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sexta-feira, 10 de setembro de 2021

ACONTECIMENTOS — ESPECIAL: OS 20 ANOS DOS ATAQUES TERRORISTAS QUE ABALARAM O MUNDO

O que você estava fazendo em 11 de setembro de 2001 no momento em que o primeiro avião atingiu as Torres Gêmeas?

Eu me lembro como se fosse hoje. Estava começando o meu expediente de trabalho na sede da Telemar, a já extinta companhia de telefonia de Minas Gerais, antiga estatal, hoje privatizada como a empresa Oi.

A sede da empresa era no conhecido prédio aqui de Belo Horizonte (MG), localizado no alto da avenida Afonso Pena, 4001 no bairro Serra, onde hoje funciona uma unidade do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). 

Naquela fatídica manhã, de um dia que até então parecia normal, eu me encontrava no andar térreo, no refeitório da empresa e quando vi aquelas imagens sendo exibidas pela televisão, pensei que se tratasse do anúncio de mais uma das muitas produções de guerra do cinema hollywoodiano. Mas não, as imagens eram reais. Terrível e pertubadoramente reais.

2001, o ano que em que o mundo parou



Ainda que tenham se passado 20 anos dos ataques, difícil quem não lembre daquele trágico momento que entrou para a história. O 11 de setembro é como conhecemos os atentados terroristas realizados pela Al-Qaeda contra as Torres Gêmeas e contra o Pentágono no dia 11 de setembro de 2001. Nesse atentado, fundamentalistas islâmicos sequestraram aviões comerciais e lançaram-nos contra os alvos citados, resultando em milhares de mortos.

Os ataques


Dois aviões comerciais sequestrados foram arremessados contra dois edifícios do complexo World Trade Center, em Nova York, causando a morte de cerca de 3 mil pessoas. No mesmo dia, um terceiro avião comercial sequestrado foi arremessado contra o edifício do Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA, e um quarto avião comercial sob controle de terroristas caiu na Pensilvânia antes de chegar ao seu suposto destino, a Casa Branca, residência oficial do presidente americano, à época, o republicano George W. Bush.

As imagens foram veiculadas pelas emissoras de televisão do mundo todo, retratando ao vivo o choque do segundo avião contra a torre do World Trade Center.

O dia do ataque

O atentado de 11 de setembro foi organizado pela Al-Qaeda durante anos e inserido dentro do conceito de jihad (ideia de guerra santa que faz parte da religião islâmica e que é explorada pelos grupos fundamentalistas). O ataque foi muito bem planejado e usou 19 terroristas para sequestrar os aviões comerciais e cumprir seus propósitos.

O primeiro alvo dos terroristas no 11 de setembro foram as Torres Gêmeas, que faziam parte do complexo do World Trade Center.

Os terroristas embarcaram em quatro voos diferentes que decolaram da costa leste dos Estados Unidos e que pousariam na Califórnia. Os quatro voos eram de diferentes empresas aéreas norte-americanas, a American Airlines (AA) e a United Airlines (UA). Os voos eram os seguintes:
  • Voo 11 da AA — Esse voo decolou de Boston e ia para Los Angeles. Foi o primeiro avião a colidir contra as Torres Gêmeas e atingiu a Torre Norte.
  • Voo 175 da AA — Esse voo também decolou de Boston e ia a Los Angeles. Foi o segundo avião a colidir contra as Torres Gêmeas e atingiu a Torre Sul.
  • Voo 77 da AA — Esse voo decolou de Washington e ia para Los Angeles. Foi lançado contra o Pentágono.
  • Voo 93 da UA — Esse voo decolou de Newark e ia para São Francisco. Seria lançado contra o Capitólio, mas caiu antes de atingir seu alvo.
Tudo começou com o embarque dos 19 terroristas (sim, apenas 19 terroristas e a única arma que usaram contra a tripulação foram pequenos estiletes!) nos voos citados. Depois que as aeronaves estavam no espaço aéreo americano, os terroristas tomaram controle delas para realizar o plano. O voo 11 da AA decolou às 07:59 e, logo depois, às 08:46, foi lançado contra a Torre Norte do World Trade Center.

W. T. C.


Imagem das Torres Gêmeas antes dos atentados de 2001
O World Trade Center era um complexo formado por sete edifícios, sendo as Torres Gêmeas as mais conhecidas. Esse complexo tinha sido inaugurado em 1973 e era um dos cartões-postais de Nova Iorque. O complexo ficava no centro financeiro dessa cidade e, na hora do ataque, cerca de 15 mil pessoas estavam no prédio.

Poucos minutos depois, às 09:03, o voo 175 da AA foi lançado contra a Torre Sul do World Trade Center. O ataque à segunda torre ampliou o grau de devastação do atentado e aumentou o número de mortos em Nova Iorque. Às 09:37, o voo 77 da AA foi lançado contra o Pentágono, prédio que sediava o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

A essa altura, a informação de que o país passava por um atentado terrorista já era do conhecimento das autoridades e das pessoas comuns — como as que estavam no voo 93 da UA. Os passageiros que estavam nesse voo conseguiram comunicar-se com conhecidos fora do avião e ficaram sabendo do que se passava.

Os passageiros do voo 93 acabaram rebelando-se contra os terroristas, que optaram por lançar o avião na zona rural de Shanksville, localizada no estado da Pensilvânia, às 10:03. O alvo desse voo era o Capitólio, centro do Poder Leegislativo dos EUA.

O voo 77 da American Airlines foi lançado contra o Pentágono, resultando na morte de 125 pessoas.

Uma vez que os ataques estavam em curso, as autoridades intervieram para minimizar a quantidade de mortos e para resgatar feridos. Logo após o ataque à primeira torre, a imprensa começou a fazer a cobertura do atentado e, no momento em que a segunda torre foi atacada, as imagens foram transmitidas ao vivo para o mundo.

A transmissão do desdobramento dos ataques contra as Torres Gêmeas acompanhou o trabalho de resgaste e o incêndio que atingiu o prédio. O incêndio estendeu-se por alguns minutos nos mais altos andares das Torres Gêmeas e resultou no superaquecimento da estrutura do prédio, que não suportou e desmoronou.

Às 09:59, a Torre Sul desmoronou e, às 10:28, a Torre Norte também desmoronou. A respeito do momento do ataque contra o Pentágono, as imagens disponíveis são muito precárias. Também não existem imagens disponíveis sobre o momento da queda do voo 93 da UA.

Saldo dos ataques


Imagem real do momento dos ataques. George Sims (o segundo da esquerda para a direita), à época com 46 anos, após ser dado como uma das vítimas dos atentados, foi encontrado vivo um ano depois, sofrendo de amnésia e esquizofrenia 
Após realizado todo o trabalho de contagem das vítimas, concluiu-se que o atentado de 11 de setembro resultou em 2996 mortes, das quais 2606 são de pessoas que morreram em Nova Iorque, 125 morreram no Pentágono, 246 morreram nos aviões (tripulação e passageiros inclusos). Por fim, contabiliza-se também a morte dos 19 terroristas.

Além disso, esse foi o primeiro grande ataque que os Estados Unidos sofreram em seu território desde o ataque realizado pelos japoneses contra a base naval de Pearl Harbor, em 1941.

Quem foram os autores do ataque?


 Estima-se que pelo menos 200 pessoas tenham pulado dos prédios devido ao forte calor e à fumaça. Entre elas Jonathan Briley, que aparece na foto abaixo. Ele ficou conhecido por esse registro do fotógrafo Richard Drew, chamado posteriormente de The Falling Man (O Homem em Queda).
O atentado de 11 de setembro foi realizado pela organização terrorista conhecida como Al-Qaeda. Essa organização surgiu no final da década de 1980, durante a Guerra do Afeganistão, e tinha em Osama bin Laden (☠1957/☠2011) um de seus fundadores e seu líder.

Outro nome importante na organização do atentado foi o de Khalid Sheikh Mohammed. Ele é considerado o arquiteto do ataque e atualmente está preso à espera de julgamento pelo seu papel no 11 de setembro. Acredita-se que o julgamento de Khalid deverá acontecer em algum momento de 2021.

Motivações para o ataque


Podemos considerar que o grande motivo do ataque foi o extremismo de bin Laden e sua organização. Esse extremismo considerava os Estados Unidos como um grande inimigo por causa da presença de tropas americanas no Oriente Médio. A relação de Osama bin Laden com os Estados Unidos remonta à década de 1980.

No final da década de 1970, motivados pelo contexto da Guerra Fria, os americanos passaram a investir em forças de oposição no interior do Afeganistão. O objetivo era enfraquecer o governo comunista daquele país e forçar os soviéticos a intervir na situação (a ideia era fazer a União Soviética gastar recursos em uma guerra).

Os americanos passaram a apoiar grupos reacionários do interior do país, que passaram a receber dinheiro e armas dos EUA. Esses grupos, conhecidos como mujahidin, convocaram um jihad contra os soviéticos — depois que o Afeganistão foi invadido pela URSS —  e começaram a defender ideias conservadoras, o que resultou em fundamentalismo islâmico. No curso da guerra, Osama bin Laden foi convocado a aderir à guerra e, por isso, foi para o Afeganistão.

No final da década de 1980, bin Laden resolveu estender sua luta contra os infiéis para fora do Afeganistão e, por isso, participou da criação da Al-Qaeda. Até aqui, a relação de bin Laden com os americanos era ótima, mas veio a Guerra do Golfo e tudo mudou.

Em 1990, o Kuwait foi invadido pelo Iraque, e a família real kuwaitiana foi abrigada em Riad, capital da Arábia Saudita. A situação azedou as relações entre sauditas e iraquianos e colocou no ar a possibilidade de invasão do território saudita pelas tropas iraquianas. Bin Laden, aproveitando-se disso, ofertou ao governo saudita as suas tropas (da Al-Qaeda) para proteger o território da Arábia.

Os sauditas, por sua vez, recusaram o apoio de bin Laden e aceitaram a ajuda dos norte-americanos. Bin Laden considerou isso uma grande ofensa, afirmando ser um sacrilégio o fato de “infiéis” estarem protegendo o solo sagrado da Arábia Saudita. Ele afirmava que o solo saudita estava sendo profanado. Assim, bin Laden desenvolveu um ódio profundo pelos EUA.

Essa situação levou bin Laden a ser expulso da Arábia Saudita e, por isso, refugiou-se no Sudão e, depois, no Afeganistão, local onde a Al-Qaeda organizou o ataque contra os Estados Unidos como forma de vingança.

Consequências


Em outubro de 2001, tropas americanas invadiram o Afeganistão com o objetivo de derrubar o Talibã do poder.
O atentado de 11 de setembro gerou uma grande comoção nos Estados Unidos, e a reação do governo norte-americano foi imediata. Em outubro de 2001, o exército americano iniciou a invasão do Afeganistão. O objetivo era derrubar o Talibã, o governo (também de orientação fundamentalista) que havia dado abrigo à Al-Qaeda.

A invasão realizada pelos americanos derrubou o Talibã, mas até hoje não normalizou a situação do país. Atualmente ainda existem combates no Afeganistão contra tropas do Talibã, que procura recuperar o poder. A consequência dessa invasão para o Afeganistão foi que, entre 2001 e 2016, só entre civis, cerca de 31 mil pessoas morreram.

No caso dos Estados Unidos, as normas de segurança de voos comerciais tornaram-se extremamente rígidas, e o país tomou medidas duras para combater o terrorismo. Por essa razão, foi criada uma lei chamada de Ato Patriota, que, posteriormente, foi substituída pelo USA Freedom Act.

Com a atualização, chega a 1.647 o número de pessoas identificadas após o ataque terrorista no World Trade Center em 11 de setembro de 2001. O trabalho é resultado de análises contínuas de DNA de restos mortais recuperados no local da tragédia.
"Vinte anos atrás, fizemos uma promessa às famílias das vítimas do World Trade Center de fazer o que fosse necessário pelo tempo que fosse necessário para identificar seus entes queridos. (...) Não importa quanto tempo passe, nunca esqueceremos do 11 de Setembro e nos comprometemos a usar todas as ferramentas à nossa disposição para garantir que todos aqueles que foram perdidos possam se reunir com suas famílias"
ressaltou Barbara A. Sampson, chefe do departamento, em comunicado.

Vítima identificada 20 anos depois


Pedaços dos corpos das vítimas foram encontrados a cinco quarteirões de distância.
Não havia atualização na identificação de vítimas do atentado desde outubro de 2019. Atualmente, 1.106 pessoas - aproximadamente 40% dos que morreram no ataque - ainda não foram formalmente reconhecidas.

'Reabrir velhas feridas'


Segundo a família, Dorothy Morgan trabalhava como corretora de seguros no complexo que entrou em colapso ao ser atingido por dois aviões comerciais sequestrados por terroristas da rede Al-Qaeda. Sem os restos mortais, nunca foi possível fazer um enterro adequado. A filha dela, Nykiah Morgan, se disse surpresa com a identificação duas décadas após a tragédia.
Nykiah Morgan segura a foto de sua mãe
"Eu não sabia que eles ainda estavam tentando fazer isso depois de todos esses anos"
revelou ela em entrevista ao jornal New York Times.

Após o ataque, Nykiah contou que teve esperanças de que a mãe estivesse viva. 

Ela viajou a Manhattan várias vezes procurando por ela, sem sucesso. Em outubro de 2001, Dorothy foi homenageada na igreja que a família frequentava.

Após tantos anos, a filha não tem certeza se quer fazer a retirada dos restos mortais da mãe e teme que o enterro de um caixão com um pequeno fragmento de osso possa afetar ainda mais o luto que viveu. 
"De repente, você tem que decidir o que fazer com um ente querido que morreu há 20 anos. É quase como reabrir velhas feridas. Com o tempo, você sente que está melhorando, mas algo assim acontece 20 anos depois e você tem que lidar com tudo de novo"
lamentou.

De acordo com o jornal, a investigação relacionada ao 11 de Setembro é a maior ação de busca de pessoas desaparecidas já realizada nos Estados Unidos. Durante 20 anos, equipes de peritos têm testado repetidamente 22 mil pedaços de restos mortais encontrados nos destroços.

Conclusão


Memorial às vítimas dos atentados de 11 de setembro, erguido exatamente
no local onde antes estavam as Torres Gêmeas
E, para mostrar que finalmente o círculo se completou, o atual presidente dos EUA, Joe Biden, queria que o 20º aniversário coincidisse com a retirada total das tropas americanas do Afeganistão. 

Como vimos acima, o país foi invadido pela coalizão liderada pelos EUA após os ataques às Torres Gêmeas e ao Pentágono para iniciar a caçada à Al-Qaeda, que executou os atentados, e expulsar os talibãs, grupo que havia oferecido um santuário à rede extremista.

Agora, o símbolo se voltou contra o presidente dos Estados Unidos: às vésperas do 11 de setembro de 2021, os talibãs voltaram a controlar Cabul, depois de uma vitória relâmpago sobre o Exército afegão que Washington se gabava de ter formado, financiado e equipado.

Era tempo de unanimidade. Com quase 3.000 mortos em casa, os Estados Unidos estavam impactados como nunca desde o ataque a Pearl Harbor em 1941, e o país precisava contra-atacar.

Naquele ano de 2001, o mundo entrou no novo milênio. Tanto mais abruptamente quanto uma década terminava, a de 1990, durante a qual os Estados Unidos adquiriram o status um tanto enganoso de superpotência. O fato é que não só os EUA mas todo o mundo aprendeu (ou não?) da maneira mais trágica e mais sangrenta algo que a Palavra de Deus já nos ensina a mais de dois mil anos:
"A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda. Melhor é ser humilde de espírito com os mansos do que repartir o despojo com os soberbos" (Provérbios 16:18,19 — negrito acrescentado para efeito de ênfase).
[Fonte: O Povo; História do Mundo, Por Daniel Neves Silva; Correio Brasiliense]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
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Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

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