Devido à popularidade que os meios de comunicação dão às questões espirituais, algumas expressões que antes eram restritas a grupos específicos, acabaram tornando-se comuns. Um bom exemplo são os termos "profecia" e "misticismo". Mas o que de fato significam? Profecia é a mensagem ou palavra do profeta. Já o misticismo, no sentido em que vamos enfocar, é a tendência para a união espiritual íntima com seres espirituais tenebrosos (Efésios 6:12).
Misticismo é a crença e a atitude, assim como o elemento em uma doutrina religiosa, relacionadas a entidades e fenômenos sobrenaturais e à busca espiritual do homem por uma união com o absoluto, com o infinito, com um deus. O misticismo sempre esteve presente em várias religiões, das politeístas da Antiguidade até as atuais grandes religiões monoteístas. Embora na maioria delas, ele tenha relegado para segundo plano as explicações racionais, há tradições místicas que orgulham-se de sua junção ao pensamento racional, como as que surgem ligadas à filosofia desenvolvida na Grécia antiga, com Platão, por exemplo, e na China, com Confúcio.
O termo deriva da palavra grega "mystes", que originalmente designava aquele que era iniciado em um culto secreto (na Grécia antiga várias religiões mantinham ritos totalmente secretos). Nos seus primeiros anos, o cristianismo adotou o termo e passou a usá-lo para referir-se aos praticantes de formas "aceitáveis" de êxtase religioso. Inclui-se na definição de misticismo as ideologias, éticas, ritos, mitos, lendas e mágicas relacionados às experiências religiosas em que há estados alternados de consciência.
Nesse artigo, trataremos das manifestações ocultistas e esotéricas dos místicos no Antigo Testamento, os quais tentaram imitar a autêntica experiência dos verdadeiros profetas de Israel. O mesmo acontece hoje em relação à mensagem do evangelho de Jesus Cristo. Há pessoas que desejam imitá-lO, sem necessariamente ter conhecimento e compromisso algum com a fé cristã.
Avaliação da profecia
A primeira e mais segura fonte de autentificação dos prodígios realizados por alguém é a sua coerência bíblica. É impossível alguém operar milagres da parte do Senhor e, ao mesmo tempo, adotar uma teologia contrária à Bíblia, ou seja, que ensina ao povo a seguir a um deus estranho está incitando a rebelião contra Deus (Deuteronômio 13:5). Jesus disse: "[...] por seus frutos os conhecereis" (Mateus 7:16). O termo "frutos" não diz respeito apenas ao testemunho pessoal, pois há ateus e praticantes de doutrinas ocultistas que têm excelente testemunho junto à família e diante da sociedade. Ao falar dos "frutos", o Senhor Jesus Cristo referiu-se mais ao conteúdo teológico do pregador milagreiro e enganador.
A necessidade da profecia bíblica
1. A voz de Deus na Terra
A profecia bíblica é a voz de Deus na terra para nortear homens e mulheres no caminho seguro; é também chamada de a "profecia da Escritura" (2 Pedro 1:20). Mesmo com a queda do homem no Éden, o Senhor nunca deixou de se comunicar com suas criaturas racionais. Através dos patriarcas, reis, sacerdotes e profetas, Ele revelou a Si mesmo e se propôs a habitar no meio do seu povo (Êxodo 25:8; 29:45,46). Na atualidade, a voz do Senhor pode ser ouvida através da Palavra de Deus, que é pregada ao mundo inteiro por meio da "igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade" (1 Timóteo 3:15).
2. Revelação dos arcanos divinos
Ao falar sobre o fato de Jesus ser o cumprimento da mensagem dos profetas, o apóstolo Pedro disse que "agora" [ou seja, para nós que estamos presenciando a materialização dos vaticínios¹ e arcanos² divinos, precisamos atentar ainda mais para a importância de tais mensagens, pois cumprem o propósito de servirem como um norte], "até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração" (2 Pedro 1:19).
Práticas divinatórias
1. As abominações práticas divinatórias
Moisés enumerou algumas práticas divinatórias comuns entre os cananeus (Dt 18:14), e o profeta Isaías preveniu o povo sobre algo semelhante observado pelos egípcios (Isaías 19:3); todas essas coisas Israel devia rejeitar. Isso vale também para os cristãos, pois tais práticas existem ainda hoje na sociedade. Elas abrangem direta ou indiretamente: magia, astrologia, alquimia, clarividência, tarô, búzios, quiromancia, necromancia, numerologia, levitação, transe etc. São práticas repulsivas aos olhos de Deus porque representam uma forma infame de idolatria e demonismo.
2. Adivinhador, prognosticador, agoureiro, feiticeiro, encantador, necromante e mágico (Dt 18:10,11)
O "adivinhador" ou "adivinho" é quem pratica a adivinhação. Como parte da magia, essa prática é uma antiga arte de predizer o futuro por meios diversificados: intuição, explicação de sonhos, cartas, leitura de mão etc. O termo "prognosticador" é uma das possíveis traduções do hebraico onen, e literalmente significa "fazer agouros pela nuvem". É aquele que pratica mágica vaticínio, presságio, prognóstico e tenta prever o futuro por meio de sortilégios.
O agoureiro é o que pratica agouros, uma forma de magia especializada em tentar predizer males e desgraças (2 Reis 17:17). A palavra hebraica empregada para "feiticeiro" é usada também para "bruxo"; os tais faziam parte do grupo de conselheiros de Faraó, com os seus sábios e magos (Êx 7:11). O termo hebraico traduzido em nossas versões, por "encantador de encantamentos" denota "amarrar" alguém por meio de mágica. É o praticante de macumba, de despacho etc. A palavra hebraica usada para "espírito adivinhante" ou "necromante", na ARA³, tem também sentido abrangente: médium, espírito, espírito de mortos, necromante e também mágico (Levíticos 19:31; 20:6; Isaías 8:19; 29:4).
3. Ocultismo, bruxo, bruxaria
Estes são os doze ocultistas mais influentes do iluminismo e da modernidade. São responsáveis pela reformulação do paganismo, banido durante a idade medieval, para os moldes da sociedade moderna, ou seja, são os responsáveis pela existência das principais vertentes neopagãs e movimentos da nova era que vemos hoje em dia. Da esquerda para a direita - acima: Lafayette Ronald Hubbard (Tilden, 13 de março de 1911 – Creston, 24 de janeiro de 1986), Adam Weishaupt (Ingolstadt, 6 de fevereiro de 1748 — Gota, 18 de novembro de 1830), Anton Szandor LaVey (Chicago, 11 de abril de 1930 — São Francisco, 29 de outubro de 1997), Aleister Crowley, ou Edward Alexander Crowley (12 de Outubro de 1875 -1 de Dezembro de 1947), Samael Aun Weor, pseudônimo de Victor Manuel Gómez Rodríguez (Girardot, Cundinamarca, 6 de Março de 1917 — Cidade do México, 24 de Dezembro de 1977), Allan Kardec ou Hippolyte Léon Denizard Rivail (Lyon, 3 de outubro de 1804 — Paris, 31 de março de 1869); abaixo: Samael Aun Weor, pseudônimo de Victor Manuel Gómez Rodríguez (Girardot, Cundinamarca, 6 de Março de 1917 — Cidade do México, 24 de Dezembro de 1977), Albert Pike (29 de dezembro de 1809 a 2 de abril de 1891), Eliphas Levi ou Alphonse Louis Constant (1810-1875), Gerald Brosseau Gardner (13 de junho de 1884 – 12 de fevereiro de 1964), Helena Blavatsky ou Helena Petrovna Hahn (12 agosto 1931 – (...), Rudolf Steiner (Kraljevec, fronteira austro-húngara, 27 de Fevereiro de 1861 — Dornach, Suíça, 30 de Março de 1925)
Ocultismo é o nome que se dá ao conjunto de teorias e práticas que envolvem a crença e o conhecimento em forças e seres sobrenaturais. Essas crenças no sobrenatural e as práticas mágicas delas decorrentes têm sido uma constante na história da humanidade nas mais diferentes culturas.
No Ocidente, o termo ocultismo ganhou uma conotação intelectual e moral pejorativa, principalmente por conta do predomínio dos valores morais judaico-cristãos e do racionalismo científico. As práticas ocultistas centram-se numa presumida habilidade do seu praticante de manipular as leis da natureza a seu favor ou de seu cliente.
Tais práticas tendem a ser classificadas como diabólicas pelas principais religiões pois elas consideram as leis naturais e morais imutáveis e portanto não poderiam ser manipuladas ou quebradas senão com intenções maléficas. Os aspectos mais comuns do ocultismo nas sociedades humanas ocidentais ao longo da história são a mágica, a profecia ou adivinhação, a bruxaria e a alquimia. Outros elementos frequentes no ocultismo são a comunicação com os mortos, a telecinesia e a telepatia.
Bruxo é o praticante da magia negra que visa fazer o mal (qualquer forma de adivinhação em si mesma já é um mal). A bruxaria chegou ao seu apogeu na Idade Média. Hoje, as bruxas são apresentas, pela mídia, como heroínas belas para as crianças e adolescentes, como as Wiccas.
A Wicca é uma religião pagã que se dedica ao conhecimento da espiritualidade a partir da natureza e da psique humana. Nessa religião as pessoas adoram duas divindades: o Deus Cornífero, ou Deus de Chifres, representado pelo Sol e pelos animais e a "Deusa" representada pela Lua e pela Terra. A celebração wiccana ocorre a cada passagem cíclica da natureza, ou seja, na passagem de uma estação a outra, abordando toda a história de suas divindades, enfatizando o nascimento, a morte e o renascimento.
Os wiccanos realizam inúmeros rituais, cada um é realizado conforme a situação. Pode ser citado o ritual que ocorre em noites de lua cheia e aos Sabás (Assembleia secreta de bruxos e bruxas que, segundo superstição medieval, se reunia no sábado, à meia-noite, sob a presidência do diabo [Definição retirada do Dicionário Aurélio]) realizado em diferentes localidades como em bosques, apartamentos e quintais; em grupos, para equilibrar energias e cultuar a Deusa.
Outro que ocorre com frequência é o Wiccaning, cerimônia que pede às divindades que proteja as crianças desde o momento do nascimento. É uma cerimônia semelhante ao batismo das religiões do cristianismo, mas diferem-se no comportamento dos pais de comprometer a criança de seguir a religião por toda a vida ou não. Na Wicca, os pais dão liberdade aos filhos na fase adulta para decidirem a religião que vão seguir.
Os rituais wiccanos são realizados no interior de um círculo mágico com a utilização de instrumentos de altar como vassouras, cálices, caldeirões e outros. O símbolo mais utilizado é o pentáculo, que representa os cinco elementos componentes da natureza.
O principal intuito da prática do misticismo é o engano em duas esferas: aos ímpios, para que não descubram o caminho da verdade e aos crentes, para saiam do caminho da verdade.
O contraste entre a verdadeira profecia e as práticas pagãs
A leitura da Bíblia revelam a gravidade das práticas ocultistas e esotéricas, as quais tentam imitar a profecia bíblica. Elas são demoníacas, portanto, condenadas pela Palavra de Deus. O reformador alemão, Martinho Lutero, dizia com razão que o diabo é o maior imitador de Deus. Jesus afirmou que tais impostores "farão tão grandes sinais e prodígios que se possível fora, enganariam até os escolhidos" (Mt 24:24). E o apóstolo Paulo nos adverte dizendo que até "satanás se transfigura em anjo de luz" (2 Coríntios 11:14). Assim, à luz do texto sagrado, é possível alguém manifestar tais sinais e maravilhas sem necessariamente ser um servo de Deus.
O objetivo dos adivinhadores, magos, prognosticadores, agoureiros, necromantes etc., é o mesmo dos tempos bíblicos: fazer frente à vontade de Deus e ao evangelho de Jesus Cristo, levando o povo ao desvio do único, caminho certo, à semelhança de Janes e Jambres que "resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade" (2 Timóteo 3:8).
Conclusão
Cada crente em Jesus deve ser sóbrio e vigilante diante da atual avalanche de crenças e práticas disseminadas no mundo atual. Tal popularidade ocorre principalmente por causa dos meios de comunicação (livros, revistas, internet, televisão - esta principalmente através das novelas, programas de auditórios, filmes e seriados -, cinema e teatro), os quais fazem a sociedade encarar tudo como se tais práticas fossem naturais, comuns e inofensivas. Os formadores de opinião apresentam tais coisas como modismos, mas aos olhos de Deus são uma abominação (Dt 18:9-12; Apocalipse 9:21; 21:8). Nós temos a Bíblia, o Senhor Jesus Cristo e o Espírito Santo, portanto, deixemos-nos ser guiados e ensinados pelo Consolador (João 14:26).
¹Vaticínio: mistério; ²Arcano: segredo; ³ARA: (Tradução da Bíblia) Almeida Revista e Atualizada
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