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terça-feira, 11 de novembro de 2025

🧠PAPO DE PSICANALISTA🧠 — HOMOFOBIA NO DIVÃ

Em menos de um mês, Belo Horizonte registrou os assassinatos violentos de duas mulheres trans.
  • Caso Christina Maciel
Reprodução redes sociais
No primeiro caso, que chocou pela brutalidade, Matheus Henrique Santos Rodrigues, de 24 anos, matou com sucessivos chutes, a maioria na cabeça, a ex-companheira, a mulher trans Christina Maciel Oliveira, de 45 anos, na região de Venda Nova.

O crime flagrado por câmeras de segurança, ocorreu na rua Padre Pedro Pinto, a principal da região, no dia 20 de outubro, em plena luz do dia. O suspeito está preso preventivamente.
  • Caso Alice Martins
Reprodução redes sociais
Já no dia 23, outra mulher trans de 33 anos, foi brutalmente agredida enquanto saía de um bar na Savassi, região Centro-Sul Belo Horizonte, foi enterrado nesta segunda-feira (10).
Alice Martins

Alice Martins Alves, de 33 anos, morreu neste domingo (09/11), depois de ficar 17 dias internada.

O crime aconteceu durante a noite, na avenida do Contorno, esquina com a avenida Getúlio Vargas. A vítima foi violentamente espancada por três homens.

Ela teve o nariz e costelas quebrados e intestino perfurado. Internada, a vítima perdeu 12 kg e morreu de choque séptico. O pai de Alice acredita que ela tenha sido vítima de crime de ódio.

Por meio de nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que o caso é investigado pelo Núcleo Especializado de Investigação de Feminicídios (Neif) do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ninguém foi preso até o momento.

Mas, o que há de semelhante nessas duas ocorrências, além da violência empregada pelos autores em ambas, é o fato dos crimes terem sido cometidos contra duas pessoas integrantes do grupo LGBTQIAPN+.

Essas tristes ocorrências, me serviram de inspiração para escrever este artigo, mais um capítulo da nossa série especial "Papo de Psicanalista".
Imprescindível salientar, para que não reste absolutamente nenhum resquício de dúvida, que o viés do artigo é ESPECIFICAMENTE sob o prisma da psicanálise e sem implicações ideológicas ou religiosas.

Homofobia, o que é?


Você sabe o que é homofobia? A definição da palavra deriva de medo patológico em relação à homossexualidade e aos homossexuais, e define o ódio aos homossexuais e o preconceito contra os indivíduos que não se enxergam como heterossexuais.

Para além desses significados, esse preconceito afeta pessoas em diversas esferas da vida, prejudica ambientes de trabalho e, segundo dados oficiais, mata um brasileiro a cada 23 horas.

Este é um problema que muitos ignoram, outros tantas minimizam e, apesar dos avanços na sociedade, muitos são os que ainda fogem, entretanto, é uma realidade que afeta muitas famílias nas mais diversas camadas sociais em nosso país.

Como identificá-la?


A homofobia está constituída estruturalmente na sociedade, tal qual como o racismo e o machismo, e deixar essas atitudes de lado é parte de um exercício diário. 
"É preciso ter consciência dos danos que a homofobia provoca, informações e sensibilidade.

O primeiro passo é parar de tratar homossexuais como aberrações ou criminalizá-los por sua orientação sexual"
diz Fábio Mariano Borges, consultor de Inclusão da Diversidade há 10 anos, sociólogo e professor visitante da Universidade de Nottingham (Reino Unido).

Além da aversão à homossexualidade e aos homossexuais escancarados, esse tipo de preconceito pode estar em diferentes manifestações do dia a dia, que podem passar como "opiniões" e outras atitudes veladas.
No Brasil, os crimes contra a população LGBTQIAPN+ são criminalizados por meio do enquadramento na Lei do Racismo (Lei nº 7.716/1989), por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2019. Isso significa que a homofobia e a transfobia são tratadas legalmente como crimes de discriminação.

A homofobia sob a ótica da Psicanálise


𝗡𝗔̃𝗢 𝗔 𝗗𝗘𝗦𝗣𝗘𝗜𝗧𝗢 𝗗𝗢 𝗖𝗢𝗡𝗧𝗘𝗫𝗧𝗢 𝗖𝗥𝗜𝗠𝗜𝗡𝗔𝗟 — a homofobia pode ser explicada — 𝗘𝗫𝗣𝗟𝗜𝗖𝗔𝗗𝗔, 𝗣𝗢𝗥𝗘́𝗠 𝗡𝗔̃𝗢 𝗝𝗨𝗦𝗧𝗜𝗙𝗜𝗖𝗔𝗗𝗔, 𝗙𝗥𝗜𝗦𝗘-𝗦𝗘 — pela Psicanálise.
A Psicanálise aborda a homofobia através da análise das emoções, crenças e processos de subjetivação, reconhecendo que, embora a homossexualidade não seja mais considerada patologia pela psicanálise e psiquiatria atuais, a homofobia ainda se manifesta como um sintoma.
A relação entre homofobia e psicanálise é complexa, marcada por uma evolução significativa desde as formulações freudianas iniciais até as posições contemporâneas, que majoritariamente condenam o preconceito e a patologização da homossexualidade.

Sigmund Freud (★1856/✟1939), reconhecido como o pai da Psicanálise, postulou que todos os seres humanos são fundamentalmente bissexuais em um nível inconsciente.

A homofobia pode surgir do ódio ou medo direcionado a aspectos da própria bissexualidade que foram recalcados (reprimidos, rejeitados da consciência) para se conformar à heteronormatividade social.

A aversão ao "outro" homossexual seria, na verdade, uma dificuldade em lidar com a diferença que reside em cada um.

Essa manifestação está frequentemente ligada a um ódio que, em muitos casos, pode surgir da dificuldade de lidar com a própria sexualidade reprimida, a partir do que Freud chamou de "infamiliar".

Em resumo, a homofobia na psicanálise é vista majoritariamente como um desvio ideológico e histórico da teoria central, que, em suas raízes e em suas manifestações contemporâneas mais éticas, defende a aceitação e a despatologização da diversidade sexual humana.

Conclusão


Portanto, sob o prisma psicanalítico, a homofobia é frequentemente vista como um mecanismo de defesa, onde o indivíduo projeta para fora (no homossexual) o seu desejo ou a sua fantasia homossexual que ele próprio não consegue aceitar ou resolver em seu próprio psiquismo.

Essa aversão pode, em alguns casos, ter um caráter quase delirante e se manifestar em explosões de incontida violência.

O indivíduo, nessa insanidade psíquica, quer destruir sua homossexualidade, que ele reprime, que ele não aceita, que ele odeia e que vê projetada, refletida no outro que a assume.

Ou seja, trocando em miúdos, no inconsciente de um homofóbico, pode haver um homossexual enrustido, contra o qual ele luta, projetando sua agressividade e seu recalque no outro que teve a coragem de assumir sua condição/orientação homossexual.

Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.

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E nem 1% religioso.

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