Mídia vem do inglês media, que representa vulgarmente todas aquelas plataformas, impressas ou digitais (jornais, revistas, internet, televisão), que são usados para a comunicação de massa. O termo estabelece o processo de transmissão da informação levando em conta essa mídia sendo aquilo que media (por isso o nome – sentido etimológico) a relação entre o emissor e seus receptores.
Análise crítica e criteriosa
Uma análise crítica pode ser extensa e complexa. Porém, quanto mais extensa e complexa fosse, mais discutida e discutível seria…
Não há, na verdade, uma "chave" para um texto que se quer "crítico". O que se pretende, no caso de uma análise crítica, é uma abordagem a um tema, onde se apresente um conjunto bem estruturado de opiniões fundamentadas. Deve-se procurar explorar todas as questões e ideias principais levantadas pelo objeto da análise.
Vá por partes: depois de ler/ver/ouvir o objeto da sua análise, interprete-o para si próprio; divida o objeto da análise em partes temáticas; dê um título a cada uma delas; relacione as ideias principais, expressas em cada parte; pense no assunto sobre o qual recai a sua análise; leia alguma bibliografia e tome nota das referências; tome nota do que lhe for ocorrendo a respeito do que consulta; redija um texto onde esteja patente a divisão que fez, com a respectiva justificação. Não se deve esquecer de dar um cunho pessoal ao que escreve. A sua opinião é fundamental.
Não se esqueça também de como deve escrever. O texto (ou a mensagem proferida) deve ser coeso e coerente. Estes são, de um modo geral, os procedimentos que deve ter em consideração na redação de uma "análise crítica". Este deve ser o procedimento tomado mediante uma informação e/ou comunicação recebida. Mas, em pleno advento da era tecnológica, o enorme número, fonte e meio de informação, faz com que a mesma chegue tão rápido que não nos dá a oportunidade e o tempo necessários para processá-la, digeri-la. Assim, corremos o risco não só da absorção de algo mentalmente indigesto e contaminado por conceitos e ideologias nefastas, quanto de nos tornar os propagadores das mesmas através de compartilhamentos irresponsáveis.
Ou seja, essa "ponte" pode ser compreendida como ferramenta essencial para o controle e a manipulação daqueles que recebem as mensagens. Porém, vale ressaltar que o receptor tem a intencionalidade em suas mãos, isto é, o poder de decidir sua posição em relação aos temas abordados.
Como se classifica a mídia?
De acordo com o alemão Harry Pross (☆1923-✞2010), a mídia pode ser classificada em três ramos: a primária, a secundária e a terciária:
- A primeira delas é o corpo, uma das mais ricas e complexas. Essa mídia se estabelece através da relação humana, isto é, quando duas pessoas se encontram e trocam informações. Assim, ocorre um processo de comunicação por meio de relações, conexões e linguagens.
- Já a secundária remete a todos aqueles aparatos que ampliam o grau de conteúdo e comunicação. Essa mídia nasceu da necessidade de representação do ser humano na sociedade, e pode ser compreendida como extensão dos sentidos do homem. A escrita, por exemplo, é uma representação da fala. A roupa, o silicone e os músculos camuflados são atributos que agregam ao self do individuo e, consequentemente, amplificam a sua comunicação.
- Por fim, a mídia terciária é aquela que estende a secundária, e, por meio do som e da imagem, faz com que a mensagem chegue cada vez mais rápida e eficiente. Exemplo disso é a televisão que, segundo a maioria dos pensadores, ainda é o maior aparato de manipulação da sociedade.
Os fatos X os argumentos
O fato é que é sabido que a mídia exerce sobre a massa um nefasto poder de alienação e manipulação.
É uma das funções das mídias televisivas informar a sociedade, expor ideias, se ater aos fatos e formar opinião, com o intuito de auxiliar na formação de cidadãos conscientes e críticos, além de instigar no desenvolvimento político e cultural da sociedade, entretanto, a nossa mídia televisiva se atém a meras especulações e desserviços a sociedade.
No ano de 1997, o filme "O Quarto Poder" (EUA), retratou bem o poder que a mídia exerce sobre a sociedade e até onde ela é capaz de chegar para aumentar a sua audiência.
Este filme não retratou uma ficção, apenas realçou a realidade das grandes emissoras de televisão e o seu poder em manipular as informações de forma a tirar proveito financeiro e/ou político, além de visar o próprio crescimento, deixando de lado o seu papel fidedigno em informar, denunciar, apurar fatos e transmiti-los de forma imparcial (cito ainda o excelente filme "O Show de Truman" - EUA, 1998 -, especificamente, para o caso da moda atual dos tais ditos reality shows e seu papel no processo da manipulação midiática).
Esta mídia é formadora de opinião, assim sendo, Gallo em seu livro Ética e Cidadania publicado pela editora Papirus em 2003 é enfático ao afirmar que a criação e o desenvolvimento dos meios de comunicação cada vez mais potentes tem contribuído tanto para alienação quanto para dominação e perpetuação de seu poder.
A mídia inventa novos estilos de vida e causa inversões de valores (vide a famigerada imposição da chamada ideologia de gênero) e para se perpetuar neste poder, ela não mede esforços a ponto de jogar toda uma sociedade contra uma classe qualquer, como o caso de uma novela que joga seus telespectadores contra os professores (só para citar um exemplo dessa manipulação que tem a forma bizarra de um polvo alienígena com proporções gigantescas e seus incontáveis tentáculos).
A manipulação é tão gritante que a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) repudiou de
"forma veemente a tentativa de manipulação da opinião pública brasileira contra a imagem dos/as professores/as".
Ontem, hoje, amanhã... sempre?
Não é a primeira vez que novelas manipulam opiniões com inversão de valores e banalização da moral.
De acordo com a CNTE, uma determinada emissora (ainda um dos maiores conglomerados no segmento de comunicação televisa do Brasil) precisa destruir o modelo público de educação que já é falho e apoiar a nova Base Nacional Comum Curricular – BNCC do Ensino Médio para que ela possa efetivar a educação como mercadoria, assim elevar anda mais seus lucros e manter cada vez mais o povo alienado.
Apesar de todo este poder que a mídia exerce sobre o seu povo, a educação de qualidade será um agente neutralizador deste, visto que será pela educação que transformaremos o ser ignóbil em um cidadão crítico e protagônico, de forma que estes possam ter o discernimento em perceber o quão são podres e coniventes com a miséria e aviltamento da população, pois Pedro Demo em seu livro "Saber Pensar", publicado pela Cortez em 2000 é enfático ao esclarecer que ignorância é o centro da miséria, e assim sendo, a população brasileira está quase toda formada por verdadeiros miseráveis.
Conclusão
Em suma, é claro que o jornalismo, como um todo, se sustenta na base do poder e interesses privados de certas elites do mundo. Não é estranho que essa mídia apoie temas e noticias banais, como vemos atualmente. A mídia, em companhia do plano político e econômico, procura ganhar e padronizar seu publico. Assim, ela acaba vendendo (ou melhor, impondo) sua ideia, e, mais do que isso, disseminado-a para o resto da sociedade.
O que precisa ser feito é achar os meandros do problema e descobrir dentro desta situação prejudicada, caminhos que possam melhorar esse cenário. Uma solução – utópica, é claro – seria a reformulação dos programas de televisão e o conteúdo da internet. Os grandes meios de comunicação deveriam dar cada vez mais espaço para temas relacionados à política. Porém, analisando o cenário atual, percebemos que isso certamente não vai acontecer. Portanto, o que resta ao povo é educar as próximas gerações, para que essa manipulação não se torne algo rotineiro daqui alguns anos.
Como dizia Rousseau, são os soberanos que fazem os miseráveis, e infelizmente estes soberanos contam com este quarto poder para a efetivação de seus intentos.
[Fonte: Revista Gestão Universitária, por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br; Bem Bolado; Ciberdúvidas da Língua Portuguesa]
A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
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