mineira, a vinda da Família Real Portuguesa, a Independência, a Guerra do Paraguai, a Escravatura e outros fatos históricos em personagens reais como Caramuru, Xica da Silva, Tiradentes, D. João VI, Carlota Joaquina, D. Pedro I, Marquesa de Santos, José Bonifácio, Dona Beija, Giuseppe e Anita Garibaldi, Chiquinha Gonzaga, Padre Cícero, D. Pedro II, Princesa Isabel e outros.

  • Parte 2: República até a década de 1930

Os primeiros anos da República, a imigração de estrangeiros, a Política do Café com Leite, o ciclo da borracha, a Semana de Arte Moderna de São Paulo, as revoluções de 1924, 1930 e 1932, o início da Era Vargas e outros fatos históricos em personagens reais como o Marechal Deodoro da Fonseca, o Marechal Floriano Peixoto, Luiz Galvez, Plácido de Castro, Euclydes da Cunha, Percival Farquhar, Yolanda Penteado, Ciccillo Matarazzo, Santos Dumont, Assis Chateaubriand, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Luís Carlos Prestes, Olga Benário, Lampião, Maria Bonita e outros.

  • Parte 3: Década de 1940 aos dias atuais

O Estado Novo, a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, a primeira Copa do Mundo no país, a inauguração da TV Tupi, a primeira emissora de televisão, o suicídio de Getúlio Vargas, a construção de Brasília, o Golpe Militar de 1964, os Anos de Chumbo, a Anistia, as Diretas Já, a Nova República, o impeachment de Collor, o Plano Real, a Era Lula, o impeachment de Dilma e outros fatos históricos em personagens reais como Getúlio Vargas, Carlos Lacerda, JK, Sarah Kubitschek, Dalva de Oliveira, Herivelto Martins, Dercy Gonçalves, Maysa, Ronaldo Bôscoli, Chico Mendes e outros.

As novelas e os contextos sociais


Famosas há muito por mostrar praias maravilhosas, personagens carismáticos e representações realistas da vida e das aspirações da classe média, as novelas brasileiras ajudaram a moldar as ideias das mulheres sobre divórcio e filhos de maneira crítica, segundo dois estudos recentes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Ambos os estudos analisam o papel da televisão e das novelas em influenciar mudanças significativas nas taxas de fertilidade e divórcio no Brasil nas três últimas décadas. As taxas de fertilidade no país caíram mais de 60% desde a década de 1970 e os divórcios aumentaram mais de cinco vezes desde a década de 1980. Durante o mesmo período, a presença de aparelhos de televisão teve uma elevação de mais de dez vezes, estando hoje em mais de 80% das residências.

As descobertas dos dois estudos, "Novelas e Fertilidade: Evidências do Brasil", e "Televisão e Divórcio Evidências de Novelas Brasileiras", podem ter implicações importantes para os governos de países em desenvolvimento. As autoridades desses países com frequência têm dificuldade para educar a população em questões sociais e de saúde pública fundamentais devido à alta taxa de analfabetismo e aos níveis limitados de circulação de jornais e de acesso à internet.
"A televisão desempenha um papel crucial na circulação de idéias, em particular em nações em desenvolvimento com uma forte tradição oral, como o Brasil,"
disse o economista do BID Alberto Chong, um dos autores dos estudos. 
"Os artigos sugerem que alguns programas de televisão podem ser uma ferramenta para transmitir mensagens sociais muito importantes que ajudem, por exemplo, a lutar contra a disseminação da epidemia de AIDS e promover a proteção dos direitos de minorias."
Os dois estudos centram-se na expansão da Rede Globo, o maior grupo de mídia do Brasil e a quarta maior rede de televisão comercial do mundo. A Globo tem ampla cobertura nacional: suas transmissões foram expandidas para 98% dos municípios do país na década de 1990, atingindo 17,9 milhões de residências, em comparação com praticamente zero em meados da década de 1960.

A rápida expansão da Globo durante esses anos e a mudança acentuada de alguns indicadores sociais brasileiros oferecem um campo fértil para pesquisas. Os estudos realizam uma série de testes econométricos com resultados estatísticos consistentes. Utilizam dados demográficos amplos e informações detalhadas sobre a expansão da cobertura dos sinais de televisão e sobre o conteúdo das novelas no Brasil nas três últimas décadas.

Impacto da televisão


Os estudos mostram que a televisão teve um papel importante na influência das percepções das mulheres sobre casamento e família de 1970 a 1991, ao lado de outros fatores bem estudados como aumento dos níveis de instrução e do acesso a contracepção e algumas políticas governamentais.

O primeiro estudo encontrou que as taxas de fertilidade, ou o número de nascidos vivos por mulher em idade reprodutiva, foram significativamente mais baixas em áreas do Brasil alcançadas pelo sinal da Rede Globo do que em áreas que não recebiam o sinal.

O impacto sobre o comportamento foi mais forte entre mulheres de famílias pobres e mulheres no meio ou no final de seus anos reprodutivos, sugerindo que a televisão influenciou a decisão de parar de ter filhos, e não de quando deveriam começar a ter filhos.

Em geral, a probabilidade de uma mulher ter um filho em áreas cobertas pelo sinal da Globo caiu 0,6 ponto percentual a mais do que em áreas sem cobertura. A magnitude do efeito é comparável à de um aumento de 2 anos no nível de escolaridade das mulheres. Não houve impacto nas taxas de fertilidade no ano anterior à entrada do sinal da Globo.

A exposição constante às famílias menores e menos oneradas que aparecem na televisão pode ter criado uma preferência por ter menos filhos, disse Chong.

A pesquisa de Chong sobre fertilidade e televisão também revelou um impacto relacionado sobre a taxa de divórcios. Embora os dados de apoio não fossem tão amplos, Chong encontrou que a porcentagem de mulheres separadas ou divorciadas também é maior em áreas que recebem o sinal da Globo, em particular em pequenas comunidades em que uma alta proporção da população tem acesso às transmissões da emissora. Essas áreas apresentaram um aumento de 0,1 a 0,2 ponto percentual na porcentagem de mulheres de 15 a 49 anos que são divorciadas ou separadas. O aumento é pequeno, mas estatisticamente significativo, de acordo com Chong.

O impacto é comparável a um aumento de 6 meses no nível de instrução de uma mulher, o que é um efeito muito significativo quando se leva em conta que a escolaridade média das mulheres no período era de 3,2 anos.

Influência das novelas


Sessenta a oitenta milhões de brasileiros assistem regularmente a novelas noturnas em português. Como já dito acima, a Globo domina a produção nacional de novelas, as quais geralmente mostram um modelo de família muito específico: pequena, atraente, branca, saudável, urbana, de classe média ou alta e consumista.

O cenário, na maioria das vezes, são as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em geral, as famílias mais felizes nas novelas são pequenas e ricas, enquanto as famílias mais infelizes são mais pobres e com mais filhos.

Os estudos analisaram o conteúdo de 115 novelas transmitidas pela Globo entre 1965 e 1999 nos dois horários de maior audiência: 19 e 20 horas. Sessenta e dois por cento das principais personagens femininas não tinham filhos e 21% tinham apenas um filho. Vinte e seis por cento das protagonistas femininas eram infiéis a seus parceiros.

Os enredos das novelas com frequência incluem críticas a valores tradicionais. Por exemplo, o sucesso de 1988 da rede, a novela "Vale Tudo", apresentava uma protagonista (Maria de Fátima, personagem brilhantemente interpretado por Glória Pires) que era capaz de roubar, mentir e enganar a fim de alcançar o seu objetivo de ficar rica a qualquer custo. 

A Globo também trouxe para a tela estilos de vida modernos e emancipação feminina em novelas como "Dancing Days", também de Gilberto Braga, transmitida em 1978, em que a protagonista feminina, Júlia Bastos (Sônia Braga) era uma ex-presidiária lutando para reconstruir sua reputação e recuperar o amor de sua filha adolescente, Marisa (novamente, Glória Pires brilhando).

A redução das taxas de fertilidade foi maior em anos imediatamente seguintes à exibição de novelas que incluíam casos de ascensão social, e para mulheres com idades mais próximas da idade da protagonista feminina da novela.

As novelas também influenciaram a escolha dos nomes dos filhos. A probabilidade de que os 20 nomes mais populares em uma determinada área incluíssem um ou mais nomes de personagens de uma novela exibida naquele ano foi de 33% se a região recebesse o sinal da Globo. Em regiões sem acesso à Globo, a probabilidade foi de apenas 8,5%.
"Há ainda indicações sugestivas de que o conteúdo das novelas tenha influenciado também as taxas de divórcio", 
de acordo com Chong. 
"Quando a protagonista feminina de uma novela era divorciada ou não era casada, a taxa de divórcio aumentava, em média, 0,1 ponto percentual."


O outro lado de "O Outro Lado do Paraíso"


A sociedade, hoje, está em constante transformação e evolução, mas muitas destas mudanças não trazem benefícios para nós, cristãos, porque os valores éticos estão sendo distorcidos. Um exemplo clássico, presente nos lares brasileiros, são as novelas que, atualmente, vem construindo uma ideologia de antivalores.

Enquanto a Igreja procura evangelizar as pessoas para que possam viver uma vida segundo os ensinamentos deixados por Jesus Cristo, a maioria das novelas tem o papel de deturpar os valores cristãos como a instituição da família.

Outro fato é que hoje, as crianças e os adolescentes acompanham novelas e seriados que mostram uma realidade distorcida de família e relacionamentos. Assim, quanto mais cedo as crianças forem expostas a esses valores não cristãos, provavelmente, se tornarão jovens e adultos influenciados por esse ambiente promíscuo apresentado pelas novelas.

A realidade das crianças é diferente da dos adultos, porque este tipo de programação tem em vista mudar o comportamento do adulto. Já para as crianças, o objetivo é moldar o comportamento delas desde cedo. A própria forma como aquela criança vai crescendo e vendo o mundo já é distorcido por essa nova realidade e esses desvalores que estão destruindo as família.

Há pouco mais de um mês no ar, a novela das nove da Globo "O Outro Lado do Paraíso" tem dividido opiniões. A razão disso são as tramas apresentadas que vêm sendo consideradas pesadas por parte dos telespectadores. Cenas de abuso sexual e do espancamento da personagem Clara (Bianca Bin) pelo personagem Gael (Sérgio Guizé), as ofensas racistas de Nádia (Eliane Giardini) à sua empregada Raquel (Érika Januza), o sumiço forçado de Elizabeth (Glória Pires) da sua filha sob duras ameaças e chantagens do sogro (Juca de Oliveira), as humilhações e as maldades de Sófia (Marieta Severo) à sua filha que é anã (Juliana Caldas), o sofrimento de Samuel (Eriberto Leão) com sua homossexualidade enrustida, a internação forçada de Clara num hospício e por aí vai...

As opiniões se dividem entre queles que consideram as novelas algo para o entretenimento e diversão, com estórias leves e alegres, que não estavam gostando dos rumos da trama das nove; e os que a elogiam por expor temas que fazem parte da nossa realidade, que merecem ser debatidos, ressaltando o papel social que as novelas têm.

Olhando a repercussão dessa polêmica nas mídias sociais, encontramos comentários a favor e contra a novela.
"O mundo real já está violento demais para a televisão ficar dando ênfase em violência e tragédias.", 
"Conhecemos muito bem o que é real, só que quando chegamos em casa, depois de um dia exaustivo de trabalho e trânsito caótico, queremos algo leve para descontrair, rir, esquecer o dia a dia.", 
"Já existe tanta desgraça na vida todos os dias, quando chegamos em casa queremos ver coisas boas.",
dizem alguns críticos internautas.

Por outro lado, quem defende o caminho tomado pela trama diz:
"A hipocrisia é tamanha que quando uma novela joga na cara dos brasileiros a violência doméstica, racismo, gay no armário, delegado corrupto e juiz dono de puteiro fica incomodado querendo ver coisas mais leves". 
"Que hipocrisia, até parece que na vida real não existe nada de pesado: gays enrustidos, racismo, preconceitos, maldades, etc. A novela só retrata o que acontece na vida real sem cortes.", 
"Esses temas têm que ser debatidos, pois é o que mais acontece em nosso meio social, e as pessoas querem simplesmente fechar os olhos para a verdade."
Enfim, a polêmica está formada.

No entanto, especula-se que a emissora tomou medidas para suavizar a novela, cortando as cenas mais pesadas e acelerando a trama para a sua segunda fase, que tem se mostrado um pouco "menos pesada".

Conclusão


Hoje as novelas têm um público fiel e que geralmente se encantam com as histórias exibidas todos os dias. Desta maneira quando o telespectador se identifica com algum personagem acaba tentando adotar os estilos bastante parecidos com a sua vida, sem se dar conta que tudo não passa de uma ficção interpretada por um ator.

Embora as novelas sejam muitos criticados no Brasil elas ainda são uma excelente opção de entretenimento para o telespectador.

Uma outra realidade sobre as atuais novelas no Brasil e na sociedade como um todo é que nos últimos anos o público vem diminuindo isso porque, além de novelas, hoje em dia o telespectador ainda tem acesso a outros tipos de mídias como a internet e canais pagos de televisão.

Mesmo assim as novelas ainda continuam com um público bastante fiel e que está querendo constantemente ficar atualizado sobre as novas tramas e o que está para vir nas telinhas.

Portanto, com o passar do tempo, podemos ver que as novelas ainda continuam tendo bastante poder em relação a sociedade como um todo tanto no público adulto, quanto no jovem e até nas crianças já que o SBT é uma das emissoras que tem apostado bastante na produção de novelas infantis e que tem dado muito certo.

Não há como negar a influência que as novelas exercem na vida dos brasileiros sejam na forma de pensar, de abordar assunto e até mesmo na nossa maneira de vestir.

Diante de toda realidade apresentada pelas novelas e programas de entretenimento, é preciso que nós, como cristãos, não percamos a essência do que é seguir as doutrinas da Palavra e não nos deixarmos ser influenciados pela mídia.

Não tenham medo de ser família. Não negociem os princípios, a unção, o chamado. Sejam família, invistam, gastem-se para seus filhos, educando-os para tê-los consigo o quanto mais vocês puderem. Quem educa o filho não é o videogame, a novela, a série, o joguinho e nada disso, mas o convívio harmonioso com os pais, preferencialmente sob a égide da Sã Doutrina dos Apóstolos.

Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://circuitogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
E nem 1% religioso.

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