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sexta-feira, 20 de agosto de 2021

ACONTECIMENTOS — O CASO BEATRIZ MOTA: 5 ANOS DE DOR, IMPUNIDADE E DESCASO

Imagem: Arquivo pessoal
Eu não sou pai, então, por mais que eu possa hipoteticamente imaginar a dor da perda de um filho, jamais terei condições de mensurar a extensão dessa dor. Agora, fica difícil até mesmo imaginar o tamanho da dor de pais que perderam, ou melhor, que tiveram a vida de sua filha, uma belíssima, doce, cativante e inocente criança, no apogeu de sua infância, de uma forma tão brutal.

Relembre o caso 

Imagem do dia da crime / YouTube
Era noite do dia 10 de dezembro de 2015. Festa de formatura da filha mais velha de Lúcia Mota e Sandro Romilton Mota, que na época também era professor de Inglês do Colégio Maria Auxiliadora, integrante da rede Salesiano de ensino, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco.

Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, filha mais nova do casal e aluna da instituição de ensino, também participava do evento. Naquela noite, tempos após Sandro se afastar da família para participar da cerimônia, Lucinha percebeu que Beatriz tinha sumido.

De acordo com as investigações, a última imagem que a polícia tem da garota foi registrada às 21h59, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio. Após perceberem o sumiço repentino da criança, os pais, desesperados, começaram a procurá-la pelas dependências da instituição. Estava perto do final da festa. A banda tocava quando o professor Sandro subiu ao palco, e, desesperado, começou a chamar por sua filha: 
"Bia, minha filha, cadê você?".
Minutos depois, o corpo da menina, com uma faca de cozinha cravada no tórax, foi encontrado atrás de um armário, dentro de um depósito de material esportivo desativado, ao lado da quadra de esportes onde acontecia a formatura. Beatriz Angélica foi assassinada com 42 facadas.

5 anos se passaram e o caso segue sem as respostas dos principais questionamento: Quem mandou matar Beatriz? Quem matou Beatriz? Porque Beatriz foi morta?

5 anos sem Beatriz, 5 anos sem respostas


Imagem do dia do crime / Arquivo pessoal
Já são cinco anos de angústia da família, parentes e amigos que acompanham e esperam uma resposta para esse crime bárbaro que, embora tenha chocado o Brasil e causado grande comoção pública, aos poucos vai caindo no esquecimento. 

Meu intuito com a postagem desse texto, é justamente impedir que isso aconteça e assim, quem sabe, fazer com que nossas autoridades, enfim, coloque atrás das grades não só o monstro que cometeu essa atrocidade contra essa inocente garota, como também todas as demais pessoas que estejam envolvidas nessa sordidez.
"[…] Hoje não temos Beatriz porque pessoas doentes fizeram escolhas erradas, e continuamos sem justiça porque as autoridades que possuem o poder de punir esses assassinos, escolheram se calar e permitir que eles continuem a fazer o que sabem fazer, causar dor! 
Quanto custa pra calar a justiça? Ser branco? Ser rico? Ser autoridade? A justiça tem sido cada vez mais COVARDE! Permitindo que os ASSASSINOS E CÚMPLICES QUE TIRARAM A VIDA DE BEATRIZ FIQUEM LIVRES!!! 
Hoje completam 5 anos que não temos Beatriz, 5 anos que lutamos incansavelmente por justiça, pra que os responsáveis sejam apontados, julgados e presos. 
A dívida que eles e as autoridades tem com a nossa família é maior que qualquer riqueza que possuem… e diferente deles, nenhum valor no mundo é suficiente para nos calar! NÓS QUEREMOS JUSTIÇA POR BEATRIZ!"
diz um trecho do texto que foi postado no dia 10 de dezembro de 2020, no perfil do Instagram @caso_beatriz, por ocasião do dia em que o crime completava cinco anos. No mesmo dia, às 20h, foi realizada uma live com os pais da Lucinha e Elton, os pais da menina.

RELEMBRE DETALHES SOBRE O CASO

Lucinha e Sandro, pais de Beatriz Mota / G1
Desde o inicio do caso, vários delegados já estiveram à frente das investigações. Apesar disto, ninguém foi preso até hoje. O caso já foi presidido pelos delegados Sara Machado (dezembro/2015); Marceone Ferreira Jacinto (dezembro/2015 a dezembro/2016); Gleide Ângelo (dezembro/2016 a novembro/2017); e, em novembro daquele ano, Polyanna Néry assumiu.

Em dezembro de 2019, a secretaria de Defesa Social de Pernambuco anunciou que uma força tarefa, com mais três delegados, passaria a assumir o caso, com o objetivo de reforçar as investigações. Na época, a família da garota disse não concordar com a nomeação dos novos responsáveis pelo inquérito, já que a investigação precisa de 
"profissionais especializados em informática e peritos honestos".

Entretanto, Polyanna Néry saiu do caso em março de 2019. Na época, Lúcia Mota e Sandro Romilton afirmaram que a falta de recursos e de pessoal capacitado para desenvolver algumas perícias, bem como a falta de idoneidade de alguns agentes, comprometeram as investigações. Eles elogiaram o trabalho realizado pela delegada Polyana e questionaram se a saída dela havia sido motivada pelo indiciamento de mais dois funcionários do Colégio Maria Auxiliadora.

Hoje, apenas uma delegada preside o caso. Em outubro, o portal Preto no Branco apurou que Isabella Cabral estava de licença a maternidade, e os pais, na época, desconheciam se a substituição temporária da delegada já havia sido realizada, e quem agora está assumindo o caso.

Detalhes


Imagem do dia do crime / Blog Leonardo Rodrigues
Dia do crime — Em live realizada em julho, Lucinha Mota chegou a dar detalhes sobre a movimentação do assassino no dia do crime. Ela fez uma análise dos caminhos percorridos pelo mesmo ao redor do colégio, conforme mostram imagens de câmeras de segurança colhidas pela polícia, como também do momento em que o mesmo adentrou no Colégio.
"Muita gente viu ele, inclusive funcionários do colégio. Teve um funcionário que viu ele e se assustou. Como que um funcionário viu uma pessoa estranha, não pediu pra se identificar e simplesmente foi embora? 
No dia da festa tinha dois funcionários no portão. Como que eles permitiram que aquele homem ficasse no bebedouro sem interagir com ninguém? Sandro trabalhou 14 anos e nas festas, se eu não tivesse senha, eu não entrava. Mas nesse dia tudo correu solto"
revelou.
A mãe de Beatriz disse ainda que, logo após notar o sumiço da garota, pediu ajuda à funcionários do colégio, e relatou ter estranhando a frieza e o nervosismo de alguns. 
"Eu fui pedir ajuda e eles não foram me ajudar. Isso não é normal. Quando você está em um evento e que você pede ajuda a um segurança ou porteiro, automaticamente eles saem pra te ajudar. Isso faz parte da posição que eles estão exercendo ali. Mas nesses dia não. Todos eles queriam que eu saísse dali"
acrescentou.

Imagens de policiais com o assassino — Lucinha chegou a revelar ainda que possui arquivos que mostram, possivelmente, policiais conversando com o assassino logo após o crime.
"É uma foto que pode mudar um pouco a forma da investigação. É uma foto que mostra, possivelmente, policiais falando com o assassino, logo depois do crime. Como a empresa que nós vamos colocar para investigar o caso [paralelamente] ainda não entrou por causa dos trânsitos legais, eu não vou mostrar isso hoje. 

Preciso ouvir a opinião dos especialistas. Mas eu vou divulgar. E se ficar comprovado que ali são policiais falando com o assassino, eu vou dizer que a Polícia Civil de Pernambuco não é só incompetente, aí vai entrar a polícia internacional também, porque isso é muito grave. 

Essa foto [dos possíveis policiais] não está no inquérito. Foi uma pessoa que enviou pra mim essa foto, e enviou um vídeo também que mostra os últimos momentos de Beatriz"
disse Lucinha Mota emocionada.

Cinco personagens suspeitos — Em agosto, Lucinha Mota falou sobre quem são os cinco personagens citados pela Polícia Civil no inquérito que investiga o crime. Lucinha destacou que a presença desses personagens, que foram incluídos pelo delegado Marcione Ferreira quando presidia o inquérito, é marcada pelos comportamentos suspeitos e diversas contradições.

Na época, Lucinha revelou ainda outros quatro personagens que estão sendo fazendo parte da investigação paralela da família e que não estão no inquérito. Segundo ela, todos estão sendo investigados, pois foram vistos dentro de uma sala.
Diário de Pernambuco
Entre eles está Alisson Henrique de Carvalho Cunha, acusado de ter apagado as imagens em que aparecia o assassino, no inicio das investigações, havia dito para a polícia que as mesmas não existiam, pois as câmeras de segurança estavam quebradas.

O ex-prestador chegou a ser indiciado por falso testemunho e fraude processual e teve a prisão preventiva decretada em 12 de dezembro de 2018. O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidiu revogar o pedido de prisão preventiva em setembro de 2019. Os demais são Carlos André, ex-administrador do colégio, além de Lorailde e Magnólia, também funcionários.

"Na Lata"


Na noite de segunda-feira (16), Lucinha Mota, foi entrevistada no YouTube pela atriz e apresentadora Antonia Fontenelle (assista abaixo, na íntegra).

Durante a entrevista, Lucinha voltou a falar sobre a dificuldade de avançar que o caso enfrenta. Segundo a mãe de Beatriz, a impressão que fica é de que há uma rede de proteção em volta dos assassinos da garota.
"A impressão que eu tenho, Antonia, é de que o Estado não quer solucionar, não quer punir. Existe uma rede de proteção para esses criminosos. Porque tudo indica que foi planejado. Vários peritos já disseram: Lucinha, para entrar naquele colégio, só alguém que conhecia todos os acessos",
disse.

Lucinha falou ainda sobre um acontecimento em que a polícia interceptou uma comunicação dela e uma pessoa que queria entregar um vídeo que ajudaria na investigação. Segundo a mãe de Beatriz, uma pessoa parecida com ela foi colocada para receber o material.
"Meses depois do crime, uma pessoa de outra país entrou em contato comigo e disse: 'Lucinha, eu tenho uma imagem de um vídeo muito importante para passar para você, mas a gente só entrega para você.' Imediatamente a polícia interceptou essa ligação. Eles colocaram uma pessoa parecida comigo em um determinado local para receber essa mídia"
afirmou

Lucinha disse ainda que, na época, não teve acesso a essas imagens, que mostram um ex-aluno do Colégio Maria Auxiliadora nervoso próximo ao local em que Beatriz foi morta. Ainda de acordo com a mãe de Beatriz, a pessoa que havia enviado o vídeo disse que havia parado de falar com ela porque estava sendo ameaçada.
"Ano passado, essa pessoa novamente entrou em contato comigo e disse: 'Lucinha, você viu o vídeo que eu mandei para você em 2016?' Eu disse, não. Eu nem lembrava mais, porque na época eu não estava bem. E ela disse: 'pois então vou te mandar novamente. Eu parei de falar com você, porque logo depois que nos entregamos essa mídia achando que seria para você, eu fui ameaçada de morte.' Quando ela me enviou essas imagens no ano passado, ela me ligou desesperada dizendo: 'Lucinha, as ameaças começaram de novo'",
afirmou.

Na sequência da entrevista, Lucinha disse que, através do seu advogado, instruiu essa pessoa a procurar a polícia de onde ela morava. Ainda segundo Lucinha, tudo isso não foi passado para a polícia de Pernambuco porque falta confiança. 
"A gente não passa para a Polícia Civil porque a gente não confia neles, não existe mais essa relação de confiança"
afirmou.

Suposto autor pode ser apresentado


Imagem do suspeito nos arredores do colégio no dia do crime / Josélia Maria
Em outubro, os pais de Beatriz Angélica informaram que um flanelinha poderia ser apresentado, injustamente, como autor do crime. Na visão de Lucinha Mota, a polícia estava a ponto 
"de cometer outro crime: culpar um inocente".
O homem, identificado como Rogério, costumava trabalhar na área central de Petrolina, nas proximidades da instituição de ensino, sendo bastante conhecido por moradores e comerciantes daquela localidade.

Ele chegou a ser investigado nos primeiros dias após o crime, porém, teve seu nome descartado pela própria Polícia Civil na época. A família viu com estranheza a possibilidade de Rogério, somente após quase cinco anos do assassinato, ser apresentado como autor do crime.

Na época, Lucinha Mota e Sandro Romilton revelaram preocupação quanto ao andamento das investigações, inclusive na possibilidade de apresentação do flanelinha como possível autor do crime. 

A mãe de Beatriz disse ainda ter obtido informações de que testemunhas estão sendo induzidas a apontar o homem como autor. Já Sandro reforçou que, mesmo que a polícia apresente provas, como um DNA, eles têm 
"razões para acreditar que tudo isso possa ter sido plantado".
Os pais de Beatriz disseram ainda que não irão
"aceitar um bode expiatório para que a polícia encerre do caso e diga a sociedade que elucidou o crime". 
Na época, em resposta do portal Preto  no Branco, a Polícia Civil de Pernambuco disse que segue em curso o inquérito policial que apura a morte da criança Beatriz Angélica Mota 
"com total empenho por parte da Corporação".

Arquivos da festa de formatura


A mãe de Beatriz chegou a publicar, nas redes sociais, imagens que mostram detalhes físicos do assassino. Lucinha Motta pediu ainda a colaboração dos seguidores para o compartilhamento em massa das imagens para que a polícia possa localizá-lo e destacou que nas imagens, o assassino passa boa parte do tempo com o celular em mãos. Ela acredita que o assassino estava conversando com alguém, que estava na parte interna do colégio, e que ajudou na consolidação do crime.

A família acredita que os arquivos de fotos vídeos registados pelos convidados e parentes no dia da festa de formatura, podem contribuir para a investigação paralela que a família está realizando a fim de identificar o autor do crime.
"Eu quero, eu preciso dessas imagens, para que a gente possa punir os assassinos de Beatriz. Por favor colabore com a nossa investigação paralela, e envie as suas fotos e os seus vídeos",
disse Lucinha Mota em um vídeo publicado em uma página em rede social que acompanha o andamento do caso em julho.

Conclusão

Investigação paralela


Um outro detalhe chocante nessa história, é que, de acordo com Lucinha Mota, já no dia seguinte ao assassinato de Beatriz, as atividades no Colégio Maria Auxiladora aconteceram normalmente, como se absolutamente nada houvesse acontecido, como se a quadra da instituição não tivesse sido o palco macabro de um crime tão assustador. Ainda de acordo com Lucinha, os responsáveis pelo colégio sequer preservaram o local do crime.

Enfim, entre idas e vidas, o crime bárbaro continua sem elucidação. Já foram cinco delegados, desde o início do Inquérito Policial, uma troca que mais prejudicou do que adiantou as investigações. O Ministério Público anunciou uma "Força Tarefa" composta por promotores para atuar no caso, mas hoje apenas uma delegada acompanha o inquérito.

Cansados de esperar por respostas e descrentes do interesse do Estado de Pernambuco em desvendar o crime, os pais da criança vítima do brutal assassinato tomaram à frente do caso e estão custeando uma investigação paralela, que segundo Lucinha Mota, mãe de Beatriz, tem surtido mais efeito do que o trabalho da Polícia Civil.

Lucinha vem reunindo informações importantes sobre o assassinato da filha. Foi através desta investigação paralela, por exemplo, que os pais da criança comprovaram que um dos peritos, Diego Henrique Leonel de Oliveira Costa, atualmente chefe de perícia do Departamento de Polícia Técnica de Pernambuco, que também emitiu laudos sobre o assassinato de Beatriz, prestou serviço ao Maria Auxiliadora na montagem do plano de segurança da escola, através da empresa Convertic, trabalho que também foi realizado após o crime.

Vaquinha online


Os pais de Beatriz lançaram uma campanha na internet para arrecadar fundos para sua luta por justiça. Os colaboradores podem fazer suas doações e ajudar a mãe de Beatriz a prosseguir a investigação paralela que vem fazendo em busca da verdade e de justiça para o caso, que até hoje a Polícia Civil de Pernambuco não conseguiu solucionar. A meta é arrecadar R$ 75 mil [saiba como contribuir].
As imagens acima são o retrato falado do suspeito



A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

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