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quinta-feira, 22 de novembro de 2018

BLACK FRIDAY, MENTAL FRAUD

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De certa forma, o consumismo é semelhante à Hidra da antiga mitologia; ele é uma serpente com muitas cabeças. Contudo, temos de vencer os desafios que o consumismo colocou diante de nós, como cristãos, no apogeu do segundo milênio da era cristã nesta nossa sociedade de consumo.

O Evangelho Secular


O consumismo é o evangelho atual que é oferecido pelo secularismo ao mundo. Chamo o consumismo de evangelho secular porque ele finge conter as boas-novas de grande alegria para as pessoas – bem, pelo menos para as prósperas. Ele faz uma promessa de felicidade por meio da aquisição de bens materiais e atividades que se concentra, principalmente, no prazer que as pessoas sentem quando põem em prática a escolha pessoal.

A prova disso são os abomináveis "testemunhos" em programas de televisão de determinadas denominações evangélicas, defensoras e propagadoras da famigerada teologia das prosperidade. Cura, libertação, mudança de vida são meras coadjuvantes nas narrativas daqueles que se dizem convertidos após não necessariamente terem tido uma experiência com Deus, mas sim após passarem a fazer parte dessas tais denominações. É algo que me embrulha o estômago.

Tal fenômeno vai ao encontro da esmagadora maioria (ou, em linguagem peculiar, multidão) de pessoas que sempre gostaram de adquirir bens. Isto porque sempre houve uma tendência de se viver para o mundo material em vez de se viver para Deus. Se temos "bens" suficientes, nos sentimos seguros e até autossuficientes. Todavia nem mesmo o rico insensato na parábola de Jesus em Lucas 12 teve a infinidade de opções com a qual nos deparamos em nossa sociedade sobre onde podemos gastar o nosso dinheiro.

Gostamos deste poder de compra e escolha. Possuir é ter poder. No entanto, há muita coisa além disso que está em questão. Com o crescimento populacional e uma vez que o número de pessoas se dirigindo para os grandes centros urbanos aumenta, a vida torna-se cada vez mais anônima. A comunidade dos bairros, onde todos se conheciam e se aceitavam, já é coisa do passado. As pessoas já não se reconhecem como antes. Nesta sociedade anônima, a escolha pessoal de roupas, música ou cardápio, etc. é uma forma de autoafirmação. É uma forma de se expressar.

Esta ênfase na escolha pessoal e na afirmação de "quem eu sou" adapta-se perfeitamente à mentalidade pós-moderna contemporânea do subjetivismo, onde a única verdade é a "sua verdade". Todo esse preâmbulo é para entrar no tema que dá título a este artigo: a 

Black Friday.


Há alguns dias a mídia publicitária no Brasil vem anunciando a tal da Black Friday, mas será que os brasileiros sabem realmente o significado dessa data? Teria mesmo isso a ver com a realidade brasileira? Ou será apenas mais uma das enlatadas datas americanas, de nome "chique" (para muitos brasileiros, tudo o que "enrola a língua" na pronúncia e é inglesado é chique), à exemplo do famigerado Halloween, que os brasileiros cismaram de copiar? Em 2013, a respeitada revista Forbes publicou um artigo em que chamava a Black Friday tupiniquim de Black Fraud. Para o artigo, a data é tão estranha para consumidores brasileiros como a lua.

O Brasil não comemora o Dia de Ação de Graças como os Estados Unidos - o Thanksgiving lá é celebrado todo 28 de novembro. Mas aqui, assim como lá, temos desde 2010 a tal da Black Friday, a sexta-feira em que lojas decidem praticar descontos em determinados produtos.

A revista americana Forbes avaliou, no artigo, a tradição importada dos Estados Unidos para cá como uma oportunidade de lojistas aplicarem certos golpes em compradores compulsivos, felizes por participarem de uma tradição americana que, segundo o articulista Kenneth Rapoza, 
"é tão estranha para eles como a lua"
Para o artigo, se nos EUA a Black Friday é conhecida como o dia dos descontos, no Brasil ela viria a ser conhecida como "o dia da fraude". O Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) confirma a cada ano o cumprimento da "profecia".

Para o autor do texto, se o Brasil fizesse a Black Friday de maneira correta, haveria pessoas acampando em frente ao Shopping Pátio Higienópolis, em um bairro nobre de São Paulo, na noite de quinta-feira, ou ao menos grudados na porta de alguma rede de lojas à 1h da manhã. Porque nos Estados Unidos, a tradição é ver filas de consumidores acampados em frente a grandes redes varejistas à procura de eletroeletrônicos.

Fundação Procon-SP uma lista com o nome de 419 lojas online que devem ser evitadas por já terem sido alvo de reclamações de consumidores e por não terem sido encontradas pelo órgão para o registro dos problemas (em 2013, ano em que o artigo foi publicado, a lista tinha 325 lojas). A fundação ainda dá dicas sobre o que conferir na hora da compra para estar seguro quanto à autenticidade da loja e por que evitar transações online em lan houses.

O autor do profético artigo informa ainda que, se nos Estados Unidos os consumidores são mais conscientes quanto aos seus direitos - e às vezes tendem até a abusar deles - no Brasil, isso não acontece. 
"O Brasil não é uma sociedade litigiosa. Você é atropelado, sorri e aguenta". 
Ele aponta ainda a criação do site ReclameAqui, que dá voz aos consumidores lesados por companhias e que, certamente, tem no Black Friday a época mais movimentada do ano.

Mas, afinal, o que é mesmo?


Black Friday é uma campanha de vendas realizada um dia após o feriado de Ação de Graças, que ocorre na última quinta-feira de novembro, tendo sido originada nos Estados Unidos. Ela recebeu este nome porque, desde o início, o grande fluxo de pessoas fazendo compras gerou uma série de acidentes de trânsito e episódios de violência.

Inspirado em ação semelhante realizada todos os anos nos Estados Unidos, o Black Friday começou a ganhar força no Brasil em 2011 e, desde aquele ano, tem gerado suspeitas de maquiagem de descontos e de descumprimento das normas do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Nas últimas edições foram registrados casos em lojas aumentam o preço dias antes da Black Friday para oferecer descontos irreais, a chamada "metade do dobro", o que levou os internautas, ironicamente, a apelidar o evento de "Black Fraude".

Para que você não caia nesta cilada, reuni algumas dicas e orientações para que você, caso realmente queira, ou melhor, precise possa aproveitar o evento:
  • Em primeiro lugar evite comprar por impulso para não comprometer o orçamento com gastos desnecessário - Se não resistir, antes de comprar verifique se o produto escolhido está mesmo em oferta. Como já falamos aqui, os estabelecimentos aproveitem o chamariz da liquidação para anunciar como promocionais itens com preços semelhantes aos verificados antes do período ou que tiveram seu preço elevado pouco tempo antes para simular um desconto maior - a chamada maquiagem de preços. Uma forma simples de saber se os produtos estão com preços realmente promocionais e fazer lista do que se pretende comprar e fazer um pesquisa de preços em pelo menos três estabelecimentos diferentes.
  • Além disso é recomendável: Efetuar compras somente em sites confiáveis - Para verificar a segurança da página, ele deve clicar num símbolo de cadeado que aparece no canto da barra de endereço ou no rodapé da tela. O endereço da loja virtual deve começar com https://. O site também deve informar CNPJ ou CPF do responsável, endereço e telefone de contato.
  • Analisar a descrição do produto e compare com outras marcas.
  • Imprimir ou salvar todos os documentos que demonstrem a oferta e confirmação do pedido (comprovante de pagamento, contrato, anúncios etc).
  • Ficar atento à política de privacidade da loja virtual  - para saber quais compromissos ela assume quanto ao armazenamento e manipulação de seus dados
  • Não utilizar computadores de acesso público (lan houses, etc.) para comércio eletrônico ou internet banking.
  • Por fim é preciso reforçar que as compras efetuadas através da internet também são regidas pelo Código de Defesa do Consumidor - Então fiquem atentos! Produto comprado em uma liquidação ou promoção não elimina os direitos do consumidor. Se a empresa prometeu desconto em determinados produtos, a oferta deve ser cumprida conforme foi veiculada.

Outras dicas importantes


Todo site deve exibir o CNPJ da empresa ou o CPF da pessoa responsável, além de informar o endereço físico onde a loja possa ser encontrada ou o endereço eletrônico para que possa ser contatada. A empresa deve manter canais de atendimento de fácil acesso (SAC - Serviço de Atendimento ao Consumidor) para que o consumidor esclareça suas dúvida.

Nas compras feitas fora do estabelecimento comercial (por telefone, em domicílio, telemarketing, catálogos, internet etc), o consumidor tem prazo de sete dias para desistir da compra, contados a partir da aquisição do produto ou de seu recebimento.

O CDC estabelece prazo de 30 dias para reclamações sobre problemas aparentes ou de fácil constatação, no caso de produtos não duráveis, e de 90 dias para bens duráveis, contados a partir da constatação do problema.

Produtos importados adquiridos no Brasil, em estabelecimentos devidamente legalizados, seguem as mesmas regras dos nacionais.

No ato da entrega do produto, o documento de recebimento só deve ser assinado após examinar o estado da mercadoria. Havendo irregularidades, estas devem ser relacionadas, justificando, assim, o não recebimento, e a empresa em questão deve ser contatada para que resolva o problema.

Faça uma lista com os gastos que você pretende ter durante esta semana. Agora, elimine tudo o que for supérfluo. Não compre o que não é necessário. Descubra como pode aproveitar com sabedoria o dinheiro que você economizou. Que tal investir em educação e saúde?

É isso, fiquem atentos as armadilhas do comércio eletrônico, exija seus direitos e boas compras!

Conclusão


Como cristãos, podemos ver que o materialismo e o egoísmo são formas de idolatria. Entretanto, é preciso cuidado para não irmos além do normal. Pensar que o mundo material é, por natureza, mau é uma forma de heresia gnóstica que vemos ser condenada pela Bíblia (1 Timóteo 4:3-5). O mundo material não é mau em si mesmo. Deus criou o mundo e se fez carne, assumindo a forma humana em Jesus Cristo (3:16). Além disso, a última etapa de nossa redenção inclui a ressurreição do corpo e a renovação do universo material (Romanos 8:22-25).

Contudo, embora não devamos ultrapassar o normal nem condenar a criação física de Deus contra o materialismo e o consumismo, cremos, como cristãos, que só podemos utilizar o mundo material adequadamente uma vez que ele nos leva a agradecer a Deus e a direcionar a nossa vida para uma adoração sincera do Criador (1 Tm 4:4). Isto não acontece de forma natural com os pecadores.

Diante das decepções da sociedade de consumo, o apóstolo Paulo faz com que nos voltemos para Deus (6:9,10). O estilo de vida do cristão deve ser caracterizado por caminhos melhores que levem a coisas melhores. 
"De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento" (6:6).
Este foi o conselho sábio de Deus para seus filhos do século I da era cristã. Ainda é o conselho sábio de Deus para nós hoje.

[Fonte: Jus Brasil - por Nair Eulália Ferreira da Costa, Advogada. Pós-graduada em Direito Processual pela PUC./MG. Autora do Blog Defesa do Consumidor. Articulista na plataforma Jus Brasil. contato: nair_eulalia@hotmail.com ou (31) 3309-5975. Áreas de atuação: Bancário, Cível, Consumidor e Imobiliário.]
  • Já escrevi sobre este assunto ➫ aqui.
A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.

Um comentário:

  1. É meu nobre no nosso país tudo se cópia, e o pior faz mal feito, espero que um dia criem consciência de tudo isso, e faça algo que Realmente ajude os consumidores de forma a não serem Lesados

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