Total de visualizações de página

terça-feira, 10 de maio de 2016

POR QUE NÃO ACREDITO EM REENCARNAÇÃO

De início quero deixar bem claro que o meu intuito neste artigo NÃO É atacar e/ou confrontar a crença de outrem (afinal, todos temos o direito de crer - e até descrer - do e no que quisermos). Conheço inúmeras pessoas que acreditam na doutrina da reencarnação e que a defendem com eloquentes argumentos que, obviamente, a eles são convincentes. Contudo, como sou um estudioso contumaz da Bíblia Sagrada e a tenho como única regra de fé e de prática, não consigo encontrar nela nenhuma evidência que possa dar base para sustentar tal doutrina.

Como e quando surgiu a doutrina da reencarnação


É uma longa história, mas tentarei resumi-la no máximo possível para o entendimento. A reencarnação surgiu no norte da Índia entre os anos 1.000 e 600 antes de Cristo, exatamente na época em que Davi e seus descendentes governavam Israel até a queda de Jerusalém.

A primeira referência à ideia de reencarnação tem no mínimo 2.600 anos. Aparece nas Upanichades, as escrituras sagradas do hinduísmo, até hoje a maior religião da Índia.

Como o hinduísmo é o grande progenitor das chamadas religiões orientais e de outras nascidas no Ocidente, essas religiões se incumbiram de repassar por todo o mundo a teoria de que a alma habita diversos e diferentes corpos através dos séculos e em vários mundos.

No século 6 antes de Cristo, duas novas religiões foram organizadas na Índia, ambas egressas do hinduísmo e ainda existentes: 
  1. o jainismo, fundado pelo príncipe indiano Nataputa Vardamana (cerca de 599 a 537 a.C.) e, 
  2. o budismo, fundado por Siddharta Gautama, mais conhecido como o Buda (563-483 a.C.). 
A maior preocupação de Vardamana e de Gautama, mais ou menos contemporâneos dos profetas bíblicos Ageu, Zacarias e Malaquias, era como atravessar o "rio" que separa a samsara (o ciclo interminável de renascimentos) do moksha (a soltura ou a libertação final).

Reencarnação e filosofia


Neste mesmo século, o filósofo e matemático grego Pitágoras, nascido por volta do ano 580 a.C., dizia que a alma era imortal e, depois da morte do corpo, ela ocupava outro corpo, às vezes, de um animal. Daí a palavra metempsicose, de origem grega, que significa transmigração. O quanto se saiba, é a primeira vez que a teoria da reencarnação foi mencionada no Ocidente.

No século seguinte (5), Platão, outro filósofo grego, nascido lá pelo ano 427 a.C., ensinava que a alma nasce muitas vezes, até mesmo durante 10 mil anos, e, depois, parte para a bem-aventurança celestial.

Mais de 600 anos depois da morte de Platão (347 a.C.), alguns monges começaram a pregar a restauração final de todos os seres, até mesmo o diabo e seus anjos, por meio de um processo de purificação, que incluía a reencarnação. Essa corrente teológica, conhecida como origenismo, foi progressivamente refutada, condenada e eliminada na primeira metade do sexto século.

Kardecismo


Foram necessários mais de 1.600 anos para a reencarnação receber dois de seus maiores impulsos modernos. O primeiro se deu na França por meio de um médico de excelente formação acadêmica chamado Hippolyte Léon Denizad Rivail (1804-1869), que adotou o nome de Allan Kardec, de quem se dizia reencarnação. 

Com a publicação do primeiro de seus sete livros (O Livro dos Espíritos), em abril de 1857, Kardec deu início a uma nova religião, conhecida como espiritismo (mais preciso que o espiritualismo, nascido um pouco antes nos Estados Unidos) ou kardecismo, que se desenvolveu muito mais no Brasil do que na Europa. 

Teosofia 


O segundo grande impulso nasceu nos Estados Unidos 18 anos depois, em 1875, graças ao esforço conjunto da ucraniana Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891) e do americano Henry Steel Olcott (1832-1907). Os dois fundaram em Nova York a Sociedade Teosófica, mais tarde transferida para Adyar, na Índia. Em seu livro A Doutrina Secreta, Blavatsky afirma que "a doutrina básica da filosofia esotérica não admite privilégios ou dons especiais no homem, exceto os conquistados pelo seu ego, através do esforço pessoal e mérito, mediante uma longa série de metempsicoses e reencarnações". Especialmente com Kardec, a doutrina da reencarnação passou a ser difundida com grande ímpeto.

Hinduísmo


No final do século 19, aportou nos Estados Unidos a primeira seita hindu, por instrumentalidade do eloquente professor indiano Swami Vivekananda (1863-1902). Depois de ter feito uma calorosa conferência no Parlamento das Religiões Mundiais, realizado em Chicago, Vivekananda fundou em Nova York, no ano de 1895, a Sociedade Vedana, cuja ênfase naturalmente era a reencarnação.

Um século depois da "invasão" do cristianismo no Oriente, começou a "invasão" das religiões orientais no Ocidente. É curioso observar que o primeiro missionário protestante das missões modernas, o inglês William Carey, chegou à Índia em 1793, com a idade de 32 anos. O professor indiano que fundou a Sociedade Vedana chegou aos Estados Unidos exatamente 100 anos depois, em 1893, com a mesma idade de Carey (32 anos). Carey pregava o perdão de pecados mediante o sacrifício vicário de Jesus Cristo e Vivekananda pregava o contrário: todo mal cometido será reparado com expiações pessoais nesta e em novas e difíceis encarnações.

A evolução da reencarnação


De acordo com muitos estudiosos, a reencarnação surgiu, em primeiro lugar, por causa da teoria do espírito ou alma imaterial, quando o homem, não compreendendo o complexo mecanismo do sonho, que até hoje se tenta desvendar, ao se encontrar em lugares distantes sem haver saído do seu leito, imaginou ser, não somente um ser físico, mas um corpo e uma entidade imaterial que podia sair do corpo e viajar enquanto o corpo estivesse em repouso. Essa entidade, à qual chamou espírito, é que comandava toda sua vida, sendo o corpo apenas um instrumento comandado por esse espírito.

Depois do espírito, se criou a crença em que um mesmo espírito possuía várias vidas, isto é, vários corpos sucessivamente, encarnando um ao sair do outro que morresse (reencarnação). Assim começou o espiritismo, em tempos muito remotos.

O espiritismo moderno considera a reencarnação uma coisa apenas dos humanos, os quais, unicamente, segundo eles, possuem espírito: "O espírito de um homem que já viveu pode voltar em outro corpo e conservando os 'mesmos poderes (qualidades morais e conhecimentos)', a fim de cumprir missões ou expiações necessárias ao progresso do mundo e/ou do espírito do encarnado" (Jornal Espírita, Abril de 1993, página 4).

Algumas das religiões mais primitivas, no entanto, crêem que as reencarnações são alternadas entre humanos e irracionais, ou até vegetais, como se extrai da Nova Enciclopédia Larousse de Mitologia: "As almas dos mortos não raro transmigram para o corpo de animais, ou podem até mesmo reencarnar em plantas. É por este motivo que, os zulus não matam certos tipos de cobra que eles crêem ser espíritos de parentes". (O Homem em Busca de Deus, da Sociedade Torre de Vigia, página 56).

Análise bíblica


Nos dias de Moisés, eram conhecidas algumas práticas espíritas entre o povo de Israel mas, não o povo cristão, aqueles que seguiam a Lei de Moisés, os que criam em Deus. A Lei Mosaica, todavia, considerava abominável a consulta aos mortos.

Os necromantes (aqueles que consultam os mortos) já existiam naquela época, mas não deviam ser consultados pelos filhos de Israel. Deus falou com Moisés: "Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles. Eu sou o SENHOR vosso Deus" (Levíticos 19:31).

Deus alertava o povo através de Moisés que a pena para quem procurasse estes adivinhadores e consultores dos mortos era a morte: "Quando alguém se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir com eles, eu porei a minha face contra ele, e o extirparei do meio do seu povo" (Levíticos 20: 6).

Não só quem buscasse por este tipo de prática mas, também qualquer israelita que praticasse a necromancia, também tinha a morte como recompensa de sua abominável prática: "Quando, pois, algum homem ou mulher em si tiver um espírito de necromancia ou espírito de adivinhação, certamente morrerá; serão apedrejados; o seu sangue será sobre eles" (Levíticos 20: 27). 

Mas essa recomendação nem sempre foi obedecida. O povo não conseguiu guardar qualquer Lei, nunca houve homem e jamais haverá que guarde todos os mandamentos de Deus pois todos são pecadores, não há justo, não um bom sequer, e podemos nos certificar quando Paulo diz aos Romanos: "Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer" (Romanos 3:10), e também dito por Davi em Salmos: "Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem" (Salmos 14:1; 53:1).

A teoria da reencarnação, ao contrário da crença no espírito imaterial, era estranha ao povo de Israel, jamais sendo mencionada em todo o texto do Velho Testamento. Outras fontes, porém, informam ser ela antiquíssima, remontando a tempos anteriores à Bíblia, não obstante desconhecida daquele povo.

Jó, um homem realmente temente a Deus em todo o seu sofrimento disse: "Oxalá me escondesses na sepultura, e me ocultasses até que a tua ira se fosse; e me pusesses um prazo, e te lembrasses de mim! Morrendo o homem, porventura tornará a viver? Todos os dias de meu combate esperaria, até que viesse a minha mudança." (Jó l4:13,14). Era assim que ele cria: "...o homem se deita, e não se levanta: enquanto existirem os céus não acordará, nem será despertado do seu sono" (Jó 14:12).

Salomão não cria na existência de consciência após a morte: "Ora, para aquele que está na companhia dos vivos há esperança, pois melhor é o cão vivo do que o leão morto, porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma" (Eclesiastes 9:4-5).

Daniel, em sua última visão, disse ter recebido a mensagem Angélica: "Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias. Tu, porém, vai até ao fim; porque descansarás, e te levantarás na tua herança, no fim dos dias" (Daniel 12: 12,13).

"Reencarnação bíblica"?


Por outro lado, há um registro bíblico "único" que alguns entendem que essa doutrina reencarnacionista já era do conhecimento de cristãos: "Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou,este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seu pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus" (João, 9: 1-3). 

Certamente os discípulos imaginaram a hipótese de ser o pecado do próprio cego ou de seus pais a causa de ele nascer assim mas, não significa que eles acreditavam na ideia de o homem ter mais de uma vida; pois só assim ele poderia pecar e depois nascer cego como castigo. 

Entendendo o contexto 


A resposta do mestre, contudo, não confirmou a crença dos discípulos e nem poderia pois o que Cristo estava dizendo é que aquele homem havia nascido cego para que Cristo o curasse e a Glória de Deus fosse manifestada e os homens pudessem crer: "Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego" (João 9:4-6). Leia o restante do Capítulo 9 de João pois ele te esclarecerá melhor qual era realmente o motivo.

Sobre o texto citado, vou deixar aqui uma pergunta para se pensar a respeito: Para os que creem na reencarnação, como poderá este cego melhorar ou consertar seu erros se Cristo o Salvou e curou interrompendo sua jornada?

A reencarnação e a Igreja Apostólica


O autor da epístola aos hebreus, ao que me dá a entender, quis prevenir os cristãos contra alguém que devia estar pregando entre eles a teoria de que o homem passa por várias vidas e mortes; podemos notar claramente que é totalmente contrário ao que ensinam os reencarnacionistas, pois escreveu ele na Palavra de Deus: "...aos homens está ordenado, morrerem UMA SÓ VEZ, depois disto o juízo" (Hebreus 9:27). O cristão jamais passará pela segunda morte, apenas os ímpios depois de serem julgados.

"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: 'O que vencer não receberá o dano da segunda morte.'" (Apocalipse 2:11).  Aqui quando Cristo fala às Igrejas da Ásia, é aquele que fizer a vontade de Deus e cumprir seus mandamentos, aquele que permanecer na doutrina cristã.

"Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos" (Ap 20:6). Nesta passagem, revelação de Jesus Cristo dada por Deus a João na Ilha de Patmos, fala da promessa de Deus aos cristãos verdadeiros que têm Cristo como único Salvador, os que nasceram de novo em Cristo, àqueles que ressuscitaram com Jesus (João 3:3, 7) estes jamais passarão pela segunda morte e reinarão com Cristo no milênio.

"E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte" (Ap 20:14). O inferno com todos que nele há serão lançados no lago de fogo, que é a segunda morte. O Inferno existe, esta passagem é clara e nos informa deste perigo. O inferno foi criado por Deus, não para os homens e sim para Satanás e seus anjos e também para aqueles que não aceitam o sacrifício de Cristo na cruz e o tornam Senhor de suas vidas como Salvador e também para aqueles que se esquecem de Deus. Assim como nós os cristãos somos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo no Reinos dos Céus... Satanás recebeu como herança o inferno e todos aqueles que não se converterem a Jesus se afastando de Deus serão herdeiros de Satanás e co-herdeiros de seus anjos, vejamos: 
  • "E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados" (Romanos 8:17). 
  • "Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna" (Tito 3:7).
  • "Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte" (Apocalipse 21:8). 
E finalmente, neste trecho da Palavra de Deus, uma relação, certamente que não esta completa, daqueles que não entrarão no Reino dos Céus e sofrerão a segunda morte.
Seria Este um Apoio?

Dois pontos bíblicos são usados no sentido de conseguir apoio para a teoria da reencarnação:


João Batista era "Elias, que estava para vir"?. Em Mateus diz: "Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João e, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir" (Mateus 11:13,14).
Assim afirmam ser a reencarnação.

Ora, se reencarnação é um corpo com o espírito de outro que já morreu, João não podia ser reencarnação de Elias; pois Elias, segundo a Bíblia, não morreu, enquanto caminhava com Eliseu foi tomado vivo e subiu ao céu num redemoinho: "E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho" (2 Reis 2:11). Para admitir sua reencarnação, teríamos que afirmar o inaceitável, que Elias, após subir vivo ao céu, sem passar pela morte na Terra, tenha morrido no céu, para se reencarnar em João!

Entendendo o contexto


Roma, a cidade que dominava "sobre os reis da terra", como vemos em Apocalipse, 17: 18 "E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra" nos dias apostólicos, era "Babilônia" conforme a Palavra de Deus em Apocalipse 17:5: "E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra." Veja também Apocalipse 18:1-24.

Não se tratava de nenhuma reencarnação, mas Roma tinha o espírito de Babilônia, assim como João tinha "o espírito de Elias", isto é o caráter e o poder de Elias; ou seja, "sua missão era converter os corações dos pais aos filhos", como a missão de Elias; era um profeta como Elias: "E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto" (Lucas 1:17).

A reencarnação e o novo nascimento


Nascer de novo é a expressão que usam com toda ênfase possível para apoiar a reencarnação. Outro equívoco.

Jesus, quando em sua linguagem figurada explicou muito bem o que é nascer de novo: "Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (João 3:3). Então Nicodemos em sua ignorância do assunto perguntou a Jesus: "Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?" (Jo 3:4), que é o que pregam os reencarnacionistas. 

Entendendo o contexto


Jesus, porém, explicou que não era nenhum novo nascimento físico, mas uma renovação espiritual: "Jesus respondeu: 'Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne (nascer fisicamente) é carne; e o que é nascido do Espírito (uma nova mentalidade, novo caráter) é espírito" (João 3:5,6).

Conclusão


Nós os cristãos sabemos e cremos que somos salvos pela graça que é um dom de Deus, conforme a Palavra de Deus, onde Paulo fala aos Efésios: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Efésios 2:8) e também em outro versículo que diz: "Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)" (Efésios 2:5), ainda assim vamos imaginar se a condição para a salvação, para a vida eterna, fosse a reencarnação; certamente esta condição não estaria à escolha do homem; pois ninguém escolhe se vai ou não reencarnar. 

Se assim fosse, Paulo um dos maiores apóstolos, um verdadeiro homem de Deus e mensageiro do evangelho de Cristo, teria pregado para os cristãos de Éfeso e outras cidades circunvizinhas morrerem e tornarem a nascer, ao invés de ter falado tão claramente deste novo nascimento ao dizer: "Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão e procedentes da verdade" (Ef 4:22-24, grifos meus).

Paulo, sentindo-se no fim da vida, longe de pensar que iria ter uma outra vida pelo espírito reencarnado, esperava ter sua recompensa "naquele dia", o dia do Juízo Divino, na "sua vinda" (Parúsia de Cristo. A volta gloriosa de Jesus Cristo, Sua segunda vinda, no final dos tempos, para estar presente ao Juízo Final.): "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda" (2 Timóteo 4:7-8).

Cristo, ao invés de afirmar que os habitantes de Cafarnaum teriam novas reencarnações para pagarem seus pecados, afirmou que seriam punidos havendo para eles rigor maior do que para a terra de Sodoma, mas "no dia do juízo". A Bíblia nos diz assim: "E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. Eu vos digo, porém, que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti" (Mt 11:23,24). Totalmente contrário ao que diz o Jornal Espírita, abril de 1993, página 4: "...cumprir missões ou expiações necessárias ao progresso ... do espírito do encarnado."

Nenhum ensinamento encontramos na Bíblia que nos dê a ideia de outras vidas, senão uma aqui no mundo e outra no reino celeste ou no inferno após a vinda de Cristo. O único texto em que poderia haver algum tipo de dúvida sobre o homem ter ou não mais de uma vida - João 9 - recebeu explicação totalmente satisfatória. 

Por que não acredito em reencarnação?


Porque a reencarnação é uma tremenda maldade. Ela transfere a solução de um problema crucial para um futuro longínquo e impreciso. A realização final depende de um número desconhecido de renascimentos. Fala-se em "muitas vidas", em "inúmeras reencarnações” e até em "milhões de renascimentos". A palavra milhão indica um número altíssimo e, além disso, está no plural. 

Cada reencarnação traz novo sofrimento e mais uma experiência dolorosa de doença e morte. Daí a palavra do próprio Buda: "Eu passei pelo curso de muitos nascimentos procurando o construtor dessa morada e não o encontrei; dor é renascer uma vez após outra" (Citado por John Bowker, em Para Entender as Religiões, p. 61 (Editora Ática, 1997).

Sofre-se sem saber precisamente o porquê. Pagam-se os erros das encarnações anteriores sem saber quais foram.

Nenhum comentário:

Postar um comentário