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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

CANÇÕES ETERNAS CANÇÕES - ESPECIAL: "NOITE FELIZ": DOIS SÉCULOS DA CANÇÃO NATALINA MAIS CONHECIDA EM TODO MUNDO

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Se tem uma canção que não pode faltar na época do Natal, é a clássica "Noite Feliz". Neste Natal de 2018, se completarão 200 anos desde que "Stille Nacht" – como é chamada no original em alemão – foi ouvida pela primeira vez, na Igreja de São Nicolau, em Oberndorf, na Áustria, na missa da noite do Natal de 1818. Traduzida para centenas de línguas, "Noite Feliz" foi declarada em 2011 pela UNESCO um Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

A história da música





Veja neste vídeo uma emocionante interpretação da 
magnífica cantora e atriz Barbra Straisand para "Silent Night" 


Noite Feliz (a conhecida versão em português)


"Noite feliz, noite feliz
Ó senhor, Deus de amor
Pobrezinho nasceu em Belém
Eis na lapa, Jesus nosso bem
Dorme em paz, ó Jesus
Dorme em paz, ó Jesus

Noite feliz, noite feliz
Eis que no ar vem cantar
Aos pastores os anjos dos céus
Anunciando a chegada de Deus
De Jesus, Salvador!
De Jesus, Salvador!

Noite feliz, noite feliz
Ó senhor, Deus de amor
Pobrezinho nasceu em Belém
Eis na lapa, Jesus nosso bem
Dorme em paz, ó Jesus
Dorme em paz, ó Jesus

Noite feliz, noite feliz
Eis que no ar vem cantar
Aos pastores os anjos dos céus
Anunciando a chegada de Deus
De Jesus, Salvador!
De Jesus, Salvador!"


Uma canção de Natal provavelmente a mais famosa - está comemorando 200 anos. Na véspera do Natal de 1818, na Igreja de São Nicolau em Oberndorf, próximo a Salzburgo, "Stille Nacht" ("Silent Night", em inglês; "Noite Feliz", na versão em português) foi cantada pela primeira vez.

A letra de "Silent Night" foi escrita pelo Rev. Joseph Mohr, um jovem sacerdote em Oberndorf. Ele a escreveu em 1816 como uma reflexão sobre a paz após um verão de violência em Salzburgo. Na véspera de Natal, dois anos depois, ele pediu a seu amigo Franz Xaver Gruber, um professor na cidade vizinha de Arnsdorf e também organista em Oberndorf, para criar uma melodia para o texto. Os dois realizaram "Silent Night" na missa de véspera de Natal. Mohr cantou e Gruber tocou violão, pois o órgão da Igreja não estava funcionando. "Silent Night" foi uma sensação imediata.

Quem esteve lá naquela noite ouviu a canção sendo executada a voz e violão pelos seus dois compositores: o da letra, o padre Mohr (1792-1848) – era um poema que ele havia escrito dois anos antes –, e o da música, o professor e organista Franz Xaver Gruber (1797-1863). Gruber havia escrito a partitura no mesmo dia, em poucas horas, após receber uma visita do padre pela manhã.

A história da origem do canto ficou esquecida por algumas décadas, mesmo com corais tiroleses o tocando por toda Europa. Em Berlim, as pessoas tentaram rastrear sua origem. Em 1854, a Royal Hofkapelle (Orquestra da Corte) em Berlim entrou em contato com a Arquiabadia de São Pedro em Salzburgo para tentar descobrir quem era o compositor da canção. Pensava-se que o compositor poderia ter sido Johann Michael Haydn (1737-1806), irmão mais novo de Joseph Haydn.

Nesta época, Felix Gruber, filho de Franz Xaver Gruber, fazia parte do coral da Arquiabadia de São Pedro. Ele direcionou a consulta da Royal Hofkapelle ao seu pai. Franz Xaver Gruber, ao se dar conta da importância da música, escreveu uma declaração sobre ela, a qual chamou de "Authentic Origination of the Composition of the Christmas Carol 'Silent Night' (Origem Autêntica da Composição do Canto de Natal 'Silent Night', em tradução livre)", e a enviou a Berlim.

O Museu Stille Nacht em Hallein, perto de Salzburgo, casa onde Franz Xaver Gruber viveu por 28 anos, mantém dois rascunhos desta carta, documentando assim a criação do hino.

A primeira sala do museu, a Sala de Natal, mostra como o advento e o Natal foram comemorados na região. Na sala seguinte se encontram caixas de música, vinis e a versão da canção por Bing Crosby, bem como as versões de Mahalia Jackson e da Trapp Family Singers. Um guia no museu explica que a gravação de Bing Crosby havia sido a canção mais vendida de todos os tempos, desde sua apresentação em 1948 até 1997, quando o tributo "Candle in the Wind" de Elton John à Princesa Diana o superou.

Outra sala mostra a história da canção em filmes; entre eles estão "das Unsterbliche Lied" de 1934; “The Legend of Silent Night” de 1968; "Merry Christmas" de 2005; e "Stille Nacht" de 2012 ('A Canção Imortal'; 'A Lenda da Noite Silenciosa'; 'Feliz Natal'; 'Noite Silenciosa', em tradução livre).

Traduções e versões


O canto "Stille Natch" já foi traduzido para cerca de 300 línguas. O canto já foi traduzido para cerca de 300 línguas. A primeira tradução para o inglês apareceu na cidade de Nova York em 1851.

A versão em inglês da canção surgiu em 1859, traduzida pelo padre episcopaliano John Freeman Young em Nova York. Já a versão em língua portuguesa é de 1912 e se deve ao frade franciscano Pedro Sinzig. Nascido na Alemanha, ele veio ao Brasil em 1898, aos 22 anos, e aqui foi ordenado padre e trabalhou por toda a vida – passou por Salvador, Lages (SC), Petrópolis (RJ) e Rio de Janeiro.

Sinzig foi um dos grandes nomes da música sacra brasileira de sua época, além de jornalista e escritor, tendo sido membro da Academia Brasileira de Música, da Associação Brasileira de Imprensa e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Foi também consultor de muitos compositores nos assuntos referentes à música sacra, inclusive de Heitor Villa-Lobos, que lhe dedicou a sua Missa de São Sebastião.

O frade era ainda ativista antinazista. Publicou em 1938 no Rio sob um pseudônimo o livro "O Nazismo sem máscara: fatos e documentos" e em 1942 foi cofundador do movimento Alemanha Livre, que reunia cidadãos brasileiros de origem alemã e austríaca contrários ao nazismo. Sinzig morreu em 1952, durante uma viagem à Alemanha.

Em 29 de setembro de 2018, algumas exposições em Salzburgo e oito cidades vizinhas comemoraram seu bicentenário. A exposição no Museu de Salzburgo reúne documentos e artefatos relacionados à canção, como cópias da carta de Gruber e as primeiras partituras.

Conclusão


Mohr tinha apenas 23 anos de idade e atuava como padre quando escreveu o poema que deu origem à canção. A Europa acabava de passar por um momento atribulado – as Guerras Napoleônicas assolaram o continente entre 1803 e 1815. Não é de se estranhar, portanto, que o tema da paz atravesse o texto. A letra original fala de Jesus que "como um irmão abraça carinhosamente os povos do mundo".

A casa em que Gruber viveu por 28 anos, em Hallein, é hoje o Stille Nacht Museum – o "Museu Noite Feliz". A Igreja de São Nicolau não existe mais: a região sofria com constantes alagamentos e o templo acabou por ser demolido em 1913. Porém, em seu lugar foi construída entre 1924 e 1936 a Stille-Nacht-Gedächtniskapelle, ou "Capela Memorial Noite Feliz".

A canção foi usada para animar os soldados reunidos para a trégua de Natal na Primeira Guerra Mundial, em 1914. Em 1941, Franklin D. Roosevelt e Winston Churchill foram até a varanda da Casa Branca e se juntaram à multidão cantando o hino.

A exposição de Salzburgo também mostra como a canção foi usada para fins comerciais e de propaganda. Uma distorção horripilante mudou as palavras para dizer que nesta 
"Stille Nacht, Heilige Nacht, Alles ruht, Einer wacht ... Adolph Hitler führt uns zu Größe, zu Ruhm und zum Glück... ('Noite Silenciosa, Noite Santa, Tudo está Calmo, Alguém se Acorda ... Adolf Hitler nos conduz à grandeza, ao Reconhecimento e à Fortuna...', em tradução livre)". 
As homenagens também incluem um engradado de cervejas  (?) com cada um dos seis versos da canção em uma garrafa.

A última sala da exposição é um lugar de silêncio com uma placa dizendo "Laut Sein ist cool! Ainda Sein Auch ('É bacana fazer barulho. Mas também ficar em silêncio', em tradução livre)". Esta canção de Natal traz serenidade com a sua calma melodia e meigas palavras, "Durma na paz celestial!". 

Curiosamente, a versão publicada em 1833 é um pouco diferente do manuscrito de Franz Gruber, escrito para duas vozes. Ao se comparar as duas versões, percebemos que atualmente cantamos a versão da coletânea editada por Freise em 1833, e não a versão propriamente original de Gruber.

Durante algum tempo, nos Estados Unidos, muitos acharam que "Noite Feliz" fosse uma música americana – talvez porque a antiga gravação do cantor Bing Crosby seja ainda hoje o terceiro single mais vendido na América. Durante o século 19, na Europa, creditou-se a autoria da melodia a um anônimo popular, a Mozart, a Beethoven, a Haydn (talvez por este ser o autor de uma peça orquestral com trechos que seriam adaptados posteriormente como o hino nacional da Alemanha, que seria adaptado como o hino "Grandes Coisas Mui Gloriosas", mas isso é história que fica, quem sabe, para outro dia em outro tópico). Desde aquela época, conhece-se mais o intérprete da música do que seu autor…

Pois é, eis aí a história desse clássico das canções natalinas (eu tenho certeza que você não conhecia; fica me devendo mais esta), que, inclusive, embalam as tradicionais Cantatas de Natais em muitas igrejas evangélicas.

[Fonte: Folha de São Paulo]

A Deus toda glória.
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