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sábado, 2 de abril de 2022

SERÁ QUE TEMOS GUARDADO O NOSSO CORAÇÃO?

"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida" (Provérbios 4:23).
Uma das palavras hebraicas mais maravilhosas da Bíblia é uma palavra curta de apenas duas letras: לב. Pronunciada como lev, esta palavra é frequentemente traduzida como "coração". 

Mas na verdade lev é muito mais do que só o órgão central do nosso sistema circulatório. Neste pequeno estudo bíblico vamos refletir um pouco sobre o que é o coração na Bíblia no idioma original hebraico e o porque devemos sempre mantê-lo muito bem guardado.

Então, o que "coração" realmente significa na Bíblia?


Uma vez que a Bíblia está preocupada principalmente com nossa condição moral, a palavra lev (coração) é encontrada centenas de vezes nas Escrituras.

  • O coração moral 

A palavra hebraica para coração, lev (לב) é encontrada centenas de vezes na Bíblia. Na mentalidade bíblica, lev é muito mais do que o órgão que incansavelmente bombeia sangue em nossas veias.

O lev é o órgão humano central. Representa o ser interior. É o que nos faz amar, chorar, pecar e ter empatia. Um melhor equivalente em português seria "psique". Por esse motivo, no hebraico original da Bíblia, inúmeras qualidades morais são expressas usando a palavra lev.

O que está dentro do coração?


Aqui está uma amostra de como a Bíblia usa a palavra lev para expressar uma grande variedade de personalidades humanas:
  • uma pessoa teimosa é kashe-lev, "coração duro" (Ezequiel 3:7);
  • a pessoa arrogante é culpada de gevah-lev, "coração elevado/arrogante" (Pv 16:5);
  • uma pessoa desonesta tem um lev va-lev, "coração e coração" ou "coração duplo" (Sl 12:2);
  • uma pessoa corajosa é chamada de amitz-lev, “coração poderoso” (Amós 2:16).

A ética bíblica gira em torno do conceito de "coração" (Mateus 15:18-20). Portanto, entender o significado bíblico do coração é essencial para entendermos o que a Bíblia ensina sobre a natureza do pecado e sobre a natureza da santificação.

Em nossa cultura, é comum ouvirmos frases que comparam a cabeça com o coração, tratando a cabeça como o centro dos pensamentos, do raciocínio, do entendimento, e o coração como o centro dos sentimentos. Muitos dizem: 
"Não adianta ter a Palavra de Deus na cabeça e não tê-la no coração." 
Ou então: 
"Não adianta ter a Palavra de Deus na mente, mas não tê-la no coração."
Contudo, todas essas comparações estão erradas porque, quando a Bíblia fala sobre o coração, não está falando primariamente sobre os sentimentos. Na Bíblia, o coração é a mente, a fonte dos pensamentos. Há literalmente centenas de passagens na Bíblia que provam isso.

A importância de se guardar o coração


Lidar com alguém que a todo tempo tenta nos enganar não é uma tarefa fácil. Quando identificamos uma pessoa assim, nos protegemos dela, não lhe contamos muito sobre a nossa vida e, principalmente, desconfiamos dela. 

Ou seja, ficamos atentos a todos os movimentos dela com o intuito de nos precavermos do que ela possa tentar fazer contra nós. É como se um instinto de autoproteção fosse automaticamente despertado no nosso íntimo.

E se lhe dissermos que o nosso maior inimigo não está do lado de fora, mas dentro de nós? Esse inimigo chama-se coração. Sim, ele, que é tão relacionado com o amor, na verdade é um rival cruel e essa afirmação é encontrada na Bíblia:
"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jeremias 17:9). 
A definição para enganoso é: 
"característico daquilo que engana; feito e/ou desenvolvido para enganar”; e enganar é “induzir ao erro; fazer cair em erro".
E essa é a principal característica do coração.

Certamente, enquanto você lê este texto, deve estar se lembrando das inúmeras vezes que foi enganado, porque ele — o seu coração — levou você a fazer uma determinada escolha que, no final, o fez "quebrar a cara". O pior é que talvez até hoje você esteja colhendo os maus frutos dessa decisão.

Entendendo o inimigo


Todos já fomos vítimas do coração e não por causa de problemas cardíacos, visto que não é desse órgão vital que bombeia sangue para o corpo de que estamos falando. O coração citado na Palavra de Deus corresponde ao centro da vida e representa a nossa alma. 

Logo, coração e alma são sinônimos nas Escrituras Sagradas. E por que ele nos engana? Porque ele é responsável por concentrar todos os sentimentos. Pelo fato de o coração representar a alma, quando ele se alegra, a alma se alegra também. 

Da mesma forma, se ele dói quando é contrariado, a alma dói também. E, nessa sequência de sentimentos, é claro que ele vai desejar sentir o que lhe traga prazer, sem pensar em qualquer consequência.

O versículo que afirma que "enganoso é o coração" no original, em hebraico, quer dizer: 
"o coração nos leva a perseguir tudo o que ele quer"
Em outras palavras, ele tenta nos fazer de marionetes em prol dos seus desejos e, por isso, conflita sempre com nossa mente — que é o nosso espírito, o nosso raciocínio, o que nos alerta sobre o certo a se fazer.

Contudo é por se apoiar na desculpa de que 
"eu não posso controlar o meu coração"
que muitas pessoas se rendem aos caprichos desse inimigo íntimo e acabam sofrendo. Ele é cobiçoso e insaciável e faz as pessoas pensarem que o errado é certo e que o certo é errado. 

Assim, muitas cedem aos desejos dele, buscam em festas, relacionamentos, bens materiais, bebidas e drogas, por exemplo, uma satisfação que acaba sendo vã e, apesar de as fazer sentir na pele a dor de suas escolhas, depois voltam a ser reféns dele.

O Próprio Senhor Jesus alertou que as atitudes de uma pessoa partem de seu coração, pois dele 
"procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias" (Mt 15:18-20). 
Então, se ele causa tanto mal, por que ele quer tanto sentir prazer e satisfazer os seus próprios anseios? A explicação está no Jardim do Éden. No plano original de Deus não era para ser assim. 

Adão e Eva eram puros e o coração deles batia de acordo com a Vontade de Deus, mas, desde o dia em que escolheram desobedecer a Deus, o mal passou a fazer parte da natureza humana e o pecado se instalou na Humanidade. 

Ela se separou de seu legítimo Senhor e Criador, que a amava, e entregou o controle de sua alma — seu coração — a um senhor perverso, enganador e destruidor — o diabo — e, assim, o resultado do seu pecado passou a ser a morte.

Em função do coração maligno herdado de Adão, todos já nascemos escravos do pecado, avessos ao que é justo e com tendência para o que é errado. 

Dessa forma, a alma está sempre disposta a pecar e, se suas decisões forem baseadas na voz do coração, a alma realmente peca. E só há uma maneira de reverter essa situação.

Trocado e protegido


Apesar de o coração estar "jogando" contra nós o tempo todo, a Palavra de Deus nos alerta que também devemos protegê-lo mais do que a tudo. E a explicação é simples: dele também procedem as fontes da vida (Provérbios 4:23). 

Isso reafirma o fato de o coração ser o centro do nosso ser e a causa de tudo o que falamos ou fazemos, como está escrito: 
"o homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca" (Lucas 6:45).
Guardar o coração é fazer com que ele seja habitado por Deus, mas, para isso, é preciso abandonar tudo que o corrompe. 

Mesmo que o coração esteja cheio de erros e pecados ele continua tendo um valor inestimável para Deus porque Deus quer fazer do nosso coração a morada dEle, mas Ele não pode habitar em um coração rebelde, corrupto, indomável, orgulhoso, nada disso. 

É preciso que o coração esteja submisso a Ele. E, para ganhar a alma das pessoas, Deus promete trocar o coração delas: 
"E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis" (Ezequiel 36:26,27).

Conclusão


Só quando recebemos este novo coração e nele habita o Espírito Santo é que conseguimos protegê-lo. Afinal, é dessa forma que passamos a ser orientados pelo Único que conhece a nossa essência.

Contudo, apesar de ter um coração novo, devemos vigiá-lo sempre para confrontar os desejos dele com o que diz a Palavra de Deus. 

Em relação a isso, a orientação é que quando lemos a Bíblia, o Espírito Santo forma em nós o caráter de Deus que nos faz saber como fazer as nossas escolhas.

Por fim, entendemos que, manter o coração protegido, em concordância com a Palavra de Deus e puro de toda a contaminação deste mundo, é nossa responsabilidade e, por isso, negligenciar essa atitude é pôr em risco não só a nossa vida neste mundo, mas por toda a Eternidade.

[Fonte: Folha Universal, por Nubia Onara; Bíblia se Ensina, por Gabriel Filgueiras]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
Apesar da flexibilização no uso da máscara, onde o uso do acessório já não é mais obrigatório nos ambientes abertos em muitas regiões da Federação, o bom senso e a concientização individual, ainda é uma premissa para a segurança e a proteção coletiva.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. Não confuda avanço na vacinação e flexibilização com o fim da pandemia.

2 comentários:

  1. Sinceramente, eu não sabia que existia tantas comparações assim do "coração" talvez por falta de interesse; não sei, só sei que agora eu aprendi. Obrigado meu nobre!

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  2. Amém, meu querido! Glória a Deus por isso! Fico muito feliz em poder contribuir com seu aprendizado. É este o intuíto desse espaço. Toda honra e glória, sejam dadas ao SENHOR, que é quem me capacita.

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