Primavera: as flores desabrocham e mostram toda a sua beleza. Pássaros se alimentam das flores, ao mesmo tempo que as alimentam. Asquerosas lagartas metamorfoseadas em belíssimas borboletas, abandonam seus incômodos e nada atrativos casulos e enfeitam o céu, seu novo habitat, exercitando suas asas em voos divinamente sincronizados. As ruas ficam cheias de cores, e as árvores, decoradas de forma natural, de um jeito que só o Pai poderia fazer. A primavera também nos traz a oportunidade de refletir sobre o que temos feito com a natureza.
Tempo de recomeçar
Encontramos na Bíblia diversas passagens que nos falam dessa nova estação que começa nesta semana. A chegada da primavera, para os personagens bíblicos, era a passagem de um duro inverno (como não conhecemos no Brasil) e a promessa de dias mais amenos.
Mas, além de uma simples troca de estação, a chegada da primavera está associada a esperança de novas colheitas e também da possibilidade de novas realizações. É um tempo movimentado, que pode nos ensinar muito ainda nos dias de hoje.
Em relação à natureza, será que temos cuidado da natureza como deveríamos? Temos ensinado às nossas crianças como preservá-la? Em Gênesis, está escrito que Deus colocou o homem e a mulher no jardim para cuidar dele e cultivá-lo.
A promessas de Deus para a primavera
Uma primeira promessa ligada à chegada da primavera já encontramos logo no mesmo livro do Gênesis, quando Deus fala a Abraão que vai voltar na primavera e então Sara terá um filho (18:10). Vejamos que é justamente nesse tempo novo, onde as flores voltam a florescer, que também florescerá o ventre de Sara, em idade já avançada, para que se inicie o cumprimento da promessa de Deus de dar a Abraão uma descendência mais numerosa do que as estrelas do céu e a areia do mar. Outra promessa é a das chuvas. Chuva que vem para matar a sede, fazer crescer as plantas, que permite os frutos e os alimentos.
Vemos então como a primavera está associada a experiências alegres, de renovação, de um novo suspiro de vida, de uma nova chance de ver-se cumprida a promessa do Senhor em nossas vidas. Quando falamos em uma "nova primavera", pensamos nesse aspecto da vinda de um tempo novo, melhor, com mais esperanças.
Entremos na primavera com esse espírito, com esperança e alegria, mas dispostos a lutar nossas batalhas de sermos pessoas melhores!
Mas a Bíblia traz ainda outro aspecto interessantíssimo. Outra experiência, bastante presente no Texto Sagrado por sinal, relacionada à primavera, é a de ser tempo de guerra. Não se guerreava durante o inverno porque as condições climáticas não favoreciam.
Os povos honrados retiravam-se das batalhas até que viesse novamente a primavera, tanto que fazer guerra nesse momento poderia ser considerado um ato de covardia, porque não se espera um ataque durante o duro inverno. A primavera é tempo de guerra, como podemos ver no livro das Crônicas
"Na primavera seguinte, na época em que os reis saem à guerra, Joabe conduziu o seu exército até a terra dos amonitas e a arrasou" (1 Cr 20:1).
De primeira vista, isso pode parecer estranho, porque ao mesmo tempo que é um tempo de esperança e alegria, é um tempo de preparar-nos para a batalha. Isso nos faz lembrar uma intrigante passagem na qual o Senhor Jesus diz o seguinte:
"Não vim trazer paz à terra, mas espada" (Mateus 10:34).
Um versículo que parece de difícil compreensão, mas que une justamente essas duas realidades. Jesus, que é a Palavra encarnada de Deus, nos traz uma vida nova, nos traz o perdão e a reconciliação, e nos diz que traz também batalhas, espada - ou seja, em entendimento hermenêutico, de acordo com o contexto, os desafios aos quais todos nós estamos sujeitos.
O cristão autêntico sabe que essas realidades apesar de parecerem opostas, estão sempre presentes na vida daquele que quer ser santo. Jesus que diz ser manso e humilde de coração é o mesmo a dizer que quem quiser segui-lO há de tomar sua cruz.
Entremos na primavera com esse espírito que nos traz as Sagradas Escrituras. Com esperança e alegria, mas dispostos a lutar nossas batalhas por sermos cada vez melhores pessoas, cristãos mais comprometidos em conhecer o Senhor e viver mais de acordo com Seus ensinamentos. Dispostos a acolher todos os frutos que essas novas chuvas nos trarão e também a carregar nossa cruz pelas diversas lutas que o seguimento de Cristo nos conduzir.
Conclusão
Deus nos colocou nesse imenso jardim que é o nosso Planeta Terra para cuidar, mas será que temos feito isso? Como parte desse mandamento devemos também ensinar aos(às) pequenos(as) a cuidar desse jardim. Ensinar a criança é muito mais que falar; é mostrar com atitudes o que se deve fazer para cuidar da natureza. Lembre-se: palavras falam, atitudes arrastam.
Devemos ensinar o tempo todo, um exemplo, que não devemos deixar a torneira aberta enquanto lavamos as mãos ou escovamos os dentes. Não lavar carros, varrer terreiros com a torneira aberta. Não jogar lixo, nas ruas ou pela janela do carro. Muito mais que falar, é preciso dar exemplos.
Por isso, responsáveis, vamos ensiná-las a cuidar do nosso jardim, demonstrando com atitudes concretas que o Senhor nos colocou neste mundo para cooperarmos com Ele, cuidando e preservando aquilo que Ele nos deu de graça.
Para que tenhamos o que colher no tempo da sega, na primavera, mais do que saber o que e como semear, é imprescindível saber preparar a terra, dando a ela todas as condições necessárias para receber as sementes e em seu tempo oportuno fazê-las florescer. Pense nisso.
A Deus toda glória.
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