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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

ESCRITO NAS ESTRELAS - CHARLES CHAPLIN, OS 40 ANOS DA MORTE DE UM MITO

Retornando e dando sequência à série especial Escrito nas Estrelas, neste capítulo eu trago o enfoque sobre a vida de um dos grandes gênios da era do cinema mudo, em memória aos 40 anos de seu falecimento. O genial Charles Chaplin, o inigualável Carlitos.

Chaplin nasceu em Londres no ano de 1889 e iniciou sua carreira como mímico, fazendo excursões para apresentar sua arte. Em 1913, durante uma de suas viagens pelo mundo, este grande ator conheceu o cineasta Mack Sennett, em Nova York (Estados Unidos), que o contratou para estrelar seus filmes. 

As imagens em movimento do cinema apresentaram ao mundo, a partir da virada do século XIX para o XX, uma nova perspectiva para a canonização de mitos. Rostos e formas ganharam sua representação moderna, projetando-se na grande tela que surgia como um espelho do mundo, de fatos e emoções que o movimentam diariamente. 

Foi Charles Chaplin um dos primeiros mitos a serem eternizados por esta arte ainda tão recente. Suas obras encantam gerações desde os primórdios do cinema, com a criação do mágico personagem Carlitos, com o qual representou em dezenas de curtas desde 1914 - quando no cinema ainda não ouvíamos falas, apenas víamos gestos, luzes e sombras.

Sua vida, suas obras 


Seu personagem mais famoso foi o vagabundo Carlitos, oprimido e engraçado, este personagem denunciava as injustiças sociais. De forma inteligente e engraçada, este grande artista sabia como fazer rir e também chorar. 

No dia 15 de outubro de 1940 estreia o filme "O Grande Ditador", uma das obras mais importantes da carreira de Charles Chaplin e um marco na história do cinema. Mais conhecido por seu personagem Carlitos, o vagabundo – Chaplin nasceu em 16 de abril de 1889, em Londres, Inglaterra. 

Era filho de Hannah e Charles Chaplin, também artistas de palco. Charles Spencer Chaplin é considerado um dos grandes ícones da comédia-pastelão. Ele usou a pantomima para fazer rir e criticar a sociedade da época, a exemplo do mais conhecido filme de sua carreira "Tempos Modernos", de 1936. 

Chaplin e o ator mirim Jackie Coogan, em cena do filme "O Garoto" 

Ator, escritor, produtor e diretor de seus próprios filmes, foi uma das personalidades mais criativas da era do cinema mudo. Dentre seus talentos também estava o xadrez, chegando a enfrentar o campeão americano Samuel Reshevsky. Seus pais separaram-se logo após seu nascimento, deixando-o aos cuidados de sua mãe, cada vez mais instável emocionalmente. 

Chaplin expressou um pouco de seus próprios sentimentos no filme "O Garoto", de 1921. Nesse filme Carlitos conta a história de um garotinho abandonado que cruza o caminho do adorável vagabundo e os dois juntos vivem uma hilária e emocionante aventura. 

Em 1918, no auge de seu sucesso, ele abriu sua própria empresa cinematográfica, e, a partir daí, fazia seus próprios roteiros e dirigia seus filmes. Crítico ferrenho da sociedade, ele não se cansava de denunciar os grandes problemas sociais, tais como a miséria e o desemprego. Pelo filme "O Circo", Chaplin ganhou em 1929 seu primeiro Oscar Honorário. 

Chaplin é sempre lembrado pela pureza e sentimentalismo de Carlitos, personagem que interpretou em filmes como "Carlitos, o vagabundo" (1915); "Em Busca do Ouro" (1925), "Luzes da Cidade" (1931) e em "Tempos Modernos" (1936). Outro filme bastante marcante foi "Grande Ditador", paródia de Adolf Hitler. O ator foi um dos fundadores da companhia cinematográfica United Artists, que produziu vários de seus filmes.
Chaplin em cena do filme "Luzes da Ribalta"
Foi na Europa que Chaplin promoveu o seu filme seguinte, o brilhante drama "Limelight" ("Luzes da Ribalta", 1952) sobre um palhaço decadente que se apaixona por uma jovem bailarina. 

Neste filme, destacou-se a magistral trilha sonora (da autoria de Chaplin, que lhe valeu um Oscar em 1972, ano em que o filme foi lançado comercialmente em Hollywood), o sketch cómico-musical com Buster Keaton e uma breve aparição de Geraldine Chaplin, sua filha e que viria também a tornar-se atriz de créditos firmados. 

Chaplin ainda realizaria mais dois filmes: "A King In New York" ("Um Rei em Nova Iorque", 1957), que passou quase despercebido, e "A Countess From Hong-Kong" ("A Condessa de Hong-Kong", 1967), uma comédia romântica que, apesar de protagonizada por Marlon Brando e Sophia Loren, foi um fiasco de bilheteria. 

Em 1972, aos 83 anos, recebeu finalmente permissão para entrar nos Estados Unidos e foi aplaudido entusiasticamente de pé durante dez minutos por uma plateia em êxtase quando recebeu um Oscar Honorário por sua contribuição à arte cinematográfica.

Seus amores 


A partir de 1952, o artista passou a viver na Europa, por fazer parte dos atores de Hollywood perseguidos pelo Macartismo. Os EUA passaram a lhe negar visto de entrada no país. Seus sucessos profissionais tiveram reflexos diretos em sua vida pessoal por várias vezes. Em 23 de outubro de 1918, Chaplin casou-se aos 28 anos de idade com Mildred Harris, de 16. Tiveram um filho que morreu ainda bebê e divorciaram-se dois anos depois.  

Aos 35, apaixonou-se por Lita Grey, com quem teve dois filhos. Em 1936, Chaplin casou secretamente, mas seis anos depois a união também teve fim. Em 1943 casou-se com Oona O’Neill, filha do famoso dramaturgo Eugene O’Neill, com quem ficou casado até o fim da vida. A atriz Geraldine Chaplin é filha dos dois. 

Polêmica e contestação, mas com muita sensibilidade 


Chaplin em cena do clássico "Tempos Modernos" 

O Adorável Vagabundo somente recebeu voz ao cantar uma música no filme "Tempos Modernos" (1936). Em seguida, Chaplin abandonou o papel do Vagabundo e passou a representar personagens diversificados. Esta transição é marcada por "O Grande Ditador" (1940). 

"O Grande Ditador" foi o primeiro filme de Chaplin inteiramente falado, uma mescla de comédia com uma afiada e irônica crítica política. Chaplin representa dois papéis no filme, o de um barbeiro judeu e o de um ditador, um "Hitler" do país da Tomania. Outro personagem da obra, Benzino Napaloni de Bactéria, é uma caricatura fiel de Benito Mussolini. Em 1947, Chaplin lançou o filme "Monsieur Verdoux", um trabalho brilhante com uma distinta visão do pós-guerra e pós-Holocausto. 

Adepto ao cinema mudo, o também cineasta, era contra o surgimento do cinema sonoro, mas como grande artista que era, logo se adaptou e voltou a produzir verdadeiras obras primas: "O Grande Ditador (crítica ao fascismo)", "Tempos Modernos" e "Luzes da Ribalta". Em 1965, publicou sua autobiografia, "Minha Vida". Em 1972, Charles Chaplin foi premiado com o Oscar Honorário de melhor trilha sonora pelo filme Luzes da Ribalta. 

Na década de 1930 seus filmes foram proibidos na Alemanha nazista, pois foram considerados subversivos e contrários a moral e aos bons costumes. Porém, na verdade, representavam uma crítica ao sistema capitalista, à repressão, à ditadura e ao sistema autoritário que vigorava na Alemanha no período. Mas o sucesso dos filmes foi grande em outros países, sendo traduzido para diversos idiomas (francês, alemão, espanhol, português). 

Conclusão


Chaplin em cena do ousado "O Grande Ditador"
Em 1977, o mundo perdeu este que foi um dos grandes representantes da história do cinema. Um derrame cerebral foi 
responsável pela morte do ator, aos 88 anos, no dia 25 de dezembro de 1977, na Suíça. 

Três meses depois, em 3 de março de 1978, ladrões invadiram o cemitério e roubaram o corpo de Chaplin a fim de extorquir dinheiro de sua família. O plano falhou, os ladrões foram capturados e condenados à morte. Onze semanas depois, o corpo foi recuperado e novamente enterrado na Suíça. 

Nos filmes de Chaplin, entre os quais estão algumas das mais significativas obras-primas da história, fundamentais para a compreensão do papel do artista no cinema, e do cinema na vida, hoje temos um retrato significativo de fatos decisivos do século passado. Desde sua primeira incursão nos filmes de longa-metragem, em 1921, Chaplin fizera do cinema uma arte para defender seus ideais políticos e sociais, suas ideias humanistas que questionavam o lugar do homem no mundo contemporâneo. 

Em 1993, Charlie Chaplin teve sua vida retratada no filme biográfico "Chaplin", dirigido por Richard Attenborough, que foi muito elogiado por público e crítica além de ter conferido o Oscar de melhor ator para Robert Downey Jr., que viveu Carlitos em brilhante atuação. O longa contou ainda com a participação da própria filha de Chaplin, Geraldine, no papel de sua avó Hannah, e grande elenco. 

Filmografia de Chaplin (principais curtas e longas-metragens) 

  • O idílio desfeito -1914; 
  • Carlitos, guarda noturno - 1917; 
  • O imigrante - 1917; 
  • Vida de cachorro - 1918; 
  • Ombro, armas ou Carlitos na trincheira - 1918; 
  • Os clássicos vadios - 1921; 
  • O garoto - 1921; 
  • Dia de pagamento - 1922; 
  • Casamento ou luxo? - 1923; 
  • Em busca do ouro - 1925; 
  • O circo - 1928; 
  • Luzes da cidade - 1931; 
  • Tempos modernos - 1936; 
  • O grande ditador -1940; 
  • Monsieur Verdoux - 1947; 
  • Luzes da ribalta - 1952; 
  • Um rei em Nova York - 1957; 
  • A revista do Carlitos - 1959; 
  • A condessa de Hong Kong - 1967.

Frases de Chaplin 

"Mais do que máquinas, necessitamos de humanidade". 

"A persistência é o caminho do sucesso". 

"Acredito que o pecado é realmente um mistério tão grande quanto a virtude". 

"Eu tenho muitos problemas em minha vida. Mas meus lábios não sabem disto. Eles sempre sorriem". 

"Um dia sem sorrir é um dia desperdiçado". 


A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

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