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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

EU NÃO ME ESQUECI💭 — O ACIDENTE COM A CHAPECOENSE

Time e delegação da Chapecoense junto ao avião da LaMia, horas antes do acidente —
Foto: Reprodução do Facebook / Agência O Globo
Difícil não se lembrar do dia 29 de novembro de 2016. Era madrugada quando a notícia de que o avião que levava os atletas da Chapecoense para competir na final da Copa Sul-Americana caiu na comunidade Lá Unión, na Colômbia.

Neste capítulo da nossa série especial de artigos, "Eu Não Me Esqueci", vamos relembrar esse dia trágico que causou repercussão e comoção internacional, ficando marcado como um dos maiores acidentes aeroviários do Brasil.

Madrugada de terror


Era dia 28 de novembro na Colômbia, já dia 29 em Santa Catarina, quando o avião da LaMia que levava a delegação da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana de 2016 caiu, na comunidade Lá Unión, e matou 71 pessoas.

A chegada a Medelín, na colômbia estava prevista para às 22h. Mas, poucos minutos antes do pouso, o avião se chocou contra uma montanha chamada Cerro El Gordo, a 2.600 metros de altitude.

Daquela fatídica noite a Chapecoense teve que se reconstruir com as perdas irreparáveis. 

O clube vivia o melhor momento de sua história, estava indo para o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana e teve o apoio de todo o mundo após a tragédia.

Repercussão e comoção


A cidade parou. A capital do Oeste, que diariamente é movimentada por moradores da região, comerciantes e turistas se tornou uma "cidade morta".
"Era um clima de velório. Uma chuva que Deus mandava, quando ligamos a 'TV' e ficamos sabendo do acidente.

Foi tipo um choque, parecia que não era verdade. Era final da copa, eles estavam ganhando todas, foi uma tristeza, demorou pra passar"
,
descreveu em entrevista à CNN, Débora Mello, moradora de Chapecó há cerca de 30 anos.

E foi assim para todos. Ao nascer do sol, quem ainda não estava sabendo do ocorrido, foi tomado pela angústia em saber se alguém havia se salvado.

As informações chegavam aos poucos, a comunicação era difícil, e o vazio se alinhava ao silêncio da cidade.

Chapecó, apesar de ter mais de 275 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é uma cidade acolhedora, onde a política da boa vizinhança e os costumes de cidade do interior fazem valer o ditado de que 
"aqui todo mundo conhece todo mundo".
 Mas, dessa vez, isso não trouxe um bom sentimento.

No avião, 77 pessoas haviam decolado. O desespero em saber quem estava na aeronave, quem infelizmente havia partido, quem conseguiu sobreviver. 

Ao passar do dia, a cada atualização do acidente, a onda do luto aumentava, passando a ser uma tragédia internacional.

"Força, Chape!"

O acidente provocou o cancelamento da decisão e, em um gesto nobre, o Atlético Nacional, que seria o adversário do Chapecoense, enviou uma carta para a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), no dia seguinte à tragédia, pedindo que fosse
"entregue o título da Copa Sul-Americana à Chapecoense como laurel honorífico à sua grande perda e homenagem póstuma às vítimas do acidente fatal que deixou nosso esporte de luto".
O pedido foi avaliado pelo conselho da Conmebol, que decidiu declarar a equipe catarinense campeã com
"todas as prerrogativas esportivas e econômicas que isso envolve".

A Chapecoense acabou ganhando uma premiação de 4,8 milhões de dólares (R$ 16,6 milhões na época).

Além disso, se classificou automaticamente para a fase de grupos da Libertadores de 2017.

O Atlético Nacional também foi lembrado pela Conmebol. A equipe colombiana recebeu o prêmio "Centenário Conmebol ao Fair Play" e a quantia de 1 milhão de dólares (R$ 3,5 milhões).

O emocionante velório das vítimas

"O campeão voltou!"

Cinco dias depois da tragédia, em um sábado de chuva intensa, ocorreu o velório coletivo de 50 das 71 vítimas na Arena Condá, em Chapecó, que foi marcado por homenagens.

Após a cerimônia, que durou cerca de duas horas, permaneceram 16 corpos em Chapecó para serem velados.

O evento contou com a presença de várias personalidades, entre elas o então presidente da República, Michel Temer, o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, o técnico da seleção brasileira, Tite, e os jogadores Seedorf e Puyol.
Os caixões com as vítimas chegaram à cidade às 10h30min, com cerimônia com salva de três tiros, e foram levados por caminhões até o estádio, em um percurso de cerca de 10 quilômetros.

O público nas arquibancadas da Arena Condá aplaudia, um a um, cada caixão carregado por militares na chegada para o velório.

Na área coberta montada sobre o gramado, reservada aos familiares e pessoas próximas, foram depositados os caixões.

Às 13h28min, a cerimônia começou com a execução dos hinos brasileiro e da Chapecoense pela banda da Polícia Militar.

Vítimas do acidente com o avião da Chapecoense

Jogadores 
  • Danilo – goleiro
  • Gimenez – lateral
  • Bruno Rangel – atacante
  • Marcelo – zagueiro
  • Lucas Gomes – atacante
  • Sergio Manoel – meio-campista
  • Filipe Machado – zagueiro
  • Matheus Biteco – meio-campista
  • William Thiego – zagueiro
  • Tiaguinho – meio-campista
  • Josimar – meio-campista
  • Dener Assunção – lateral
  • Gil – meio-campista
  • Ananias – atacante
  • Kempes – atacante
  • Arthur Maia – meio-campista
  • Mateus Caramelo – lateral
  • Aílton Canela – atacante
  • Cleber Santana – meio-campista
Comissão técnica
  • Caio Júnior – técnico
  • Eduardo de Castro Filho – auxiliar técnico
  • Luiz Grohs – analista de desempenho
  • Anderson Martins – preparador de goleiros
  • Dr. Marcio Koury – médico
  • Rafael Gobbato – fisioterapeuta
  • Cocada – roupeiro
  • Sergio de Jesus – massagista
  • Adriano – membro da comissão
  • Cleberson Silva – membro da comissão
  • Luiz César Martins Cunha (Cesinha) – comissão técnica
Dirigentes
  • Mauro Stumpf – vice-presidente de futebol
  • Eduardo Preuss – diretor
  • Chinho di Domenico – supervisor
  • Nilson Folle Júnior – diretor
  • Decio Burtet Filho – diretor
  • Edir de Marco – diretor
  • Ricardo Porto – diretor
  • Mauro dal Bello – diretor
  • Jandir Bordignon – diretor
  • Dávi Barela Dávi – empresário
  • Sandro Pallaoro – presidente
  • Delfim Peixoto Filho – vice-presidente da CBF e presidente da Federação Catarinense
Imprensa
  • Gilberto Pace Thomas – assessor de imprensa
  • Victorino Chermont – repórter
  • Rodrigo Santana Gonçalves – cinegrafista
  • Lilacio Júnior – coordenador de transmissões
  • Paulo Julio Clement – comentarista
  • Mario Sergio Pontes de Paiva – ex-jogador e comentarista
  • Guilherme Marques – repórter
  • Ari de Araújo Júnior – cinegrafista
  • Guilherme Laars – produtor
  • Giovane Klein – repórter
  • Bruno Mauro da Silva – técnico
  • Djalma Araújo Neto – cinegrafista
  • André Podiacki – repórter
  • Laion Espindula – repórter
  • Renan Agnolin – radialista
  • Fernando Schardong – radialista
  • Edson Ebeliny – radialista
  • Gelson Galiotto – radialista
  • Douglas Dorneles – radialista
  • Jacir Biavatti – comentarista
  • Deva Pascovich – narrador
  • Tripulação
  • Miguel Quiroga – piloto
  • Ovar Goytia – piloto
  • Sisy Arias – copiloto
  • Romel Vacaflores – assistente de voo
  • Alex Quispe – auxiliar de voo
  • Gustavo Encina – representante da LaMia
  • Angel Lug – técnico da aeronave
Sobreviventes
  • Alan Ruschel – lateral da Chapecoense
  • Jakson Follman – ex-goleiro da Chapecoense
  • Neto – ex-zagueiro da Chapecoense
  • Rafael Henzel – jornalista (faleceu em março de 2019, vítima de ataque cardíaco)
  • Erwin Tumiri – técnico da aeronave
  • Ximena Suarez – comissária de bordo

Recomeço


Desde então, a Chapecoense vem se reconstruindo, mas nunca mais foi a mesma. "Para sempre lembrados" essa frase marca o sentimento e a perseverança da equipe, moradores e torcedores, que a cada 29 de novembro, revivem o sentimento.

As investigações apontaram que a aeronave da LaMia — que saiu de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, rumo a Medellín, na Colômbia — decolou sem a quantidade mínima de combustível exigida.

Também havia falhas no plano de voo e inexistia seguro para voar em território colombiano. Apurou-se ainda que o piloto demorou para avisar a torre de controle sobre a emergência. Detalhes que só vieram à tona meses após a tragédia.

O legado de uma tragédia

A tragédia da Chapecoense, em 2016, deixou lições importantes sobre segurança aérea, gestão de riscos e solidariedade humana. As principais aprendizagens incluem:
Na Aviação e Gestão de Riscos
  • Importância da Autonomia de Voo — O relatório final confirmou que a falta de combustível foi a causa do acidente. Isso ressaltou a importância crítica de as aeronaves terem combustível suficiente para o voo planejado, além de reservas obrigatórias para imprevistos (como desvios de rota ou esperas para pouso).
  • Gestão Rigorosa de Voo — A tragédia evidenciou falhas operacionais graves por parte da companhia aérea LaMia, incluindo a permissão de um plano de voo que desrespeitava as normas internacionais de segurança.
  • Isso reforçou a necessidade de — Protocolos de Segurança Rígidos — Implementação e cumprimento estrito de verificações pré-voo e recomendações das autoridades de aviação civil.
  • Auditorias e Supervisão — Aprimoramento na fiscalização das operações de companhias aéreas para garantir a conformidade com as regulamentações.
  • Responsabilidade e Consequências Legais — O acidente levou a processos judiciais e condenações, como a da Chapecoense a indenizar famílias das vítimas, destacando as responsabilidades civis e criminais envolvidas em tais falhas.
No Esporte e na Vida
  • Solidariedade Global — A comoção e o apoio de clubes, torcedores e comunidades de todo o mundo à Chapecoense e às famílias das vítimas demonstraram uma união sem precedentes, superando rivalidades esportivas.

  • Resiliência e Reconstrução — A jornada do clube para se reerguer e voltar a competir simbolizou a capacidade de superação e a força da comunidade local de Chapecó.

  • Lições de Vida e Valorização — A tragédia serviu como um lembrete doloroso da fragilidade da vida, incentivando a reflexão sobre a importância da família, dos amigos e de valorizar cada momento.
Uma das coisas que procuramos entender foi por que a cidade se comoveu com a tragédia.

E a conclusão a qual chegamos foi que isso só foi possível pois, o clube, os gestores e os atletas tinham relacionamento próximo com a sociedade chapecoense.

O que é diferente de grandes clubes que geralmente os torcedores e sociedade não tem fácil acesso aos atletas.

Então, a comoção social, como aconteceu com o time da Chapecoense, é diferente quando se trata de um atleta famoso, de um grande clube, em que o acesso a eles não é algo simples como foi observado no time chapecoense.

Todos estes fatores fazem deste caso um exemplo paradigmático das relações do esporte com o religioso e merecem a realização de uma etnografia de caráter antropológico que desvende os fatores humanos e sociais do caso, mas também os esportivos e rituais deles. As decorrências apontam que o impacto do acidente foi e segue sendo imensurável.

Conclusão

Em 2018, a Aeronáutica Civil da Colômbia concluiu a investigação e confirmou que o combustível do avião era insuficiente para o voo entre Santa Cruz, na Bolívia, e a Colômbia.

O acidente ocorreu por esgotamento de combustível como consequência da falta de gestão de risco apropriada pela LaMia. Sem o combustível, os motores pararam de funcionar, e o avião planou até bater.

Com isto, fica o aprendizado do quanto o comandante implacável, enérgico e firme nas suas convicções pode conduzir aeronaves a situações de extremo perigo e letais, matando a si e seus passageiros.

Vale a reflexão para a liderança onde podemos estar conduzindo nossos times sem estar escutando-os ou considerando suas opiniões.

Não somos super-heróis ou seres fail proof e temos de contar - em muito - com as opiniões de quem nos faz ser líderes.

Muitas vezes, cabe ao líder inclusive "puxar" ou extrair dos liderados introspectivos suas vozes em um trabalho de no mínimo de incitar o auto-desenvolvimento destes.

Papel este indelegável ao líder, que pode em muitas vezes, estar salvando sua própria carreira e até mesmo sua vida e de mais pessoas.


Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blogue https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização frequentes dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
  • O blogue CONEXÃO GERAL presa pelo respeito à lei de direitos autorais (L9610. Lei nº 9.610, de 19/02/1998), creditando ao final de cada texto postado, todas as fontes citadas e/ou os originais usados como referências, assim como seus respectivos autores.
E nem 1% religioso.

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