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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

O VIVER É CRISTO, O MORRER É LUCRO: VOCÊ ESTÁ PRONTO PARA FAZER ESSA AFIRMAÇÃO?

A epístola de Paulo aos santos em Filipos é considerada a mais alegre e animadora das suas cartas, fato que se torna especialmente interessante ao perceber que Paulo estava preso quando a escreveu. Ele estava aguardando julgamento pelo governo, e corria o risco real de ser condenado à morte por ter pregado o evangelho de Jesus. A capacidade deste apóstolo de se sentir alegre diante desta circunstância nos desafia a avaliar nossa própria perspectiva sobre a vida e a morte.


A morte é um fim ou um princípio


Depois de comentar sobre sua prisão e a esperança de um julgamento favorável, ele disse uma coisa surpreendente: 
"Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro" (Filipenses 1:21).
É natural procurar preservar e prolongar a vida, e fazer de tudo para afastar a morte. Paulo, porém, considerava a morte um avanço desejável. O que aprendemos da atitude deste apóstolo sobre a perspectiva do seguidor de Cristo referente à morte?

1) A morte física traz lucro


O ensinamento bíblico inclui uma afirmação constante e confiante da vida após a morte para as pessoas salvas pela graça de Deus por meio do sacrifício de Jesus. Paulo escreveu: 
"...mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Romanos 6:23). 
Outro apóstolo, Pedro reforçou este entendimento: 
"Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo" (1 Pedro 1:3-5).

2) Diante desta expectativa, o sofrimento da vida terrestre é passageiro


Pedro ainda falou de sofrimento 
"...por breve tempo..." (1 Pedro 1:6), "...durante o tempo da vossa peregrinação..." (1:17) 
e descreveu os cristãos como 
"...peregrinos e forasteiros..." (2:11).

3) Há motivo para viver aqui


Mesmo sabendo destes fatos, Paulo viu motivos para permanecer mais um tempo nesta vida. Ele vivia para servir a Cristo e aos homens. Continuaria glorificando ao Senhor na eternidade, mas queria ficar para poder servir aos outros aqui: 
"E, convencido disto, estou certo de que ficarei e permanecerei com todos vós, para o vosso progresso e gozo da fé, a fim de que aumente, quanto a mim, o motivo de vos gloriardes em Cristo Jesus, pela minha presença, de novo, convosco" (Filipenses 1:25,26).

4) Suicídio não é opção aceitável 


Paulo até desejava a morte, mas não falou nada de agir para precipitar a sua saída deste mundo. Jó sofreu tanto que chegou a pensar que teria sido melhor se não tivesse nascido (Jó 3:1-3), mas este homem fiel não agiu para tirar sua própria vida. Enquanto Deus até elogia pessoas que sacrificam suas vidas por boas causas, nenhuma passagem bíblica autoriza o suicídio como solução para o sofrimento desta vida.

5) A confiança do cristão da vida eterna o capacita para suportar aflições e perseguições 


Jesus é o exemplo perfeito desta perspectiva: 
"...olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus" (Hebreus 12:2). 
Jesus ofereceu conforto aos perseguidos quando disse: 
"Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo" (Mateus 10:28).
A perspectiva esperançosa do cristão alivia uma parte do sofrimento em relação às pessoas que morrem em Cristo. Sentimos a falta dos fieis falecidos, mas não nos preocupamos com o destino deles. Paulo comparou a morte com o sono porque acreditava na vida eterna: 
"Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança" (1 Tessalonicenses 4:13).

Conclusão


Se conhecemos o personagem Paulo, não é difícil entender está linguagem paulina. Paulo de perseguidor dos cristãos se torna um apóstolo de Jesus, um anunciador das verdades que Cristo trouxe para humanidade. Ele foi instruído, em Jerusalém na escola de Gamaliel, tornou-se um Fariseu, fervoroso, esteve presente até na morte de Estevão.

Nesta passagem da carta aos Filipenses, novamente aparece a personalidade de Paulo. Ele é um convertido para Cristo. Para Paulo o que importa a partir de sua conversão é o evangelho de Jesus. Vida ou morte não importam mais. Ele almeja que Cristo crucificado seja glorificado pelo anúncio do evangelho, quer na vida ou na morte.

Para o apóstolo Paulo viver não significa um privilégio pessoal. Viver é trabalhar, é anunciar o evangelho de Jesus em todas as direções. Paulo não escolheu viver para seus interesses, mas uma vez convertido para Cristo seu viver é Cristo Jesus. 

E nessa que é uma de suas mais belas epístolas, conhecida como a carta da alegria, Paulo consola aos seus irmãos da fé, mesmo estando em cadeias e sofrendo muitas dores e privações. E, então, faz essa confrontadora, desafiadora afirmação: 
"… para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro" (1:21).
Enfim, afirmar ser cristão com a boca é fácil, desde que seja conveniente. Mas perseverar até o fim, só para aqueles que verdadeiramente entenderam que o Reino de Cristo Jesus, Reino de Justiça e Equidade, não é desse mundo. Todo cristão deve ter em si a convicção de que é um peregrino em terra estrangeira. Nossa verdadeira nação é a Jerusalém Celestial.

Creio eu, que a exemplo de Estevão (Atos 7, 8:1-3), estes e tantos outros que com serenidade e coragem enfrentaram a morte por amor a Cristo Jesus, vislumbraram os céus se abrindo e contemplaram a glória de Deus.

[Fonte: COMBLIN, José, Epístola aos Filipenses, Comentário Bíblico N.T., Imprensa Metodista, 1985, pág.35. BORTOLINI, JOSÉ, Como ler a carta aos Filipenses. O evangelho encarnado, serie como ler a Bíblia, Paulinas, São Paulo, 1 edição, 1991, pág.19-21.]

A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

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