A grande responsável pelo fluxo de comunicações e de informações, nos dias de hoje, é a mídia. Entretanto, não há como garantir a total veracidade das informações que chegam até a sociedade. Desta forma, podendo influenciar na opinião pública, seja essa opinião boa ou ruim, através de: TV, internet, rádio, jornais, canais de TV pagos, entre outros.
Deixando claro que somos condicionados àquilo que vemos e ouvimos para formar nossas opiniões, assim como também deixa claro o poder que a mídia tem de manipular as informações que chegam até a sociedade segundo os seus interesses e segundo o que ela quer que nós pensemos.
Ficando evidente o poder de manipulação da mídia, o que se deve fazer é deixar de se basear nas informações impostas pela mídia para se formular uma opinião, evidente que nem todas as informações são de caráter duvidável, e buscar o "por quê" de se acreditar naquilo que a mídia quer que acreditemos, só assim a sociedade irá poder enxergar o que há por trás dessa grande máfia que se chama mídia.
Discernimento, urgente!
Os que não são idiótes (no sentido grego: os que se voltam para a vida privada menosprezando completamente a vida pública) jamais podem ignorar como a grande mídia mistifica a realidade e manipula a opinião pública.
Todos os grandes meios de comunicação têm, naturalmente, suas preferências – partidárias, eleitorais, ideológicas, religiosas e, sobretudo, pecuniárias. Já sabemos que nas democracias venais contemporâneas o dinheiro deslavadamente gera poder e que o poder desavergonhadamente gera dinheiro. A mídia, na medida em que filtra e manipula conteúdos, apresenta-se como uma das pontes privilegiadas de ligação dessa política institucionalmente argentária.
O linguista e sociólogo Noam Chomsky, professor emérito do Massachusetts Institute of Technology (em Boston) e tido pelo New York Times como "o maior intelectual vivo", catalogou as dez técnicas de mistificação e manipulação promovidas pela grande mídia.
Trata-se de um decálogo extremamente útil, especialmente para aqueles que bravamente desafiam a inexpugnável ignorância diária. Vejamos:
- 1. A estratégia da distração - É fundamental, para o grande lobby dos poderes, manter a atenção do público concentrada em temas de pouca relevância (programas banais de TV, por exemplo), fazendo com que o cidadão comum se interesse apenas por fatos insignificantes. A exagerada concentração em fatos da crônica policial, dramatizada e manipulada, faz parte desse jogo.
- 2. Princípio do "problema-solução do problema" - A partir de dados incompletos, incorretos ou manipulados, inventa-se um grande problema para causar certa reação no público, com o propósito de que seja este o mandante – ou solicitante – das medidas que se quer adotar (é preciso dar voz ao povo). Um exemplo: deixa-se a população totalmente ansiosa com a notícia da existência de uma epidemia mortal (febre aviária, por exemplo), criando um injustificado alarmismo com o objetivo de vender remédios que de outra forma seriam inutilizados.
- 3. A estratégia da gradualidade - Para fazer o povo aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-la e noticiá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos – ou meses, ou dias – seguidos. É dessa maneira que se introduzem novas e duras condições socioeconômicas, em prejuízo da população. Tudo é feito e contado gradualmente, porque muitas mudanças juntas podem provocar uma revolução.
- 4. A estratégia do diferimento (adiamento) - Um outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular consiste em apresentá-la como "dolorosa e necessária", alcançando-se momentaneamente sua aceitação, para uma aplicação futura ("piano piano si va lontano", o equivale mais ou menos ao nosso "devagar se vai ao longe").
- 5. Comunicar-se com o público como se falasse a uma criança - Quanto mais se pretende enganar o público, mais se tende a usar um tom infantil. Diversos programas ou conteúdos possuem essa conotação infantilizada. Por quê? Se nos comunicarmos com as pessoas como se elas tivessem 11 anos de idade, elas tendem a responder provavelmente sem nenhum senso crítico, como se tivessem mesmo 11 anos de idade (as crianças não conseguem fazer juízos abstratos).
- 6. Explorar a emotividade muito mais que estimular a reflexão - A emoção, com efeito, coloca de escanteio a parte racional do indivíduo, tornando-o facilmente influenciável, sugestionável. Essa é a grande técnica empregada pelo populismo demagogo punitivo.
- 7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. - Poucos conhecem, ainda que superficialmente, os resultados já validados das ciências (criminais, médicas, tecnológicas etc.). A manipulação fica facilitada quando o povo é mantido na ignorância; isso significa dizer não à escola de qualidade para todos.
- 8. Impor modelos de comportamento - Controlar indivíduos enquadrados e medíocres é muito mais fácil que gerir indivíduos pensantes. Os modelos impostos pela publicidade são funcionais para esse projeto.
- 9. A autoculpabilização - Todo discurso (midiática e religiosamente) é feito para fazer o indivíduo acreditar que ele mesmo é a única causa do seu próprio insucesso e da própria desgraça. Que o problema é individual e não tem nada a ver com o social. Dessa forma, ao contrário de se suscitar uma rebelião contra o sistema socioeconômico que marginaliza a maioria, o indivíduo se subestima, se desvaloriza, se torna depressivo e até se autoflagela (assim é a vida no "vale das lágrimas"). A culpa pelo desemprego, pelo não encontro de novo emprego, pelo baixo salário (neoescravizador), pelas condições deploráveis de trabalho, pelo insucesso escolar, pela precarização das relações trabalhistas, pela diminuição do seguro-desemprego, pela redução das aposentadorias, pela mediocridade cultural, pela ausência de competitividade no mercado etc. é dele, exclusivamente dele, não do sistema.
- 10. Os meios de comunicação sabem mais de você que você mesmo - Eles conhecem nossas preferências, fazem sondagens e pesquisas, diagramam nossas inclinações políticas, religiosas e ideológicas e, mais que isso, sabem como ninguém explorar nossas emoções (sobretudo as mais primitivas). Não se estimula quase nunca a reflexão. O sistema manipula e exerce um grande poder sobre o público, muito maior que aquele que o cidadão exerce sobre ele mesmo.
Pelo direito de resposta
Já observaram, por exemplo, a ênfase que dão com notícias negativas que envolvam evangélicos? O indivíduo às vezes é apenas um frequentador de alguma denominação evangélica e quando se torna suspeito de alguma transgressão ou de envolvimento em algum escândalo, ele é "consagrado" a pastor. O engraçado é que não se vê isso com indivíduos pertencentes a outras religiões. Por exemplo, um ladrão que frequenta uma igreja católica não tem sua confissão religiosa divulgada e nem é "ordenado" a padre.
Recentemente o pastor Marcos Antônio Pereira, líder da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, lá do Rio de Janeiro, teve seu nome exposto na mídia de maneira absurda. O pastor, que ficou conhecido pelo trabalho de evangelismo em presídios e por ter intermediado e colocado fim em uma sangrenta rebelião de presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), em 2010, foi acusado de estupro e de associação ao tráfico e tráfico de drogas.
Quando as acusações contra o pastor vieram a tona, todas as emissoras de televisão, sites e jornais deram ampla divulgação e ele foi execrado, julgado e condenado pelo grande público - inclusive por muitos "magistrados" evangélicos. Pois é, acontece que o pastor postou no dia 28/07, em sua página no Facebook um vídeo mostrando documentos que provam sua inocência e comemorando sua absolvição de todas as acusações contra ele apresentadas. O documento, emitido pelo desembargador Sidney Rosa da Silva, assinado em 26/07/16, inocenta Marcos Pereira.
Na postagem o pastor se mostra alegre com a decisão da Justiça na descrição de sua postagem, onde diz:
"Hoje venho mostrar a minha vitória recebida esta semana, provando que nem uma arma forjada prevalecerá contra os servos de Deus. Fui acusado pela associação ao tráfico e tráfico de drogas.
Fui absolvido em primeira instância, mas o ministério público recorreu, e na apelação por unanimidade recebi votos de vitória. Deus é o justo juiz; e ele nos justifica diante dos homens, para mostrar que ele é com seus servos."
As acusações de estupro contra ele nunca foram comprovadas. Agora fica a pergunta: por que a mídia não deu a mesma ênfase à absolvição do pastor? E aonde estão todos aqueles que, com várias pedras nas mãos, o acusavam, baseados no que a mídia estava divulgando sobre ele?
Conclusão
Desde o surgimento dos meios de comunicação e mídia, como jornais, televisão e internet, há a manipulação. Essa manipulação cresceu no final do século XX e na primeira década desse século devido à popularização e à reafirmação de meios de comunicação de massa. Isso causa um enorme prejuízo à sociedade e seu desenvolvimento, formando cidadãos com pouca capacidade reflexiva e que buscam sempre seguir um modelo de vida imposto pela mídia.
A indústria cultural, no seu ápice de manipulação e da alienação, provoca desde cedo indivíduos com uma baixa capacidade reflexiva, devido às ideias prontas impostas pelas formas de mídia. Programas fáceis de entendimento nos rádios e na televisão exigem um baixo raciocínio e informações manipuladas e distorcidas. Segundo Adorno, a manipulação tem como objetivo fazer com que, no sistema capitalista, a classe alienada não pense na situação que está vivendo e que não se revolte contra os "burgueses", donos dos meios de mídia, que é a classe dominante.
A indústria cultural também procura controlar o modo de viver, de ver, de pensar e de sentir as coisas, formando a sociedade do espetáculo, das aparências – que possui como objetivo a convergência dos modos de vida para apenas um, para ser seguido se o cidadão quiser obter uma vida econômica, cultural e social considerada pela mídia como a correta. Esse ideal pode variar desde a roupa que se veste, os objetos e aparelhos que se adquire até o formato do corpo que se deseja, impulsionados pela indústria televisiva, da moda, do cinema, entre muitas outras.
Pode-se concluir que a manipulação está em todo lugar. É impossível escapar dela. Logo, a mídia está diretamente ligada como principal influência na formação da consciência do indivíduo e da ideia de sociedade, trazendo malefícios incontáveis à sociedade, ao modo de vida e ao mundo.
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