2. CAUSAS DE BURNOUT ENTRE PASTORES
Por se tratar de uma síndrome que envolve inúmeras variáveis, o diagnóstico do burnout deve considerar a resistência de cada indivíduo para enfrentar pressões, mas também necessita observar que o burnout se instala de maneira lenta, gradual e progressiva no indivíduo.
Nesse sentido, Álvarez Gallego e Fernández Ríos apontam três momentos para a manifestação dessa síndrome. O primeiro momento é considerado "estresse laboral", quando as demandas do trabalho são maiores do que os recursos materiais e humanos para realizá-lo.
O que é característico nessa fase é a percepção de uma sobrecarga de trabalho. O segundo período é entendido como "sobre-esforço pessoal", quando o profissional tenta se adaptar às demandas e produzir uma resposta emocional ao desajuste percebido.
Nesse momento, é comum o indivíduo expressar sinais de fadiga, tensão, irritabilidade e ansiedade. Por último, há o "enfrentamento defensivo", no qual o sujeito produz uma troca de atitudes com o objetivo de se defender das pressões experimentadas.
Os sintomas
Isso acaba gerando comportamentos de distanciamento emocional, isolamento, cinismo e rigidez (19). O progresso desses sintomas dificulta a precisão do diagnóstico, retardando o tratamento. Além do mais, é comum encontrar muitos casos nos quais a pessoa se nega a acreditar que o caso dela seja, de fato, tão sério.
Na literatura sobre o assunto é comum encontrar a descrição de alguns sintomas já estabelecidos para identificar o progresso no esgotamento que resulta na síndrome de burnout.
Essa metodologia ajuda o leitor a fazer uma autoanálise para avaliar sua verdadeira condição. No caso de pastores, é triste constatar que nem todos possuem as informações ou a disposição para atentar seriamente a esses sintomas. Isso acaba intensificando um quadro que já é deveras preocupante.
Estudiosos costumam olhar para os sintomas do burnout como os meteorologistas analisam as mudanças climáticas ou estabelecem previsões de tufões. Não há, nesse sentido, uma cartilha cronológica a ser obedecida, mas o efeito cumulativo de alguns sintomas é altamente revelador nesse processo.
Um indício de um quadro que pode progredir para o burnout é a fadiga extrema. Nesse caso, a pessoa começa a se sentir cansada mais frequentemente do que as atividades diárias justificariam.
Outro sintoma nesse mesmo sentido é o isolamento de outras pessoas. Na verdade, as pessoas em risco do burnout não encontram energias mentais e nem disposição para manterem associação com outros, pois elas estão utilizando todas as suas reservas para sustentarem a si mesmas. Um terceiro elemento nessa lista é o aumento da impaciência.
Ou seja, à medida que a capacidade de realizar as atividades comuns diminui, a impaciência aumenta. Nesse caso, é comum encontrar pessoas esgotadas se irritando com outros sem razão alguma.
Além do mais, elas comumente poderão culpar outros ao redor por suas próprias falhas. Em quarto lugar, é comum que alguém próximo ao burnout manifeste algumas limitações físicas e até enfermidades.
Nesse caso, dores de cabeça frequentes, baixa imunidade, problemas estomacais e intestinais e outros podem ser comumente percebidos. Por último, há o sintoma da estagnação.
No início, essa estagnação ocorre de maneira frequente em casos isolados, com acessos de ira ou frustrações, mas, com o passar do tempo, ela pode se desenvolver em estagnação severa, na qual a pessoa interpreta tudo ao ser redor de maneira negativa (20).
Esses indícios podem variar segundo quem analisa o assunto, mas, em geral, esses cinco listados acima são mantidos em comum acordo pelos estudiosos.
A Deus toda glória.
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