♪ ♫ "E eu pergunto com que roupa, com que roupa eu vou / Com que roupa eu vou, ao culto que você me convidou." ♪ ♫
O vestuário do crente faz parte de seu testemunho ao mundo, quanto a uma nova vida transformada e diferente da moda da sociedade secular onde está inserido. A santidade do crente consiste, não apenas em ser separado do mundo, mais principalmente em fazer a diferença do mundo (sal e luz). A maneira como o crente vive, o que ele come, bebe, veste, como ele trata sua família, patrão ou empregados, gasta seu tempo de folga, como pratica sua fé, o tipo de cristianismo que pratica, etc... revela qual a sua filosofia/estilo de vida, se baseada na cultura judaico-cristã (Bíblica) ou se nas filosofias humanistas do mundo em rebelião contra Deus.
Isto se reveste de particular importância, pesando-se o fato, de que, a filosofia que norteia sua vida, a mesma revela para qual destino você está se encaminhando. Se pela filosofia da porta e caminho, ambos largos e sem muitas restrições, sem limites, sem ética ou da porta e caminhos, igualmente estreitos, porém, estreitados pelos ditames da Palavra de Deus. Na realidade é mais que uma opção de estilo filosófico de vida, mas, uma escolha de destino: perdição ou vida eternas (Mateus 7:13,14).
Na questão da indumentária cristã ou aquilo e como o crente se veste , está envolvida muito mais que uma questão de gosto pessoal, mas, uma questão que revela toda a filosofia que orienta a vida.
O caráter filosófico da moda mundana
O termo “mundo”, dentro do contesto proposto neste artigo pode ser definido como todo o sistema de filosofias e valores humanos que determinam como as coisas devem ser e acontecer na sociedade humana. Esta Sociedade, por natureza secular (voltada prioritariamente para este tempo e século, com desprezo pela era vindoura), nunca foi um bom referencial para o crente, desde que não teme a Deus e nem usa a Sua Palavra como parâmetro de conduta. Entre os vários setores do sistema mundano, encontra-se a moda, que é a arte ou técnica de confeccionar o vestuário humano.
A moda por natureza é volátil e descartável, por isso varia muitíssimo com o tempo, culturas, tendências, gosto, humor das pessoas e principalmente varia conforme o clima cultural e filosófico da época. Uma cultura mergulhada numa filosofia licenciosa e hedonista, terá uma moda que refletirá está filosofia na forma da cultura do nudismo e de um vestuário voltado para a sedução e erotismo. Portanto, a moda mundana envolve muito mais que uma questão de gosto e preferência pessoais. De fato a moda do mundo, e especialmente, do mundo pós-moderno de então, é a encarnação de uma filosofia que prega a total rebelião contra Deus e a sua Palavra.
Entre outras coisas, o vestuário de uma pessoa revela o quanto ela teme a Deus e o quanto a Palavra de Deus é realmente o seu referencial de conduta e vida ou, dizendo do modo clássico, o quanto a Bíblia é, não somente a sua única regra de fé, mais, também, e principalmente de prática. Lamentavelmente, para muitos ditos “cristãos” e “evangélicos”, os estilistas de moda é que servem de referencial, para o seu vestir. A maioria destes estilistas, senão todos, são verdadeiros filósofos pragmáticos da cultura e doutrina hedonista e nudista do pós-modernismo, muitos deles são homossexuais - não se trata de estigma, é fato.
É preciso ser cego, para não perceber quão ridícula é a moda feminina e masculina moderna. Ela transforma a mulher num objeto vulgar e de curiosidade meramente animal, como numa loja de animais de estimação ou zoológico. E o que dizer do que alguns homens têm sido capazes quando o assunto é moda? São coques, calças e camisas tão apertadas que mais parecem adesivadas ao corpo.
Para os crentes pós-bíblicos e pós-cristãos, falar de vestuário tipicamente cristão, ou que faz tensão (choque) com o vestuário do mundo é ser fundamentalista, legalista, anticultural, etc... Porém, a realidade é diferente, os tais crentes metidos a “moderninhos”, possivelmente, e digo isso com uma nota de lamento, pois a igreja do Senhor está inundada deles, possivelmente são meros crentes “professos” e “auto-enganados” que engrossarão a grande lista de evangélicos que comparecerão ao juízo final dos perdidos, conforme Mateus 7:21-23.
O nudismo como doutrina pós-moderna
O nudismo, no seu sentido radical, segundo o dicionário Aurélio é a “doutrina que prega o viver ao ar livre em completa nudez”. Esta é uma das doutrinas mais subversivas da pós-modernidade, ou do mundo e da sociedade sem referenciais morais, senão, a busca de liberdade total e por todos os meios visando conseguir o máximo de sensações prazerosas. O nudismo e nudez propostos pelo mundo pós-moderno, ganham grande incremento e validação através da moda contemporânea. O nudismo da moda pós-moderna, tem por objetivo implícito, muito mais do que despertar sensualidade, que é o seu objetivo explícito.
Na verdade, essa nudez da moda, tem um caráter simbólico, representando, o rompimento do homem com todas as restrições a sua liberdade e ao seu prazer. É como se o tirar a roupa totalmente ou parcialmente, o bastante para ser extravagante, lascivo, desejável, erótico e/ou sensual, fosse muito mais do que somente despir-se das roupas, mas, fosse o despir-se de todos os valores bíblicos da era e cultura judaico-cristãs, condenadas pelo homem pós-moderno como castradoras do prazer e da sexualidade.
Vestes da moda moderna visam não vestir, mas “despir com arte”
A crescente onda de pornografia e prostituição que invadem o mundo é o resultado da filosofia do nudismo pós-moderno ou filosofia playboy, cujo ensino maior é: “tudo que der prazer deve ser buscado”. O maior veículo de divulgação desta filosofia, é o nudismo parcial da moda atual, do estilo Calvin Klein, cujas roupas são feitas para “despir com arte” aquelas partes potencialmente sensuais do corpo (partes do ombro, seios, axila, barriga, coxas); partes estas destacadas e realçadas por roupas colantes, transparentes, cavadas, decotadas, lascadas, sem mangas, cinturadas, etc...).
Tecidos cada vez mais finos, brilhantes e realçadores das formas do corpo são confeccionados para serem usados em calças compridas que realçam a redondeza das nádegas, as formas roliças das coxas, a saliência dos órgãos genitais, a redondeza e volume dos seios, o cavamento da cintura realçando ainda mais o volume das nádegas, além dos sapatos com saltos altos, não somente para tornar a pessoa mais alta, mas, também, para arrebitar as nádegas e possibilitar um andar não natural, com rebolado sensual e provocante, etc... De modo que, o conjunto destas coisas em uma mulher, a torna um poço de sensualidade e lascívia, onde a sua nudez parcialmente revelada é um desafio e estimulo ao desejo de se conhecer à parte proibida que ficou oculta ou coberta.
Porém, estes tecidos moles, brilhantes e transparentes podem ser usados em vestidos e saias compridas que se grudam ao corpo deixando a pessoa visivelmente nua, embora não se consiga ver a cor da pele, dá para saber-se praticamente como é os contornos e formas do corpo da pessoa.
Esta nudez parcial chega a ser pior, de danos maiores que o nudismo explícito, completo e explicitamente pornográfico. O nudismo parcial, força a imaginação a pensar como é o resto que ficou escondido. Gerando assim, as “fantasias e sonhos eróticos”, que consistem em imaginar a pessoa má vestida, em situação em que se encontre toda nua e, às vezes em situações de fornicação e adultério. Estas fantasias eróticas, despertadas pela vestimenta erotizante, progressivamente forçam a saída da tela da imaginação, para a tela da vida prática, ou seja, as fantasias eróticas são as sementes da fornicação, do adultério e de todas as aberrações sexuais, inclusive estupros seguidos de morte.
É triste quando o povo de Deus se assemelha ao povo do mundo e quando os profetas e pregadores de Deus têm de dizer do povo de Deus o que Jeremias teve de dizer acerca do povo de Israel: “Serão envergonhados, porque cometem abominação sem sentir por isso vergonha; nem sabem que coisa é envergonhar-se. Portanto, cairão com os que caem; quando eu os castigar, tropeçarão, diz o Senhor” (Jeremias 8:12).
A incapacidade de sentir vergonha e a incapacidade para discernir de quais coisas deve envergonhar-se e manter pudor e distância, tem contaminado a igreja de nossos dias. Por isso, o autoproclamado cristão que pelo vestuário lascivo induz alguém a fantasias eróticas, também será responsável e culpado perante Deus, pela queda de tais pessoas e dos seus pecados e aberrações e crimes sexuais, tais como estupros, e estupros seguidos de morte.
Vestir-se de modo provocante e lascivo, mesmo que seja discretamente, equivale a escandalizar ou fazer tropeçar, não só aos perdidos, mas, até aos pequeninos do Senhor. Com certeza fazer os pequeninos do Senhor cair em pecado não ficará barato para quem disso for culpado. Devido, em parte, a falta de vergonha, pudor, descaramento e falta de temor a Deus com que muitos adolescentes, moças, rapazes e senhoras da igreja se vestem, ou deveríamos dizer, se despem vestindo roupas desnudantes a igreja está sendo inundada pela lama lasciva e imoral do mundo. Está aumentando grandemente o número de pessoas que se autoproclamam evangélicas e que estão caindo em fornicação (sexo entre pessoas que nunca casaram) e adultério (sexo que envolva pelo menos uma pessoa casada), e outros graves pecados como namoro lascivo, escravidão à pornografia, masturbação, etc....
Dadas as devidas proporções...
As questões referentes ao vestuário feminino sempre deram pano para mangas [trocadilho infame] no circuíto fashion gospel. O cumprimento das saias, o uso ou não das calças, vestidos com decote ou sem decote? Usar short é pecado? Tomara que caia? Já inventaram até um "anjo estilista", que fica nos "portais do céu" com uma fita métrica medindo o cumprimento das saias das irmãs (para alguns, as irmãs que usam calças nem nos portais eternos chegaram). Este anjo, aliás, deve ser amigo do "anjo cabeleireiro-ourives", o tal responsável por medir e recolher os cabelos das irmãs lá no céu e transformá-los em ouro (Será que esse recolher os cabelos significa raspá-los? Então as irmãs no céu entrarão carecas?). Uma coisa é certa, as vestes das irmãs sempre estiveram no olho do furacão. O assunto sempre desperta discussões acaloradas entre os evangélicos, e quase sempre, as doutrinas das igrejas – em especial as do segmento pentecostal – impõem restrições às frequentadoras em relação a decotes, comprimento de saias e vestidos, entre outros.
O pastor Silas Malafaia já tratou do assunto (e ele é bom nisso) em um artigo publicado no seu site Verdade Gospel, e apresentou sua opinião a respeito de como a mulher deve se vestir. Segundo ele, “as mulheres cristãs devem vestir-se com modéstia, moderação, decência, sobriedade, ou seja, com trajes decentes e honrados, evitando modismos indecentes que as desqualifiquem como servas de Deus. Elas devem evitar a ostentação, o exagero, a falta de compostura e a sensualidade. Esse é um princípio que transcende as culturas e o tempo, portanto permanece até os nossos dias”, escreveu o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, fazendo referência às recomendações de Paulo (Timóteo 2:9,10) e Pedro (1 Pedro 3:3,4).
No entanto, Malafaia tratou de desmistificar uma questão muito abordada quando se trata do vestuário feminino: “O modo de vestir-se tem a ver com questões socioculturais, mas não é uma condição para a salvação. Logo, não pode ser considerada doutrina bíblica. Costumes não são doutrinas. As mulher e os homem para os quais Moisés ensinou as regras na Torá vestiam-se com roupões, túnicas longas. O homem não usava terno, e a mulher não tinha vestidos como os que conhecemos hoje. A diferença da roupa do homem para a da mulher muitas vezes era apenas uma questão de tamanho, cor e ornamentos. [Atente para as vestimentas usadas no Oriente Médio ainda hoje.] Logo, hoje em dia, não são as calças compridas que caracterizam as vestes masculinas. Existem calças para homens, e calças bem femininas, para as mulheres”, afirmou, pontuando uma questão que gera polêmica ainda hoje em diversas denominações.
Ainda segundo o Malafaia, a questão da vestimenta abordada por Moisés no Velho Testamento pode ter ligação com o princípio contrário à homossexualidade: “É provável que, sabendo que o Senhor preza as diferenças entre o feminino e o masculino e o relacionamento heterossexual, mas que certas religiões pagãs antigas apregoavam o uso de roupas ‘unissex’ e o homossexualismo, Moisés, orientado por Deus, para combater tal influência cultural pecaminosa, tenha ordenado: ‘Não haverá trajo de homem na mulher, e não vestirá o homem veste de mulher; porque qualquer que faz isto abominação é ao Senhor, teu Deus’. Deuteronômio 22:5”, contextualizou o pastor, que continuou: “Contudo, ainda na atualidade, há líderes religiosos que, desconsiderando as questões culturais nos textos do Antigo e do Novo Testamento, proíbem às mulheres o uso de brincos, de maquiagem, da calças compridas. Não estou condenando os pastores que são mais rígidos quanto aos costumes, apenas esclarecendo as diferentes interpretações de textos considerados básicos para a permissão ou a proibição de calças compridas, brincos e maquiagem”, observou, lembrando das questões que são peculiares às igrejas brasileiras.
Conclusão
Muitas passagens bíblicas poderiam ser citadas sobre os limites da nossa liberdade cristã, e elas chegariam no mesmo princípio: nós, crentes em Cristo, devemos usar a nossa liberdade cristã, gerada pela Graça de Deus, com o devido cuidado de não causar tropeço ou escândalo, quer aos irmãos mais fracos na fé, quer à comunidade dos fiéis, quer ao Evangelho. Paulo chegar a dizer que não podemos usar a Graça para justificar nossos pecados, ou como se a graça fosse uma espécie de trampolim para o pecado.
Como vivemos a nossa vida, uma vez que estamos em Cristo Jesus, é assunto para o Espírito Santo, que já deixou claro nas Escrituras como fazê-lo. Somos livres em Cristo, porém essa liberdade deve, à luz da Bíblia, ser exercida com responsabilidade, como temor e tremor, pois havemos de um dia dar contas de nossas atitudes, palavras e pensamentos.
Concordo integralmente com tudo o que disse o velho Malafa e acrescento que todo cristão deve buscar o equilíbrio para sua vida, inclusive no seu vestuário. Conhecendo Deus e sua vontade nos leva a uma relacionamento de intensa e profunda intimidade com Ele. Assim, tanto homens quanto mulheres, em todo o seu proceder irá fazer de tudo para agradá-lO para que, semelhante à Jesus, possamos, quiçá, ouvir dEle:
"— Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria (Mt 3:17b - NTLH)!"
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