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quarta-feira, 19 de agosto de 2020

A REALIDADE DO REINO DE DEUS X A FALIBILIDADE DA RELIGIÃO

O cristianismo tem umas peculiaridades, umas características que o distinguem das demais religiões. Aliás, é importante enfatizar, esclarecer, que o cristianismo bíblico NÃO É UMA RELIGIÃO, é um estilo de vida. É quando manifestamos, expressamos Jesus em nossas práticas diárias. Sobre isso, é salutar entender que Jesus, quando no exercício de seu ministério terreno, não tinha o interesse em fundar e/ou instaurar uma nova religião.

Esse, inclusive, foi um dos motivos que fizeram com que os religiosos de Sua época resistissem ao conteúdo da Sua mensagem, que, além de os confrontar, expondo toda a hipocrisia que tentavam ocultar por detrás dos proclames ritualísticos da Lei de Moisés, ia frontalmente contra tudo o que proclamavam em seus eloquentes discursos. Por isso O rejeitaram. Aguardavam ansiosamente por um rei político, com toda a pompa e circunstância que permeiam os cargos políticos e se depararam com um homem do povo, o filho do carpinteiro Jose, um galileu vindo de Nazaré.

"...Pode haver coisa boa vinda de Nazaré?..." (João 1:46).

Para que compreendamos o questionamento de Natanael, é preciso entender que conforme afirma o evangelista Lucas, no tempo de Jesus, Nazaré era uma cidade insignificante. Situada no meio das montanhas da baixa Galiléia, a 157 Km de Jerusalém, tornou-se famosa justamente pela presença da família de Jesus. 

Hoje a sua população soma cerca de 60.000 habitantes, incluindo a cidade alta (Nazarét). Atualmente, convivem pacificamente as três grandes religiões monoteístas da Terra. Os judeus vivem na parte alta, os árabes (muçulmanos e cristãos) povoam o vale. Sobrevivem do comércio e do serviço aos peregrinos e turistas.

O Reino X a religião


Pois bem, este foi o questionamento feito por Natanael, um judeu religioso, fiel a pratica da Lei e carregado de preconceitos contra os habitantes de Nazaré que casavam com mulheres estrangeiras, gerando filhos excluídos do povo Judaico, quando Filipe testemunhou acerca de Jesus e seus feitos, afirmando pela fé ser Ele de quem dizia a lei e os profetas (v. 45; cf Luca 4:14-30). Posso imaginar o ar de desprezo no rosto desse senhor, embrutecido pelos rigores impostos por uma religião que no fundo ele sabia não ter reais condições de obedecer. 

Sim, mas estava Ele, bem longe, bem distante do que Natanael e seus "colegas de ministério" esperavam, integralmente oposto ao que certamente ensinavam em suas pregações e ensinos nas sinagogas, mas essencialmente em linha com a profecia messiânica de Isaías sobre Ele:
"Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. 
Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum" (Is 53:2,3).
(Será que Natanael conhecia e/ou entendia esse trecho das Escrituras?)

Então, Jesus não correspondia às expectativas humanas, mas correspondia em essência à promessa de Deus para o Seu povo. E, para piorar ainda mais as coisas aos religiosos de plantão, Jesus veio com um discurso que já havia literalmente custado a cabeça de seu precursor, o profeta João Batista: o arrependimento.
"E, naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia, E dizendo: 'Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: "Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas"'" (Mateus 3:1-3). 
"E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho do reino de Deus, e dizendo: 'O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho'" (Marcos 1:14,15).
Pensa bem, aquelas pessoas se achavam, se sentiam no apogeu da religião judaica, logo, teriam eles do que se arrepender? Que papo era esse de Jesus? A empáfia que a religião alimentava no ego daqueles senhores, é evidenciada nas posturas do fariseu e do publicano, na parábola contada por Jesus, veja:
"E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: 'Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. 
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: "Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo." 
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: "Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!" 
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado'" (Lc 18:9-14).
A mensagem de Jesus, sinalizava para um Reino espiritual, que não dependia de elementos adornantes externos, mas sim de virtudes internas. Nada tinha a ver com o que aquelas pessoas estavam acostumadas e, consequentemente, nada tinha a ver com o que elas esperavam.

Por isso, quando Jesus disse sobre a destruição do templo, dizendo que dele não sobraria pedra sobre pedra, eles tanto se indignaram. Nossa! Quanta ousadia, não? Algumas pessoas vinham comentar com o Senhor a respeito do templo, que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas, na tentativa de impressioná-lO, afinal, a suntuosidade daquele templo, assim como a austeridade daquelas construções ao seu redor, certamente eram para eles motivo de grande orgulho e uma prova da presença de Deus, mesmo Ele já tendo deixado bem claro que não habitava em templos feitos por mãos humanas (Lc 21:5,6; Marcos 13:1,2 cf. Atos 7:48,49). E vem Jesus dizendo que tudo aquilo seria jogado por terra? Essa é a prova de que Ele não tinha mesmo nenhum interesse em falar o que seria do agrado de quem quer seja, mas sim ser fiel ao seu compromisso de fazer apenas a vontade de Deus, que era tudo o que todos eles precisavam e que a religião se mostrou ineficiente em fazer (João 6:38-40).

Onde está o Reino?


Mediante todos esses acontecimentos, essa foi a dúvida que começou a surgir na mente dos religiosos: afinal, onde estava (e como era) o reino do qual Ele falava (Lc 17:20,21)? Essa dúvida revelou a ignorância daqueles ilustres senhores sobre os pilares da fé que eles alegavam defender. 

Foi essa a dúvida que levou Nicodemos às esgueiras noturnas, ir ter com Jesus, ansiando ver a manifestação plena (Hebreus 1:3) do que para ele durante tantos anos não passava de um vislumbre, de lampejos transitórios e efêmeros, de registros históricos de uma glória real no passado, porém apenas ilusória em sua realidade infrutífera (Jo 3).

A resposta de Jesus explicita a soberania do Reino de Deus. Tanto que quando foi nos ensinar a orar, Ele nos orientou a invocar o Reino de Deus aqui na Terra. Sabe porque é fundamental que Deus estabeleça seu reino sobre nós? Por que somente assim será possível que conheçamos e atendamos à vontade dEle (Mateus 6:10; cf. Romanos 12:2).

Conclusão


Jesus não veio inaugurar uma nova religião. Jesus não nos ensina a ser religiosos. Sua mensagem, Seus ensinamentos, Seu Evangelho sobrepuja à caduquice, ao bolor, às algemas e aos grilhões de qualquer religião engendrada pela mente humana (Gálatas 5:1-15).

A verdadeira religião sobre a qual nos fala a Bíblia, não tem absolutamente nada a ver com a prática fanática do que muitos acreditam ser religião. Ela, antes, é linear à mensagem do evangelho cristão:
"A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo" (Tiago 1:27 cf. Mc 12:29-34).
Cristo deixou-nos o cristianismo em sua forma pura; com o decorrer dos anos, infelizmente algumas das doutrinas de Jesus foram deixadas de lado por influência do paganismo. Em resumo, seguir a Cristo, que é 
"...o caminho, a verdade e a vida..." (Jo 14:6a) 
e os exemplos que Ele nos deixou, amar a Deus sobre todas as coisas (Mt 6:33) e ao próximo (Mc 12:33) constitui o verdadeiro Cristianismo, não uma mera religião, mas um estilo de vida deixada por Jesus como uma bênção para nossas vida.

A Deus, toda glória. 
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