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sábado, 27 de setembro de 2025

DIRETO AO PONTO — NOSTÁLGICO, SIM, GRAÇAS A DEUS!

Bᴏɴs ᴛᴇᴍᴘᴏs... ᴛᴇᴍᴘᴏs ʙᴏɴs


Ontem (26/09/2025), durante um tumulto e gritaria generalizados de alunos (uma verdadeira histeria, que mais parecia um surto psicótico em nível coletivo), na escola onde trabalho, cujo motivo era por mim desconhecido, me pus a refletir sobre qual será o legado dessa tal "Geração Alpha" e me veio a inspiração para esse texto.
A Geração Alpha (ou Gen A) são as pessoas nascidas a partir do ano de 2010 até 2025, sendo os sucessores da Geração Z. 
São considerados nativos digitais, crescendo com a tecnologia como parte intrínseca do seu quotidiano. 
As suas características incluem hiperconectividade, independência, e uma forte preferência por conteúdos visuais e interativos, como vídeos e videojogos. 
Esta geração, que é mais diversa e adaptada às mudanças do mundo, também enfrenta desafios como a suscetibilidade ao estresse e ansiedade devido ao excesso de estímulos digitais.
Sou do tempo em que o uniforme era comprado. Não tinha ninguém preocupado em ostentar roupas ou calçados de grifes. Era todo mundo vestido e calçado igual. 

Aliás, às vezes variavam os calçados: ou era Bamba, ou era Conga, ou era o indestrutível Kichute e, quando muito, um surrado All Starr (este, quanto mais surrado, mais transado). Ah, e se chegasse atrasado na escola, não tinha papo nem mimimi: não entrava e ponto final!

Não tínhamos telefone celular nessa época, éramos acostumados a usar o famoso orelhão, toda escola tinha um para chamar de seu, devidamente instalado do lado de fora das salas de aula.

As pesquisas eram na Biblioteca da escola, como era divertido ir até a biblioteca andando e contando histórias com os amigos. Era uma diversão, não uma dificílima obrigação.

O trabalho era escrito à mão e na folha de papel almaço, a capa era feita em papel sulfite... (com todo capricho), os livros, comprados (não tinha nada de "kit didático" ou "kit literário", esses que hoje são doados e solenemente ignorados, descartados), eram encapados com o que tinha na frente (até sacola de arroz valia), importante era cuidar bem do nosso amiguinho.

Tinha o temido dever de casa (popularmente apelidado de "para casa") e a educação física era esperada por todos! E como era esperada (nem que fosse uma excelente oportunidade para matar aulas 🫣🤭).

Nossas notas eram todas devidamente registradas nas carteirinhas.

Na comunidade escolar tinha o(a) Gordo(a), o(a) Magrelo(a), o Zoreia, o(a) Quatrozóio, o Cabeção, o(a) Baixinho(a), a Olívia Palito, o Negão, o(a) Neguinho(a), o(a) Branquelo(a), o Beiçola, o(a) Dentuço(a) (tinhámos vários outros apelidos no repertório, todos ótimos também) e nada disso era uma ofensa, não era um desrespeito... um crime!

Todo mundo era zoado (e não tinha ninguém surtando ou sofrendo de depressão por causa disso), às vezes até brigávamos, vez ou outra alguém soltava o famoso "te pego lá fora", mas logo estava tudo resolvido e seguíamos a amizade, logo logo "ficávamos de bem"...
Era brincadeira e ninguém se queixava de bullying.
Existia o valetão, a valentona (aqueles de quem todo mundo tinha medo 😬) mas também tinha o herói, a heroína para nos defenderem (💪🏿 Kkkkk...)

Hora do recreio, merenda, refeitório. Ah, o arroz com carne moída, o mingal de fubá (doce ou salgado, com couve) a macarronada (Na verdade, macarrão com coloral: e daí? Quem se importava com esse detalhe?), a galinhada, sopas, macarrão com carne moída era tudo uma delícia... 😋 E a gente enchia o saco das amadas "Tias das Cantinas" pedindo pra repetir.

Tinha também o pão com patê ou com salsicha, esses dava até briga para conseguir outro... kkkkkk a fila era gigante, gigante mesmo, e mesmo assim a gente repetia 2, 3 vezes... 😜

A rede social da época eram os cadernos de perguntas e respostas que circulavam pela sala para contarmos sobre nós e também sabermos um pouco mais um dos outros!

Íamos para a escola à pé, na saída, adorávamos quando alguém fazia aniversário... e tome ovo e farinha de trigo, o que tinha pela frente.

Final de ano, não víamos a hora de acabarem as aulas, para que os colegas escrevessem nas nossas camisetas para guardarmos de recordação! 💔

𝖤 ғᴏʀᴀ ᴅᴀ ᴇsᴄᴏʟᴀ...


A frase "Peraí mãe/pai!" era para ficarmos mais tempo na rua e não no computador ou no smartphone como hoje...😔

Colecionávamos figurinhas, selos, papéis de cartas, cartões postais, tampinhas de refrigerantes, cartões de orelhões...
Aliás, por falar em cartas, quem nunca escreveu e/ou recebeu uma (manuscrita ou mesmo datilografada), nunca vai saber o que é emoção.
Comíamos na rua mesmo, bebíamos água da torneira do vizinho, comemos frutas com casca e sem lavar (O que dizer das deliciosas [e bichadas...] goiabas? As roubadas na casa do vizinho pareciam ainda mais saborosas.). 

As moedas ganhadas do troco do mercado eram guardadas para comprar chupe-chupe na tia da esquina, andávamos descalços e vivíamos no sol sem protetor e ninguém adoecia.

Brincávamos na chuva, na lama, na enxurrada... Rolamos na terra, na poeira, esfolamos joelhos e cotovelos (Chegamos mesmo a quebrar braços e pernas!). Não haviam viroses! Sobrevivemos e cá estamos, firmes e fortes!

Não importava se nossos amigos eram negros/pretos, brancos, amarelos, pardos, mulatos, indígenas, pobres, ricos, católicos, evangélicos, budistas, espíritas, candoblecistas... ateus (não estávamos nem aí para a confissão religiosa uns dos outros), meninos ou meninas (a gente não se importava em saber qual a orientação sexual uns dos outros, tínhamos coisas mais interessantes para fazer e ser feliz, cada um na sua, era o que importava).

Queimada, rouba bandeira, pegador, pique esconde, polícia ou ladrão (Às favas para o politicamente correto ou incorreto: a ordem era sermos felizes!), bolinhas de gude, três Marias, finca...: todo mundo brincava junto e como era bom. Bom não, era maravilhoso!👥👥👥
(Beijo na boca? Tinha sim, claro, na hora do "pera, uva ou maçã?"!🫣)
E as festinhas de aniversários com muitos salgadinhos (todos engordurados), docinhos caseiros, acompanhados de suco de groselha e às vezes, de refrigerante de garrafa.

O bolo? Ah, o bolo era um delicioso "desafio" com aqueles granulados prateados que pareciam fragmentos de chumbo (Haja (e aja) dentes!), mergulhados em um oceano de glacê açucarado! 🎂🧁🍡🍬🍫

E ao final, lá estava ele: o imponente e enorme balão com as disputadas surpresinhas.🎈
Levar pratinhos de papéis lotados de guloseimas e uma generosa fatia de bolo pra casa era de lei!
As músicas podiam ser ouvidas pelos pais e pelas mães, sem causar constrangimentos. Ao invés das famigeradas "dancinhas", tínhamos os passinhos, dançados — e meticulosamente coreografados — coletivamente!

Ah, e não podia deixar de ter a hora da música lenta, o momento de dançar como o rosto colado (dependendo "do clima" rolava até uns beijinhos, uns amassos, tudo devidamente consentido, sem nenhuma violação e não passava disso, era o máximo de ousadia que nos permitíamos.)

Filmes só assistíamos na TV e não víamos a hora de passar a Sessão da Tarde, "Curtindo a Vida Adoidado"!

E, voltando à escola, o nosso maior medo era assinar o temido Livro da Capa Preta (o livro de registros das ocorrências).

Educação era em casa, até porque, ai da gente se a mãe tivesse que ir à escola porque aprontamos.

E os(as) professores(ras), nossa, como os admiravámos e os respeitávamos! Como nos eram importantes!

Nada de chegar em casa com algo que não era nosso, desrespeitar alguém mais velho ou se meter em alguma conversa...

Rᴏᴅᴀ ᴀ ᴠɪᴅᴀ


Estou com 58 anos — orgulhosamente, muito bem vividos, graças a Deus —, me sinto um privilegiado.

Vivi intensamente minhas fases, meus ciclos: infância (décadas de 1970/80), adolescência (1980/90), juventude (1990/20). 

Foram muitos erros, acertos, quedas e levantes: sobretudo e contudo, foram muitos aprendizados, muita oportunidade de descobrir minhas potencialidades. Subi, desci... superei. Foram tempos de descobertas, de aventuras, de desventuras, de desbravamentos... Amores e desamores.

Passei pela época dos discos de vinil, das fitas cassetes, que podiam ser ouvidos no aparelho de som 3 em 1 da Gradiente, com suas enormes caixas acústicas, que ficava montado na estante de madeira da sala de chão de piso queimado, vermelhão, mais reluzente que um espelho, após passada a enceradeira.

Sei bem os perrengues de enfrentar a fila de um orelhão para fazer uma ligação, que, por falar nisso, durante muito tempo foi de disco e pediam as fichas, tendo, algum tempo depois, inovado para os cartões, que acabaram se tornando itens de colecionadores.

Diversão de final de semana era ir até a uma locadora de vídeos e alugar aquela fita VHS de um sucesso do cinema, para assistir em casa, no aparelho de videocassete. E sem esquecer a regra: rebobiná-la, antes de fazer a devolução, senão pagava multa.

Vi com entusiasmo a chegada do CD, do DVD e do Blue-Ray. E o que dizer da internet discada? Aliás, os computadores, assim como as TVs — que cheguei a ver em preto e branco, vibrando muito quando chegou em cores — eram de tubo e algo que não estava ao alcance de todos, só mesmo os abastados.

Das reuniões nas lan houses? Rede social? Tinha sim, o insubstituível Orkut e suas comunidades, cada uma mais divertida que a outra. Não havia discursos de ódio, assédios sexuais, debates ideológicos, religiosos ou políticos. Era mesmo só diversão.

Ostentação eram os walkmans, os discmans, as mochilas emborrachada da Company, mochila jeans da Cantão, tênis Bamba (adorava!), Olympikus branco, All Star surrado, Le Che Val, M2000, Redley..; calças jeans Forum, US Top, Zoomp (a do raiozinho), Fiorucci, Pool, Divina Decadência; camisetas Bad Boy, Town e Country, Anonimato, Hang Loose, Rato de Praia, K&K, Plancto, Fido Dido...; bonés os de equipes desportivas da NFL, NBA e MLB como os dos Chicago Bulls, Charlotte Hornets, Oakland Raiders e Los Angeles Dodgers, bem como marcas como Nike (com o modelo Taiwind) e símbolos de cultura pop como os de restaurantes famosos como Hard Rock Café e parques temáticos como a Disney.

Às noites de sábados, íamos para as danceterias (muitas delas, eram instaladas nas quadras de futebol de salão). Aqui em Belo Horizonte incluíam a Olympia, Hippodromo, Phoenix, Space, Le Galop e Bonaparte. Em Contagem, na região metropolitana, tínhamos a inesquecível Arena.

Outras casas noturnas de destaque da época eram a Baturité e a Chamonix, que eram grandes referências na cena noturna da cidade, atraindo muitos frequentadores. Dançávamos os já citados famosos famosos passinhos e na hora das músicas lentas, era o momento ideal para os chavecos, os beijos nas bocas, as ficadas...

Cᴏɴᴄʟᴜsᴀ̃ᴏ


É o tempo passou... Fico me perguntando!!! 🤔 QUANDO FOI QUE TUDO MUDOU??? E os valores se perderam e se inverteram dessa forma???

Quanta saudade, quantos valores, que pra esta geração não valem nada.

Me deu saudades dessa época, e esse texto me fez refletir sobre como éramos felizes... E não sabíamos (Ou sabíamos?🤔)!

[Fonte: Arquivo Pessoal das Minhas Memórias e Recordações]

Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blogue https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização frequentes dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
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E nem 1% religioso.

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