ESTOU COM SAUDADE DA IGREJA...

Hoje eu me peguei meditando em um trecho do livro de Apocalipse que fala sobre "abandonar o primeiro amor". Sempre ouvimos muito falar sobre isso, mas, refletindo, cheguei a conclusão que o significado desse "primeiro amor" causa certa confusão de entendimento; pois alguns cristãos podem pensar: como que alguém abandona esse "amor'. Teria alguma coisa a ver com abandonar a fé em Deus?

Muitos ainda pensam que "precisam trabalhar muito para Deus" e ter um ministério muito destacado dentre tantos, para que assim "provem às pessoas" que realmente amam a Deus e estão vivendo no primeiro amor.

Mas na verdade, há um pastor na Bíblia que era imbatível em seu ministério, que desmascarava obreiros falsos, pondo-os à prova, e que não abria mão da fé por nada, nem mesmo passando por sofrimentos. Mas mesmo com todas essas qualidades, o Senhor acabou reprovando-o. Veja o que diz a Bíblia:

"Ao anjo da igreja de Éfeso, escreve: […] 'Eu conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e como tu não podes suportar os que são maus, e tens provado os que dizem ser apóstolos e não o são, e descobriste que são mentirosos; e tens suportado, e tens paciência e por causa do meu nome trabalhaste e não desfaleceste.'

(repare como o perfil deste pastor é imbatível, o que até muitos de nós hoje desejamos alcançar, mas veja as advertências do Senhor a ele nos próximos versículos)

'Todavia, eu tenho algo contra ti, porque deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, portanto, de onde tu caíste, e arrepende-te, e faz as primeiras obras; senão eu virei a ti rapidamente e removerei teu candelabro de seu lugar, se não te arrependeres'" (Apocalipse 2:1-5 — tradução KJF — grifo acrescentado).

E fui aprofundando minha reflexão. Como em uma cerimônia de casamento o véu representa a pureza e a inocência da noiva, que precisam ser protegidas, deve ser a fé das pessoas, que tem de ser sempre mantida.

Ocorre que muitas têm abandonado esta pureza e santidade espiritual e, com isso, têm permitido que o amor e a fé praticados no início da caminhada cristã sejam apagados.

Contudo Deus nunca se esquece e tem saudade dos primeiros anos de fé, da mocidade espiritual e do primeiro amor de Seus Filhos para com Ele, como está descrito em Jeremias 2.2: 

"Assim diz o Senhor: 'Lembro-me de ti, da piedade da tua mocidade, e do amor do teu noivado, quando me seguias no deserto, numa terra que não se semeava'"

Relacionamento com Deus

Eu comparo o chamado "primeiro amor" com o casamento: assim como no amor de um casal, que nos anos iniciais sente paixão, assim é a mocidade da fé de um cristão. Quando a pessoa tem um encontro com Deus, ela se apaixona pelo Espírito dEle, quer sempre estar perto e envolvida com as coisas da fé a todo momento. Assim, durante o primeiro amor, não há atitudes e pensamentos negativos e, dessa forma, a fé da pessoa se mantém pura.

Porém, com o passar do tempo, se não dermos a devida manutenção, a pureza e o amor do nosso "noivado com Deus" por causa de malícia, maus olhos, maus pensamentos, prostituições espirituais ou decepções podem ir diminuindo até acabar. E, assim como um relacionamento fica desgastado por falta de pureza e de bons olhos, acontece também com a fé, que é pura no início, mas envelhece e se torna impura e maldosa.

Quando isso acontece, normalmente ocorre a queda espiritual. Temos que tomar cuidado com as nossas inclinações. A retidão significa que você está andado reto (em linha, em sintonia, conectado) com a vontade de Deus e com um coração íntegro diante dEle, mas se a pessoa permite que uma inclinação ou vaidade entre dentro dela, essa será a razão da sua queda lá na frente. O diabo vai usar isso para derrubá-la. Salomão, por exemplo, teve de tudo, agradou à sua carne e às suas inclinações e, no final, percebeu que tudo era vaidade.

Primícias de Deus

Ah que saudades do tempo que a igreja era Igreja

Quando o cristão tem pureza espiritual Deus consequetementem é colocado em primeiro lugar em sua vida. Deus faz o mesmo com ele: quando nós aceitamos a Palavra de Deus e nascemos dEle, nos tornamos novas criaturas e primícias para Ele. Isso significa que de todos os povos, quando o Altíssimo olha para a Terra, olha primeiro para as suas primícias, assim como um pai procura seu filho na multidão.

Como pode ver, viajei em meus pensamentos e me deu saudades por um momento do tempo que a igreja era Igreja. Ah que tempo bom! O que está acontecendo, será que ela está se perdendo? Ah que saudades do tempo que a igreja era Igreja e te aceitava como você era e não pelo status que você tinha. 

Ah que saudades do tempo que a igreja era Igreja e te apreciava independentemente da  sua profissional ou de seu nível acadêmico. Saudades do tempo que a igreja era Igreja e te recebia de braços abertos sem se preocupar com a quantidade do valor do seu dízimo.

Saudades do tempo que a igreja era Igreja e te aceitava sem se preocupar com qual roupa você estava usando, se tinha vindo a pé, de bicicleta, moto ou num carro velho. Saudades do tempo que a igreja era Igreja e tinha o amor como doutrina maior e não a ganância estampada num sorriso hipócrita. 

Saudades do tempo que a igreja era Igreja e que adorava a Deus com mãos santas, lábios puros e corações sinceros. Ah que saudades do tempo que a igreja era Igreja e te amava mesmo quando você falhava e em vez de te expulsar e jogar pedras te tratava com amor, carinho e perdão.

Saudades do tempo que a igreja era Igreja e que louvava a Deus em espírito e em verdade com hinos e canções que exaltavam o Criador e não a criatura. Saudades do tempo que a igreja era Igreja e recebia a todos como seres humanos merecedores de igual modo da salvação, sem fazer acepção de pessoas. 

Saudades do tempo que a igreja era Igreja aonde as pessoas chegavam antes do culto começar para orar, meditar na palavra e ouvir uma música que acalmava a alma e o espírito. Ah que saudades do tempo que a igreja era Igreja e que pregava por amor e fé crendo na supremacia do Senhor todo poderoso e não por um exuberante cachê. Saudades do tempo em que a igreja era Igreja e tinha na sua liderança pastores e não coaches motivacionais.

Ah que saudades do tempo que a igreja era Igreja e que a humildade e a simplicidade eram maiores que a luxúria e o orgulho. Ah que saudades do tempo que a igreja era Igreja e que as pessoas iam para ouvir a palavra de Deus e não o pensamento e a doutrina dos homens. 

Ah que saudades do tempo que a igreja era Igreja e que pensava mais nas necessidades do próximo do que nos seus banquetes disfarçados de manjares espirituais. Saudades do tempo que a igreja era Igreja onde os cultos eram revestidos com mais oração e unção e menos técnicas e pirotcnias tecnológicas, shows e a comunhão afastava a solidão.

Saudades do tempo em que a igreja era Igreja e bastava a presença do Espírito Santo para atrair os necessitados, aliás, tempo em que a igreja era Igreja e não se preocupava tanto em atrair, mas a ir até os necessitados.

Saudades do tempo que a igreja era Igreja e tinha credibilidade na sociedade. Saudades do tempo que a igreja era Igreja e o pastor supremo era Deus, não homens que se auto proclamam ungidos poderosos exclusivos do Senhor. Saudades do tempo que a igreja era Igreja e vivia como família e não como um gueto, um clube de associados onde àqueles que dão a maior oferta ocupam sempre os primeiros lugares. 

Que saudades do tempo que a igreja era Igreja e a doutrina principal de salvação era apenas as boas novas do Evangelho da Paz, de autoria exclusiva do mestre Jesus Cristo e não falsos dogmas deturpadores da fé.

Que saudades do tempo que a igreja era Igreja e as pessoas andavam com a Bíblia nas mãos ou em baixo do braço e não com um celular se comportando como um cristão zumbi. 

Ah que saudades do tempo que a igreja era Igreja onde os profetas e homens de Deus eram mais admirados que os políticos, pensadores, jogadores, influenciadores, celebridades e mitos atuais. Ah que saudades do tempo que a igreja era Igreja que a família inteira se reunia, cantava, orava e ria e todos cresciam mutuamente.

Ah que saudades do tempo que a igreja era Igreja e que orava sem pedir nada em troca, até porque quem cura e liberta é Deus e isso não tem preço, ou melhor, até teve, e um alto preço, mas já foi pago por Jesus Cristo lá cruz do calvário e a todos é pela graça. Que saudades do tempo que a igreja era Igreja e todos tinham uma só fé, um só Senhor e um só pai, um só Deus que é sobre tudo e todos.

Conclusão

É, gente, eis aí o resultado da minha reflexão durante todo o dia de hoje. Portanto, o primeiro amor não se refere a um amor temporal, ou ao suposto amor que sentimos pelo Senhor no início da caminhada cristã, muito menos ainda no superativismo ministerial, nas barganhas — eu faço por, eu faço se, eu faço quando... —, mas sim na qualidade deste amor, que demonstramos e praticamos constantemente. Ah que saudades do primeiro amor!

A Deus toda glória.

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E nem 1% religioso.

O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.

Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.