Você já parou para pensar por que muitas pessoas adoram tanto os heróis dos filmes de ação? Por que tantos são os que se identificam com eles e torcem para que eles vençam todas as batalhas?
Será que existe uma explicação psicológica para esse fascínio? Nesta série especial de artigos, estamos explorando esse tema de forma divertida e descomplicada, usando exemplos de filmes famosos. Preparado para embarcar no segundo capítulo dessa jornada de autoconhecimento?
Será que existe uma explicação psicológica para esse fascínio? Nesta série especial de artigos, estamos explorando esse tema de forma divertida e descomplicada, usando exemplos de filmes famosos. Preparado para embarcar no segundo capítulo dessa jornada de autoconhecimento?
Heróis no divã
Os heróis são populares porque representam valores que admiramos, como justiça, bondade e heroísmo. Eles nos inspiram a ser melhores e nos lembram que podemos superar obstáculos.
Agora que você já entendeu que o herói é bem mais do que um rostinho bonito nos filmes, vamos ver mais a fundo as questões que esses personagens trazem. O mais legal é perceber que cada um tem uma demanda diferente, assim como nós, pessoas comuns da vida real.
O próprio Freud (✰1856/✞1939) abordava todos os temas humanos de seu tempo, desde os mais teóricos — como a religião, a arte e a antropologia — até os mais cotidianos, como espetáculos, publicações de atualidades, tradições, anedotas e contos de fadas.
Escreveu um par de livros sobre Moisés, um dos maiores heróis bíblicos. Se vivesse hoje, não teria deixado de analisar os super-heróis, os ídolos da moda e os personagens de filmes e telenovelas.
Escreveu um par de livros sobre Moisés, um dos maiores heróis bíblicos. Se vivesse hoje, não teria deixado de analisar os super-heróis, os ídolos da moda e os personagens de filmes e telenovelas.
Com base nos estudos freudianos, podemos afirmar que os diversos super-heróis podem ter significados políticos — construídos com diversas características de anormalidade mental ou com superpoderes simbólicos (como por exemplo as cores americanas no uniforme do Super-Homem) — ou simplesmente psicológicos, com a idealização ou exagero de traços de personalidade ou de momentos do desenvolvimento humano. O mesmo pode ocorrer nos personagens dos contos, dos quadrinhos, da TV e do cinema.
Hulk e sua psique
O Hulk é um super-herói fictício que aparece nas histórias em quadrinhos americanas publicadas pela Marvel Comics. O personagem foi criado por Stan Lee (✰1922/✞2018) e Jack Kirby (✰1917/✞1994) e apareceu pela primeira vez em "The Incredible Hulk #1" (maio de 1962).
Ao longo de suas aparições em quadrinhos, o Hulk é retratado como um grande humanoide verde que possui imensa força sobre-humana e grande invulnerabilidade, atributos que se tornam mais potentes quanto mais irritado ele fica.
Hulk é o alter ego de Bruce Banner, um físico socialmente retraído e emocionalmente reservado que se transforma fisicamente no Hulk sob estresse emocional e outras circunstâncias específicas à vontade ou contra ele; essas transformações involuntárias levam a muitas complicações na vida de Banner. Quando transformado, o Hulk geralmente age como uma personalidade dissociada separada de Banner ou seja, um típico caso de dupla personalidade.
Ao longo das décadas de histórias do Hulk, o Hulk foi representado com várias personalidades baseadas na psique fraturada de Hulk e Banner, variando de selvagem irracional a guerreiro brilhante, e Banner assumiu o controle da forma do Hulk ocasionalmente.
Banner se transforma no Hulk pela primeira vez após ser pego na explosão da bomba gama que ele inventou enquanto salvava Rick Jones, um jovem que havia vagado pelo campo de testes.
Banner se transforma no Hulk pela primeira vez após ser pego na explosão da bomba gama que ele inventou enquanto salvava Rick Jones, um jovem que havia vagado pelo campo de testes.
Hulk por Hulk
"Humanos estúpidos, estúpidos! Vocês chamam o Hulk de 'monstro'! Vocês chamam o Hulk de 'sem cérebro!' Mas vocês machucariam o Hulk quando ele só quer ser deixado em paz.
Vocês são mais monstros que o Hulk! E quando o Hulk os esmaga, vocês voltam para mais! Isso os torna mais sem cérebro que o Hulk.
Nada pode machucar o Hulk! Eles sabem disso! Eles têm inveja do Hulk! Eles não vão descansar até que o Hulk seja tão insignificante e impotente quanto eles! O que significa que eles não vão descansar por um longo tempo." ― Hulk
Quando pensamos em Hulk, pensamos no seu bordão "Hulk esmaga!" Mas Hulk não esmaga sempre, na verdade.
Em uma cena muito famosa, o Capitão América diz a Bruce Banner, versão humana do Hulk, que aquela é uma boa hora para ficar com raiva. Afinal, estão em uma luta, e o "grandão verde" seria útil naquele momento. É quando Banner revela seu segredo: ele está sempre com raiva.
Se ele está sempre com raiva, como não é o Hulk o tempo todo? Simples: ele foi desenvolvendo técnicas de controle de raiva. E essa ideia é tão útil para todos nós que não tinha como a gente não falar dessa situação!
Quando estamos com raiva, tudo que temos vontade é de explodir, liberar esse sentimento ruim e atacar tudo que está a nossa volta. Contudo, sabemos que isso não é saudável e que pode causar danos para nós e para os outros. Por isso, técnicas de controle de raiva são vitais para dar vazão do jeito certo.
Opções para isso são a respiração diafragmática, a técnica de grounding e a meditação. Além disso, é útil entender e aceitar que ficar com raiva é algo normal e não precisa causar culpa ou vergonha. É tudo sobre saber dosar suas reações, certo?
Momento nostalgia
O Incrível Hulk, a série
Abertura da série de televisão
A série televisiva "O Incrível Hulk", foi ao ar nos Estados Unidos de 1977 a 1982, e foi uma bem sucedida adaptação de um herói de quadrinhos para a TV, apesar de ter sofrido mudanças radicais em relação a HQ original.
Na história da TV, saem o cientista Bruce Banner e a explosão de uma bomba gama. Entra em cena o médico (e também cientista) David Banner, interpretado por Bill Bixby (✰1934/✞1993).
Durante uma pesquisa, ele descobre que pessoas expostas a raios gamas vindos do sol liberam uma força oculta em momentos de estresse. Em uma simulação em seu laboratório, Banner se expõe a uma overdose dos raios, mas ele só notará os efeitos quando tenta trocar um pneu na chuva e destrói o carro, em um momento de ódio.
Durante uma pesquisa, ele descobre que pessoas expostas a raios gamas vindos do sol liberam uma força oculta em momentos de estresse. Em uma simulação em seu laboratório, Banner se expõe a uma overdose dos raios, mas ele só notará os efeitos quando tenta trocar um pneu na chuva e destrói o carro, em um momento de ódio.
O "Hulk" era protagonizado por Lou Ferrigno, um fisiculturista de quase 2 metros de altura que tinha de passar horas em um trailer refrigerado durante as gravações para evitar estragar a maquiagem verde que tinha pelo corpo.
Na história, Hulk é perseguido por Jack McGee (Jack Colvin — ✰1856/✞1939), um jornalista sensacionalista, o que o faz David Banner se mudar de cidade a cada episódio, o que o obriga a arranjar novos empregos e a trocar de sobrenomes.
Na história, Hulk é perseguido por Jack McGee (Jack Colvin — ✰1856/✞1939), um jornalista sensacionalista, o que o faz David Banner se mudar de cidade a cada episódio, o que o obriga a arranjar novos empregos e a trocar de sobrenomes.
Bill Bixby já era um ator de renome quando foi escalado para aquele que seria seu papel mais famoso, o de David Banner, na adaptação televisiva da história em quadrinhos do Hulk (criada por Stan Lee e Jack Kirby).
Kenneth Johnson, o criador da série, disse que Bixby era o único ator que poderia fazer o papel, e insistiu em sua contratação. A série foi um grande sucesso, e valeu ao ator uma enorme popularidade, apesar de já ser um veterano nas telas.
Kenneth Johnson, o criador da série, disse que Bixby era o único ator que poderia fazer o papel, e insistiu em sua contratação. A série foi um grande sucesso, e valeu ao ator uma enorme popularidade, apesar de já ser um veterano nas telas.
Em 1991, Bill Bixby foi diagnosticado com câncer de próstata, e submetido a tratamento. No dia 21 de novembro de 1993, faleceu, com apenas 59 anos de idade. Essa versão televisiva do Hulk, é a minha preferida.
Conclusão
O que podemos aprender com o Hulk?
Temos de abraçar as incertezas da vida, afinal esta é uma das poucas certezas que ela guarda, mas ainda assim, muitos de nós não aceitam este fato e acabam sem saber lidar com as suas emoções.
Tendemos a dividir as emoções em extremidades, sentimentos bons ou ruins e acolher somente os bons, ignorando aqueles que consideramos ruins. Isso faz com que muitas vezes nem consigamos reconhecer os nossos sentimentos e o real motivo dele estar presente em nossas vidas. Quando classificamos as nossas emoções corretamente temos maior capacidade de discernir a causa exata dos nossos sentimentos.
Quando ignoramos os nossos sentimentos eles se tornam mais poderosos e tendem a nos controlar, mesmo que inconscientemente. As dores internas sempre vem à tona, e às vezes nos momentos mais inoportunos.
O que precisamos aprender, assim como o Hulk, é acolher os nossos sentimentos, até mesmo os que consideramos ruins. Emoções contém indícios das coisas que realmente são importantes para nós, que estão ligadas essencialmente com os nossos valores. Quando recebemos alguma notícia que gera em nós uma sensação ruim significa que aquilo tem real importância para a a gente.
A aceitação incondicional das nossas emoções, sem exceção, é o pilar da resiliência, do crescimento e da autêntica felicidade.
[Fonte: Universo Marvel; Psicanálise Blog]
Continuamos no próximo capítulo.
Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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E nem 1% religioso.

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