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sexta-feira, 15 de abril de 2016

MÚSICO É PROFISSÃO, SER CRISTÃO É UMA QUESTÃO DE FÉ

Outro dia, conversando com um conhecido meu que é músico profissional e trabalha como produtor musical e instrumentista, trocávamos ideias sobre nossas convicções, regras e prática de fé. Em certo ponto de nossa conversa, esse conhecido me disse que havia sido indicado para participar da equipe de produção de um festival de música sertaneja que seria realizado no estádio do Mineirão (em Belo Horizonte-MG). 

Ele me disse que a indicação era quente e que a participação em um grande projeto como este, do qual também participaria os grandes nomes da música sertaneja seria muito importante para a carreira profissional dele. Mas ele estava vivendo um grande dilema quanto a dúvida de que seria conveniente ou não ele sendo crente participar de um projeto da música secular. Ele, então, pediu minha opinião sobre o assunto. 

Entre a fé e a profissão 


Eu disse a ele que atualmente é super comum músicos de fé evangélica atuarem profissionalmente junto à músicos seculares e lidarem muito bem com essa dicotomia. Tirando uma ou outra 'saia justa' que podem vir a passar (e isso não é privilégio dos músicos, mas de qualquer outro profissional) esses músicos aparentemente mantinham uma posição bem definida entre a fé cotidiana pessoal e o ofício de músicos profissionais. 

Tempos atrás, um músico evangélico que ousasse tocar no meio secular (ou "no mundo", como diz o "evangeliquês") seria automaticamente execrado, excluído, expulso e excomungado do rol de membros de sua igreja (só para citar alguns sinônimos começados com o prefixo 'ex', mas a lista pode ser bem maior!). A distância entre música secular e evangélica era abissal e muitos destes músicos cristãos que ousaram seguir suas carreiras no meio popular ou simplesmente afastaram-se da igreja ou passaram a ser autênticos agentes secretos da fé. 

Hoje em dia, ainda não podemos afirmar categoricamente que a igreja evangélica e suas lideranças passaram a aceitar que músicos evangélicos trabalhem normalmente no meio popular, mas efetivamente essa questão hoje é bem menos traumática e radical que tempos atrás. O que demonstra, a meu ver, um certo amadurecimento por parte da "cultura gospel" neste aspecto. 

Equilíbrio, ainda que tardio 


Para aqueles que ainda mantém seus discursos radicais e obtusos de que o músico gospel apenas pode usar seu talento para o próprio meio evangélico, posso propor um simples exercício de similaridade, ou seja, basta substituir a profissão de músico para qualquer outra profissão como bancário, dentista ou mesmo publicitário. 

Todos sabemos, principalmente no Brasil, que as instituições financeiras são focadas prioritariamente no lucro sobre lucro. Em muitas operações os juros são absurdamente acachapantes! Pois bem, há algum conceito cristão na prática bancária hoje em dia? Se substituirmos o bancário por um dentista, um profissional liberal. Este tipo de profissional antes de atender seus clientes costuma consultar a prática religiosa deles? Se um cliente deste dentista for um espírita ou mesmo um esotérico, o atendimento a este cliente não irá gerar uma receita ao profissional? Por acaso ele deixará de atender a estes clientes? 

Infelizmente o músico é visto no meio cristão, principalmente entre seus líderes, como alguém que merece vigilância redobrada. Efetivamente, a música lida com alguns aspectos da natureza humana como o ego e autossuficiência que podem gerar distorções de conduta causando estragos consideráveis. Entretanto, isso tem mais a ver com o caráter do músico do que essencialmente com sua espiritualidade. 

Por isso, não vejo qualquer problema que um músico cristão trabalhe junto a artistas populares. Para mim é como uma profissão qualquer. O que deve ser observado neste caso, é que tipo de artista e música que estão sendo acompanhados. Não creio que seja conveniente que um artista cristão participe de uma banda que faz apologia ao uso de drogas, à prostituição, à qualquer desvio de moral e conduta ou o desrespeito às leis, assim como um médico cristão não pode participar de uma equipe ou hospital que promove abortos deliberadamente. 

Conclusão 


A questão envolvida neste caso, não deve ser se o músico de fé cristã deve ou não participar de grupos de música popular, mas se efetivamente a mensagem deste artista não é contrária à sua fé, às suas convicções e conceitos cristãos. Assim como existem ambientes muito ruins entre os artistas que interpretam a música gospel (E como!), também existem diversos artistas populares onde o respeito ao profissional é elevadíssimo trazendo assim um ambiente super favorável. 

Para terminar, fico com o que disse o apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos:
"Pois todos os que sem a Lei pecaram, sem a Lei também perecerão; e todos os que pecarem sob a Lei, pela Lei serão julgados. 
Pois, diante de Deus, não são os que simplesmente ouvem a Lei considerados justos; mas sim, os que obedecem à Lei, estes serão declarados justos. 
De fato, quando os gentios que não têm Lei, praticam naturalmente o que ela ordena, tornam-se lei para si mesmos, muito embora não possuam a Lei; 
pois demonstram claramente que os mandamentos da Lei estão gravados em seu coração. E disso dão testemunho a sua própria consciência e seus pensamentos, algumas vezes os acusando, em outros momentos lhe servindo por defesa. 
Todos esses fatos serão observados na humanidade, no dia em que Deus julgar os segredos dos homens, por intermédio de Jesus Cristo, de acordo com as declarações do meu Evangelho. O crente deve ser fiel à Palavra." - Rm 2:12-16 - VKJ [Grifos meus.]

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