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quinta-feira, 4 de novembro de 2021

BIOGRAFIA DOS HERÓIS E HEROÍNAS DA FÉ — JHON HUSS (✰1369 [1372 ou 1373]/✞1415)

Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência, perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou; E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições" (2 Timóteo 3:10-12).
Poucos são, além do próprio Cristo e seus apóstolos, é claro, viveram tão contextualmente essas orientações nada, digamos, atraentes que Paulo dá a seu discípulo, o jovem pastor Timóteo.

Nascido em Hussinec, na Boêmia, hoje Tchecoslováquia, em 1373(?), de uma família pobre que vivia da agricultura. John Huss recebeu boa educação elementar e cursou na Universidade de Praga (capital atual da República Tcheca), onde terminou seu mestrado em Filosofia no ano de 1396.

Dois anos depois, Huss começou ensinar na Universidade, e em 1401, veio a ser o seu reitor. Em 1400, Huss foi separado como padre e foi-lhe entregue a responsabilidade da prestigiada Capela de Belém.

Após o casamento do rei inglês, Ricardo II da Inglaterra com Ana, filha do imperador Carlos IV da Boêmia em 1382, os ensinamentos de Wycliff foram logo introduzidos no país. Estudando-os bem de perto, Huss começou não só a pregar, como também traduzir as obras de Wycliff na língua Tcheca.

Do intelectualismo à fé


Em 1369(?), John Huss nasceu em uma pequena cidade da Boêmia (região entre o sul da Alemanha e o oeste da República Tcheca), onde ele teve uma infância muito pobre.

Apesar da sua pobreza ele era um garoto brilhante e sonhava em ser um oficial da Igreja Católica, forma comum de ganhar dinheiro naquela época. Seguindo seu sonho de um futuro financeiramente confortável, Huss entrou muito cedo, ainda adolescente, para a universidade de Praga.

É dito que, enquanto entrava na universidade pela primeira vez, sua mãe o retirou para um lugar afastado e orou por ele, para que Deus o fizesse um instrumento em suas mãos. Talvez ela não tenha vivido para ver quão amplamente Deus responderia sua oração!

Durante seus anos de estudo Huss adquiriu dois bacharelados, em Letras e Teologia, e seu mestrado em Teologia. Com o passar do tempo passou a se tornar um dos intelectuais mais respeitados de Praga.

Durante seu tempo na universidade ele também fez um grande amigo, que é conhecido na história como Jerônimo de Praga (✰1379/✞1416) e era um pregador eloquente e viria a ser um grande complemento para o seu ministério.

Certa vez, Jerônimo fez uma viagem para a Inglaterra e lá conheceu os materiais de John Wycliffe (✰?/✞1384), que o encantaram e, com o encorajamento da Rainha da Inglaterra, decidiu trazê-los consigo para Praga.

Oposição ao monopólio religioso


Pregador e Precursor da Reforma em 1403, John Huss se propôs a reformar a Igreja Romana na Boêmia, ensinando que o papado não tinha nenhuma autoridade de oferecer a remissão dos pecados através da venda de indulgências, como também questionou a legitimidade dos dois papas rivais Gregorio XII (✰1020/✞1085) e Alexandre V. (✰1339/✞1410).

Por esta razão, em 1408, os incontentos padres e colegas da Universidade de Praga condenaram a Huss, e como resultado, foi proibido de exercer suas funções eclesiásticas em Praga.

Perseguição e oposição da Igreja Católica


Nesse período, ele pregava semanalmente na Capela Betel, em Praga. Foi do púlpito dessa pequena capela que os ensinos reformados, agora iluminados e incendiados pelo Espírito Santo, começaram a impactar o mundo.


Seu ensino se tornou tão conhecido que chegou aos ouvidos da igreja Católica em Roma e causou tanto incômodo que o chamaram para uma audiência. A proposta era que seus ensinos fossem avaliados por um juri que definiria se ele seria classificado ou não como herege, o que significaria morte certa pra ele.

A intimidação se inicia durante o seu exílio, Huss teve a oportunidade de concluir uma de suas obras mais importantes, "De Ecclesia". No ano de 1414, os líderes da Igreja Romana se reuniram para um Concílio em Constança (atualmente na Alemanha), e John Huss foi convocado a comparecer a fim de esclarecer seus ensinos controversiais com o da Igreja. 

Huss, sabendo do risco, não compareceu. Entretanto, a igreja Católica realizou a audiência mesmo na sua ausência, resultando em sua condenação como herege.

Nesse período, as autoridades religiosas estavam tão profundamente incomodadas que colocaram a cidade de Praga sob um "interdito", que na superstição católica significa que as portas do céu estariam fechadas para as pessoas daquela cidade.

Essa estratégia funcionou e as pessoas de Praga expulsaram John Huss para reverter o "interdito".

John Huss então se tornou um pregador itinerante, espalhando a verdade do evangelho transformador de Cristo pelas cidades da Boêmia. Quanto mais a Igreja Católica tentava silencia-lo, mais seu ministério prosperava.

Depois de algum tempo, o "interdito" havia sido retirado de praga e Huss voltou para a Capela Betel, pregando com ainda mais zelo, agora direcionando sua atenção contra a venda da salvação por meio das indulgências.

Mais uma vez a igreja apelou para a superstição, declarando um novo "interdito", fazendo com que Huss saísse mais uma vez da Capela Betel. Agora para nunca mais voltar.

Um ano depois, ele recebe novas acusações de estar ensinando heresias; mas não para de pregar na Capela de Belém. Em 1411, Huss é excomungado de sua congregação, e todos os cultos, cerimônias de batizado e funeral foram anulados. Tal ato trouxe grande revolta nos cidadãos de Praga, os quais defenderam a Huss.

O cúmulo da corrupção papal sucedeu em 1412, quando João XXIII (✰1881/✞1963) lançou uma cruzada contra o Rei Ladislau de Nápoles (✰1370/✞1419), e ofereceu a remissão completa de pecados a todos os que participassem na guerra, ou a venda da indulgência para os que a suportassem. 

Ao ouvir tal notícia contrária a todos os preceitos bíblicos, Huss se levanta e ataca o papado de usar sanções espirituais e indulgências para fins pessoais e políticos. Em contra-ataque, Jan Huss foi excomungado de Roma e obrigado a deixar Praga.

O imperador Boêmio, Sigismund, prometeu salvo-conduto, mas, após um mês em Constança, os seguidores do Papa João XXIII o prenderam, e ele foi impelido pelo Concílio de se retratar. 

Huss permanceceu preso durante os sete meses de seu julgamento, e pouca oportunidade foi-lhe dada de se defender. Por não voltar atrás, John Huss foi condenado como hereje, despido e queimado na estaca fora da cidade no dia 6 de julho de 1415.

Seu martírio em defesa da Verdade


Nessa época, havia uma grande confusão na igreja Católica, porque três homens diziam ser papas. Por isso, foi organizado em 1415 o Concílio de Constança, com a finalidade de resolver a questão da autoridade na igreja Católica.

Entretanto, o principal motivo do concílio era "limpar a igreja de heresias". Foi nessa ocasião que condenaram John Wycliffe à fogueira mesmo já estando morto (queimaram, então, seus ossos). Também chamaram Huss, para prestar esclarecimentos.

Para garantir que Huss estivesse presente, a Igreja Católica lhe ofereceu um Salvo Conduto (uma garantia de que ele não seria preso ou morto). Mas ao chegar em Constança ele foi capturado, algemado e lançado em uma masmorra. Haviam mentido para ele.

Depois de muitas semanas, enfraquecido e enfermo pelos sofrimentos na masmorra, foi levado a julgamento para defender-se das acusações feitas contra ele para, por fim, ser condenado. Quando oferecido a oportunidade de renunciar seu ensino, ele disse com muita simplicidade:
"Não posso. Apelo a Jesus Cristo, o único juiz que é poderoso e totalmente justo" (grifo acrescentado para efeito de ênfase).
Assim, o vestiram com uma roupa sacerdotal, zombaram dele e fizeram uma coroa de papel com desenhos de demônios para o coroarem. Por fim, o levaram para o local onde seria queimado.

Mais uma vez disseram 
"retrate-se, renuncie seus ensinos e você sairá daqui caminhando"
ao que ele respondeu:
"De que erros eu me retrataria? Deus sabe que a evidência contra mim é falsa. Eu nunca pensei ou preguei, exceto com a única intenção de, se possível, ganhar os homens dos seus pecados."
Uma das autoridades católicas bradou: 
"John Huss, nós, agora, entregamos tua alma ao diabo"
mas ele disse:
"Senhor Jesus, em tuas mão eu entrego meu espírito, porque tu me redimiste."
Um costume dos carrascos naquela época era acender o fogo por trás. Entretanto, Huss disse ao seu executor:
"Pode vir pela frente. Se estivesse com medo, não estaria aqui."
O nome Huss na língua Boêmia significa "ganso". Então, quando acenderam a fogueira, ele declarou:
"Hoje vocês estão queimando um ganso. Mas em cem anos vocês se defrontarão com um cisne, e ele vocês não poderão queimar."
Assim, em 1415, morria John Huss, queimado junto com seus livros, cantando um cântico que dizia: 
"Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim".
Precisa mais alguma coisa?

Conclusão

O legado que nos toca ainda hoje


Quero te convidar a pensar sobre suas últimas palavras. Porque quando olhamos para a história da Igreja percebemos que, mais do que apenas um desejo no seu coração, ele estava fazendo uma declaração profética.

Isto porque, no ano de 1517, literalmente cento e dois anos após a sua morte, um homem chamado Martinho Lutero prega 95 teses contra as doutrinas da Igreja Católica na porta da igreja do castelo de Witemberg. 

A igreja estava se deparando com um cisne que eles não poderiam queimar


Esse aspecto profético da morte de Huss nos mostra que, muito mais do que um agir humano, político, religioso, havia um agir de Deus. Poucos estiveram atentos e dispostos a dizer sim e pagar o preço. Mas Deus usou poderosamente aqueles que fizeram.

Huss morreu cantando o hino em grego "Kyrie Eleeson (Senhor, tem misericórdia)" — que hoje, inclusive, é cantada como um "ato penitencial" da própria Igreja Católica. O local de sua morte é marcado até hoje com uma pedra memorial. 

Como Wycliff, Huss lutou pela reforma da Igreja pagando o preço com sua vida. Os perseguidores destruíram o corpo, mas não os ensinos de Huss, que foi espalhado por toda a Europa por seus discípulos mais radicais, conhecidos como Taboritas. 

Estes rejeitaram tudo na fé e na prática da Igreja Romana que não se encontrasse na Bíblia. Destes discípulos surgiu a Igreja Moraviana, a qual tornou-se mais tarde numa das igrejas de mais visão missionária da História da Igreja. O resultado do trabalho de Huss e de tantos outros foi vista um século depois, na pessoa de Lutero.

Que muitos estejam atentos ao mover de Deus em nossos dias. Digamos sim ao seu chamado e sejamos um canal de transformação. Huss nos ensina isso ainda hoje com seu exemplo. Hoje sua estátua se levanta no mesmo lugar onde um dia ele foi queimado, nos lembrando das palavras de Jesus, que disse:
"Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós" (Mateus 5:11).
[Fonte: Estudos Bíblicos e Devocionais por Filipe Merker]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

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