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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

PAPO RETO — DEPRESSÃO NÃO É: FRESCURA, BRINCADEIRA E NEM FALTA DE FÉ


Que a pressão da fama e as exigências de uma carreira artística podem impactar a saúde mental dos artistas, não temos dúvida. O excesso de exposição, a vida atribulada por muitas tarefas e compromissos, a negligência com horários e alimentação, entre outros fatores, contribuem para o adoecimento psíquico dessa classe e reforça a necessidade de derrubar tabus e preconceitos, além de desmistificar os cuidados com a saúde mental.

Esse tema ganhou ainda mais evidência nessa semana em que o comediante Whindersson Nunes, 30 anos, precisou se internar em uma clínica psiquiátrica para cuidar de uma depressão e ansiedade que o acompanham há alguns anos.

Recentemente, o Padre Fábio de Melo, com seus 53 anos, compartilhou uma experiência pessoal significativa durante um evento na Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata. O religioso revelou, de forma aberta e emocionada, o desafio de conviver com a depressão, destacando a seriedade dessa condição de saúde mental.

Essas revelações trouxeram à tona a importância de reconhecer e abordar questões de saúde mental, especialmente entre pessoas que, como figuras públicas, muitas vezes sentem a pressão de manter uma imagem de constância e força. Suas palavras destacam o peso e a complexidade do que é viver com depressão.

O que ainda chama a atenção, é o fato de que ambos são relativamente jovens e já com sérios problemas depressivos. Sabemos que a depressão é uma doença que pode atingir pessoas de qualquer idade e segundo os dados, o número de internações de adolescentes por estresse, depressão e ansiedade cresceram 136% nos últimos 10 anos. 

O perigo da fama e da superexposição midiática


No caso de indivíduos envolvidos com a fama, ainda de acordo com os especialistas em doenças mentais, há uma potencialização ainda maior para ocorrência de casos de depressão, isso porque, a exaustão mental, o cansaço físico por sacrificar noites de sono em função de rotinas atribuladas de compromissos e a cobrança por manter a fama, são alguns dos fatores que elevam o esgotamento e reforçam a discussão da necessidade de uma internação psiquiátrica, para aqueles que enfrentam transtornos mentais, pelo fato de que a profissão passou a ser um fardo pesado.

Hoje em dia, para a grande maioria dos indivíduos, ter fama é um sonho a ser alcançado. Porém, são muitos os desafios emocionais e psicológicos de quem trilhar o caminho em busca do sucesso. Essa, muitas vezes, insana e intensa exposição pública, pode potencializar transtornos e sintomas depressivos e ansiosos, por conta da pressão constante, das críticas e cobranças diárias que exigem uma postura que confronta com a vulnerabilidade emocional de quem já possui algum tipo de desequilíbrio essa é uma grave e triste constatação que nos faz voltar o olhar para vários aspectos.

Impacto da Depressão


A depressão é uma condição que pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sua posição ou crenças. No caso do Padre Fábio de Melo, ele descreveu momentos difíceis antes de sua apresentação, onde foi dominado por sentimentos de incapacidade e angústia.

Esta experiência não é incomum entre aqueles que enfrentam a depressão. Sentir-se sobrecarregado por uma sensação de tristeza profunda e desesperança são marcas registradas dessa doença.

É crucial entender que a depressão não é um sinal de fraqueza ou falha pessoal. Sua origem muitas vezes é um complexo entrelaçamento de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Reconhecer a gravidade e a legitimidade da doença é um passo importante para combatê-la.

É preciso ter autocuidado, com pausas necessárias para descanso e resgate da energia, além de atividades físicas recorrentes, tratamento psicoterápico contínuo, bem como o trabalho psicológico para aprender a lidar com as críticas, os julgamentos e o excesso de cobranças, são medidas fundamentais para encarar a carreira artística como uma atividade laboral saudável e menos tóxica.

O problema do preconceito


O que chama a atenção no caso do comediante Whidersson Nunes é a coragem por buscar uma internação psiquiátrica para enfrentar os impactos dos transtornos mentais, dos quais ele já vem enfrentando há bastante tempo.

O tabu e o preconceito que rondam o tema, ainda são fantasmas que assombram as pessoas que sabem que precisam de um apoio especializado, porém por medo de se expor ou assumir suas fragilidades, rotulando negativamente a carreira, negam e fogem dos serviços psiquiátricos disponíveis em todo o país. Portanto, fato é que, a saúde mental, seja de um artista ou não, deve ser sempre uma prioridade do cuidado.

Como Lidar com a Depressão


Para muitos, como o Padre Fábio de Melo, o apoio da comunidade pode ser um componente vital do processo de recuperação. Durante momentos de crise, estar cercado por amigos, familiares e colegas compreensivos pode oferecer um alicerce de conforto necessário.

Além disso, buscar ajuda profissional continua sendo uma medida eficaz e recomendada para lidar com a depressão. Veja algumas dicas:
    • Psicoterapia — Sessões de terapia com um psicólogo qualificado podem ajudar a entender e gerenciar a depressão. 
    • Tratamento Medicamentoso — Quando prescrito por um psiquiatra, medicamentos antidepressivos podem equilibrar os químicos cerebrais. 
    • Estilo de Vida — Manter um estilo de vida saudável, com exercícios regulares e uma dieta balanceada, pode ajudar a melhorar o bem-estar mental.

Qual é o Papel da Fé na Superação da Depressão?


Para muitas pessoas, incluindo figuras religiosas como o Padre Fábio de Melo, a fé desempenha um papel significativo na busca por forças para enfrentar adversidades.

A fé pode fornecer um senso de propósito e esperança, aspectos muitas vezes abalados pela depressão. Entretanto, é importante lembrar que, independente da religião, a fé deve ser aliada a tratamentos clínicos quando necessário.

Como a fé pode ajudar:
    • Sentido de propósito — A crença em um propósito maior pode oferecer um sentido de direção e significado à vida, mesmo em momentos de sofrimento. 
    • Conexão com algo maior — A fé pode fortalecer o sentimento de pertencer a uma comunidade e de estar conectado a algo superior, diminuindo a sensação de isolamento. 
    • Esperança — A crença em um futuro melhor e a promessa de um conforto além da vida terrena podem oferecer esperança e alívio. 
    • Apoio social — As comunidades religiosas oferecem um sistema de apoio social, onde as pessoas podem compartilhar suas experiências e receber apoio emocional. 
    • Práticas espirituais — Atividades como oração, meditação e participação em rituais religiosos podem promover o bem-estar mental e emocional.
É importante ressaltar que:
    • A fé não substitui o tratamento médico — A depressão é uma doença complexa que requer tratamento profissional, incluindo medicação e psicoterapia. A fé pode ser um complemento valioso, mas não deve ser vista como uma alternativa ao tratamento médico. 
    • A experiência individual varia — A forma como a fé influencia a experiência da depressão varia de pessoa para pessoa. O que funciona para um indivíduo pode não funcionar para outro. 
    • A fé pode ser desafiada — A depressão pode levar a questionamentos sobre a fé e a espiritualidade. É importante permitir-se experimentar esses sentimentos sem julgamento.

Conclusão


Os primeiros sinais de um novo quadro depressivo podem incluir alterações no sono (insônia ou sono excessivo), alterações de humor, como irritabilidade e tristeza permanente, sensação de vazio e angústia, acompanhada de sensação de solidão.

Segundo os especialistas em psicoterapia, a experiência compartilhada por Padre Fábio de Melo não só ilumina sua luta pessoal, mas também oferece um lembrete poderoso sobre a importância do diálogo aberto sobre saúde mental. Seu testemunho destaca a necessidade de apoio coletivo e compreensão, elementos essenciais no caminho para a recuperação.

No caso do Whindersson, muitos são os desafios da profissão e a internação psiquiátrica fortalece a necessidade de conscientização de que, um suporte emocional adequado, uma rede de apoio presente, a terapia contínua e a busca pelo equilíbrio emocional, podem ajudar a desmistificar o tema.

Bem como provocar mais discussões na sociedade, fornecendo evidências concretas de que, independentemente do status social ou profissional, saúde mental é imprescindível para construir a conexão perfeita e saudável entre corpo e mente.

[Fonte: Tudo Rondônia Jornal Eletrônico Independente, original, por Andrea Ladislau é doutora em Psicanalise Contemporânea, Neuropsicóloga. Graduada em Letras - Português/ Inglês, Pós graduada em Psicopedagogia e Inclusão Digital, Administração de Empresas Administração Hospitalar. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras]

Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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