Entre os gigantes da música eletrônica e o panteão do rock alternativo, poucos nomes brilham com a mesma intensidade e longevidade que o Depeche Mode. 
E no texto deste artigo, mais um capítulo da nossa série especial de artigos, Canções Eternas Canções, destacaremos um hino que define a essência da banda inglesa de synth-pop, um ponto de virada criativo e comercial que ressoa até hoje, esse hino é, sem dúvida, a paradoxalmente enigmática 'Enjoy The Silence'.
E no texto deste artigo, mais um capítulo da nossa série especial de artigos, Canções Eternas Canções, destacaremos um hino que define a essência da banda inglesa de synth-pop, um ponto de virada criativo e comercial que ressoa até hoje, esse hino é, sem dúvida, a paradoxalmente enigmática 'Enjoy The Silence'.
Sobre a banda
A história do Depeche Mode começa em 1980, na pequena cidade de Basildon, Essex, Inglaterra. 
A formação inicial (acima), um quarteto de jovens com uma paixão em comum pela música sintética, era composta por Vince Clarke (sintetizador, guitarra, vocal), Andrew Fletcher (sintetizador), Martin Gore (sintetizador, guitarra, vocal) e Dave Gahan (vocal principal).
Em uma época dominada pelo punk e pelo pós-punk, eles encontraram no som eletrônico uma nova fronteira, inspirados por bandas como Kraftwerk e OMD. O nome, tirado de uma revista de moda francesa ("Dépêche Mode"), já sugeria uma sofisticação e um olhar para o futuro.
A formação inicial (acima), um quarteto de jovens com uma paixão em comum pela música sintética, era composta por Vince Clarke (sintetizador, guitarra, vocal), Andrew Fletcher (sintetizador), Martin Gore (sintetizador, guitarra, vocal) e Dave Gahan (vocal principal).
Em uma época dominada pelo punk e pelo pós-punk, eles encontraram no som eletrônico uma nova fronteira, inspirados por bandas como Kraftwerk e OMD. O nome, tirado de uma revista de moda francesa ("Dépêche Mode"), já sugeria uma sofisticação e um olhar para o futuro.
O sucesso veio rápido. O single de estreia, 'Dreaming Of Me', seguido pelo hit 'New Life' e, mais notavelmente, por 'Just Can't Get Enough', catapultou a banda para o topo das paradas britânicas. 
O álbum de estreia, "Speak & Spell" (1981), era uma coleção de melodias pop alegres e cheias de ganchos, um retrato da inocência e do otimismo do synth-pop da época.
No entanto, o rápido sucesso também trouxe a primeira grande mudança. Vince Clarke, o principal compositor, sentiu-se desconfortável com a fama e optou por sair para formar o Yazoo. O mesmo Vince Clarke, algum tempo depois, formou também o bem-sucedido Erasure.
O álbum de estreia, "Speak & Spell" (1981), era uma coleção de melodias pop alegres e cheias de ganchos, um retrato da inocência e do otimismo do synth-pop da época.
No entanto, o rápido sucesso também trouxe a primeira grande mudança. Vince Clarke, o principal compositor, sentiu-se desconfortável com a fama e optou por sair para formar o Yazoo. O mesmo Vince Clarke, algum tempo depois, formou também o bem-sucedido Erasure.
Novos Rumos
A partir da metade dos anos 80, o Depeche Mode solidificou sua identidade. Álbuns como "Black Celebration" (1986) e "Music For The Masses" (1987) marcaram o início de sua ascensão global. 
Canções como 'A Question Of Time', 'Strangelove' e a inesquecível 'Never Let Me Down Again' transformaram a banda em um fenômeno de estádio nos Estados Unidos e na Europa.
Sua estética visual se tornou mais forte, e suas letras exploravam temas como religião, amor, política e perversão de uma maneira que raramente se via na música pop.
Canções como 'A Question Of Time', 'Strangelove' e a inesquecível 'Never Let Me Down Again' transformaram a banda em um fenômeno de estádio nos Estados Unidos e na Europa.
Sua estética visual se tornou mais forte, e suas letras exploravam temas como religião, amor, política e perversão de uma maneira que raramente se via na música pop.
Mas foi em 1990 que o grupo atingiu seu ápice comercial e criativo. 
A década de 90 se aproximava, e o Depeche Mode estava pronto para lançar uma obra-prima que não apenas definiria sua carreira, mas também moldaria o futuro da música eletrônica:
'Enjoy The Silence'!
"Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Can't you understand?
Oh, my little girl
All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable
All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm"
Tradução
'Aproveite o Silêncio'
"Palavras são como a violênciaQuebram o silêncioVem colidindoDentro do meu pequeno mundoDoloroso para mimMe perfurando por dentroVocê não pode entenderMinha GarotinhaTudo que eu sempre quisTudo que eu sempre preciseiEstá aqui em meus braçosAs palavras são muito desnecessáriasElas só fazem malPromessas são ditasPara serem quebradasOs sentimentos são intensosAs palavras são insignificantesPrazeres permanecemO mesmo acontece com a dorAs palavras são inexpressivasE esquecíveisTudo que eu sempre quisTudo que eu sempre preciseiEstá aqui nos meus braçosAs palavras são muito desnecessáriasElas só fazem mal"
Como nasceu a canção
É um pouco esquisito — por isso, paradoxalmente enigmático — que uma banda tenha em seu repertório uma música que faça louvor ao silêncio.
Os ingleses do Depeche Mode — um ícone da música pop dos Anos 80 expressou suas ideias através da sonoridade com uma canção que nos leva a uma reflexão sobre a importância do silêncio chamada: 'Enjoy The Silence'.
'Enjoy The Silence' é uma canção triunfal e faz parte do álbum “Violater” de 1990.
A história de 'Enjoy The Silence' é quase tão fascinante quanto a canção em si. 
Martin Gore, o compositor, a escreveu como uma balada lenta e minimalista, apenas com a sua voz e um harmônio.
Era uma canção de amor e contemplação, que refletia a melancolia de um coração partido.
Ele a apresentou à banda, e a ideia inicial era que ela permanecesse em sua forma acústica.
Martin Gore, o compositor, a escreveu como uma balada lenta e minimalista, apenas com a sua voz e um harmônio.
Era uma canção de amor e contemplação, que refletia a melancolia de um coração partido.
Ele a apresentou à banda, e a ideia inicial era que ela permanecesse em sua forma acústica.
No entanto, Alan Wilder e o produtor Flood tiveram uma visão diferente. Eles sentiram que a canção tinha um potencial pop gigantesco, um poder oculto que precisava ser liberado. 
Convenceram Gore a permitir que experimentassem, e o resultado foi uma das maiores transformações de uma demo na história da música.
Eles construíram a canção do zero, adicionando a icônica batida de sintetizador, o riff de guitarra distintivo e, mais notavelmente, o som de teclado que se tornou a base da melodia.
A versão que conhecemos hoje é um hino eletrônico majestoso, uma sinfonia de texturas e ritmos que eleva a letra poética de Gore a um novo patamar de emoção.
Convenceram Gore a permitir que experimentassem, e o resultado foi uma das maiores transformações de uma demo na história da música.
Eles construíram a canção do zero, adicionando a icônica batida de sintetizador, o riff de guitarra distintivo e, mais notavelmente, o som de teclado que se tornou a base da melodia.
A versão que conhecemos hoje é um hino eletrônico majestoso, uma sinfonia de texturas e ritmos que eleva a letra poética de Gore a um novo patamar de emoção.
Quando lançada como single em fevereiro de 1990, 'Enjoy The Silence' foi um sucesso instantâneo. 
Atingiu o top 10 em diversos países e se tornou o maior sucesso do Depeche Mode nos Estados Unidos, onde chegou ao top 8 da Billboard Hot 100.
A canção foi aclamada pela crítica e pelo público, solidificando o status da banda como superestrelas globais.
Atingiu o top 10 em diversos países e se tornou o maior sucesso do Depeche Mode nos Estados Unidos, onde chegou ao top 8 da Billboard Hot 100.
A canção foi aclamada pela crítica e pelo público, solidificando o status da banda como superestrelas globais.
O videoclipe, dirigido por Anton Corbijn, contribuiu imensamente para o impacto da música. 
Nele, Dave Gahan, vestido de rei, caminha por paisagens desoladas e montanhas, carregando uma cadeira de praia, em uma jornada solitária e introspectiva.
O visual complementava perfeitamente a mensagem da canção, tornando-a uma experiência sensorial completa.
Nele, Dave Gahan, vestido de rei, caminha por paisagens desoladas e montanhas, carregando uma cadeira de praia, em uma jornada solitária e introspectiva.
O visual complementava perfeitamente a mensagem da canção, tornando-a uma experiência sensorial completa.
A canção 'Enjoy The Silence' em si também foi lançada em formatos de disco de vinil 7" e 12", com remixes e lados B exclusivos que se tornaram tesouros para os colecionadores.Para um fã do Depeche Mode, ter a versão original do single em vinil é como ter um pedaço da história da música nas mãos.
Minhas considerações psicanalíticas
Na psicanálise, a canção 'Enjoy The Silence' pode ser interpretada de diversas maneiras, especialmente focando-se na relação entre a linguagem, o silêncio e o desejo humano.
A letra, que sugere que as "palavras são muito desnecessárias, elas só podem fazer mal", pode ser analisada sob as seguintes perspectivas psicanalíticas:
- A Inadequação da Linguagem — A psicanálise, especialmente na vertente lacaniana, postula que a linguagem é fundamental, mas intrinsecamente falha em capturar a totalidade da experiência humana ou expressar plenamente o desejo e o gozo. As palavras são significantes que nunca conseguem apreender completamente o real ou a coisa-em-si (das Ding). Nesse sentido, a música pode refletir a frustração com essa limitação, sugerindo que o silêncio oferece uma forma de comunicação mais direta ou um refúgio da incompreensão que as palavras podem gerar.
 
- O Silêncio como Proteção ou Refúgio — O refrão "Enjoy the silence" (Aproveite o silêncio) pode ser visto como uma defesa contra o potencial destrutivo das palavras. Na psicanálise, as palavras têm poder e podem ser usadas para ferir, manipular ou desiludir. O silêncio, então, funcionaria como um mecanismo de defesa, um espaço de serenidade onde o sujeito se resguarda das complexidades e dos perigos das interações verbais.
 - O Desejo Além das Palavras — A letra "todas as coisas que eu preciso, de mais nada" e "tudo o que eu sempre quis, tudo o que eu sempre precisei está aqui em meus braços" pode ser interpretada como a busca por uma satisfação que transcende o campo do simbólico (da linguagem). Sugere um anseio por um estado de completude ou fusão (talvez com um objeto de amor) que não pode ser mediado por palavras, mas sim pela presença física ou por uma experiência mais imediata, próxima do real.
 - A Ambiguidade do Silêncio — Enquanto a música parece louvar o silêncio, a própria existência da canção (com letra e música) é uma contradição performática. Isso pode, psicanaliticamente, apontar para a inevitabilidade da linguagem na vida humana. Mesmo no silêncio, há uma comunicação, uma mensagem que está sendo transmitida. O silêncio nunca é verdadeiramente vazio, é carregado de significado e pode, inclusive, tornar-se opressor ("The Sound of Silence" de Simon & Garfunkel aborda essa opressão do silêncio e a falta de comunicação, um tema relacionado, mas com uma abordagem diferente).
 
Em suma, a canção 'Enjoy The Silence' na psicanálise pode ser lida como uma meditação poética sobre os limites da linguagem na expressão do desejo e na busca pela paz, e a atração por um estado de ser mais primitivo e sereno, onde as palavras, com toda a sua capacidade de criar mal-entendidos e sofrimento, são postas de lado.
Conclusão
'Enjoy The Silence' é uma música reflexiva que fala sobre sentimento e sobre buscar o equilíbrio.
Depois de três décadas após o lançamento, 'Enjoy The Silence' continua a ser uma das marcas do Depeche Mode e uma das favoritos dos fãs, com presença obrigatória em todos os shows.
'Enjoy The Silence' continua sendo uma das canções mais icônicas da história, e o Depeche Mode segue lotando arenas e encantando o público com a mesma energia de quatro décadas atrás. 
A banda se tornou uma instituição, um nome que significa qualidade, consistência e um som que nunca envelhece.
A banda se tornou uma instituição, um nome que significa qualidade, consistência e um som que nunca envelhece.
[Fonte: Livremente traduzido e adaptado do original, por Full Store Music]
Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.

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