- Em primeiro lugar eu quero deixar bem claro, que o texto desse artigo é para despertar uma REFLEXÃO e não fazer uma crítica.
Poucas coisas na vida são melhores que "malhar o Judas", contudo nada é mais difícil do que aceitar nossas falhas e reconhecer que elas podem ser piores que as que observamos nos outros.
Malhar as igrejas da vertente tradicional há tempos é hábito comum para os pentecostais. Os motivos são desajuizados, como por exemplo, a presunção de se acharem mais avivados e de pertencer a um movimento que cresceu vertiginosamente.
Mas com o passar desses cem anos de movimento pentecostal no país, percebeu-se que este movimento também é falho, e por sinal mais falho ainda, dada as ocorrências de megas escândalos em tão pouco tempo de existência.
E o que é raro nas igrejas tradicionais virou corriqueiro nas igrejas oriundas do movimento pentecostal, como os escândalos e os absurdos erros doutrinários. São coisas absurdas, que beiram à heresia e que dão margem para divisões, polêmicas e muita confusão.
Os escândalos (em maior escala) são acontecimentos mais recentes de uns 50 anos pra cá. Mas os erros doutrinários já vêm de tempos atrás, com uma fraca interpretação bíblica e - com rara exceção - o predomínio do legalismo.
Reconhece-se que a introdução do movimento pentecostal no Brasil foi muito positiva por proporcionar uma revolucionária expansão do evangelho no Brasil. Mas isso foi bom até meados do século passado quando o objetivo comum do movimento ainda era a salvação, cura, libertação e o derramar do Espírito sobre os seus seguidores.
Porque logo os interesses escusos dos líderes sucessores ficaram acima da visão missionária de seus "progenitores" gerando grandes divisões e engajamentos internos na comunidade pentecostal.
Hoje o movimento pentecostal produz uma nota desafinada e uma canção desarmônica por conta das volumosas divisões - que, consequentemente, originam um número incontável de denominações -, em detrimento dos divergentes interesses dos líderes atuais. Interesses esses que estão bem mais acima do que os interesses de Cristo Jesus, que deveria ser o objetivo comum da igreja.
Examine-se, pois, a si mesmo
É muito bom "malhar o Judas", mas é necessário a gente ("...do aleluia e glória, glória!") se colocar na frente do espelho e passar a enxergar que o movimento pentecostal no Brasil não é mais o mesmo há muito tempo, e que não produz mais o que produzia no início.
Pois, embora a questão da interpretação bíblica tenha melhorado nos últimos anos (e ainda há muito que se fazer), por outro lado, se inseriu dentro do movimento muitos modismos que "espiritualizaram o inanimado, tornando a fé quase que um verdadeiro cenário de desenho animado", que levaram as pessoas ao verdadeiro delírio espiritual afirmando enxergar um suposto "fogo" em galhos e gravetos, a "entregar" um turbilhão de "profecias" e "visões" numa única reunião, e também ensinando - e/ou sugestionando - as pessoas a caírem no chão com a tal "unção do cai-cai" (e, fique claro, aqui não me refiro ao genuíno cair pelo poder de Deus), e coisas semelhantes a estas que em nada acrescentaram a fé cristã, pelo contrário, antes deformaram a fé de muitos.
Conclusão
Hoje as reuniões promovem grandes barulhos - como uma desarmônica e desafinada sinfonia de latas vazias -, remexem o corpo das pessoas, e as fazem lacrimejar lágrimas de vidros, mas não são capazes de movimentar a vida moral e espiritual de ninguém. São movimentos superficiais, nuvens que relampejam e trovejam, mas que não respingam uma gota da graça de Deus, verdadeiras "fontes e nuvens sem água" como disseram os apóstolo Judas e Pedro:
"Esses homens são como fontes sem água, névoas levadas por tempestade..." (2 Pd 2:17a, ênfase acrescentada).
"Essas pessoas participam de vossas reuniões e celebrações fraternais, banqueteando-se convosco, sem o menor pudor. Agem como pastores que a si mesmos se apascentam; vagam como nuvens sem água, impelidas pelos ventos. São como árvores sem folhas nem fruto, duas vezes mortas, arrancadas pela raiz" (Jd 12, grifo meu).
Falam muito de poder, mas não sabem o que é o respeito, o amor ao próximo. Pois se conhecessem o amor de Deus, saberiam no mínimo para o que serve a sua Graça e o seu Poder.
São arrogantes e na sua jactância, se portam como se fossem melhores que os outros, lançando às favas o princípio ensinado pelo Mestre:
"E Ele [Jesus] lhes disse: 'Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve. Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve" (Lucas 22:25-27, grifo meu).
E que foi ratificado pelos apóstolos:
"Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo" (Filipenses 2:3, grifo meu).
Quando penso no Movimento Pentecostal no Brasil de alguns anos atrás tenho boas recordações. Mas para onde foi esse movimento? Pois não é este o que estamos vendo na atualidade.
Muitos cristãos ("tradicionais") podem não fazer tanto barulho dentro da igreja como fazem os (pseudos) pentecostais. Mas lá fora (no mundo), por onde passam, ouve-se o barulho de uma vida transformada, santificada e apaixonada por Cristo Jesus.
O Movimento só pode ser legitimado como Pentecostal quando for capaz de acender verdadeiramente uma profunda paixão pelo Evangelho de Jesus Cristo, e o comprometimento com sua expansão.
- Por Deus, vamos rever e, se preciso for, fazer uma reforma pentecostal.
A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
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