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terça-feira, 31 de agosto de 2021

CANÇÕES ETERNAS CANÇÕES — "MAIS PERTO QUERO ESTAR...", SARAH FÜLLER E LOWELL MASON

"Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade" (Salmo 145:18).
Durante muitos anos, somente os homens escreviam hinos, mas, pouco a pouco, as mulheres também começaram a usar o seu talento poético e, hoje, temos muitos hinos escritos por mulheres consagradas a Deus e ao Seu trabalho.

Mas, um dos mais conhecidos em todo o mundo foi o hino escrito por Sarah Flower Adams (☆1805/♰1848). Trata-se do hino "Nearer, My God to Thee" ("Mais Perto Quero Estar, Meu Deus, de Ti").

Foi no ano de 1841 que esta senhora, que estudava muito a Bíblia, ficou tão impressionada com a história relatada no livro de Gênesis (capítulo 28) sobre a visão de Jacó, em Betel, e a escada que alcançava o céu, e os anjos que subiam e desciam por ela, que, inspirada naquela passagem bíblica, resolveu escrever este hino que mais tarde se tornou universalmente conhecido.

Dizem que, quando os visitantes cristãos visitam a Palestina, em chegando a este lugar, Betel (hoje Bira, um território da Jordânia), param e cantam este hino, evocando os acontecimentos impressionantes experimentados por Jacó. As palavras deste hino tem sido um grande auxilio e um grande conforto para muitos crentes em tempos de dificuldades.

A música deste hino foi feita pelo conhecido compositor sacro Lowell Mason (☆1792/♰1872), autor de inúmeras outras músicas e que se tornou famoso pelos seus excelentes trabalhos. Durante a sua vida teve muitos cargos de importância e foi o fundador da Academia de Música de Boston.

O tempo e o meio das circunstâncias sobre a inspiração desse maravilhoso hino que, desde então, tem ecoado volta após volta pelo mundo, não são conhecidos: Mas foi provavelmente durante algum período de provação particular, quando seu espírito foi elevado através da tristeza quase acima do seu corpo terreno. Ela mal sonhava que seu hino, seria ouvido através dos tempos.

A letra

Tradução e adaptação

A letra que temos hoje neste maravilhoso e inspirado hino cristão, foi adaptada pelo luterano João Gomes da Rocha (☆1861/♰1947). Ele omite duas estrofes alusivas à letra original, que constam no hinário "Aleluia" (Imprensa Metodista). Conheça as duas estrofes omitidas:
       "Minha alma cantará a Ti Senhor!
        Pedia em Betel, porei, marco de amor
       Sempre hei de suplicar, mais perto quero 
       estar
       Mais perto quero estar, meu Deus, de Ti!

      E quando a morte enfim, me vier chamar
      Nos céus com serafins, irei morar
      Óh! Quão feliz serei, perto de Ti, meu Rei
      Perto de Ti, meu Rei, meu Deus, de Ti!" 

Vamos à letra traduzida, que consta no hinário da Harpa Cristã (é o de número 187) e que já foi regravada aqui no Brasil por nomes conhecidos da música gospel como a banda Resgate (versão muito top, sou fã da banda Resgate), Nívea Soares (uma das minhas interpretações preferidas), André Valadão, Mattos Nascimento (Mattos leva o hino com uma pegada mais reggae, um estilo que ele gosta muito, ficou bem diferente) dentre outros.

"Mais Perto Quero Estar, Meu Deus, de Ti"


Mais perto quero estar, meu Deus, de Ti,
mesmo que seja a dor que me una a Ti!
Sempre hei de suplicar: mais perto quero estar, mais perto quero estar, meu Deus, de Ti!

Andando triste aqui, na solidão,
paz e descanso a mim teus braços dão.
Sempre hei de suplicar: mais perto quero estar, mais perto quero estar, meu Deus, de Ti!

Minha alma cantará a Ti, Senhor,
cheia de gratidão por teu amor.
Sempre hei de suplicar: mais perto quero estar,
mais perto quero estar, meu Deus, de Ti!

E, quando a morte enfim me vier chamar,
com o Senhor, nos céus, irei morar.
Então me alegrarei perto de Ti, meu Rei,perto de ti, meu Rei, meu Deus, de Ti!

Os autores

Sarah Flower Adams


Sarah Fuller Flower Adams nasceu em 22 de fevereiro de 1805, na Inglaterra, em Old Harlow. Filha de Benjamin Flower e de Eliza Gould, é a filha mais nova. Teve como irmã a compositora Eliza Flower.

Em 1827, após a morte de seu pai, Benjamin, ela passa a morar com uma família, do Reverendo William Fox, onde se torna colaboradora de uma publicação chamada Monthly repository

Em 1834 casou-se com William Bridges Adams, que era engenheiro ferroviário. Na época, moravam em Loughton — onde, até hoje, há uma placa homenageando o casal.

Já desde cedo Sarah desenvolvia talentos para a composição e poesia. Em 1841 ela cria o seu maior trabalho, que é um dramático poema chamado "Vivia Perpetua", que teve como tema a vida dos primeiros cristãos. Outro trabalho conhecidíssimo é "He sendeth sun, He sendeth shower"

Muitos dos hinos criados por ela foram musicados por Eliza, sua irmã. Nota-se que, diferente de muitos autores, ela não tinha o foco apenas na autoria de músicas, mas também de poemas, dramas e outros textos literários.

Infelizmente, devido a uma tuberculose, Sarah faleceu nova, com apenas 43 anos de idade, em agosto de 1848, na mesma cidade de Harlow. Todos aqueles que conheceram Sarah a consideravam uma mulher de beleza singular, de atratividade, uma verdadeira mulher "feminina", com mente elevada e de alto astral.

Lowell Mason 


Lowell nasceu em Medfield, nos Estados Unidos, em 8 de janeiro de 1792.

Um dos mais importantes nomes da música cristã internacional, compôs mais de, pasmem, mil e seiscentas músicas para os hinos, muitos até hoje cantados. 

Além disso, criou músicas conhecidas como "Mary had a little lamb". Também foi o pioneiro educador musical nas escolas americanas.

Aos 17 anos tornou-se diretor de uma escola de música em sua cidade natal. Tempos depois se muda para Savannah, onde ele trabalhou, inicialmente, num armazém, depois em um banco. 

Mas como a música pulsava forte nele, em pouco tempo estuda música com um professor alemão, e, então, passa a frequentar a Igreja Presbiteriana Independente, onde foi diretor do coral, organista e criador da primeira Escola Bíblia Dominical para crianças negras.

Em 1827 muda-se para Boston, onde, seis anos mais tarde, ajuda a criar a Academia de Música de Boston, Lá ficou até 1845.

Com 59 anos muda-se para Nova York, onde seus filhos passaram a ter um negócio na área da música. Teve uma passagem rápida pela Europa, em 1852. Mas voltou para a cidade norte-americana. Em 1860 muda-se para Orange, onde fica lá até o dia de sua morte, em agosto de 1872.

Um hino e suas [muitas] histórias


É interessante salientar que, durante muitos anos, apenas os homens escreviam hinos. Entretanto, aos poucos as mulheres também começaram a usar o dom de criar poesias e criaram muitos hinos, até hoje cantados. Mas algo que me desperta atenção é que esse é um dos mais antigos hinos dos nossos hinários, como a Harpa Cristã, o Cantor Cristão, o da Igreja Presbiteriana — e até de seitas, como o da Igreja Adventista do 7º Dia, o da Congregação Cristã, o da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (a dos mórmons) entre outros.

Sarah e sua irmã Eliza criaram várias músicas e poemas juntas. Foram aproximadamente 13 letras e 69 melodias criadas por elas para um hinário que o Reverendo William Fox estava criando.

Um dia, nos idos de 1841, William pede pra que elas criassem um hino para acompanhar o sermão sobre Esaú e Jacó. Com isso, Sarah decide estudar a Bíblia, na história relatada em Gênesis 28, sobre o sonho de Jacó. E esse texto a impressionou muito. 

Durante uma viagem, Jacó adormeceu, na cidade de Betel, e resolveu deitar-se sobre algumas pedras, enquanto o sol se punha. Ele, então, sonha com uma grande estrada, como uma escada, cujo topo alcançava os céus. Nela, ele podia ver anjos subindo e descendo por ela. No alto desse caminho estava o Senhor, prometendo bênçãos a Jacó e sua família.

Não só o texto literal, mas também as várias figuras de linguagem foram usadas como base para Sarah escrever a canção. Como no verso dois da canção, que diz
"andando triste aqui, na solidão, paz e descanso a mim, os teus braços dão"
Quando, no dia seguinte, Jacó acorda e constrói um altar ao Senhor, como um lugar para que possamos derramar nossa vida e nossas ofertas, temos refletido no hino em seu verso 4, onde diz que 
"Minhas aflições deixarei ali".
Muitos também falam que a cruz, citada na primeira estrofe, se refere às suas dificuldades físicas, que limitaram muitas de suas ambições.

A música, embora tenha sido inicialmente criada por Eliza, tornou-se mundialmente conhecida quando Lowell cria a melodia chamada de "Bethany". Composta em 1856, foi publicada a primeira vez três anos mais tarde. Entretanto, o compasso não estava bom, estava irregular. 

Um dia, após ficar várias horas acordado pela noite, uma melodia vem em mente, o que faz ele escrever a mesma no dia seguinte. Muitos veem semelhança com a melodia de "Oft In The Stilly Night".

As experiências

Titanic


Sei que você que está lendo é, provavelmente, cristão. Mas até mesmo os não cristãos já ouviram falar desse hino, por causa de um dos mais famosos filmes da história do cinema mundial. 

Foi no dia 14 de abril de 1912, quando da cidade inglesa de Southampton partiu o maior navio transatlântico até então construído. Falo do RMS Titanic. Era sua primeira viagem, em direção a Nova York.

Muitas pessoas importantes viajavam nele. Não há muito o que falar, pois praticamente todos sabemos da história final (muitos de nós, aliás, pelo chatérrimo, contudo, um dos grandes sucessos de bilheteria da década de 1990, "Titanic" — James Cameron, Paramount Studios, 3h14m, EUA, 1997).

Mas, o que eu quero me referir, é que entre os mais de 2.200 passageiros a bordo, havia um grupo especial: um grupo de peregrinos, crentes da Europa que estavam em viagem para o "Novo mundo". 

Quando aconteceu o acidente e o navio estava naufragando, no meio do tumulto a orquestra de bordo — cerca de oito músicos — começou a tocar um hino... 
"Mais perto quero estar, meu Deus, de Ti..." 
Tão logo isso aconteceu, algo emocionante se vê: o grupo de cristãos, aliados a outros tripulantes, se unem de mãos dadas e começam a cantar o hino, enquanto o navio afundava. Sem dúvida, indescritível.

Paz em meio à guerra


Há um fato interessante relatado com referência a esse hino. Diz-se que, durante uma Guerra Civil, um bispo, Martin, foi expulso de sua casa pelos soldados do país. Sem rumo, decide andar sozinho, em direção ao mato. Nessa caminhada, ele ouve alguém cantando a canção "Mais perto quero estar...".

Isso o faz seguir a voz, até encontrar uma casa de madeira, onde havia uma mulher idosa, sozinha, pobre, que cantava sem cessar essa canção — com alegria. Isso fez com que ele tivesse renovado o sentimento de confiança infinita em Deus, livrando-o de seus temores.

Testemunho ou lenda?


Outra história, mais relacionado a Sarah, — não sei se ou até onde é verídica — diz que quando os cristãos visitam a Palestina, chegando a Betel (que hoje é chamada de Bira, território pertencente à Jordânia), começam a cantar esse hino, pode-se visualizar os acontecimentos que Jacó visualizou há milhares de anos atrás.

World Trend Center


Conta-se ainda que, reunidos no local do desastre de 11 de Setembro de 2001, em Nova Iorque, para homenagear as vítimas do atentado das Torres Gêmeas, grupos de todas as classes sociais representados, cantaram juntos o Hino: "Nearer, My God to Thee", neste atentado terrorista que chocou o mundo, foram mortos cerca de 3.000 pessoas.

Testemunho brasileiro


Há também uma história que teria acontecido aqui no Brasil. Dois pastores evangélicos e um motociclista morreram em um acidente envolvendo sete veículos, em 27 de Fevereiro de 2010, na Ferrovia do Contorno, trecho da BR 101, no Espírito Santo.

As testemunhas contam que os Pastores ainda com vida, porem muito feridos e presos às ferragens, começaram a cantar o hino "Mais Perto Quero Estar..."

Após cantarem todo o hino, aos poucos, suas vozes foram silenciando-se. As lágrimas tomaram conta dos bombeiros, acostumados a resgatar pessoas em acidentes graves, porém jamais viram alguém morrer cantando um hino.

Conclusão


Quantas vezes você passou por dificuldades, ou até mesmo por doenças na família, e se viu cantando: "Mais Perto Quero Estar...", mesmo sem ter a intenção de cantá-lo, mas tomado pelo temor, pela angústia, pelo sofrimento, se viu a cantarolar este maravilhoso hino em louvor a Deus (eu mesmo já vivi essa experiência, quando há alguns anos, me encontrava em estado gravíssimo, entubado, no CTI da Santa Casa de Misericórdia, em Belo Horizonte, minha cidade natal)?

Lembre-se de que na Harpa Cristã existem inúmeros hinos que te consolam, que te alegram, que te trazem paz interior — aliás, infelizmente, os belíssimos hinos da Harpa Cristã, foram desaparecendo (e criando mofo) ao longo dos anos dos púlpitos evangélicos (afirmo sem medo de errar que a maioria dessa geração simplesmente desconhece completamente toda a riqueza do hinário da Harpa Cristã), que, consequentemente, foram "invadidos" pelo nem sempre ortodoxo movimento gospel e suas composições antropocêntricas, que recebem mesmo não sendo, o rótulo de "louvor" e "adoração") —, porque: 
"...andando triste aqui, na solidão, paz e descanso a mim, Teus braços dão"
e logo após, o teu coração se deleita com paz e tranquilidade no Senhor Deus, então, em agradecimento, você diz: 
"Minha alma cantará a Ti Senhor! 
E em Betel alçará, padrão de amor. 
Eu sempre hei de rogar, 
Mais perto quero estar, 
Mais perto quero estar, meu Deus, de Ti!".
Sem dúvida, não há o que discutir: as palavras deste hino tem sido um grande auxilio e um grande conforto para muitos crentes, em tempos de dificuldades.

[Fonte: Super Gospel, por Jonatha Cardoso; Portal Luteranos]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

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