Qual é o segredo de uma canção de sucesso? Em quais ingredientes se baseia? Neste artigo, vamos analisar uma música muito conhecida do ex-Beatle Paul McCartney, com o objetivo de mostrar algo sobre como um gigante da canção popular compõe e arranja.
Como não sou músico (não toco nem galinha no quintal, muito menos algum instrumento musical) e nem cantor (não ousaria sequer disputar um concurso de calouros com uma gralha), todas as informações técnicas que constam no texto, são frutos de pesquisas e dados por especialistas.
Mas, mesmo não sendo músico, sem falsa modéstia, de uma coisa eu posso me gabar: tenho um ouvido afinado para o bom gosto musical (e aqui, me valho ainda do fato de ser, digamos, 95 por cento eclético e não possuir quase nenhum preconceito quanto a estilos, segmentos e ritmos musicais).
Neste capítulo da minha série especial de artigos Canções Eternas Canções (uma de minhas séries preferidas das que escrevo aqui no blog), o destaque vai para essa música que eu considero uma preciosidade do pop internacional dos anos 80. Talvez, dizer que o fato de ela ter sido composta e interpretada por sir Paul McCartney, por si só já a abrilhanta, pode até ser um clichê, mas, devo confessar que nem sou assim lá um dos fãs nem dele e muito menos ainda dos Beatles. Gosto de uma música ou outra. Entretanto, 'No More Lonely Nights', é uma daquelas canções que quando ouço, sinto-me tocado em todas minhas emoções. É ouvir e me pegar viajando nas envolventes e inesquecíveis letra e melodia. Vamos a elas?
'No More Lonely Nights'
Paul McCartney
I can wait another day until I call you
Eu posso esperar outro dia até eu te ligar
You've only got my heart on a string and everything a-flutter
Você só tem meu coração em uma corda e tudo palpitando
But another lonely night might take forever
Mas outra noite solitária pode durar para sempre
We've only got each other to blame
Nós só temos um ao outro para culpar
It's all the same to me love
Pra mim é tudo igual amor
'Cause I know what I feel to be right
Porque eu sei o que sinto ser certo
No more lonely nights
Chega de noites solitárias
No more lonely nights
Chega de noites solitárias
You're my guiding light
Você é minha luz guia
Day or night I'm always there
Dia ou noite estou sempre lá
May I never miss the thrill of being near you
Que eu nunca perca a emoção de estar perto de você
And if takes a couple of years
E isso leva alguns anos
To turn your tears to laughter
Para transformar suas lágrimas em riso
I will do what I feel to be right
Eu farei o que eu sentir que é certo
No more lonely nights (Never be another)
Chega de noites solitárias (nunca seja outro)
No more lonely nights
Chega de noites solitárias
You're my guiding light
Você é minha luz guia
Day or night I'm always there
Dia ou noite estou sempre lá
And I won't go away until you tell me so
E eu não irei embora até que você me diga
No, I'll never go away
Não, eu nunca irei embora
Yes, I know (I know) what I feel (I feel) to be right
Sim, eu sei (eu sei) o que eu sinto (eu sinto) ser certo
No more lonely nights (Never be another)
Chega de noites solitárias (nunca seja outro)
No more lonely nights
Chega de noites solitárias
You're my guiding light
Você é minha luz guia
Day or night I'm always there
Dia ou noite estou sempre lá
And I won't go away until you tell me so
E eu não irei embora até que você me diga
No, I'll never go away
Não, eu nunca irei embora
And I won't go away until you tell me so
E eu não irei embora até que você me diga
No, I'll never go away
Não, eu nunca irei embora
No more lonely nights, no, no
Chega de noites solitárias, não, não
Analisando a letra
No final da década de 80, ouvi com interesse uma entrevista com Paul McCartney na qual o músico discorria sobre a sua maneira de compor. Durante a sua fala, ele disse sorrindo algo surpreendente para mim:
"...se quiser compor uma canção de sucesso, inicie a música pela subdominante!"Uma dica e tanto aos compositores, vindo dele, proferido com simplicidade e autoridade!
Lançada em 1984 no álbum-trilha "Give My Regards To Broad Street", 'No More Lonely Nights', além de uma canção muito bonita, que nos reserva surpresas interessantes.
A música foi inicialmente lançada em um filme produzido pelo próprio McCartney, que recebeu o mesmo título do álbum e que se revelou um fiasco total. O filme foi tão ruim, mas tão ruim, que quase ninguém se lembra dele e não serei eu que vou aqui lembrar.
Público e crítica espinafraram com o longa, que tinha no elenco o próprio Paul, sua esposa Linda McCartney (☆1941/✞1998), o ex-baterista dos Beatles, Ringo Starr e a esposa dele, Barbara Bach. Diz-se que o fracasso do tal filme vem se contra a falta de compreensão de ambos os críticos e os fãs. O filme não se encaixa nas habituais regras de produção: ele não tem história real e que mais parece um grande videoclipe, em vez de uma sequência de fatos estruturados. O grande destaque é a estética das cenas que se tornam altamente agradáveis.
Bom, eu não sei, pois não vi a pérola (nem pretendo ver), portanto, como já disse, não conheço a sinopse (se for de seu interesse, pergunte ao "professor" Google). Mas a canção se colocou entre as melhores daquele ano e da década de 80. Quem tem memória daquele período, certamente dançou e cantou muito acompanhando o seu refrão!
…Sim, eu integrei essa turma, confesso! E não foi um feito pequeno já que essa era, também, a época de clássicos como 'Money For Nothing' (Dire Straits), 'Careless Wispers' (George Michael – ☆1963/✞2016), 'Wake Me Up Before You Go Go' (Wham!), 'Like a Virgin' (Madonna), 'Thriller' (Michael Jackson), 'Girls Just Want To Have Fun' (Cindy Lauper), só para citar algumas. Anos das baterias eletrônicas, dos baixos sintetizados e dos "claps" (as batidas de mãos) sampleados. Mas vamos, agora, ver uma análise técnica musical.
A estrutura da música
A análise de 'No More Lonely Nights' nos leva a observar detalhes compositivos interessantes. Seu arranjo propõe, no decorrer da música, pequenas variações ao reapresentar suas seções, não caindo na banalidade da simples repetição. "Variação", aliás, parece ser a palavra de ordem, que se substancia em pequenos detalhes que certamente passam despercebidos a ouvidos "leigos", ao mesmo tempo em que cativam o ouvinte.
Numa visão macro, observamos que a música é articulada entre estrofes, pontes, refrões e dois solos. Os belíssimos solos de guitarra, que certamente contribuíram consideravelmente ao sucesso da música. O solo bonito é de David Gilmour, o guitarrista do Pink Floyd, amigo de Paul (Beatles e Pink Floyd gravavam, nos anos sessenta pela EMI, uns ao lado dos outros nos mesmos estúdios. A amizade entre os dois músicos foi além, e os dois se apresentaram em algumas ocasiões em concertos. Gilmour aparece repetidamente na carreira de Paul como sideman).
A "receita" de Paul, para compor essa música de sucesso, contempla ainda uma métrica irregular: nada de 8+8+8+8 compassos, nada de estruturas "Ctrl-C + Ctrl-V" bastante perigosas em nossos dias, em que dispomos de potentes softwares de produção musical! Enfim, sem deixar os detalhe técnicos à parte, a música é maravilhosa e ganhou uma outra versão mais dançante, que não fez tanto sucesso quanto a balada (minha preferida), mas que há quem goste.
Conclusão
'No More Lonely Nights' liderou de assalto as paradas de sucesso, inclusive no Brasil, chegando direto ao primeiro lugar, onde permaneceu por mais de quatro semanas seguidas. Se o filme foi um tremendo fracasso comercial nos cinemas, a música que abre o álbum da trilha sonora se tornou um dos grandes hits na carreira do ex-beatle. 'No More Lonely Nights' foi indicada aos prêmios "Golden Globe Award" e "Bafta Film Award" como a mais original canção de trilha sonora para filmes. Um sucesso esmagador e sem igual. Por tudo isso ela veio parar aqui e, claro vai receber meu seleto carimbo de
[Fonte: Terra da Música - Educação Musical]
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