"Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo" (Efésios 4:32).
Vivemos em tempos em que muitas pessoas já não sabem mais o que é perdoar e já não valorizam tanto quanto antes a prática do perdão.
Isso é lamentável e talvez uma das razões para o estado caótico em que se encontram as relações entre as pessoas nesta sociedade hodierna, que vive sem Deus no coração.
Ao refletirmos sobre esse assunto, logo nos lembramos da parábola proferida pelo nosso Senhor Jesus sobre o credor incompassível e que está registrado no Evangelho do Senhor Jesus conforme escreveu Mateus, capítulo 18 e versículos 23 a 35, quando Cristo quis dar uma lição aos que ali lhe ouviam de que a nossa capacidade de perdoar deve ser ilimitada, pois não deve haver limites para o perdão, e um servo perdoado precisa também saber liberar o perdão para o seu companheiro.
Perdão: um desafio
É certo que no atual contexto em que vivemos e levando-se em consideração que ainda estamos no mundo, isso é desafiante e requer renúncia do nosso próprio "eu", porém a graça de Deus e o seu favor para conosco e a ação do seu Espírito Santo opera em nós a capacidade de perdoar, porque primeiro Deus nos amou, nos perdoou e transformou as nossas vidas.
Infelizmente, não podemos esperar muito que atitudes de perdão estejam latentes e presentes na vida dos ímpios, porque eles não têm a paz de Deus no coração e não desfrutam de um relacionamento pessoal e íntimo com Deus, mas Deus exige que aqueles que são cristãos de verdade saibam liberar o perdão. Um cristão verdadeiro é aquele que se coloca na posição de discípulo de Jesus primeiro, até porque antes dos cristãos em Antioquia serem chamados de cristãos, eles eram conhecidos como discípulos de Jesus.
E um discípulo, no sentido bíblico, é aquele que reconhece o Senhor Jesus como seu Mestre, e procura viver de acordo com o Seu ensino. Ou seja, é necessário viver como Ele viveu, agir como Ele agiu, pensar como Ele pensava, e fazer as coisas como Ele fazia. Então para ser chamado de cristão é preciso ser discípulo de Cristo primeiro.
E um discípulo, no sentido bíblico, é aquele que reconhece o Senhor Jesus como seu Mestre, e procura viver de acordo com o Seu ensino. Ou seja, é necessário viver como Ele viveu, agir como Ele agiu, pensar como Ele pensava, e fazer as coisas como Ele fazia. Então para ser chamado de cristão é preciso ser discípulo de Cristo primeiro.
Perdão: a essência
E a todo cristão autêntico a Palavra de Deus em Colossenses 3:12-14 aponta e admoesta para que saibam liberar o perdão. E a ideia de perdão que temos é a do cancelamento de uma dívida, de qualquer natureza, e sem cobrar nada em troca. Isso é que é perdoar! Num sentido prático da vida cristã, perdoar às vezes significa até mesmo abrir mão dos direitos próprios contra o seu ofensor em favor da paz, e transferir estes direitos para o Seu Deus.
Então, em linhas gerais, para se obter perdão é necessário, em primeiro lugar, que o homem reconheça que é um pecador; em segundo lugar, é preciso que ele se sinta incomodado pela sua consciência, por causa do pecado cometido; e aí, em terceiro lugar, que reconheça que, por si só, não pode obter o perdão, e daí confessar o que fez, se humilhar e pedir perdão a quem ofendeu, se a Deus ou se ao seu próximo. Isso é que é perdão!
O perdão é uma característica que mostra que, em Deus, o amor supera a justiça. Pois embora não reste dúvida de que Deus é um Deus Justo, e que jamais deixou ou deixará de executar a sua Justiça e o seu Juízo, este mesmo Deus também jamais deixou de dar ao homem a oportunidade para que se arrependesse dos seus pecados e obtivesse o Seu perdão e as Suas bênçãos.
Observe que já lá no Éden, quando Deus procurava por Adão e o chamava para estar com Ele, ali já podemos ver Deus demonstrando ser um Deus que está disposto a perdoar o homem. Pouco depois, vemos o Senhor disposto a perdoar a Caim de sua ira quanto à oferta, mas se ele fizesse o bem, conforme nos relata Gênesis 4:7. Mas, por não dar ouvidos a Deus, Caim matou Abel. Contudo, apesar disso, Deus ao lhe infringir a pena pelo seu crime, ainda manteve a oportunidade do perdão, não permitindo que ele fosse morto, através de um sinal, conforme 4:15. Quer dizer, com o Senhor está o perdão, pois ele é grandioso em perdoar. Agora, o perdão de Deus exige que antes haja arrependimento sincero no coração do homem.
Perdão: os frutos
Na parábola bíblica proferida por Jesus em Mateus 18:21-35, observamos claramente a importância, o valor e a necessidade do perdão que devemos sim como cristãos observarmos no nosso dia-a-dia. Conta-nos a história, que naqueles dias os rabinos ensinavam que era necessário perdoar os ofensores, mas somente por três vezes.
Pedro deve ter sido talvez generoso em perguntar ao Mestre Jesus se deveria perdoar ao próximo por sete vezes. Mas veja o que Jesus respondeu: "Setenta vezes sete". O que Jesus aqui estava querendo dizer, chamando a atenção dos discípulos, de Pedro e a nossa hoje é que não devemos ficar preocupados em nos lembrar de quantas vezes perdoamos alguém, mas que enquanto houver lugar para o perdão no nosso coração ele deve existir sim, por que não?
Entendendo a parábola do credor incompassivo
Então o Senhor Jesus começa a contar uma parábola sobre um certo rei que quis de volta o que seus servos deviam, e havia um servo dele que lhe devia 10 mil talentos (que era muito naquele tempo), e como não podia pagar o rei exigiu que sua mulher e filhos fossem vendidos em troca da dívida dele, porque naquela época um credor podia apoderar-se do devedor e de sua família como se fossem escravos dele e pelo seu trabalho pagariam as suas dívidas, ou até mesmo poderiam ser vendidos a outro senhor para ser escravos dele e então recebe dinheiro por isso.
Então, aquele servo se ajoelhou e pediu misericórdia ao rei, dizendo
"-Senhor, sê generoso para comigo".
Daqui deste texto podemos afirmar que não se pode pedir perdão com a cabeça erguida ou batendo no peito. Para pedir perdão é preciso saber se humilhar, até porque ao humilhado Deus exalta. O perdão precisa ser pedido, como fez este servo. E daí o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-lhe e perdoou-lhe a dívida.
Mas não pára por aí, pois um homem que foi perdoado, precisa também saber perdoar. Porém isso não aconteceu nesta parábola, pois aquele servo não quis perdoar o seu companheiro que lhe devia, e lhe pôs na prisão até que pagasse a dívida. Mas quando o rei soube disso sua resposta foi veemente e dura:
"-Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicastes. Não devias tu fazer o mesmo com este que te suplicou? E indignado mandou que ele fosse atormentado até que pagasse o que devia".
O perdão é um dos distintivos indispensáveis para quem se diz servo de Deus.
Em Mateus 5:23,24 está escrito:
"Se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta".
Aqui vemos duas situações. A primeira seria
- "Meu irmão tem alguma coisa contra mim, porque talvez eu dei o motivo",
então eu tenho que ir acertar primeiro com ele para depois ofertar a Deus o que trouxe. Ou a segunda situação seria
- "Meu irmão tem alguma coisa contra mim, mas eu não tive a intenção de ofendê-lo",
então eu tenho a consciência tranquila, pois o problema foi dele. Certo? Não, errado! O Senhor Jesus não perguntou se eu quis ou não ofendê-lo. A verdade é que ele está ofendido, porque é um "crente fraco" e, enquanto "crente forte", você deve ajudá-lo a crescer. E isso é bíblico. Veja depois Romanos 15:1 e o texto que lemos em Cl 3:13.
Segundo a Palavra de Deus nos orienta, em Mt 18:23-35 Jesus contou uma parábola sobre um homem que devia um quantia impagável: 10 mil talentos. Um talento equivalia a 6000 denários ou dinheiros. Então meu irmão 10 mil talentos seriam assim 60 milhões de denários, que deveriam ser pagos em 60 milhões de dias de trabalho na vinha. Mas este homem se humilhou e foi perdoado.
Mas o seu devedor lhe devia 100 dinheiros (que poderia nessa analogia aqui ser pago com 100 dias de trabalho apenas), mas ele não o perdoou. Deu para entender a gravidade do erro daquele homem e a profundidade da sua ingratidão? Quantas vezes fomos perdoados de coisas grandes? Será que não podemos perdoar nem mesmo pequenas ofensas, se houver lugar para o perdão? O homem que não perdoar o seu próximo, não poderá alcançar o perdão de Deus na sua vida, e sim a sua justiça.
Conclusão
Agora também observemos a atitude dos outros servos que viram a indiferença do credor nesta parábola. Eles agiram de forma correta, pois não ficaram comentando pelas esquinas e nem quiseram resolver com as próprias mãos. Eles foram declarar tudo ao seu senhor. Faça o mesmo! Converse com Deus!
Veja que Davi perdoou a Saul apesar do mal que este rei lhe havia feito, a ponto de providenciar que Mefibosete, o único descendente da família de Saul tivesse seus bens restituídos. Moisés apesar dos sofrimentos que teve que suportar do povo, ele intercedeu por Israel e suas últimas palavras foram de bênçãos. E José? Quem não lembra. Ele foi vendido pelos seus irmãos como escravo, sem nunca lhes ter feito mal, e ainda sofreu muitas humilhações.
Ele não era um "supercrente" ou muito diferente de nós, pois ele também estava sujeito às mesmas paixões e circunstâncias que nós estamos hoje, mas ele soube aguardar do Senhor a providência, e quando Deus o pôs como governador do Egito, principal potência da época, ele deu uma lição a todos nós, pois ele perdoou seus irmãos e cuidou deles, dando-lhes alimento e segurança real.
Portanto, para ser um cristão é necessário ter os seus pecados perdoados por Deus. Mas não apenas isso. Para ser um cristão é necessário saber pedir perdão quando ofender o seu próximo, e a Deus também. Mas não apenas isso. Para ser um cristão é necessário saber perdoar quando for ofendido por alguém. Você é um cristão? Então saiba liberar o perdão!
A Deus toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
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