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segunda-feira, 15 de novembro de 2021

ACONTECIMENTOS — ESPECIAL: 132 ANOS DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA, QUAIS OS BENEFÍCIOS PARA A IGREJA CRISTÃ?

"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor, cujo povo ele escolheu para si mesmo. O Senhor olha desde os céus e vê toda a humanidade. Da sua morada observa toda a gente. (...) 
Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação" (Salmo 33:12-14; Romanos 13:1,2).
Você sabia que a proclamação da República no dia 15 de novembro em 1889 foi importante não somente para o país, mas também para a expansão do trabalho de distribuição da Bíblia Sagrada?

Os benefícios da Proclamação da República


Passados mais de um século da Proclamação da República, a sociedade brasileira pergunta se os seus ideais e os seus propósitos foram e têm sido realizados. A saber:
  • A igualdade de todas e todos perante a lei;
  • A isenção de privilégios de classes, grupos e categorias sociais;
  • A livre expressão de ideias sem censuras e medos;
  • O acesso universal à educação, moradia, segurança e saúde;
  • O exercício da cidadania plena (política e social) por parte dos seus cidadãos e cidadãs;
  • O respeito às diferenças e à diversidade;
  • A distribuição igualitária de renda e 

O Estado laico.


Um dos pontos de partida para desvendar os motivos da expansão evangélica envolve análises comparativas com o funcionamento da igreja católica, cujas relações com o que hoje é denominado Estado remontam à chegada dos portugueses em 1500, acompanhados de integrantes do clero. 

Até o final do Império, eram os religiosos católicos os responsáveis por atividades de registro civil (nascimentos, casamentos e mortes) e pelo gerenciamento de boa parte das escolas, hospitais e cemitérios. 

Com o processo de secularização, ou seja, a separação oficial entre Igreja e Estado, a partir da Proclamação da República em 1889 e, mais especialmente, com a Constituição de 1891, muitas escolas e cemitérios passaram a ser administrados por organizações públicas. 

Nova mudança viria com a promulgação da Constituição Federal, em 1988. Na ocasião, houve uma ruptura no entendimento da nação brasileira como sincrética e católica. Tal ruptura desencadeou um processo de valorização do pluralismo religioso, motivando diferentes doutrinas, entre elas a evangélica, a buscar formas de ampliar sua visibilidade na sociedade.

Uma nova República, porém, ainda com velhos conceitos


Olhando para a sua história repleta de tensões, a resposta fica distante de ser positiva. Foram ciclos de crises políticas e sociais causadas pelos conflitos de interesses entre as elites dominantes e por tentativas de exclusão de maior e efetiva participação política das classes subalternas e médias, tanto no campo como na cidade. 

Ao todo foram sete constituições, vários golpes e tentativas de golpes, uma guerra civil, pelo menos duas ditaduras e cinco presidentes que não completaram o mandato (sendo que um suicidou-se e dois saíram por impeachment).

A República herdou uma sociedade desigual, racista, sexista e marcada pelas práticas de corrupção em todos os níveis, e esta herança ainda permanece, sobretudo oprimindo os/as mais empobrecidos/as e as minorias. 

Mesmo havendo avanços em todos os níveis, este processo se caracterizou como sendo uma modernização conservadora, ou seja, moderniza-se, mas se mantém os privilégios e as desigualdades.

No entanto, foram as forças e as pressões oriundas dos movimentos sociais, dos partidos políticos, dos sindicatos, das camadas médias urbanas e das populações periféricas submetidas à violência e à desigualdade, junto com as manifestações culturais ricas e plurais, que tornaram o Brasil uma sociedade paradoxalmente alegre e criativa, com uma capacidade de superação singular dos seus problemas mais agudos e estruturais.

Neste cenário, perguntamos: E os protestantes e evangélicos em relação à República? Inicialmente, foram apoiadores propositivos à República. Defenderam bandeiras, como o voto feminino, a alfabetização universal e a educação, a democracia, o estado laico e a liberdade religiosa, influenciados/as pelo Evangelho Social das primeiras décadas do século XX. 

Fundaram igrejas, escolas, universidades, hospitais e uma imprensa crítica, inserindo no cotidiano outras práticas religiosas e sociais. De fato, em coerência com a história e o legado teológico reformado, quem mais deveria afirmar a república em seus propósitos e ideais mais humanos de justiça e de igualdade seriam os protestantes e evangélicos.

No entanto, sobretudo após o golpe de 1964 e o regime militar, os evangélicos, mesmo com exceções proféticas de lutas e resistências até hoje, tornaram-se aliados, em sua maioria, a um projeto de república excludente e mantenedor da desigualdade social. 

Esse posicionamento coincidiu com o crescimento numérico exponencial no período da Nova República (1988-2016), a conquista de espaço no campo político e midiático e a hegemonia de um discurso fundamentalista e autoritário.

E, contrariamente ao seu legado reformado de liberdade de pensamento e de tolerância, os evangélicos, em suas expressões eclesiásticas e manifestações no espaço público (político, cultural e midiático), posicionam-se reativamente contrários às necessárias mudanças e transformações sociais e políticas, na direção de uma sociedade mais justa, equânime e pacífica. 

Conclusão


Esta realidade evangélica mais ampla, entretanto, se contrapõe às muitas ações e práticas invisíveis à grande mídia, por parte de igrejas e de movimentos atuantes nas bases e nas periferias, servindo e cuidando das pessoas que sofrem injustiças e violências.

Eis, portanto, um tempo de autocrítica, de revisitação dos pressupostos reformados e de posicionamentos mais críticos ante as contradições de uma república que ainda não aconteceu. Isto para que 
"...corra o juízo como as águas, e a justiça, como ribeiro perene" (Amós 5:24).

[Fonte: Expositor Cristão, por Lyndon Araújo Santos | Pastor da Igreja Evangélica Congregacional de São Luis/MA, Doutor em História, professor do Departamento de História da UFMA, desde 1995.]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. Não confuda avanço na vacinação e flexibilização com o fim da pandemia

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