"40 Dias — O Milagre da Vida" é escrito e dirigido por Chuck Konzelman e Cary Solomon, que já haviam trabalhado juntos em "Deus Não Está Morto" e "Você Acredita?", e ainda traz no elenco os atores Ashley Bratcher, Brooks Ryan, Robia Scott, Jared Lotz, Emma Elle Roberts, Robin DeMarco e Robert Thomason.
O filme estreou nos cinemas no dia 15 de outubro de 2020 e se tornou um grande sucesso das telas, embora, dá-se até para imaginar o motivo, não tenha recebido a devida divulgação, o interesse e nem a atenção da grande mídia.
O filme estreou nos cinemas no dia 15 de outubro de 2020 e se tornou um grande sucesso das telas, embora, dá-se até para imaginar o motivo, não tenha recebido a devida divulgação, o interesse e nem a atenção da grande mídia.
O longa chegou às telonas justamente após o período de fechamento das salas de cinema do país, devido à pandemia de Covid-19. Ele era um dos filmes cristãos mais esperados de 2020, justamente por trazer um dos temas que ainda tem viés polêmico em vários segmentos da sociedade: o aborto.
Contexto do filme
A figura de Deus sempre foi alvo de muitos "serás". Será Ele como retratam nas fotos? Será sua onisciência igual para todos? Será sua misericórdia livradora de uma ida ao inferno? Será sua perfeição, inatingível? Será sua existência, real? Muito especula-se, mas, há séculos, diversas afirmações surgem a partir destas e de outras incontáveis perguntas.
A certeza de Sua bondade, pelo menos, já se transpôs ao cinema na forma de obras como "Milagres do Paraíso" (2016), de Patricia Riggen. Agora, as opiniões dEle ao redor de um tema encarado por uns como pecado e por uns como direito, foram requisitadas no filme de Cary Solomon e Chuck Konzelman, em "40 Dias — O Milagre da Vida" (2020). E mais um "será" cabe aqui: será Ele contra o aborto? Ao contrário do que muitos possam pensar, o filme, de maneira fenomenal, impecável, não tem nenhum tipo de obviedade, mas, antes, permite ao telespectador, a liberdade de suas conclusões.
História Real
Abby (Ashley Bratcher) é diretora da Paternidade Planejada (Planned Parenthood), clínica onde a jovem presenciou um aborto (o local é voltado para este tipo de procedimento) em uma gestante de 13 semanas e, após anos no cargo, muda seu posicionamento e torna-se contra o ato.
Ela, que trabalhou durante anos na clínica, organização responsável por metade dos abortos realizados nos Estados Unidos, acreditava ter feito a escolha certa. Até o dia em que algo que Abby viu fez com que tudo mudasse e ela se tornasse uma das principais vozes do movimento pró-vida da América.
Ela, que trabalhou durante anos na clínica, organização responsável por metade dos abortos realizados nos Estados Unidos, acreditava ter feito a escolha certa. Até o dia em que algo que Abby viu fez com que tudo mudasse e ela se tornasse uma das principais vozes do movimento pró-vida da América.
Instalado o rumo da história logo em seus primeiros minutos, "40 Dias — O Milagre da Vida” é declaradamente uma dissertação sobre as razões pelas quais o aborto deve ser, de fato, abolido. O filme apresenta um conjunto de fatores determinantes para a escolha de um parecer a favor da ideia proposta, mas em nada dá margem para uma sequer hesitação do espectador na hora de seguir por um possível outro caminho.
Perturbador, mas, necessário
Uma narração voice over de Abby é ouvida em momentos que mostram em imagens o que precisava ser transmitido para o público, demandaria um tempo que o filme não tem.
Ao invés disso, a preferência por cenas propositalmente encenadas para corroborar com o conteúdo contra aborto, são manejadas de forma a não ter um alívio.
Ao invés disso, a preferência por cenas propositalmente encenadas para corroborar com o conteúdo contra aborto, são manejadas de forma a não ter um alívio.
A todo momento são exibidos mais elementos criados para o pathos, ou seja, para chocar o espectador, fazendo-o aderir à concepção ali tida como correta. Este pathos, aliás, é uma aposta certeira para um cenário no qual se tem apenas um lado, que necessita da absorção sensorial da audiência para o total papel da obra ter sido cumprido.
Para isto, momentos como a "montagem" das partes de um feto fora do útero por Abby e a sucção também de um feto durante um processo abortivo, são utilizados para não haver revide, afinal, quem seria cruel a ponto de apoiar tais práticas?
Enfático, porém, não previsível
O rumo de "40 Dias — O Milagre da Vida" não pode ser visto como previsível, até porque seu final já era esperado desde o início do longa-metragem.
A condução, no entanto, atira no espectador convicções que parecem óbvias, mas não para a personagem principal. A tensão, então, é munida dos acontecimentos fundamentados na mudança dos conceitos de Abby, que exibe um carisma por meio da interpretação de Bretcher.
Os cristãos, como Marilisa (Emme Elle Roberts), que ficam nos portões da clínica todos os dias orando pelos sacrilégios (na opinião dos mesmos) ali cometidos, por sua vez, são dotados de uma quase plenitude, exibindo uma aparência solícita e atenciosa, mesmo com os pecadores, o que novamente atesta uma divulgada superioridade daqueles que compartilham dos mesmos preceitos que a obra ensina.
Direção sensível ao tema proposto pelo roteiro
A direção da dupla Solomon e Konzelman difunde, sem meias palavras e sem camuflagem, o manifesto "pró-vida" e, por ligação, os princípios dos credores em Deus, buscando não só a aceitação da essência de "40 Dias — O Milagre da Vida", mas a interligando à base de toda motivação.
Além da expectativa pela volta dos cinemas, uma das modalidades de entretenimento mais aguardadas para a flexibilização em decorrência da pandemia, a temática do aborto tem sido amplamente discutida pelo mundo, o que torna a exibição de uma produção como essa ainda mais animadora.
Por isso, o lançamento de "40 dias — O Milagre da Vida" é tão importante e aconteceu em um momento onde falar sobre a importância da vida, mais do que uma estratégia, era uma necessidade.
A mensagem pode mudar a história de muitas mulheres no Brasil, as quais poderão se livrar da culpa que carregam, assim como Abby, e também de mulheres que podem escolher garantir a sobrevivência dos bebês.
Conclusão
Tudo que Abby Johnson (Bratcher) sempre quis foi ajudar outras mulheres, como uma das diretoras mais jovens da história da Paternidade Planejada.
Por fim, seja qual for a opinião do espectador, "40 Dias — O Milagre da Vida" procura reafirmá-la. A obra, apesar da adesão ou da repugnância do espectador, não se importa em levantar uma discussão, muito menos deixar alguém em dúvida.
Por fim, seja qual for a opinião do espectador, "40 Dias — O Milagre da Vida" procura reafirmá-la. A obra, apesar da adesão ou da repugnância do espectador, não se importa em levantar uma discussão, muito menos deixar alguém em dúvida.
A real polêmica em relação a legalização do aborto é abordada por intermédio de uma fórmula: situação impactante envolvendo o assunto, conforto nas palavras de um religioso, e gradual sentimento de transformação da protagonista.
O longa-metragem, entretanto, pode obter seu destino se alguma pessoa estiver procurando por uma opinião ainda não formulada por ela mesma, ou se o indivíduo tem o desejo de sentir-se representado.
O longa-metragem, entretanto, pode obter seu destino se alguma pessoa estiver procurando por uma opinião ainda não formulada por ela mesma, ou se o indivíduo tem o desejo de sentir-se representado.
Aqui, é inexistente o espaço para indagação, a menos que o ofício exercido por Deus vire a mira dos mais argumentadores, até porque é normal a curiosidade sobre o que Ele considera como "vida". A pergunta maior agora é, talvez, como lidar com as visões opostas de que ou uma criança é uma dádiva divina, ou que a escolha do aborto é uma dádiva construída na terra.
Ficha Técnica
- Título Original: Unplanned
- Título Nacional: 40 Dias – O Milagre da Vida
- Gênero: Drama, Biografia
- Baseado no livro Unplanned, de Abby Johnson
- Classificação Indicativa: 16 anos
- Duração: 1h50 min
- Ano de lançamento: 2020
- Distribuidora: Imagem Filmes
- Escritores e diretores: Cary Solomon e Chuck Konzelman
- Produtores: Daryl Lefever, Cary Solomon, Chuck Konzelman, Chris Jones e
- Joe Knopp.
- Elenco: Ashley Bratcher, Brooks Ryan, Robia Scott
- Trilha Sonora principal: "This Could Change Everything", Francesca Battistelli
A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.
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